IE 327 – Prof. Jacobus 18a Aula Cap. 7 Transistor MOS em Operação Dinâmica – Modelamento de Grande Sinal 7.1 Introdução • Consideraremos variação nas cargas do transistor • Cargas extras Correntes externas : Não tratadas pelo modelamento DC • Necessita novo Modelo Trataremos apenas da parte intrínseca do transistor (Fig 7.1) Modelo conforme cap. 4 (Despreza efeitos de 2ª ordem) Parte intrínseca semicondutor 7.2 Operação Quase-Estática I D IT IG 0 IB 0 I S IT IT hT (VD ,VG ,VB ,VS ) • Para este modelamento precisaremos das cargas totais no dispositivo (Q) e não por unidade de área (Q’) L QI W Q dx 0 L ' I QG W Q dx 0 L ' G QB W Q dx 0 ' B • Não é preciso resolver as integrais basta saber: QI f I (VD ,VG ,VB ,VS ) QG f G (VD ,VG ,VB ,VS ) QB f B (VD ,VG ,VB ,VS ) • QB e QG podem ser consideradas cargas “estocadas” no dispositivo (Cargas Fixas) • Devemos tomar um cuidado maior com QI : Os elétrons entram e saem do dispositivo constantemente (Cargas móveis) Operação Quase Estática Se vD(t), vG(t), vB(t) e vS(t) são as variáveis das tensões nos terminais do MOS, então em qualquer posição as cargas por unidade de área, em qualquer instante t’ podem ser considerados como se fossem tensões DC, bastando substituir nas equações: VD vD (t' ) VG vG (t ' ) VB vB (t ' ) VS vS (t ' ) • Podemos utilizar as equações 7.2.4 • O sinal deve variar lentamente, em sinais rápidos as cargas exibem alguma inércia • Limitações do modelo discutidos adiante (7.6 e 7.7) Exemplo Intuitivo Análogo : Dinâmica de Fluidos 7.3 Correntes nos Terminais em Operação Quase Estática • Desconsiderando as perdas temos: dqG iG (t ) dt dqB iB (t ) dt dq I iD (t ) iS (t ) dt • Pelo Modelo DC não chegamos a solução razoável iD (t ) iS (t ) • Pelo Modelo de aproximação Quase Estático Consideramos: iD(t) Corrente entrando no dreno iS(t) Corrente saindo da fonte dq I 0 dt • Passamos a considerar as correntes de carga iD (t ) iT (t ) iDA (t ) iS (t ) iT (t ) iSA (t ) • As correntes são alteradas por duas cargas fictícias dq S dq D iSA (t ) iDA (t ) dt dt • Exemplo Mecânica de Fluidos (Fig 7.4) Determinação de qI(t) • Várias possibilidades pois se trata de equação diferencial dq D dq S dq I dt dt dt • Escolha óbvia: qD (t ) qS (t ) qI (t ) • Não é muito exato: Visão de qI como cargas estocadas deixa a desejar Não podemos atribuir significado físico a grandezas com diversas soluções qD e qS “vem” necessariamente da fonte e não do dreno • Apesar disto, utilizamos esta aproximação QD W L 0 L x ' x ' QI dx QS W 1 QI dx 0 L L • Como QI é uma função de VD , VG , VB e VS teremos em operação quase estática: qD (t ) f D (vD (t ), vG (t ), vB (t ), vS (t )) qS (t ) f S (vD (t ), vG (t ), vB (t ), vS (t )) • Pela equação da continuidade iT (t ) hT (vD (t ), vG (t ), vB (t ), vS (t )) • Como o disposivivo obedece a Lei de Kirchoff iD (t ) iG (t ) iB (t ) iS (t ) 0 • Utilizando eq. 7.3.4 iDA (t ) iG (t ) iB (t ) iSA (t ) 0 Pelas deduções anteriores, chegamos às expressões gerais, que serão trabalhadas a seguir 7.4 - Cálculos de Cargas em Operação Quasi-Estática • Expressões na forma de integrais • Fórmulas mais simples quando tratadas em regiões de operação separadamente – – – – – – – Inversão Forte Inversão Moderada Inversão Fraca Modelo Geral de Folha de Cargas Depleção Acumulação Curvas obtidas Inversão Forte Expressões de Cargas Totais Expressão Base I DSN W (QI ' ) dx W I DSN Cargas totais do dispositivo dVCB dx QG QI' dVCB QB L QG WQ dx ' G 0 Desenvolvimento x W I DSN QI VCB ' Q I dVCB VSB Q QI' Cox' VGB VFB 0 VCB C hVGB ,VSB ,VCB xL hVGB ,VSB ,VDB ' B ' ox QD QS W 2 I DSN W 2 I DSN W 2 I DSN W 2 I DSN W 2 I DSN VDB ' ' Q Q dVCB G I VSB VDB ' ' Q Q B I dVCB VSB VDB ' 2 ( Q I ) dVCB VSB VDB VSB VDB x ' 2 (QI ) dVCB L x ' 2 1 V L (QI ) dVCB SB Inversão Forte Expressões Gerais, com saturação • Vp é a tensão na qual o transistor entra em saturação (pinchoff) g I (VGB ,VSB ,VDB ), VDB VP QI g I (VGB ,VSB ,VP ), VDB VP • gI(VGB,VSB,VDB) é a expressão de QI em não saturação, de acordo com a fórmula anterior • É possível variar a complexidade de acordo com os modelos para QG’, QB’, QD’, QS’ e IDSN Inversão Forte Modelo Simplificado Expressão para modelo simplificado de inversão forte ' I DS I DS 1 2 W ' VGS VT Cox L 2 2 I ' DS VDS ' 1 V ' , VDS VDS DS 0, V V ' DS DS VDS' VGS VT Aproximação de Taylor no Cálculo de QB’ QI' Cox' VGB VSB VT VCB VSB QB' Cox' 0 VSB 1VCB VSB Resultados Obtidos QI WLC VGS ' ox 2 1 2 VT 3 1 2 1 2 1 VGS VT 1 QB WLC 0 VSB 3 1 ' ox Inversão Forte Modelo Simplificado Princípio de neutralidade de cargas QG Q0 QI QB 0 VGS VT QG WLC ' ox 2 1 2 1 0 VSB Q0 3 1 Cálculo de QD e QS 1 2 V V V V V V GS T CB SB CB SB 2 xL 1 2 V V V V V V T CB SB DB SB GS 2 QD WLC ox' VGS 4 8 12 V QS WLC ox' VGS 6 12 8 V T T 2 151 6 3 2 2 151 4 3 2 Inversão Forte Modelo Simplificado • Saturação: =0 • Início: VDS=0 QB V ' WLC ox 0 VSB 0 QI V ' WLC ox VGS VT 0 DS DS WLC ox' VGS VT QD V 0 DS 2 WLC ox' VGS VT QS V 0 DS 2 QG V 0 WLC ox' VGS VT 0 VSB Q0 DS 1 VGS VT QB ,sat WLC ox' 0 VSB 3 2 QI ,sat WLC ox' VGS VT 3 4 QD ,sat WLC ox' VGS VT 15 2 QS ,sat WLC ox' VGS VT 5 V V 1 QG ,sat WLC ox' GS T 0 VSB Q0 3 Inversão Forte Modelo Simplificado • Aspecto linear das cargas • Funções mais simples de podem ser desenvolvidas • Figuras 7.6 e 7.7 Inversão Forte Modelo Simplificado • Tanto no início quanto na saturação, o dispositivo é independente de VDS • QD é assumido zero devido ao estrangulamento • Modelos completos simétricos também podem ser desenvolvidos Inversão Moderada • Não foram desenvolvidas expressões gerais de cargas para inversão moderada • Região desconsiderada em alguns modelos • Ponto limite: VFB 2F 2F VSB • Erro resultante não muito grande • Modelos semiempíricos • Utilização de modelos completos para avaliar a região de inversão moderada Inversão Fraca Princípio de Funcionamento Cálculo simples Q C ' B ' ox s Potencial de superfície independente da posição s sa 2 VGB VFB 2 4 QI << QB QG QB Q0 Com essas expressões, mais as expressões da corrente para inversão fraca, obtemos as expressões para as cargas em função das tensões dos terminais Inversão Fraca Calculando QI Encontrando as expressões para calcular QI QI’ varia linearmente com a posição QI' ( x) QI' 0 x ' QIL QI' 0 L QIL’ e QI0’ dados no capítulo 4 – funções exponenciais QI' 0 QIL' QI WL 2 QI' 0 QIL' QD WL 3 6 QI' 0 QIL' QS WL 6 3 Na prática, esses valores são desprezados para o cálculo de transientes. Cargas decorrentes da região extrínseca do dispositivo são maiores do que as cargas da região de inversão Modelo Geral de Folha de Cargas Expressões gerais são utilizadas para cálculo de cargas QB' Q C VGB VFB s ' Cox ' I ' ox Q C ' B ' ox s I DS sL 2 W W 1 '2 ' '2 QI Q d Q Q I s t IL I 0 I DS s 0 I DS 2 2 d s dQI' W ' W WQ Wt dx QI d s t dQI' dx dx I DS I DS ' I Modelo Simplificado I DS W 1 '2 '2 ' ' QIL QI 0 t QIL QI 0 ' L 2nCox VGB constante, QI’ varia linearmente com s dQI' nCox' d s 2 '2 QIL QIL' QI' 0 QI'20 nt Cox' QIL' QI' 0 QI WL 3 QIL' QI' 0 2nt Cox' Depleção e Acumulação • Depleção – Circuitos Digitais: de condução ao corte – QI=0 na região de depleção – Calculo idêntico à inversão fraca • Acumulação – s pode ser desprezado – Abundância de lacunas no substrato – Precisão diminui quando VGB se aproxima de VFB QG WLCox' VGB MS QC QG Q0 Curvas de corrente Curvas de Corrente Utilização no cálculo de corrente de terminais • Variando VGS e fixando VDS, observa-se as regiões de inversão mais detalhadas • VDS faz diferença na região de inversão não-saturação • Expressões em função dos terminais podem ser obtidas substituindo VDS, VSB e VGS pelas tensões nos terminais • Uma outra forma é utilizando os potenciais de superfície. Médodo mais complexo • Conhecendo os intervalos de tempo, é possível calcular as cargas qK QK vL VL 7.5 Tempo de Transito sob Condição DC 7.6 Limitações do Modelo Quase-Estático 7.7 Modelo Não-Quase Estático 7.5 Tempo de Transito sob Condição DC (Sec.1.3.1) - Das seções anteriores, podemos calcular: Qi e Ids QI Eq.7.5.1 I DS 1. Inversão forte – Não saturação com Vds muito pequeno: (7.4.22); Vds=0 (4.5.37 a) QI C'ox WL (VGS VT ) I DS C'ox (W / L)(VGS VT )VDS L2 V DS ! Vds, canal considerado uniforme V(deriva) :Cte. 2. Inversão forte saturação: 2 (7.4.27) Q I C ' ox WL(VGS VT ) 3 (4.5.37 b) I DS 4 0 3 1 C ' ox (W / L)(VGS VT ) 2 / 2 0 2 - Ex: 600cm /(v.s), L 1m, (VGS VT ) 2V , 1.2 3. Inversão fraca Vds>5t: (7.4.36) (4.6.12) QI I DS L2 (VGS VT ) 13 ps (Eq. 4.6.11) Q’IL0 1 Q' I 0 WL 2 (W / L) t Q' I 0 - Considerando os mesmos dados do Ex. anterior: L2 (2 t ) 320ps ! Nos três casos foi proporcional ao quadrado de L, pois, Qi ~ L, Ids ~ 1/L. (caso 1) E=Vds/L, L,E V(deriva) 4. Velocidade de saturação • Se a velocidade de saturação estiver presente em algum ponto do canal, então os argumentos discutidos não são válidos, nesse caso determinamos através da máxima velocidade que os elétrons podem ter no canal: L vd -Vgs V’DS (sec.4.5.3), VDS manter a saturação Não é possível diminuir indefinidamente através de Vgs. (Eq. Ítem 2) max 7.6 Limitações do Modelo Quase-Estático - O termo quase-estático é empregado quando tensões terminais variam suficientemente lentas. O que seria isto quantitativamente? - Critérios p/ avaliar o modelo: a) Tipo de forma de onda aplicada aos terminais. b) Regiões de operação envolvida. c) Tipo de resultado desejado (Forma de onda da corrente, atraso, tempo de subida), etc. - Na prática utiliza-se métodos semi-empíricos para avaliar a precisão do modelo: Fig. 7.11a iD (t ) iT (t ) iDA (t ) P/ Vgs<Vt OFF P/ Vgs>Vt Inv. Forte, Vdd Sempre saturado (4.5.37b) (VGS VT ) 2 W iT (t ) C ' ox L 2 (7.3.16a), vs, vb, vd cte q dv i DA (t ) D G vG dt E da eq.(7.4.28) q D 4 WLC ' ox vG 15 dvG cte i DA (t ) cte dt Diferenças do modelo residem em : -Corrente negativa observada (efeitos extrínsecos desconsiderados). -Corrente diferente de zero p/ t<t2. -Corrente muda instantaneamente sem inércia p/ o regime permanente em t3. ! Há boa aceitação do modelo se Tr>20 0 Fig. 7.11 A Questão da Partição da Carga entre Dreno e Fonte Qd e Qs podem ser calculados através de (7.3.9), satisfazendo a relação Qd+Qs=Qi, mas a razão Qd/Qs depende das tensões aplicadas. - Inversão forte – saturação Qd = 40% e Qs = 60% da carga total Qi. Partição 40/60 - Podemos ter ainda a partição 50/50, não apropriada para saturação. - Outra usada 0/100, Qs=Qi e Qd=0 Ida(t)=0, o que concorda melhor com os resultados medidos, onde usou-se 40/60. a) Se Qd e Ida = 0, Id = It !. Vai depender da aplicação. b) Id pode ser negativo devido a transientes, não-saturação. c) Se dVg/dt , pode não satisfazer: t R 20 0 Modelo de Multi-Seguimentos E se não for válido o modelo quase estático? ! Efeitos de segunda ordem serão tratados no cap.8 7.7 Modelo Não-Quase Estático Motivação Divisão em infinitos seguimentos de comprimento infinitesimal. i i ( x, t ) q ' I q ' I ( x, t ) 7.7.2 Equação de Continuidade q I it i Wq' I x t it q ' I Wx Reescrevendo, As variações finitas 0 q' I ( x, t ) i ( x, t ) W x t Eq.7.7.5 (Fig.7.13) 7.7.3 Análise Não-Quase Estática • Vamos considerar p/ facilitar matematicamente, a região de inv. forte. - A versão no tempo de (4.5.10a), permite escrever: q' I ( x, t ) C 'ox [vGB (t ) VFB 0 vCB ( x, t ) 0 vCB ( x, t ) ] (1) -E de (4.5.6), Ids i(x,t) : vCB ( x, t ) i ( x, t ) Wq ' I ( x, t ) x (2) q' I ( x, t ) i ( x, t ) W x t (3) Condições iniciais e de contorno: q ' I ( x,0) 0 q ' I (0, t ) C ' ox (V VFB 0 0 ) q ' I ( L, t ) 0 (Fig.7.14) - Na prática utiliza-se resultados numéricos para o sistema diferencial. • Soluções numéricas td 0.38 0. • P/ t = 0 iD(t) 0.98 ID Análise p/ um alto tempo de subida Análise p/ um tempo de subida próximo de 0 ! Importante: td2 < td1, Vg. Fim!