Avaliação da Viabilidade
Econômico-Financeira
em Projetos - 5ª aula 06/05/15
ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA
PLANEJAMENTO DE CAIXA
Planejar o caixa significa estabelecer com antecedência,
as decisões financeiras que serão tomadas em
circunstâncias e condições previamente estabelecidas,
com a previsão dos recursos que serão utilizados para que
os objetivos traçados possam ser atingidos.
Quando se fala de “caixa” a abrangência é para todo o
disponível, ou seja, para todo recurso em dinheiro que
circula pelo ativo das empresas. O Ativo Circulante é um
“grande caixa” que, partindo do dinheiro propriamente dito,
se “dilui” pela utilização em outras contas que compõem o
ativo como um todo, desde o circulante ao ativo fixo,
retornando a ser “caixa” e assim sucessivamente.
Para melhor gerenciar o fluxo de caixa, é necessário que
ele seja um instrumento gerencial para tomada de
decisões, tanto para coletar e organizar os dados como
para gerar subsídios que permitam a análise de
desempenho financeiro da empresa. Com o manejo do
fluxo de caixa, o gestor financeiro tem condições de
compatibilizar, no tempo, as contas a pagar com as
contas a receber, e consequentemente, tomar decisões
sobre situações importantes como:
- O melhor momento de comprar e pagar;
- O melhor momento de vender e receber;
- Os momentos com acúmulo de contas a pagar;
- E a projeção de sobras e falta de caixa.
PLANEJAMENTO DE CAIXA - 2
Um planejamento de caixa comporta três tipos específicos:
1- Planejamento estratégico de caixa, que é de longo
prazo, antecipado aos fatores externos e internos à
empresa, sinalizando quase sempre decisões complexas
que envolvem grande volume de recursos;
2- Planejamento tático de caixa, que tem um alcance mais
curto em termos de prazo, envolvendo normalmente a
necessidade particular de alguma área, como a de
marketing por exemplo;
3- Planejamento operacional de caixa, que tem a finalidade
de maximizar os recursos aplicados em operações de
determinado período, geralmente de curto e médio prazos.
PLANEJAMENTO DE CAIXA - 3
Em essência o planejamento de caixa é uma ação
estratégica, razão de pertencer a um sistema
orçamentário.
Todos os orçamentos que são elaborados, culminam
no orçamento de caixa, que dá o tratamento final às
possibilidades financeiras que intencionam estes
orçamentos.
POLÍTICA FINANCEIRA
Política, num ambiente financeiro, é um modo de ação que
norteia a direção e o sentido para um processo de tomada
de decisões que podem se repetir continuamente, ou que
ocorram para atingirmos um objetivo.
Como exemplo de uma política financeira, temos a
empresa que adota uma política de preços do tipo
“cobrimos qualquer oferta” para aumentar seu faturamento
e, com isso, alcançar um acréscimo de por exemplo, 15%
em suas vendas anuais. Visando atingir tal objetivo a
empresa autoriza a concessão de descontos de até 10%
em seus preços a venda.
ADMINISTRAÇÃO DO CAIXA
É o aspecto mais prático que envolve os saldos bancários
de livre movimentação e as aplicações financeiras de
resgate ou liquidez mais ou menos imediatas.
O nível de saldos médios ou reserva de segurança deve
ser objetivado pelo que denominamos fluxo diário de caixa.
As empresas devem ter uma previsão do seu dia a dia, dos
valores que provavelmente serão depositados nos bancos
nos diversos dias e dos valores que, com certeza, deverão
ser pagos naquelas datas.
Este fluxo diário é o que norteia o nível de saldo médio,
que devem ser aplicados no mercado financeiro,
observada a liquidez, segurança, risco e rentabilidade.
ADMINISTRAÇÃO DO CAIXA - 2
É importante destacar que saldo bancário excessivo não
significa necessariamente a existência de lucro. O lucro
pode, sim, se transformar em saldo bancário, também pode
estar em qualquer conta do ativo, nos estoques ou mesmo
no financiamento do total de contas a receber por exemplo,
e não necessariamente à disposição para que se paguem
contas ou se adquiram bens para circulação ou não.
Um orçamento diário de caixa é uma projeção diária das
entradas e saídas para um período de tempo
imediatamente seguinte ao da data da sua elaboração.
ADMINISTRAÇÃO DO CAIXA - 3
No Capital Circulante Liquido, o fluxo diário de caixa é uma
previsão próxima da realidade, num horizonte de tempo de,
por exemplo, um mês seguinte, pois quanto maior o
período de tempo a ser previsto, maior será a
probabilidade de desvios em relação a esta previsão,
porque aumenta o grau de incerteza dos lançamentos
esperados. Dessa forma se desejarmos aumentar o Capital
Circulante Liquido, não devem ser realizados empréstimos
bancários de curto prazo, sob pena de anulação da
operação, pelo fato de que tanto o ativo circulante como o
passivo circulante serão ampliados no montante do
empréstimo contraído.
ADMINISTRAÇÃO DO CAIXA - 4
Como regras básicas a respeito do Capital Circulante
Líquido, podemos relacionar algumas afirmações:
a) Quanto maior o CCL menor será o risco de termos
problemas financeiros envolvendo pagamentos
atrasados ou descumprimento de obrigações nas datas
previstas;
b) Se a participação dos estoques no ativo circulante da
empresa for muito elevada, o CCL poderá não significar
folga financeira;
c) Se a conta de duplicatas a receber apresentar prazos
extensos, um prazo médio de recebimento das vendas
excessivo, o CCL poderá não ser folga financeira;
ADMINISTRAÇÃO DO CAIXA - 5
d) O CCL de valor baixo pode não implicar
necessariamente em se ter problemas com
pontualidade no cumprimento das obrigações diárias;
e) Quando um gestor financeiro aplicar recursos no ativo
permanente, ele deve ter noção de que poderá
provocar diminuição no CCL se estes recursos forem
suprimidos do ativo circulante. Da nada adiantará,
também, se os recursos forem obtidos a curto prazo.
Para tanto, quando se aplicar recursos no ativo
permanente, o ideal é que se obtenha estes recursos
através do exigível a longo prazo ou através dos
acionistas ou sócios.
ADMINISTRAÇÃO DAS DUPLICATAS A RECEBER
Administrar as duplicatas a receber ou, como também é
chamado o contas a receber significa cuidar do crédito e
da cobrança nas transações a prazo.
A decisão sobre vendas a prazo passa pelo
estabelecimento de uma política de concessão do crédito,
sem o qual poderemos ter problemas com a cobrança.
O crédito divide-se em dois tipos: o crédito público
(governo federal, estadual e municipal) e o crédito privado
(entre pessoas ou entre empresas/bancos). O crédito
privado se divide ainda entre crédito mercantil e crédito
bancário.
ADMINISTRAÇÃO DAS DUPLICATAS A RECEBER – 2
O crédito mercantil é a forma mais comum de
financiamento a curto prazo, e também é conhecido
como crédito comercial. Podemos definir crédito
mercantil como sendo o crédito a curto prazo
concedido por um fornecedor a um comprador, em
decorrência da compra de mercadorias, matériasprimas ou serviços.
O crédito bancário, conhecido de todos, é a forma
mais habitual de se obter recursos para capital de giro,
financiamentos de curto, médio e longo prazos em
variadas modalidades de empréstimos.
ADMINISTRAÇÃO DAS DUPLICATAS A RECEBER – 3
Um outro tópico de extrema importância na análise
deste importante componente do ativo circulante é o
que diz respeito à segurança do crédito.
Quando o assunto é risco de crédito, segurança
absoluta é uma utopia. Segurança relativa com base
nas técnicas mais apropriadas de concessão de
crédito é o objetivo mais adequado.
Para ajudar a mitigar o risco durante a concessão de
crédito, podemos fazer uso dos 5 Cs, são eles:
ADMINISTRAÇÃO DAS DUPLICATAS A RECEBER – 4
1 - Caráter - Refere-se à determinação de pagar; é a
integridade ou qualidade moral que se traduz em
honestidade em todas as transações comerciais;
2 - Condições - Refere-se às condições financeiras
ligadas à conjuntura econômica, do país ou entre as
nações, ao ambiente econômico e sua organização ou
desorganização.
3 - Capacidade - Refere-se às condições de
gerenciamento do negócio que o cliente possui, a sua
competência administrativa e suas habilidades.
ADMINISTRAÇÃO DAS DUPLICATAS A RECEBER – 5
4 - Capital - Refere-se às condições materiais de que
dispõe o cliente, se ele possui ou não capital de giro
suficiente para trabalhar e gerir o negócio.
5 - Colateral - Refere-se às garantias e bens pessoais
que o cliente oferecerá para hipótese de o negócio ruir
ou fracassar.
PLANO DE NEGÓCIO
DESPESAS
Despesas (1)
Aluguel
Energia Elétrica
Água
Telefone
Internet
Despesas (2)
Funcionários
Tributos/Impostos
Contabilidade
Despesas (3)
Matéria Prima
n
Despesas (4)
Financiamentos
n
RECEITAS
produto 1
produto 2
n
LUCRO/PREJUIZO
mês 1
mês 2
mês 3 mês 4 mês 5 mês 6
mês 7
mês 8
mês 9
mês 10
mês 11
mês 12
PRINCIPAIS OPERAÇÕES
DE
CRÉDITO A EMPRESAS
FINANCIAMENTOS DE CURTO PRAZO
- Crédito Bancário (Desconto de duplicata, Hot
Money, etc);
- Empréstimos de curto prazo;
- Empréstimos em Conta Corrente;
- Capital de Giro;
- Factoring;
- Crédito por assinatura (Aval bancário, fiança ou
garantia bancária);
- Financiamento garantido por estoque;
FINANCIAMENTOS DE LONGO PRAZO
- FINAME;
- Leasing ou arrendamento mercantil;
- Leasing operacional;
- Lease back
- Crédito Direto ao Consumidor - CDC;
- Capitais alheios estáveis (Recursos de sócios);
- Linhas de créditos no BNDES (Além do FINAME).
CAPITAL DE GIRO
Vários estudos sinalizam inúmeras opções a fim de obtermos
o valor adequado da necessidade de capital de giro.
Em uma análise do capital de giro é importante darmos
atenção especial às contas: Duplicatas a Receber e
Estoques.
Existem basicamente dois ciclos existentes para o capital de
giro, são eles:
- Ciclo operacional, que é o tempo decorrente desde a compra
da matéria-prima ou as mercadorias para revenda, passando
pela venda dos produtos, até o recebimento desta venda.
- Ciclo financeiro, que é o tempo decorrente entre todas as
movimentações de caixa. Abrange todo o período
compreendido desde a compra dos estoques e vai até o
período do recebimento das vendas.
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administração do caixa