A teoria do comércio de
Staffan Burenstam-Linder:
ensaio sobre comércio e
transformação
Bibliografia: texto [11]
Por que o ensaio de BurenstamLinder se intitula
“comércio e
transformação”?


Resposta:
Ligação que estabelece entre Demanda
Interna e Aprendizado tecnológico

A existência de demanda interna é
condição necessária para obter-se
vantagens de aprendizado na produção;

Os produtos serão adequados às
necessidades do mercado interno e só
gradualmente serão experimentados nos
mercados de exportação - hipótese
ainda mais forte no caso de produtos
intensivos em inovação (ciência e
tecnologia)
Hipóteses centrais da análise


As funções de demanda e de produção são nãohomogêneas entre os países;
Os elementos de concorrência monopolística diferenciação de produto e preferências do
consumidor - atuam como forças criadoras de
comércio;
A proposição central do
autor
A explicação do comércio deve considerar a distinção
entre:
Produtos manufaturados ou industrializados
Produtos primários´(matérias primas minerais ou
agrícolas e produtos in natura em geral)



Hipótese do autor:
A teoria neoclássica do comércio é satisfatória
para explicar o comércio dos bens primários,
mas não é capaz de explicar o comércio em
bens manufaturados.
Por que?
A proposição central do
autor

Qual a justificativa para esta hipótese?

O comércio em bens manufaturados é explicado em
função da demanda interna ao país de origem e da
demanda externa aos preços mundiais vigentes;

O comércio em bens primários é explicado em
função da abundância relativa dos fatores (teoria
das proporções dos fatores)


Em suma:
Sem a consideração do aprendizado tecnológico
não há como explicar porque alguns países
comercializam mais e melhores produtos
industrializados do que outros.
A produção e o consumo domésticos de um bem
é condição necessária, porém não suficiente para
a sua exportação
É condição necessária, mas não suficiente, que um
produto [manufaturado] seja consumido (ou investido)
no país de origem para que possa ser de exportação
potencial”.



As exportações de bens manufaturados dependem:
- da demanda interna, aos preços vigentes no mercado
doméstico
- da demanda externa*, aos preços vigentes no mercado
internacional

* a demanda externa que conta é a denominada
“demanda representativa”
Entre que países o comércio em
produtos manufaturados será
potencialmente mais intensivo?

Quanto mais semelhantes forem as
estruturas de demanda de dois países
quaisquer, tanto mais intensivo,
potencialmente, será o comércio entre
eles.
 Hipótese assumida: o principal fator
determinante da estrutura de demanda
interna é o nível de renda per capita.
 maior convergência da renda per capita

maior o comércio potencial.
Como explicar o comércio em bens
manufaturados entre países que têm
aproximadamente o mesmo nível de renda per
capita ?



A importância do aprendizado que vêm com a
experiência da produção
“Os bens em cuja produção um país tem as suas
funções produção mais vantajosas tendem a ser
aqueles em cuja produção o outro país também tem as
melhores funções de produção”.
A resposta:
 A possibilidade de criação contínua de nova demanda
através da diferenciação de produto é o que explica o
comércio entre países com nível de renda semelhante, e
a capacidade de cada um deles de crescer sua
participação no comércio mundial.
É possível o comércio em bens manufaturados
entre países com níveis distintos de renda per
capita ?

Proposição (1)
 Estruturas de demanda/níveis de renda per capita
semelhantes
maiores oportunidades de comércio
entre países.
 Proposição (2):
 Havendo diferenças de renda per capita entre dois
países, a possibilidade de comércio entre eles será
tanto maior quanto mais desigual for a repartição da
renda:
 Isto significa dizer: a concentração de renda é
condição necessária para o comércio em bens
manufaturados entre países com níveis de renda per
capita distintos.
Respondendo à pergunta anterior:


Observe que:
no caso de um país com baixo nível de renda per capita,
a concentração de renda será funcional à expansão
potencial do comércio: um segmento da população terá
poder de compra para bens de “luxo”.
Que fatores explicam o comércio em
produtos primários?
• Produtos pouco diferenciáveis;
• Intensivos em recursos naturais e/ou
mão-de-obra;
• Funções de produção e demanda são
proximamente homogêneas (idênticas)
entre países.
Resposta

-
-
Vale a teoria das proporções relativas dos
fatores, ou seja:
Diferenças nas dotações relativas de
recursos naturais explicam diferenças na
condição de vantagem comparativa dos
países.
maior vantagem comparativa  menor
custo  menor preço  mais comércio.
Síntese: o argumento central da
teoria de Burenstam-Linder



A teoria que explica o comércio em
produtos manufaturados não é a mesma
que explica o comércio em produtos
primários
- A teoria das proporções dos fatores é
útil para explicar apenas o comércio em
bens primários
- A explicação do comércio em bens
manufaturados recai sobre a capacidade
de diversificação da demanda (inovação
 diferenciação de produto),
considerada a principal força-motriz na
expansão do potencial de comércio do
país
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