Estratégias alternativas de
avaliação de impacto:
Projeto Rio Rural Estilizado
Ricardo Barros – Ipea
Mirela de Carvalho - Iets
Brasília, novembro de 2009
1. Rio Rural Estilizado
A. A nível de uma comunidade (micro-bacia)
existem diversas práticas que permitem
melhorar as condições ambientais e a
produtividade simultaneamente (melhora de
Pareto).
B. Difusão de práticas que promovem
atividades econômicas sustentáveis a nível
comunitário:
 Estímulo à construção de capital social.
 Subsídio
e
assistência
técnica
para
planejamento estratégico.
Por meio de um processo participativo, informa
produtores individuais sobre a disponibilidade e
relevância dessas práticas.
 Apoio para a implantação de ações coletivas.
 Subsídio à implantação dessas práticas para
agricultores individuais.
C. Como “comunidades” (micro-bacias) e
produtores individuais são selecionados
para participar do projeto?
 Seleção dos municípios por critérios de
necessidade e pertinência.
 Seleção do número de micro-bacias por
município a serem beneficiadas.
 Caracterização das micro-bacias no município.
 Ordenação das micro-bacias segundo uma
pontuação objetiva com base na caracterização.
 Seleção de micro-bacias de mais alta
prioridade por município.
D. Planejamento estratégico das micro-bacias.
E. Identificação dos produtores individuais a
serem beneficiados.
F. Identificação e definição das ações a serem
subsidiadas para cada produtor individual.
2. Componentes da avaliação
de impacto
A. Definir resultados de interesse: renda per
capita da comunidade, preservação ambiental
e protagonismo.
B. Estratégia de identificação
C. Metodologia para estimação do impacto:
diferenças em diferenças e variáveis
instrumentais.
D. Universo da avaliação: amostra de
participantes ou não participantes, universo
de participantes e grupo de controle etc.
E. Fonte de informação: levantamentos
primários
exclusivo
da
avaliação,
levantamentos primários relacionados ao
monitoramento e informações secundárias
(Censo Agropecuário).
3. Estratégias de
identificação
3.1. Definição
Criação (ao invés de seleção) de um “grupo
de controle” (grupo que, por razões
independentes do “resultado de interesse”,
tem uma menor chance de participar do
programa ou menor chance de receber alta
dosagem/exposição).
3.2. Abordagens alternativas
1. Intrusão da avaliação no processo de
seleção de beneficiários ou de exposição
dos beneficiários ao programa.
2. “Encontrar” um grupo de controle natural.
3. Usar o “conhecimento” teórico sobre o
comportamento dos agentes e/ou a gênese
do resultado de interesse.
Diferenciais de renda per capita entre Curitba e Rio de Janeiro segundo os
décimos da distribuição de renda: 2008
35
30
25
20
15
10
5
0
-5
-10
Primeiro
Segundo
Terceiro
Quarto
Quinto
Sexto
Sétimo
Oitavo
Nono
Décimo
Determinantes da renda per capita : Cidade do Rio de Janeiro, 2008
Décimos
Renda per capita
Renda não
Porcentagem de
Porcentagem
trabalho por adulto adultos ocupados
de adultos (%)
(em reais por mês)
(%)
Renda do trabalho
por trabalhador (em
reais por mês)
1087
81
413
58
1607
Primeiro
108
58
38
37
396
Segundo
227
70
61
50
526
Terceiro
321
78
89
54
597
Quarto
408
80
150
52
687
Quinto
506
82
141
63
751
Sexto
649
86
199
63
891
Sétimo
861
87
288
61
1133
Oitavo
1204
89
457
59
1516
Nono
1953
88
589
64
2551
Décimo
4632
93
1761
64
5080
Total
Décimos da renda per
capita
Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008.
Determinantes da renda per capita : Curitiba, 2008
Grupos
Renda per capita
Renda não trabalho
Porcentagem de
Renda do trabalho
Porcentagem de
por adulto (em reais adultos ocupados por trabalhador (em
adultos (%)
por mês)
(%)
reais por mês)
1144
79
332
66
1690
Primeiro
139
58
41
45
434
Segundo
296
67
56
58
666
Terceiro
409
75
106
59
738
Quarto
512
74
110
69
842
Quinto
633
80
120
71
946
Sexto
780
84
175
70
1077
Sétimo
961
84
232
72
1280
Oitavo
1240
87
286
71
1594
Nono
1848
86
480
66
2515
Décimo
4617
91
1418
73
5002
Total
Décimos da renda per
capita
Fonte: Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008.
Determinantes imediatos da diferença em pobreza e desigualdade entre
Curitiba e Rio de Janeiro: 2001 e 2008
Contribuição para a variaçao
(%)
Factuais e contra-factuais
Razao entre a
Renda per
Renda per
renda dos 10%
Razao entre a
capita dos 10% capita dos 10%
mais ricos e
Renda per
renda dos 10% Determinante
mais pobres
mais ricos
10% mais
capita dos 10% mais ricos e
(R$/mês)
(R$/mês)
pobres
mais pobres
10% mais
pobres
Rio de Janeiro
108
4632
43
..........
..........
Rio de Janeiro com a proporção de
adultos de Curitiba
108
4544
42
0
8
110
4232
39
6
36
Renda não derivada do trabalho
129
4669
36
62
25
Taxa de ocupaçao
139
4617
33
32
31
Renda do trabalho por trabalhador
Rio de Janeiro com a proporção de
adultos e a renda não trabalho de
Curitiba
Rio de Janeiro com a proporção de
adultos, a renda não trabalho e a
taxa de ocupaçao de Curitiba
Curitiba
Proporçao de adultos
4. Três alternativas para a
criação de um grupo de
controle
4.1 Controlando a expansão
municipal
Entre um grupo pré-selecionado de
municípios, escalonar a entrada de forma
aleatória.
 Dificuldades: Requer um alto nível de
planejamento plurianual da implantação do
projeto e grandes perdas devido à
aglomeração.
4.2 Controlando a expansão
através das micro-bacias
 Entre as micro-bacias de média e alta
prioridade, selecionar as atendidas no primeiro
ano aleatoriamente, possivelmente com as de
alta prioridade tendo maior probabilidade de
inclusão.
 Ideal: não requer grande planejamento
plurianual, evita perdas de aglomeração.
 Entretanto, requer intervenção no processo
local de seleção das micro-bacias com reversão
de prioridades.
4.3 Modulando a exposição
 Idealmente para cada município, mas
possivelmente para uma amostra de
municípios, escolhe-se de forma aleatória
um
sub-conjunto
de
micro-bacias
participantes para ter maior chance de
receber alta dosagem/exposição ao projeto.
4.3 Modulando a exposição
A exposição de uma micro-bacia depende
do
número
de
produtores
locais
beneficiados.
 O número de produtores locais a serem
beneficiados depende: (a) do número de
produtores existentes na comunidade que
precisariam do projeto; (b) da proporção
desses que se interessam em participar, (c)
do número de projetos apresentados e (d) do
número de projetos aprovados.
5. Alternativas para a criação
de um grupo de controle via a
modulação da exposição das
micro-bacias ao projeto
A. Estímulo à participação
O objetivo é aumentar a proporção dos
selecionados que decidem participar do
projeto (elevação de subsídios, aumento no
esforço de convencimento).
Alternativas: aumentar a probabilidade de
todos participarem (não altera o impacto por
participante)
versus
promover
à
participação do produtor marginalmente
interessado (deve reduzir o impacto por
participante).
B. Aceleração da concepção
dos projetos
Poderia ser alcançada por maior incentivo
ao agente local ou por um aumento no
número de agentes locais.
 Idealmente o desenho deveria ser tal que a
aceleração não afetasse nem a qualidade dos
projetos apresentados nem o perfil dos
produtores incluídos.
C. Aceleração da submissão e
aprovação dos projetos
Poderia ser alcançada apoiando os agentes
locais na submissão das propostas e dando
preferência para se avaliar primeiro esses
projetos (fast-track).
 Risco: o impacto dessa aceleração pode ser
pequena sobre a exposição das micro-bacias
selecionadas.
6. Componentes da avaliação
de impacto
A. Definir resultados de interesse: renda per
capita da comunidade, preservação ambiental
e protagonismo.
B. Estratégia de identificação
C. Metodologia para estimação do impacto:
diferenças em diferenças e variáveis
instrumentais.
D. Universo da avaliação: amostra de
participantes ou não participantes, universo
de participantes e grupo de controle etc.
E. Fonte de informação: levantamentos
primários
exclusivo
da
avaliação,
levantamentos primários relacionados ao
monitoramento e informações secundárias
(Censo Agropecuário).
Avaliando o impacto da creche sobre a taxa de ocupação dos
responsáveis pela criança
Taxa de ocupação
(%)
Porcentagem
frequentando
creche
Selecionado
45,2
93,9
Lista de espera
41,1
55,1
4,2
38,8
Condição
Diferencial
Impacto da creche
sobre a taxa de
ocupação
(pontos percentuais)
10,7
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Apresentação do PowerPoint