A POESIA DE EUCANAÃ FERRAZ SOB UM OLHAR CABRALINO João Felipe Gremski IC Voluntária Orientador: Waltencir Alves de Oliveira Colaboradores: Rafael Rigoni; Iamni Reche Introdução e Objetivos O presente trabalho é uma análise comparativa entre a obra do poeta Eucanaã Ferraz a partir de características atribuídas ao fazer poético de João Cabral de Melo Neto. Busquei atestar se a “desagre gação da metáfora”, presente em Cabral, ocorre na poesia de Eucanaã, e se a experiência interior subjetiva, suprimida em Cabral, se faz presente na obra de Eucanaã; para concluir, discorri a respeito da pessoalidade do eu-lírico de Eucanaã. Métodos Foi realizada a leitura da obra de Eucanaã Ferraz publicada até o momento e dos principais livros de João Cabral; além disso, fiz a leitura de textos teóricos que pudessem ser pertinentes para a pesquisa. Referências MELO NETO, João Cabral de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Ed. Nova Aguilar. 2003. FERRAZ, Eucanaã. Cinemateca. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. Resultados e Discussão Com relação à desagregação da metáfora, pude encontrar, embora de maneira mais discreta do que em João Cabral, esse procedimento ao longo de toda sua obra poética; embora sejam exemplos isolados, eles demonstram uma clara influência de Cabral na poesia de Eucanaã, principalmente naquilo que remete ao uso desse procedimento para conferir visualidade às descrições. No que diz respeito à experiência interior subjetiva, pude atestar que ela é mantida em praticamente toda a sua obra; o “eu” poético de Eucanaã Ferraz tende a manter aquilo que foi exteriorizado e, em alguns momentos, até mesmo reforçar a necessidade desse lado abstrato e íntimo não só na poesia, mas também no mundo à sua volta, fazendo com que a sua poesia seja mais referencial e até mesmo autobiográfica. Ao fazer isso, o sujeito poético atua com uma voz pessoal e, embora sob controle da sua matéria escrita, sentimental. Conclusões Ao longo do trabalho, foi interessante observar a maneira com que cada poeta utiliza a palavra tanto no sentido de manipulá-la como um exercício de linguagem, aspecto mais marcante em João Cabral, como a maneira de expressar algo através delas, e, nesse aspecto, Eucanaã difere muito de Cabral.