FACULDADE ARAGUAIA * GOIÂNIA A PESQUISA E A PRODUÇÃO ACADÊMICA: A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO E DE PÓSGRADUAÇÃO. 10 de novembro de 2011 Prof. Dr. Antônio Joaquim Severino Professor de Filosofia da Educação Uninove e Feusp Não pode haver ensino sem pesquisa... Nas instituições de ensino superior, a aprendizagem, a docência, a ensinagem, só serão significativas se forem sustentadas por uma permanente atividade de construção do conhecimento. Tanto quanto o aluno, o professor precisa da pesquisa para bem conduzir um ensino eficaz. O professor só pode ensinar com base na sua prática efetiva de pesquisa... São dois os motivos pelos quais o professor precisa manter-se envolvido com a pesquisa: primeiro, para acompanhar o desenvolvimento histórico do conhecimento, segundo, porque o conhecimento só se realiza como construção de objetos. Também o aluno só aprende, pesquisando.. O envolvimento dos alunos ainda na fase de graduação em procedimentos sistemáticos de produção do conhecimento científico, familiarizandoos com as práticas teóricas e empíricas da pesquisa, é o caminho mais adequado inclusive para se alcançar os objetivos da própria aprendizagem. Estamos diante de uma equação básica... Ensinar, aprender = conhecer; Conhecer = construir o objeto Construir o objeto = pesquisar; Pesquisar = abordar o objeto em suas fontes primárias. O conhecimento é ferramenta fundamental da educação e da universidade O conhecimento é a ferramenta fundamental da educação e da universidade, de modo muito particular. Sua construtividade, histórica e social: O saber é resultante de uma construção histórica, realizada por um sujeito coletivo. transversal dessa discussão. A UNIVERSIDADE CONTINUA NECESSÁRIA MESMO NA SUPOSTA POS-MODERNIDADE O cuidado necessário que se precisa tomar frente ao canto da sereia da pósmodernidade, sempre enfatizando a descartabilidade do conhecimento fundado na pesquisa. Os equívocos da suposta pós-modernidade e as exigências do novo momento histórico que estamos vivendo. A historicidade e a intencionalidade do conhecimento. O que se espera do ensino superior... ...é que os docentes, munidos das ferramentas do conhecimento e sabendo usálas com competência, criatividade e crítica, contribuam eficazmente para tornar os futuros profissionais dos diversos campos, igualmente capazes de construir o conhecimento, habilitados a atuar tecnicamente no mundo da produção e dotados de uma nova consciência social, expressão de sua solidariedade humana e aval de seu compromisso de praticar e de disseminar a cidadania. A relevância social da temática do ensino e da pesquisa na Universidade... O conhecimento da realidade social, viabilizado pela pesquisa, deve dar conta dos problemas reais que a sociedade enfrenta concretamente... Precisam dizer respeito às reais condições do mundo do trabalho, do processo da vida social e do universo da cultura simbólica. O sentido do ensino superior em relação à sociedade. As dimensões e perspectivas intrínsecas da pesquisa. Pesquisar, praticar a ciência é trabalhar sobre e a partir das fontes. A dimensão epistemológica, a dimensão pedagógica e a dimensão social. O conhecimento, as profissões e o desenvolvimento humano A concretude social e histórica da existência dos homens. O conhecimento como intencionalização das práticas emancipadoras. O processo de mão dupla entre teoria e prática. A CIDADANIA COMO HORIZONTE... Universalização da cidadania pela universalização da educação... A responsabilidade ético-política dos educadores... A intencionalização da prática pela teoria. A organização e a gestão democráticas do aparelho do Estado. OS PASSOS DA PESQUISA 1. a elaboração do projeto, 2. o desenvolvimento da pesquisa, 3. o registro dos resultados. A estrutura do projeto enquanto texto. • • • • • • • • Titulo Apresentação Objeto e problema Hipóteses e objetivos Quadro teórico Fontes, procedimentos e etapas Cronograma Bibliografia Desenvolvimento da Pesquisa • • • 1. Elaboração de um roteiro provisório do trabalho: tanto no caso de pesquisa empírica como no caso de pesquisa teórica, impõe estabelecer, em consonância com as etapas definidas para a investigação, os tópicos temáticos em torno dos quais se dará o trabalho de exploração das fontes. 2. A prática da documentação: todos os elementos colhidos mediante os procedimentos de investigação, deverão ser lançados em Fichas de Documentação, organizadas, classificadas e sistematizadas de acordo com os tópicos temáticos. Cada conjunto de Fichas referentes a um desses tópicos vai constituindo a matéria prima dos futuros capítulos do trabalho. • 3. Seleção das fontes e documentos: o trabalho de pesquisa deverá dar conta dos elementos necessários para o desenvolvimento do raciocínio demonstrativo, recorrendo assim a um volume de fontes suficiente para cumprir essa tarefa, seja ela relacionada com o levantamento de dados empíricos, com idéias presentes nos textos ou com intuições e raciocínios do próprio pesquisador. No caso da pesquisa bibliográfica, além do critério de tempo disponível, da natureza e objetivos do próprio trabalho, do estágio científico do pesquisador, deve-se adotar um critério formal, cruzando duas perspectivas: partir sempre do mais geral para o mais particular e do mais recente para o mais antigo, ressalvando-se, obviamente, o caso dos documentos clássicos. RELATANDO OS RESULTADOS DA PESQUISA 1. Estabelecimento do plano definitivo do trabalho 2. Elaboração do raciocínio demonstrativo referente a cada tópico 3. Estruturação formal do trabalho: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.. 4. Composição tecnico-redacional do texto Outras leituras.... CALAZANS, Julienta (org.) Iniciação científica: construindo o pensamento crítico. São Paulo: Cortez, 1999. FRANÇA LIMA, Júlio C. e NEVES, Lúcia M. W. Fundamentos da educação escolar no Brasil contemporâneo.; Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/Esc. Pol. De Saúde J. Venâncio, 2006. p. 289320. GENTILLI, Pablo e SILVA, Tomaz T. da. (orgs.). Neoliberalismo, qualidade total e educação: visões críticas. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1995. SEVERINO, Antônio. Educação, sujeito e história. São Paulo: Olho d´Agua, 2001. SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002.