UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA III ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID/UFCG Campina Grande (PB), 14 a 16 de Dezembro de 2012 Panóptico educacional: a função da arquitetura escolar na disciplinarização dos corpos na Escola Severino Cabral Alisson Felinto Trajano, Edinete Rodrigues de Sousa, Leonardo Augusto Silva Leite, Maria Jucineide Araújo, Osmael Márcio de Sena Oliveira, Tatianne Ellen Cavalcante Silva, Wilker de Oliveira¹, Aída Célia Azevedo Costa, Luciana Siqueira Walter², Eronildes Câmara Araújo³. INTRODUÇÃO Percebendo as instituições sociais dentro de um sistema disciplinarizador, observamos que este abrange as mais diversas conjunturas, logo que este está permeado por toda a sociedade moderna. Logo o presente trabalho visa analisar a arquitetura da Escola Estadual de Ensino Médio Severino Cabral - Campina Grande-PB, enquanto espaço disciplinador, no que concerne as influências que o mesmo exerce enquanto poder disciplinar historicamente construído sobre os sujeitos envolvidos na escola, sendo um elemento que produz identidades, cria códigos e estabelece normatizações aos indivíduos. A arquitetura escolar não é uma construção “ingênua” e sim uma produtividade para formar os sujeitos nos padrões exigidos pelo sistema disciplinar capitalista. Figura 3 METODOLOGIA Fonte: Fotos feitas pelos bolsistas de iniciação a docência do subprojeto de História na Escola Estadual de Ensino Médio Severino Cabral - 2012. O início dessa pesquisa se deu a partir do mês de agosto de 2012, mês no qual foi iniciada as atividades do subprojeto de história- PIBID na Escola Estadual de Ensino Médio Severino Cabral. Buscou-se no primeiro momento fotografar os espaços internos e externos inerentes a escola, na perspectiva de analisar a arquitetura através dessas fotografias. Dentro dessa análise foi notado o quanto esta arquitetura vem influenciar os sujeitos nela inseridos. A partir disso buscamos dialogar com algumas teorias referentes à arquitetura, que nos dessem aporte para melhor explanação dessa análise do espaço escolar, não esquecendo também que buscamos teorias que não tratasse apenas da arquitetura em si, mas também como os sujeitos disciplinados são colocados neste espaço. Para tanto utilizamos a teoria de Michael Foucault referente a sociedade disciplinar, tendo como base sua obra “Vigiar e Punir”, no qual utilizando-se da simbologia do panóptico analisa a sociedade disciplinar mostrando que seus tentáculos de controle dos indivíduos estão inseridos nas instituições, um exemplo, é a escola. A disciplinarização escolar chega a seu ápice dentro da sala de aula (Fig.3), tendo esta todos os recursos dispostos para esta função, desde as disposições enfileiradas das cadeira, que propõem ter alunos sempre de frente para o professor e de costa para o colega de sala, como também as janelas que permitem uma visibilidade da sala de aula pelos responsáveis pela ordem escolar em contra partida permite ao professor observar os alunos que momentaneamente se ausentem da sala de aula. Todos esses espaços destacados compõem parte da arquitetura analisada, tendo em vista que essa em seu teor é constituída como forma de controle por parte daqueles que “detém o poder” institucional. Em contra ponto a isso temos também as estratégias criadas pelo o alunado que mesmo estando rodeados de agentes que normatizam a sua estada no espaço escolar, esses por RESULTADOS E DISCUSSÃO Projetando os olhares para todo o contexto disciplinar no qual a Escola Estadual de Ensino Médio Severino Cabral sua vez; muito embora não tendo consciência da constante disciplinarização ao qual estão inseridos, criam táticas que burlam esses espaços de poder e de fiscalização, a exemplo das figuras (1, 2, 3) acima analisadas. está inserida nota-se que desde sua localização, o poder disciplinar está presente. Situada em frente a uma igreja, instituição também de cunho altamente disciplinador das práticas dos corpos e da “moral” social, bem como a escola se mostra como um agente efetivo da disciplina. CONCLUSÕES Quando nos deparamos com o interior da escola esta se mostra voltada para o regramento dos indivíduos, cada um Diante dos dados obtidos com a análise, podemos concluir que a Escola Estadual Severino Cabral de seus ambientes é construído de modo a viabilizar esse controle, desde o modelo da porta de entrada e saída ( Fig. segue os moldes das construções contemporâneas da sociedade capitalista, pois sua arquitetura 1) é formada, tendo em vista que esta possui uma abertura que permite identificar os sujeitos que tem por objetivo determina e separa os espaços em que o alunado deve utilizar, produzindo desta forma discursos e adentrar na escola. Outro aspecto de relevância ao qual se percebe é a localização das salas voltadas para o teor práticas de subjetivação desenvolvidas por uma estratégia de controle social. Então, a partir da administrativo e docente, onde nestas são restritas as presenças do corpo discente; salvo ocasiões especiais, que por observação dos espaços na escola é perceptível que o poder estende-se por todos os lados, sem ordem, requer a presença dos alunos. (Fig. 2). ter um titular, mas sempre exercendo uma direção, ou seja, o poder pode se dar de forma pulverizada e de controle, como no caso da arquitetura, sendo utilizada como agente facilitador do exercício do poder disciplinar, no qual auxilia na observação do alunado pelos gestores e professores. AGRADECIMENTOS Ao programa CAPES/PIBID pelo financiamento do projeto de iniciação a docência e à UFCG pela concessão da bolsa de Iniciação Docência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Fonte: Fotos feitas pelos bolsistas de iniciação a docência do subprojeto de História na Escola Estadual de Ensino Médio Severino Cabral 2012. ESCOLANO, Augustín. Arquitetura como programa. Espaço-escola e currículo. In:Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como programa. Trad. Alfredo Veiga-Neto. 2.ed. Rio de Janeiro: DP&A,2001. FOUCAULT, Michel.Vigiar e punir: história da violência nas prisões. 5. ed. Petropólis: Vozes, 1987. ____________________________________________________________________________________________________ ¹ Bolsistas de iniciação a docência, Subprojeto História – PIBID/ UFCG. ²Professoras supervisoras Subprojeto História – PIBID/ UFCG, da Escola Estadual de Ensino Médio Severino Cabral. ³ Coordenadora do Subprojeto História – PIBID/ UFCG. FRAGO, Antonio Viñao e ESCOLANO, Augustín . Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como programa. Trad. Alfredo Veiga-Neto. 2.ed.Rio de Janeiro: DP&A, 2001.