VALORIZAÇÃO, FORMAÇÃO E AVALIAÇÃO PROFISSIONAL Reflexões a partir da escola que temos e da educação que queremos. 1. Constatações em torno da escola que temos: ► Escola não é atrativa aos alunos; ► Currículo não atende aos anseios dos que freqüentam a comunidade escolar; ► Profissionais da educação tem dificuldades crescentes para realizar seus trabalhos na escola; ► PPP – Na maioria não conferem identidade aos sujeitos no interior da escola nem tão pouco aos que se situam no seu entorno. 2. Constatações em torno dos Profissionais da educação ► Formação inicial não atende às exigências da educação de nosso tempo; ► Formação Continuada relegada a iniciativas individuais com raras inserções no coletivo da escola; ► Na rede estadual: ampla maioria tem formação superior e especialização; ► Carreira: desconfiguração da mesma; dupla jornada; aulas adicionais; ► Direitos negados: aposentadoria; elevação de classe dos profissionais com Arara Azul; 2. Constatações em torno dos Profissionais da educação ►2 a 3 jornadas ► Salas superlotadas ► Difícil acesso aos meios didáticos-pedagógicos; ► Exaustão emocional; ► Não tem acesso a bens essenciais para sua atualização (microcomputador, internet, livros); ► Acesso ao lazer é limitado (filmes, teatro, passeios a centro históricos) , ► Baixa-estima. Educador: “A si mesmo como trabalho” ► Profissão de grandes sacrifícios e poucos reconhecimentos; ► Condições adversas de trabalho; ► Baixos Salários; ► “Crise” do Sistema Educacional Brasileiro; ► Desvalorização profissional; ► “Desmotivação” dos alunos; ► Insegurança no ambiente de trabalho; ► Sentimento comum: vontade de realizar algo e a certeza que pode e que vai conseguir dar algo de si para a educação; Teses educacionais a partir de Paulo Freire: ► Pelo sociólogo Luiz Eduardo Wanderley: Alargamento do conceito do educativo (para além da educação estritamente escolar); Politicidade inerente à educação; Conhecimento dos limites da prática educativa; Construção de uma nova cultura política; Princípio da gestão democrática; Pedagogia da pergunta. Teses educacionais a partir de Paulo Freire: ► Pelo historiador José Eustáquio Romão: A escola deve ser o canal de resgate científico de expressão da cultura popular; A escola deve ser o espaço das reflexões sobre as determinações sociais; A escola deve ter uma função insurrecional, ou seja, deve se constituir num espaço de organização política das classes populares e instrumento de luta contra-hegemônica. Teses educacionais a partir de Paulo Freire: ► Por Moacir Gadotti: A aprendizagem é muito facilitada se os novos conhecimentos a construir forem RELACIONADOS com saberes anteriores dos alunos; A utopia é o verdadeiro realismo do devir humano. Isso significa que para ser realista em educação, o educador precisa ser utópico: a utopia representa um impulso para se colocar a caminho para além do dado histórico. Ela se torna desafio e estímulo; As reformas pedagógicas (e curriculares) para o povo (e os alunos) fracassam, porque são feitas para ele não por ele: o povo (e os alunos) acabam sendo o objeto e não o sujeito ativo das mudanças. Globalização, Estado Mínimo e Educação ► Diante da realidade; ► Tensionados pelo meio social; ► Educadores desafiados; ► Multiplicam-se os problemas; ► Legislação redutora de direitos: EC 19 – Reforma Administrativa EC 20 – Reforma da Previdência EC 14 – Fundef No Estado LC 206/2004 Consequências ► Identidade Expropriada; ► A luta do Movimento Sindical: Para que o trabalhador da educação como todo cidadão seja construtor de outro modelo de sociedade; Afirmação da concepção de estado como bem público e caminho para a construção de valores justos e humanitários; Lutar contra a vertente neoliberalizante do estado que a tudo transforma em mercadorias e a todos transformam em clientes. Para a CNTE ► Lutar pela universalização do direito à educação pública; ► Lutar pela concepção emancipadora da educação em contraposição a cultura de mercado; Para a CNTE ► Carreira, jornada, salário e formação (incluída a profissionalização dos funcionários) ► Componentes indissociáveis e compõem a base do profissionalismo dos educadores brasileiros; A constituição de planos de carreira em todos os estados e municípios, de acordo com as atuais legislação nacional; Para a CNTE A consolidação de política salarial conjugada a carreira visando reverter as perversas políticas de abono salarial e de “premiação” que se alastraram pelo país; A realização de concursos públicos para substituir o alto contingente de pessoas contratadas temporariamente; Implantação de políticas para formação inicial e continuada, as quais são importantes para motivar os/as trabalhadores/as e para melhorar a qualidade da educação. Carreira ► Para todos os trabalhadores; ► Um bem da sociedade; ► Nossa crítica ao PDE: A ausência de princípios norteadores para a carreira dos profissionais da educação é uma das fragilidades do PDE; IMPORTANTE: Os/as trabalhadores/as da educação deverão empenhar-se na aprovação do PL 1.592/2003, de autoria do deputado Carlos Abicalil, que visa fixar diretrizes nacionais para a carreira de toso os profissionais de educação básica. O que propõe o PL 1592/03 ► Instituir em todas as esferas planos de carreira para seus profissionais dentro dos seguintes princípios: Educação Básica direito e dever; Concurso Público; Critérios objetivos e científicos para movimentação na carreira; Remuneração condigna nunca abaixo do PSPN; Progressão salarial na carreira; O que propõe o PL 1592/03 ► Jornada de trabalho preferencialmente em tempo integral; ► Incentivo a dedicação exclusiva; ► Participação no Planejamento; ► Gestão democrática; ► Licenças sabáticas. Piso Salarial profissional Luta histórica da categoria (dois séculos de atraso); ► O contexto do financiamento da educação básica; ► Tem que ser pensado para a realidade de milhões de pessoas no país que dedicam a maior parte da sua vida na construção de uma SOCIEDADE JUSTA E FRATERNA; ► Tem que ser estabelecido para suplantar este paradoxo: por ser os profissionais dedicados são os que tem uma realidade precária e de difícil acesso aos bens culturais, científicos e tecnológicos necessário ao próprio exercício profissional; ► Valor abaixo do qual não se poderá pagar; ► Piso Salarial Profissional ► Conceito: Piso é um “valor” abaixo do qual não poderão ser estabelecidos vencimentos iniciais de carreira; ► “Piso” significa um ponto de partida e não um limite; ► Não deve ser confundido com vencimento; Piso salarial – a proposta da CNTE ► R$ 1.050,00 para nível médio; ► R$ 1.575,00 para nível superior; ► Valor resultante da atualização pelo ICVDIEESE do Piso Salarial Profissional estabelecido com o Acordo de 1994; ► Jornada de 30 horas semanais Piso Salarial – a proposta do(s) governo(s) ► Valor R$ 850,00 Calculado pelo INPC – diferença de 12,35%; ► Jornada de 40 horas; ► Não vincula a formação – o que significa que o Piso será a referência para formação de nível médio à pós-graduação (nega o conceito de carreira e desestimula a formação continuada); Piso Salarial – a proposta do(s) governo(s) ► Parágrafo único do artigo primeiro: determina que o valor de R$ 850,00 “compreenderá todas as vantagens pecuniárias, pagas a qualquer título” (desconstituição do conceito de Piso); ► O Piso é para o ano de 2010; ► O Piso limita-se ao Magistério. Nossa crítica ao PDE ►A política de valorização dos profissionais da educação, prevista no PDE é insuficiente e indigna; ► O Piso proposto: Não estimula a formação; Não prevê hora atividade dentro da jornada Destrói o conceito de Piso Formação ► Em pesquisa realizada pelo MEC em 2003, aponta a formação como a principal preocupação dos trabalhadores: Formação continuada – muito interesse em participar (81,14%) com financiamento custeado pelo poder público(87,6%); Carreira e formação – progressão na carreira também regulada pelo mérito (71%), promoção pela competência profissional (70,4%) Formação ► Políticas Públicas (escala de 1 a 10): Programas de educação continuada (9,3); Exigência de qualidade nos cursos de formação (9,1); Gratificação por comprovada competência (8,7); Sistemas estaduais de avaliação (8,5); Piso Salarial nacional para a educação básica (8,2) e, Programas de aceleração de aprendizagem Para a CNTE ► Significa que os educadores brasileiros estão comprometidos em fazer sua parte: melhorar sua prática, formar-se permanentemente e atualizar seus saberes; ► Falta aos governos e aos sistemas a adoção de medidas que garantam as condições indispensáveis ao trabalho dos educadores; ► Medidas que não se limitem a mudar números, mas incidam sobre a qualidade do trabalho. Avaliação ► Somos ► Somos favoráveis a avaliação; contrários a avaliação de caráter meritocrática, desvinculada de um processo de avaliação do sistema e que vem no sentido de punir o trabalhador com a demissão; ► A avaliação não pode ser estanque, separada da prática; ► A avaliação tem que ser parte de um processo (progressiva) que tem na própria avaliação a condição diagnóstica que possa apontar para um processo de superação do problemas detectados. Papel da avaliação ► Diagnosticar; ► Problematizar; ► Provocar mudança durante a própria aprendizagem; ► A avaliação deve extrapolar os limites de uma prova e converter-se em ajuda real aos educadores; A proposta do SINTEP/MT ► Reafirmar as proposições do Capítulo do PEE que trata da Formação e Valorização dos Profissionais da Educação: Um dos aspectos fundamentais do PEE; Criar as condições para que mantenham o entusiasmo inicial, a dedicação e a confiança nos resultados dos trabalhos pedagógicos; A realidade demanda ao estado comprometimento na formação de um profissional pesquisador, reflexivo, crítico e comprometido com a qualidade do ensino A Avaliação ► Necessariamente articulada com a FORMAÇÃO, a CARREIRA e o SALÁRIO, precisa-se estabelecer um elo entre as bases teóricas do conhecimento e o mundo do trabalho, a escola, seu projeto educativo e suas circunstâncias. Reafirmar as proposições do PEE: ► Superação dos obstáculos financeiros voltados à formação e valorização dos profissionais em educação: Melhoria das condições de trabalho; Implantação de piso salarial; Ampliação dos recursos e, Alteração da política tributária. Diretrizes do PEE ► Educador como cidadão e profissional; ► Sistema de educação continuada; ► Jornada única de trabalho num único estabelecimento de ensino; ► Piso salarial digno; ► Política de formação inicial e continuada prevista em lei; ► Garantia da carreira com dedicação exclusiva; Reafirmar Proposta do SINTEP/MT ► Audiência do dia 13/02 IMPLANTAÇAO DO PEE; REGIME DE COLABORAÇÃO; QUALIDADE NA EDUCAÇÃO (QUALIDADE NA APRENDIZAGEM COM PROMOÇÃO PROFISSIONAL); DEBATE DOS RESULTADOS DA APRENDIZAGEM DO PROVA BRASIL; LOPEB E PISO SALARIAL. A EXPECTATIVA DA MUDANÇA DE RUMOS NA EDUCAÇÃO EM MT ► Respeito a carreira dos profissionais da educação; ► Aprovação do PEE conforme resultado da Conferência; ► Autonomia das escolas na definição do seu PPP e, ► Concurso público para todos os cargo previsto na carreira