O RELATÓRIO DE
PESQUISA:
DIZENDO AOS OUTROS O QUE
FIZEMOS E O QUE APRENDEMOS
Profª Drª ELIZABETH TEIXEIRA
DIÁRIO DE VIAGEM: o texto
Busca-se “a unidade, congruência e
consistência da obra da pesquisa e
dela nessa lógica se arma a
estrutura em que o sujeito assume
sua dupla dimensão de assujeitado
à sua obra e de responsável por ela,
em seu caráter criador-produtor.
Nesse caráter [...] mais interessa o
prazer da aventura humana do que
os resultados alcançados” (p.116).
O CARÁTER DO DIÁRIO
“ O que planeja produzir com
os dados afeta aquilo que
escreve e a forma como
organiza a sua escrita”
(BOGDAN & BIKLEN, 1994, p.244)
Um trabalho monográfico?
“um tratamento estruturado de um
único tema, devidamente
especificado e delimitado […]
Toda monografia científica deve
ser necessariamente
interpretativa, argumentativa,
dissertativa e apreciativa”
(SEVERINO, 2000, p. 152)

Dissertação?

Tese?

“Deve demonstrar
uma proposição e
não apenas
explanar sobre um
assunto […] há
lugar tanto para a
argumentação
puramente
dedutiva, como
para o raciocínio
indutivo”

“Colocar e
solucionar um
problema
demonstrando
hipóteses
formuladas […]
contribuição
suficientemente
original a respeito
do tema […] um
progresso para a
área científica”
(SEVERINO, 2000, p.151)
O TODO DA OBRA:

O MAPA: o sumário
O desafio é encontrar o
equilíbrio entre o todo
(o relatório), as partes
(os capítulos) e os tópicos
(partes dos capítulos).
Os títulos são mutantes até a
versão final ficar pronta.

OS PASSAGEIROS: todos os
interlocutores
O próprio pesquisador, capitão do
navio, os passageiros-testemunhas
do campo empírico, os tripulantesadvogados do reino das teorias
referenciadas, os convidadosleitores, em especial o orientador.
Todos estão convocados à
interlocução, compondo uma
verdadeira comunidade
argumentativa.
O texto será tecido com os fios
escolhidos entre os
passageiros, ou seja, as
citações.
“Na citação conjugam-se,
assim, os atos de ler e de
escrever no ato de reescrever”
(MARQUES, 2003, p.113).

AS ROTAS: os meios revelados
“Se os caminhos se fazem andando,
também o método não é senão o
discurso dos passos andados”
(MARQUES, 2003, p. 114-5).
Cabe ao pesquisador, no desdobrar
dos capítulos e partes, ir revelando
enfoque e métodos (quais e porque
adotou), técnicas (quais e como
utilizou), instrumentos (quais, como
elaborou e aplicou, com quem)
AS PARTES DA OBRA

PRÉ-TEXTO: a sala-de-visita

Indica elementos de identificação do
autor, orientador e examinadores (capa,
folha de rosto e folha de aprovação)
Traz um pensamento-inspiração
(epígrafe), e faz destaques especiais
(dedicatória e agradecimentos)
Apresenta o resumo (síntese da viagem)
Organiza listas (se necessário)
Apresenta o sumário





TEXTO:

Introdução: a última parte que se
escreve e que apresenta a obra

Apresenta o tema no contexto da
literetura ou do debate atual
Indica a relevância e as rezões da
escolha (implicação e experiência
pessoal-profissional)
Problematiza o tema, traz questões à
responder, formula hipóteses/variáveis
Aponta os objetivos gerais e específicos
Descreve o plano do restante do trabalho





Desenvolvimento: um todo
encadeado

Cada seção ou capítulo deve ser
estruturada da mesma forma em
todo o manuscrito (início, meio e
fim), associando-a à seção ou
capítulo seguinte
A tarefa é convencer o leitor da
plausibilidade do que expõe
Traz as bases teóricometodológicas
Apresenta, analisa e discute os
resultados




Os resultados: a mensagem do
capitão da viagem

Eis o que encontrei (ouvi, vi,
registrei,li) e os detalhes que
apoiam esta perspectiva
Eis meu ponto de vista, análise,
explicação e interpretação
Eis também algumas perspectivas
alternativas de compreensão e
porque a que escolhi me parece
ser a mais consistente.



Conclusão: nunca conclusivas

Pode reafirmar o foco e as
argumentações
Pode indicar implicações
Pode propor e sugerir ações
Pode, ainda, apontar para novos
horizontes de pesquisa
Mas deve chegar ao porto de
partida (responder as questões e
atender os objetivos).





PÓS-TEXTO: âncoras e
parceiros

Traz as referências lidas, citadas,
consultadas.
Pode incluir o que se construiu,
como os modelos dos instrumentos
aplicados (apêndices)
Pode incluir outras construções
obtidas (anexos)
Pode ainda trazer um glossário de
termos utilizados no texto



REFERÊNCIAS



BOGDAN, R.; BIKLEN, S.
Investigação qualitativa em
educação. Porto: Porto Editora,
1994.
MARQUES, M. O. Escrever é
preciso: o princípio da pesquisa. 4
ed. Ijuí: Editora UNIJUÌ, 2003.
SEVERINO, A. J. Metodologia do
trabalho científico. 21ed. São Paulo:
Cortez, 2000.
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