UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Componente Curricular: Sociedade, Política e Cultura Professor: Dejalma Cremonese Acadêmicas: Graciela Marquezin e Gracieli Kocourek Regime Especial 1º Semestre / 2007 MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS Grupo: GRACIELA MARQUEZIN e GRACIELI KOCOUREK DEFINIÇÃO Defeitos congênitos, malformações congênitas e anomalias congênitas, são termos usados para descrever defeitos do desenvolvimento presentes na ocasião do nascimento. Congênitos vem do latim e significa nascido com. MALFORMAÇÃO: Defeito morfológico de um órgão, parte de um órgão ou de uma região maior do corpo que resulte de um processo do desenvolvimento intrinsecamente anormal. No decorrer dos últimos 50 anos, vem se estudando as causas das malformações congênitas humanas, as quais 50% ainda são desconhecidas. Dos outros 50%, aproximadamente 25% tem defeitos cromossomais com base genética e menos de 10% são atribuídos a fatores ambientais teratógenos, físicos ou químicos. TERATOLOGIA É o ramo da ciência que trata de todos os aspectos do desenvolvimento pré-natal anormal, incluindo o estudo das causas e da patogênese dos defeitos congênitos. Considera-se que certos estágios do desenvolvimento embrionário são mais vulneráveis do que outros. Na década de 40 acreditavam que os embriões humanos estavam protegidos de agentes ambientais (drogas, vírus, ...) por suas membranas extraembrionárias fetais (âmnio e córion) e pelas paredes abdominais e uterina da mãe. TIPOS DE MALFORMAÇÕES Estruturais; Funcionais; Metabólicas; Comportamentais; Hereditárias. Estimativa da incidência das causas de malformações congênitas graves ___________________________________ CAUSAS INCIDÊNCIA % Aberrações cromossômicas 6-7 Genes mutantes 7-8 Fatores ambientais 7-10 Herança multifatorial 20-25 Etiologia desconhecida 50-60 ___________________________________ Baseado em dados de Connor e Ferguson-Smith (1987) MALFORMAÇÕES CAUSADAS POR FATORES GENÉTICOS Causas mais importantes de malformações congênitas; Responsáveis por 1/3 dos defeitos congênitos e quase 85% daqueles com causa conhecida; Muitos zigotos, blastocistos e embriões iniciais defeituosos abortam espontaneamente durante as três primeiras semanas (50%). SÍNDROME DE DOWN Primeira condição patológica que serviu para demonstrar que as aberrações cromossômicas podem determinar anomalias na espécie humana; • Características físicas parecidas com outros portadores: dorso do nariz achatado, língua saliente, orelhas com pequenas dobras salientes, dedos curtos, com o quinto dedo curvado; • Boa capacidade imitativa; • Quociente intelectual baixo; • Demonstram bastante ritmo e são muito alegres. • Baixa estatura e a frouxidão dos ligamentos (essa última deficiência é responsável pela marcha insegura, característica de numerosos portadores da síndrome); • Esperança de vida dos indivíduos afetados por essa anomalia é menor do que a de indivíduos normais; • Até o presente, se tem notícia de que dois homens com síndrome de Down se tornaram pais. O mesmo não ocorre em mulheres com essa anomalia e cariótipo 47 XX+21, que tem 35% a 50% mais chances de terem filhos com a síndrome. INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DE DOWN EM RECÉMNASCIDOS ______________________________________________ Idade Materna (anos) Incidência 20-24 1:1400 25-29 1:1100 30-34 1:700 35 1:350 37 1:225 39 1:140 41 1:85 43 1:50 45+ 1:25 ______________________________________________ Baseado em dados de Hook e cols (1983-1988) Os números foram arredondados e são aproximações SÍNDROME DE TURNER Atinge apenas as mulheres , pois é uma anomalia sexual do cariótipo 45X0, sendo uma monossomia daquilo que deveria ser um par de cromossomos xx ou xy; Características: face incomum típica; infantilismo sexual (em conseqüência da formação de ovários vestigiais); baixa estatura e pregas pterigonucais ( chamado pescoço de esfinge ou pescoço alado); a inteligência é, regra geral, normal; tórax largo e mamilo amplamente espaçado; freqüência elevada de anomalias renais e cardiovasculares; Freqüente problema auditivo (infecções no ouvido médio). SÍNDROME DE TURNER SÍNDROME DE KLINEFELTER Atinge o sexo masculino; A maioria dos casos é averiguada somente após a puberdade; Após essa idade que são detectadas as principais características dessa doença: estatura elevada e magros; membros inferiores relativamente longos; pênis e testículos pequenos; geralmente inférteis. A síndrome de Klinefelter é causada por cariótipos supernumerários acompanhados de, pelo menos, um cromossomo Y (48 XXXY, 48 XXYY, 49 XXXXY, 49 XXXYY), além dos cariótipos 47 XXY; Além disso, foram descritos casos de homens com sinais da doença mas com cariótipo feminino (46 XX), mas a explicação para esse fenômeno ainda não foi descoberta. ADULTO COM SÍNDROME DE KLINEFELTER ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS Durante a prófase da primeira divisão meiótica, as quebras cromossômicas ocorrem com freqüência, e é normal que as partes cromossômicas fraturadas se tornem a soldar nos locais de fratura, ou que os cromossomos realizem permutas, isto é, troquem segmentos homólogos. Às vezes, porém, isso não acontece, e os segmentos resultantes das quebras cromossômicas se soldam em posição errada, ou se perdem, o que provoca alterações estruturais, que são denominadas aberrações cromossômicas estruturais. SÍNDROME DO MIADO DO GATO Anomalia determinada por uma deficiência parcial do braço superior do cromossomo número 5; Recebe esse nome em virtude do choro típico dos pacientes afetados, o qual lembra o miado de em gato pequeno em sofrimento (malformação da laringe); *Bebês: Choro característico Peso baixo ao nascimento Atraso no desenvolvimento cognitivo e motor Prega única na palma da mão Orelhas mais baixas que a linha do nariz Dificuldade para se alimentar (pouca força para mamar) Dedos longos. *Crianças: Magros e baixos Face: queixo pequeno, nariz longo, alguns são estrábicos Atrasados em relação ao desenvolvimento motor, da fala e controle fisiológico Dentes projetados para frente(cabeça e maxilar pequenos) Alguns desenvolvem escoliose Sono agitado Problemas no comportamento (hiperatividade) LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA A grande maioria dos casos desse tipo de leucemia apresenta uma alta proporção de metáfases com um cromossomo G muito pequeno, em conseqüência de uma deficiência de, praticamente 40% de seu braço inferior. É de difícil caracterização nas fases iniciais de seu desenvolvimento, mas com a evolução da doença, pode se observar fadiga acentuada e mal estar abdominal, entre outros sintomas. Em muitos casos pode ocorrer surdez ou cegueira e nas mulheres podem ocorrer alterações na menstruação. MALFORMAÇÕES CAUSADAS POR GENES MUTANTES Uma mutação envolve a perda ou mudança na função de um gene e é qualquer alteração permanente e hereditário na sequência do DNA. Pode ser provocada por fatores ambientais (doses de radiação, produtos químicos – carcinogênicos). ACONDROPLASIA Características: Baixa estatura; Membros e dedos curtos; Comprimento normal do tronco; Pernas arqueadas; Cabeça relativamente grande; Testa proeminente; Sela nasal funda. SÍNDROME DO X FRÁGIL Características: Retardo mental moderado principalmente em indivíduos do sexo masculino; Rosto longo e orelhas proeminentes. MALFORMAÇÕES CAUSADAS POR FATORES AMBIENTAIS Apesar do embrião humano estar bem protegido no útero, certos agentes ambientais, chamados teratógenos, podem causar interrupções no desenvolvimento quando a mãe é exposta a eles. Teratógeno é qualquer agente capaz de produzir malformação congênita ou de aumentar a incidência de uma malformação em determinada população. TIPOS DE TERATÓGENOS: DROGAS Álcool: Síndrome do alcoolismo fetal; Retardo do crescimento intra-uterino; Retardamento mental, microcefalia; Anomalias oculares; Anormalidades das articulações; Fissuras palpebrais pequenas. Andrógenos e altas doses de progestógenos: Graus variados da masculinização de fetos femininos; Genitália externa ambígua, resultando em fusão labial e hipertrofia do clitóris; Cocaína: Retardo do crescimento intra-uterino; Microcefalia; Infarto cerebral; Anomalias urogenitais; Distúrbios neurocomportamentais Fenitoína (Dilantina): Síndrome de hidantoína fetal; Microcefalia; Retardamento mental; Ptose palpebral; Dorso do nariz largo e deprimido; Hipoplasia das falanges. Warfarina: Hipoplasia nasal; Epífises pontilhadas; Falanges hipoplásicas; Anomalias dos olhos; Retardamento mental. PRODUTOS QUÍMICOS Metilmercúrio: Atrofia cerebral; Espasticidade; Apoplexia; Retardamento mental. INFECÇÕES Citomegalovírus: Microcefalia; Coriorretinite; Perda sensórioneural; Atraso do desenvolvimento psíco-motor/mental; Hidrocefalia; Paralisia cerebral; Calcificação cerebral. Varicela: Lesões da pele; Anomalias neurológicas; Cataratas; Síndrome de Horner; Atrofia óptica; Microcefalia; Retardamento mental; Malformações esqueléticas; Anomalias urogenitais. HIV: Falha do crescimento; Microcefalia; Testa proeminente em forma de caixa; Dorso nasal achatado; Hipertelorismo; Lábios distendidos. Vírus da Rubéola: Retardo do crescimento pós-natal; Malformações cardíacas e dos grandes vasos; Microcefalia; Surdez sensorioneural; Cataratas; Glaucoma; Retardamento mental; Hemorragia do recém-nascido. Vírus da Herpes Simples: Vesículas e lesões cutâneas; Coriorretinite; Anemia hemolítica; Hidroencefalia. Sífilis: Anomalias dentárias; Surdez; Retardo mental; Lesões na pele e ossos Meningite CONSIDERAÇÕES FINAIS Podem existir fatores genéticos, ambientais, físicos e mecânicos interferentes na formação de um feto. Porém nem todas as malformações congênitas apresentam razões para acontecerem. Cada tipo de malformação apresenta fenótipos típicos para os afetados, além de características psicológicas diferenciadas de uma pessoa cromossomicamente normal. É muito importante que a família do portador da síndrome , tenha o maior conhecimento possível sobre sua condição, para que dessa forma o indivíduo acabe vivendo da forma mais normal possível. Ambiente familiar inclusivo é a base para o bem-estar e segurança das crianças com necessidades especiais. Trata-se de condição necessária, porém nem sempre suficiente, para a inclusão na escola e na sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CLARSON M. Bruce. Tradução de Fernando Simão Vugman e Ithamar Vugman. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 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