Exposição ao um estímulo estressor
produz um aumento de longa
duração na aprendizagem aversiva
em ratos
Vitor de Castro Gomes
LANEC-Laboratório de Neurociência Comportamental / PUC-rio
Setembro 2008
Sumário

Introdução





Experimento 1


Resultados
Experimento 3


Resultados
Experimento 2


TEPT
Objetivos
Potencialização da Resposta de Congelamento pelo Estresse
Aparatos
Resultados
Discussão
O que é o Transtorno de Estresse PósTraumático?


A característica essencial do Transtorno de Estresse PósTraumático é o desenvolvimento de sintomas característicos
após a exposição a um extremo estressor traumático,
envolvendo a experiência pessoal direta de um evento real ou
ameaçador que envolva morte, sério ferimento ou outra
ameaça à própria integridade física.
Além disso, ter testemunhado um evento que envolva morte,
ferimentos ou ameaça à integridade física de outra pessoa; ou
o conhecimento sobre morte violenta ou inesperada, ferimento
sério ou ameaça de morte ou ferimento experimentados por um
membro da família ou outra pessoa em estreita associação com
o indivíduo.



A resposta ao evento deve envolver intenso medo, impotência
ou horror (em crianças, a resposta pode envolver
comportamento desorganizado ou agitado).
Os sintomas característicos resultantes da exposição a um
trauma extremo incluem uma revivência persistente do evento
traumático, esquiva persistente de estímulos associados com o
trauma, embotamento da responsividade geral e sintomas
persistentes de excitação aumentada.
O quadro sintomático completo deve estar presente por mais
de 1 mês e a perturbação deve causar sofrimento ou prejuízo
clinicamente significativo no funcionamento social,
ocupacional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo.



O evento traumático pode ser revivido de várias maneiras.
Geralmente, a pessoa tem recordações recorrentes e intrusivas
do evento ou sonhos aflitivos recorrentes, durante os quais o
evento é reencenado.
O indivíduo tem sintomas persistentes de ansiedade ou maior
excitação que não estavam presentes antes do trauma. Estes
sintomas podem incluir dificuldades em conciliar ou manter o
sono, possivelmente devido a pesadelos recorrentes durante os
quais o evento traumático é revivido, hipervigilância e resposta
de sobressalto exagerada.
Intenso sofrimento psicológico ou reatividade fisiológica
freqüentemente ocorrem quando a pessoa é exposta a eventos
ativadores que lembram ou simbolizam um aspecto do evento
traumático.
Fonte: DSM-IV

Os eventos traumáticos vivenciados diretamente incluem, mas
não se limitam a, combate militar, agressão pessoal violenta
(ataque sexual, ataque físico, assalto à mão armada, roubo),
seqüestro, ser tomado como refém, ataque terrorista, tortura,
encarceramento como prisioneiro de guerra ou em campo de
concentração, desastres naturais ou causados pelo homem,
graves acidentes automobilísticos ou receber o diagnóstico de
uma doença que traga risco de vida.
Alguns dados...
Fonte: www.uspharmacist.com
Fonte: www.managedcaremag.com
Fonte: www.usatoday.com
Objetivos



Desenvolver um modelo
animal para se estudar as
bases etiológicas do
Transtorno de Estresse PósTraumático.
Obter algumas similaridades
entre este modelo e o TEPT.
Impossibilidade de simular
todas as facetas do TEPT
em um modelo animal.


Algumas semelhanças de
componentes, como por
exemplo, a modalidade
temporal e a influência do
trauma em aprendizagens
futuras.
Entender como pessoas
afetadas por traumas severos
aprendem e reagem sobre
eventos futuros aversivos.
A Potencialização da Resposta de
Congelamento pelo Estresse

No condicionamento
pavloviano aversivo, um
choque elétrico é fornecido
num determinado contexto,
e a re-exposição a este
contexto provoca uma
resposta defensiva
condicionada, denominada
“Resposta de
Congelamento”.


É um índice confiável de
medo condicionado.
Normalmente, a resposta de
congelamento está numa
relação proporcionalmente
direta com o número de
choques que o animal
recebe no contexto.
A Potencialização da Resposta de
Congelamento pelo Estresse


Entretanto, observa-se que a
pré-exposição a um
estressor pode produzir um
aumento na taxa de resposta
de congelamento
condicionada.
A exposição prévia a
choques elétricos repetidos
atua como um agente
estressor.

Este modelo de
potencialização da resposta
de congelamento
condicionada pode ser
utilizado para se estudar
como o estresse afeta a
aprendizagem de eventos
aversivos futuros.
A Potencialização da Resposta de
Congelamento pelo Estresse


Os experimentos neste
trabalho procuraram,
inicialmente, determinar o
nível de estresse suficiente
para a produção da
Potencialização do
Congelamento, além da
longevidade do efeito do
agente estressor.
Definição clara do agente
estressor.


Diferentes quantidades de
choque foram fornecidas
durante a pre-exposição dos
animais ao contexto A para
determinar quanto seriam
necessários para produzir a
sensibilização.
Além disso, também
objetivou-se determinar a
duração do efeito desta
sensibilização.
Aparatos
Contexto A
0, 1, 4 ou 15
choques
1 choque
Contexto B
Experimento 1
Resultados
Foram necessários
4 e 15 choques para se
obter o efeito da
sensibilização
Importante lembrar que o
“baseline” do primeiro dia
no contexto B foi muito
baixo, indicando que não
houve generalização.
Experimento 2
Resultados
Mantiveram altos níveis de congelamento muito
tempo depois do treinamento em A.
Experimento 3
Resultados
Mesmos resultados do
Experimento 1
3 dias de extinção para
eliminar o “baseline”
Houve persistência da
potencialização mesmo 96 dias
depois do treino em “A”
Discussão dos resultados


Experimento 1: determinouse o nível necessário de
estresse para caracterizar a
Potencialização da Resposta
de Congelamento no
contexto B.
Mais de 1 choque foi
necessário para obter a
potencialização; 4 e 15
choques produziram uma
quantidade similar de
aumento do congelamento.


Tal resultado está de acordo
com dados que mostram que
o condicionamento é
assintótico com 3-5
choques.
De fato, estas quantidades
de choque mostraram-se
suficientes para produzir
uma mudança no estado do
animal que facilitaria seu
aprendizado futuro.
Discussão dos resultados


Já que o TEPT é
caracterizado pela duração
das respostas de estresse
ocasionadas pelo trauma, foi
também examinado a
duração da susceptibilidade
ao estresse dos animais. (3)
Além disso, uma vez
estabelecida a resposta de
medo exagerada, por quanto
tempo ela é mantida. (2)

Sabendo que o rato possui
um tempo de vida estimado
entre 2 e 3,5 anos, um efeito
que dure 3 meses é uma
porção substancial deste
tempo de vida.
Discussão dos resultados


Os resultados do
Experimento 2, por
exemplo, mostraram que o
efeito da sensibilização se
mostrou intacto, mesmo
com testagens de extinção
repetidas.
Estas testagens no contexto
B foram feitas 1, 7, 30 e até
90 dias após o treinamento
na caixa A.


Já no Experimento3,
buscou-se descobrir por
quanto tempo os ratos eram
susceptíveis à sensibilização
após o primeiro contato com
o agente estressor.
De fato, observou-se que 4
ou 15 choques foram
capazes de provocar uma
LTP. Os resultados mostram
que os choque provocaram
mudanças fisiológicas de
longo prazo nos animais.
Discussão dos resultados



Os mecanismos
neuroendócrinos tem um
papel importante na
mediação do estresse.
Animais previamente
expostos ao estresse
possuem níveis de
corticosterona e
corticotropinas elevados.
Glutamato, nor-epinefrina e
dopamina estão envolvidas
nestas respostas.


O modelo proposto permite
importantes comparações
com o TEPT. Os animais
expostos aos choques
iniciais de fato tiveram um
aumento da resposta de
congelamento em outro
contexto.
Pacientes com TEPT
demonstram maiores
facilidades de
desenvolverem outras
fobias, além de terem os
sintomas por vários anos.
Referências

Rau, V., Fanselow, M.S. 2008. Exposure to a stressor produces a long
lasting enhancement of fear learning in rats. Stress, V.1 (9).

American Psychiatric Association, 1994. Diagnostic and Statistical Manual
of Mental Disorders. 4th ed., Whashington, D.C.: American Psychiatric
Press. p. 424-429.

www.uspharmacist.com

www.managedcaremag.com

www.usatoday.com
Obrigado!!
Download

Experimento 1