SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO CEARÁ CENTRO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO Breve histórico das reformas educacionais (1990...) • Contexto: Reforma do Estado (Globalização e Neoliberalismo). • Reformas Educacionais: influência de princípios do campo econômico: autonomia, liderança, descentralização, horizontalização, eficiência, eficácia, avaliação,resultados, responsabilização, gestão etc. DA ADMINISTRAÇÃO À GESTÃO: CONSIDERAÇÕES INICIAIS • Cronologia: de 1930 aos dias atuais. - 2 períodos: -clássico (1930-1980) - direção: princípios da administração/preocupação técnica e instrumental. -crítica ao clássico: (1980...) gestão: resultados pedagógicos. • “Ao se propor que a escola adote modelos de administração voltados para o aumento da produtividade e da eficiência como em uma empresa, se estabelece uma contradição, uma vez que tais modelos não visam a resultados pedagógicos e, sim, ao controle do trabalho dos educadores, em uma divisão hieraquizada e burocrática do trabalho” (PARO, 1988). “É necessário construir uma nova visão da administração escolar, na qual os seus princípios e métodos se articulem com a especificidade da coisa administrada: a escola. É uma leitura política e pedagógica dos processos escolares” (CARVALHO, 2012). • A partir de 1980: alteração de nomenclatura- administração para gestão escolar: valorização da natureza política da gestão escolar, visibilidade pública da expressão gestão democrática e defesa da democratização da educação e da escola. • Princípios gerais da gestão democrática: eleição direta para dirigentes escolares e participação da comunidade escolar. • Década de 1980: Reorganização democrática do Estado e da escola: “naquele momento, a ideia de democratização da educação superava o conceito de escola para todos, incluindo a noção da escola como espaço de vivência democrática e administração participativa” (MENDONÇA, 2001). • Constituição Federal de 1988- Art. 206: princípio da gestão democrática do ensino público. • LDB nº 9.394/96: princípio da gestão democrática como prerrogativa para a escola pública. Art. 14,1: participação dos profissionais na elaboração do PPP e Art. 14,2: autonomia pedagógica, administrativa e financeira. GESTÃO ESCOLAR, AUTONOMIA E LIDERANÇA Liderança Pedagógica: Ênfase especial no monitoramento do planejamento escolar, apoiando e desenvolvendo uma troca intensa entre professores, com foco no trabalho pedagógico junto aos alunos. • Liderança Organizacional: Caracterizada pela ênfase na organização e execução de atividades de suporte ao trabalho do professor em suas necessidades cotidianas, como a manutenção, a ordem disciplinar e a atmosfera de respeito e colaboração. • Liderança relacional: Associada à presença no cotidiano escolar, atendendo a alunos, pais e professores e organizando eventos voltados para a comunidade escolar. Gestão democrática e escolas eficazes • Liderança Profissional: firmeza e propósito, abordagem participativa e diretor que exerça uma liderança profissional. • Visão e metas compartilhadas: unicidade de projetos, prática consistente, companheirismo e colaboração. • Um ambiente de aprendizado: ambiente organizado e ambiente de trabalho atraente. • Ensino com propósitos definidos: organização eficiente, clareza nos propósitos, lições estruturadas e prática adaptável. • Altas expectativas em todos os setores, trocas e comunicação de expectativas e ambiente intelectualmente desafiantes. • Reforço positivo: regras de disciplina claras e consensuais e retorno de informações à respeito das atividades de alunos e professores. • Monitoramento do progresso: monitoramento do desempenho dos alunos e avaliação do desempenho da escola. • Direitos e responsabilidades dos alunos: elevação da sua autoestima, exigência de responsabilidade e controle das suas atividades. • Relacionamento família-escola: envolvimento dos pais no aprendizado das crianças. • Organização orientada à aprendizagem: desenvolvimento da equipe da escola com base nos seus princípios e orientações. Gestão escolar democrática: princípios gerais • Compreensão das necessidades da escola, postura ativa e capacidade de compartilhar a autoridade com a sua equipe, aumentando a participação dos professores na tomada de decisões. • Acompanhamento sistemático e pessoal das atividades escolares e dedicação de tempo e energia às ações de melhoria escolar e ao apoio aos professores. • Capacidade de identificação e de articulação de metas e prioridades nas suas escolas, de modo a fazê-las funcionar bem. • Concepção de si e dos outros agentes escolares como responsáveis pela aprendizagem dos alunos. • Exercício de liderança pedagógica mais que administrativa. • Capacidade de mobilizar o apoio ativo da comunidade, incluindo os pais e o entorno da escola. CONSIDERAÇÕES FINAIS • Na trajetória da pesquisa sobre gestão e eficácia escolar vem sendo evidenciados quais os fatores que têm, de fato, o poder de alterar o desempenho dos alunos, independente da sua origem social e cultural. Uma trajetória escolar em boas instituições pode transformar a vida de uma criança e a sua trajetória escolar e profissional. GESTÃO DO CURRÍCULO • • • • Introdução. Currículo: documento de identidade. O que se precisa ensinar a quem? Definição contemporânea: seleção de conhecimentos, valores e instrumentos da cultura, produzidos em contextos e práticas distintas. • Jean Claude Forquin: “currículo é um conjunto dos conteúdos cognitivos e simbólicos que, selecionados, organizados e rotinizados sob os imperativos da didatização constituem-se como objeto de transmissão no contexto da escola”. • Diferentes sociedades/diferentes contextos/diferentes currículos. • Faces do currículo: formal, real e aprendida. Política Curricular • Elemento de política educacional: síntese de um processo de luta entre projetos sociais com interesses antagônicos, implicando contradições. • Elo entre interesses políticos, teorias curriculares e práticas escolares (crítica à teoria do controle estatal). A quem cabe a organização curricular • Todos os envolvidos no processo educativo são responsáveis pela elaboração do currículo. • Documentos legais: LDB nº 9.394/96, Diretrizes Curriculares Nacionais e Propostas Curriculares dos estados e municípios. • Equipe escolar deve pesquisar academicamente sobre o tema currículo. • Currículo contemporâneo: valorização de aspectos de natureza cultural. • Os conhecimentos curriculares devem ir além dos referentes presentes em seu mundo cotidiano: aluno sujeito. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS • Aprovada em 2010 pelo CNE. • Garantir maior unidade entre as proposições para os diferentes segmentos do ensino no Brasil • Incorporação de novos elementos: atualização dos saberes e conhecimentos. • DCN-2010: Orientação mais sociológica do que psicopedagógica. • Fase de implementação: desafio dos gestores escolares. • Embasamento para a construção de novos parâmetros curriculares nacionais e matrizes de referência. Currículo Escolar e Didática • Transposição Didática: transformação do conhecimento científico em forma de saberes passíveis de serem ensinados (CHAVELARD). • Disciplinas escolares: transformações ao longo do tempo. • Orientações didáticas: contextualizar o ensino, perspectiva interdisciplinar, eixos temáticos, produção de experimentos, ensino de procedimentos e atitudes frente ao saber, ampliar o saber para além dos conceitos, agregar as tecnologias ao saber, formação continuada dos educadores, perspectiva construtivista, aprendizagem significativa e escola: orientações curriculares mínimas. Currículo e proposta curricular • LDB nº 9.9394/96: estabelecimentos de ensino devem elaborar e executar a sua proposta pedagógica, administrar o seu pessoal e recursos, velar pelo cumprimento do plano de trabalho e articular com a comunidade. • Cada unidade escolar pode e deve ter características e formas de organização escolar: descentralização e autonomia. • Cabe ao gestor aprender a ler as demandas do mundo, a aprimorar a sua capacidade de planejar, a compartilhar e a mobilizar.