Apresentação A crise de paradigmas que atinge a sociedade atual também atinge a escola. Até muito recentemente a questão da escola limitava-se a ser tradicional ou moderna, embora essa tipologia não responda mais a todas as questões atuais. A LDB 9394/96, promulgada em 20 de dezembro de 1996, prevê que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as de seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica (...), articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola (...) constituir conselhos escolares com representação da comunidade(...), e prestar contas e divulgar informações referentes ao uso de recursos e à qualidade dos serviços prestados”. Por isso o PPP é também político, pois alem da participação dos profissionais da Educação, todas as instancias colegiadas e comunidade escolar tem voz ativa na elaboração e execução do mesmo. Orienta e norteia a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente. O PPP é a identidade da escola cidadã. Um processo de mudança e antecipação do futuro, que estabelece princípios e propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas pela escola. Na Escola Estadual São Luiz – EF não é diferente pois temos o compromisso de garantir condições efetivas de aprendizagem a todos Estabelecimento de Ensino. Marco Situacional Identificação os educandos desse Escola Estadual São Luiz – Ensino Fundamental Rua Principal S/N São Luiz do Oeste Chopinzinho – PR CEP – 85560-000 – Fone/Fax: (46) 32423293 – Ramal 30. e-mail:[email protected]. Aspectos Históricos da Escola A Escola Estadual São Luiz – Ensino Fundamental, atende uma clientela de 6º a 9º ano, tendo como fonte mantenedora o Governo do Estado do Paraná. A Escola foi autorizada a funcionar através da Resolução Conjunta No 27/82 de 24-05-82, e obteve seu reconhecimento confirmado pela Resolução No 4108/84 de 19-06-84, tendo também feita a Renovação de Reconhecimento do Ensino Fundamental através do Parecer Nº 639/02 D.O. 6411 DE 05/02/03. A escola funciona em prédio cedido pelo município, está situada na zona rural a uma distância de 20km da sede do município. Os alunos são oriundos da zona rural e a maioria, utiliza transporte escolar para chegar até o estabelecimento. Em 1993, com o processo de Nuclearização feita pelo município, 08 escolas municipais foram centralizadas, formando assim, o Núcleo de Ensino de São Luiz. A Escola Estadual São Luiz desenvolve alguns projetos e programas entre os quais: - Projeto Festa Junina. A Escola realiza anualmente a Festa Junina, com danças e comidas típicas; - Dia das mães e dos pais - homenagens com cartões, cartazes, apresentações artísticas, presentes, palestras e gincanas na escola. - Dia Mundial da Saúde – entrega de panfletos aos alunos com orientações sobre saúde, palestras com profissionais da área; - Semana da Pátria; - Amostra Cultural; - Jogos inter-séries; - Curso de Informática para alunos e comunidade; - Programa de Erradicação de Trabalho Infantil em parceria com assistência Social; - Programa de Atividades Complementares; - Sala de Recursos Multifuncional Tipo I - Sala de apoio; Espaço Físico A área total é de 3055 m 2 sendo 2515 m2 de pátio/área livre. A área construída está disposta em 2 prédios subdividida em: - 9 salas de aula; - 1 sala de direção; - 1 sala de secretaria; - 1 biblioteca; - 1 sala dos professores; - 1 laboratório de informática; - 1 laboratório de ciências; - 1 cozinha; sanitários: 1 para professores, 05 sanitários femininos e 05 - masculinos; - 2 saguões cobertos; - 1 quadra poli esportiva coberta. Numa área de 903 m2, incluindo também: - 1 pomar; - 1 horta; - jardins. Oferta de cursos e turmas A Escola Estadual São Luiz oferta o ensino fundamental, modalidade regular, turno diurno, sendo 6º, 7º, 8º e 9º anos no período matutino, Sala de Recursos Multifuncional Tipo I, Sala de Apoio e programas: PETI, Curso de Informática, atividades Complementares no período vespertinos, e assim distribuídos: 7º ano:18 alunos; 8º ano:14 alunos; 9º ano: 14 alunos. Contam nos programas: Sala de Recursos Multifuncional Tipo I: 13 alunos; PETI: 18 alunos; Informática na Escola: 20 alunos; Atividades Complementares: 25 alunos; Sala de Apoio: 14 alunos. A organização curricular é por disciplina com Matriz Curricular composta de 90% na Base Nacional Comum e 10% na Parte Diversificada e o tempo escolar seriada. Caracterização da População A comunidade escolar é formada por descendentes de italianos, alemães, poloneses e negros oriundos, em sua grande maioria do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sendo que a religião predominante é a Católica. A maior parte da população tem como fonte de renda a agricultura subdivididos assim 63% proprietários, 20% arrendatários, 7% agregados e o restante são bóias-frias. A maioria das famílias possui casa própria de madeira e/ou mista e ainda alguns residem em barracos de chão batido. O nível de escolaridade dos pais é de: a) 1a a 4a completo = 41% b) 1a a 4a incompleto = 20% c) Sem escolaridade = 2% d) 5a a 8a completo= 9% e) 5a a 8a incompleto = 22% f) 2o grau completo = 4% g) 2o grau incompleto = 2% h) superior = 2% Por ser uma comunidade pequena, localizada na zona rural, as opções de lazer são limitadas, tendo como opção o futebol e voleibol e pescaria (para todas as faixas etárias), sinuca, baralho, bocha para adultos, e internet para alguns. Assim a opção de lazer para a grande maioria é a televisão e o rádio. Grande parte tem renda mensal inferior a 01 salário mínimo e dos alunos atendidos na escola, 90% ajudam seus pais na agricultura. Desde 1996 percebe-se uma acentuada redução da população escolar, tendo como causa principal a busca por melhores condições de vida na cidade. Todos os dados que aqui constam foram extraídos do questionário sócio-educacional. Professores/Funcionários/Equipe de Direção e Pedagógica Desde o surgimento da Escola Nova aprendemos que para que ocorra uma aprendizagem significativa estão envolvidos, além das operações mentais, as emoções e os sentimentos. A solidariedade, baseada na união em torno de interesses coletivos, não apenas se manifesta no auxilio mútuo, mas se fortalece no trabalho de sentido mútuo. Ao passo que a gestão democrática estimula novas formas de auxílio, eleva a responsabilidade diante do coletivo e produz um ambiente altamente harmonioso. Quadro de Pessoal Nosso quadro é composto por 18 profissionais, descendentes de Italianos, Alemães e brasileiros. A maioria possui casa própria, sendo que: 4 residentes na localidade e demais na cidade. Formação Acadêmica: 2 com Ensino Médio, 1 com Pós Médio e os demais com Graduação e Especialização na área de atuação. A forma de contratos é de 4 efetivos, 1 Paraná Educação, 13 PSS. A maioria segue a filosofia da religião Católica. O quadro é assim distribuído: 1 – Diretor; 1 – Professor Pedagogo; 1 – Agente Educacional II; 2 – Agente Educacional I; 1 – Professor de Sala de Recursos Multifuncional Tipo I; 1 – Professor de Arte; 2 – Professor de Ciências; 1 – Professor de Educação Física; 1 – Professor de Ensino Religioso; 2 – Professores de Geografia; 1 – Professor de História; 1- Professor de L.E.M.Inglês; 1 – Professor de Língua Portuguesa; 1 – Professor de Matemática; 1 – Professor de Sala de Apoio. Objetivos Da Escola − Valorizar a cultura local e regional, vendo o educando como agente transformador do ambiente no qual está inserido, reconhecendo e respeitando à diversidade existente; − Conscientizar o educando da participação na vida social e política da comunidade, reconhecendo seus direitos e deveres; − Oportunizar a formação de cidadãos autônomos e críticos, cuja característica seja à capacidade de argumentação sólida; − Favorecer a participação de toda a comunidade escolar na tomada de decisões; − Propiciar aos professores situações que lhes permitam pensar e a realizar, de forma criativa o fazer pedagógico; − Desenvolver, uma cultura da paz com o cultivo de valores éticos e morais imprescindíveis para o bem coletivo; − Aproximar escola e famílias, através de visitas, palestras e troca de experiências; − Direcionar os conteúdos curriculares, com o intuito de integrar os conhecimentos científicos e empíricos; − Ofertar programas para a comunidade, visando a valorização da vida no campo; − Oportunizar, dentro das disciplinas um resgate histórico da vida no campo. Descrição da Realidade Brasileira, do Estado, do Município, da Escola Historicamente, o conhecimento sempre foi uma reserva de poder das elites, nos quais se incluíam os filósofos, os sábios, os religiosos. Na Europa, à medida que vai desaparecendo o aprendizado tradicional da oficina do artesão e o controle do saber pelas corporações de artes e ofícios, ocorre a criação de escolas e sua extensão aos trabalhadores produtivos. No Brasil, o dualismo das classes sociais, do acesso aos bens e serviços produzidos pelo conjunto da sociedade, se enraíza no tecido social através dos séculos de escravismo e de discriminação do trabalho manual. Na educação, apenas na metade do século XX, o analfabetismo torna-se uma preocupação das elites intelectuais e a educação do povo se torna objeto de políticas de Estado. Mas ainda vemos em sua organicidade social a educação geral para as elites e a preparação para o trabalho para o povo (principalmente nos anos 40). Nos anos 80, mais precisamente no primeiro projeto de LDB, recomeça a luta pela democratização da educação que, sob a liderança do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, teve intensa participação da comunidade acadêmica e apoio de parlamentares de vários partidos progressistas. Se a base social e política da formação humana integral, em um e em outro momento histórico, não impediu a derrota das ideias, também não impediu seu renascimento no presente, com os enormes desafios da sociedade complexa e da produção flexível em que temos que nos mover hoje. Continuamos a buscar resgatar o homem integral, a tornar os processos educacionais ações efetivas na formação para o mundo do trabalho e nas condições de vida do trabalhador, com os seus vínculos políticos e culturais. Assim, para que as escolas sejam capazes de construir organicamente seu próprio Projeto Político-Pedagógico, assumirem o desafio de uma formação integrada, reafirmando sua identidade, é preciso que ela conheça e compreenda sua história. Que reconstitua e preserve sua memória, compreenda o que ocorreu consigo ao longo dos últimos oito anos de reforma e, então, a partir disto, decidir coletivamente para onde se quer ir, como um movimento permanente de auto reconhecimento social e institucional. E, então, reconhecerem-se como sujeitos sociais com uma história e uma identidade própria a ser respeitada em qualquer processo de mudança. Análise das Contradições e Conflitos Presentes na Prática Docente: Reflexão e Prática O problema é que, para além dos avanços em termos de aprendizagem, das pesquisas sobre escolas eficazes, dos estudos sobre as possibilidades de mudança e inovação em educação, é muito complexo dar um salto entre o enunciado de nossos saberes e o seu “uso ativo”. Há uma enorme brecha entre nossas teorias e nossas práticas. “Dizer é uma coisa, fazer é outra”, afirma o ditado popular. Nossas escolas e nosso ensino não são organizados para produzir compreensão em um conjunto de alunos que apresentam diferentes contextos socioculturais e que se vinculam à realidade de diferentes maneiras. Ensinar para a compreensão requer uma proposta pedagógica (didática), e isso, por sua vez, requer uma nova organização das salas de aula e das escolas para que comportem diferentes modos de ensinar. Marco Conceitual Concepção de Sociedade “Que é a sociedade qualquer que seja sua forma” o produto da ação recíproca dos homens. Os homens que produzem as relações sociais no que diz respeito a sua produção material criam também as idéias, as categorias; Isto é, as expressões ideais abstratas dessas mesmas relações (Karl Marx). Sob o nome de globalização reúnem-se fenômenos diversos que refletem novas formas de organização econômica, política e social. O “mundo gira” numa velocidade astronômica, sua transformação exige um “novo homem”. É um constante desafio para os organizadores e instituições que precisa rever seus propósitos suas políticas estruturas e procedimentos. Um dos objetivos fundamentais da constituição artigo 3º, lê-se (Construir uma sociedade livre, justa e solidária) e radicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Infelizmente não é isso que se tem percebido na sociedade brasileira, sua trajetória histórica não criou uma tradição democrática. Como escola, é preciso repensar em nossa função social e política além de transmitir os conhecimentos precisamos nos preocupar com a formação global e socialização dos alunos, pensando em alguns aspectos principais do que é o trabalho específico da escola, ou quais funções sociais que assume ou deve assumir, com intencionalidade político e pedagógico da Educação do Campo, levando em conta as diferenças de cada ciclo da vida e de cada modalidade de escola. Concepção de Infância O conceito de infância sofreu transformações historicamente, em especial a partir da década de 1980, no Brasil. Os debates políticos em torno da constituição de 1988 e os estudos de diversas áreas do conhecimento contribuíram para o questionamento da concepção de naturalização das desigualdades sociais e educacionais, até então predominante, para o reconhecimento de que as condições de desigualdades das crianças eram determinadas por fatores econômicos, culturais e sociais. Portanto, é importante perceber que “as crianças concretas, na sua materialidade, no seu nascer, no seu viver ou morrer, expressam a inevitabilidade da história e nela se fazem presentes, nos seus mais diferentes momentos” (KUHLMANN, 1998, p 32). Pode-se observar também que algumas singularidades marcam esta fase da vida e ficam explicitas no seu desenvolvimento, na interação social, no aprender a se relacionar com o mundo; na dependência em relação ao adulto, o que exige proteção e cuidados; no desenvolvimento da autonomia e auto cuidados; tendo o brincar como forma de apropriar-se da cultura, construindo sua identidade, por meio do estabelecimento de laços sociais e afetivos. A concepção de infância privilegia o desenvolvimento humano ao analisar a interação social na formação da inteligência, em outras palavras, nos tornamos humanos a partir da interação com outros seres humanos, e assim a criança incorpora ativamente as formas de comportamento já consolidadas na experiência humana de forma a garantir uma formação que contemple todos os níveis de conhecimento. Concepção de Homem O homem é fruto social e são as relações sociais e econômicas e culturais que o determinam como matéria viva e como provido de uma organização. A descoberta do homem, a definição do homem, a identidade do novo homem deve ser construída no ambiente escolar. Portanto existe uma necessidade de se tornar a escola um espaço de formação deste novo homem, sem ter que esperar que as instituições governamentais determinem as diretrizes de como deve ser pensado este novo homem. Trata-se de oferecer ao aluno e construir junto com ele um ambiente de respeito pela aceitação de interesses pelo apoio a sua expressão de valorização que compreenda a relatividade de opiniões, preferências, gostos, e escolhas. É aprender o respeito ao outro. O homem é uma vida que alcança a plenitude do sentido porque ama, sofre, constrói, zanga-se, surpreende-se, foge da tristeza, anseia a felicidade, cultiva a simpatia, exibe compaixão, e embaraça-se, assusta-se com a culpa, cresce com o orgulho, fortificase com a inveja e por tudo causa espanto e admiração, indignação ou desprezo. (Celso Antunes). Concepção de Educação Educação: Desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral. 2 . Instrução, ensino. 3. Civilidade, delicadeza, polidez, cortesia.(Dicionário Aurélio). Segundo Freire, “Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa” e foi aprendendo socialmente que, historicamente mulheres e homens descobriram que era possível ensinar... Aprendendo, precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar diluía na experiência realmente de aprender. Educar é um processo que vai além da transmissão metódica de conteúdos, trata-se de permitir que o educando torne-se um ser capaz de intervir no mundo, agir como um crítico e comprometido com as questões sociais. Pode-se passar informação de várias maneiras, mas, para educar faz-se necessário uma dose de afeto, demonstrada nos pequenos gestos como: chamar pelo nome, olhar nos olhos, saber ouvir, respeitar o que o aluno traz de conhecimento; o aluno tem que se sentir valorizado. Concepção de Conhecimento O conhecimento não é algo situado do indivíduo, a ser adquirido por meio de cópia, tampouco algo que o indivíduo constrói independentemente da realidade exterior, dos demais indivíduos e de suas próprias capacidades pessoais. É, antes de mais nada, uma construção histórica e social, na qual interferem fatores de ordem antropológica, cultural e psicológica, entre outros. A realidade torna-se conhecida quando se interage com ela, modificando-a física e/ou mentalmente. A atividade de interação permite interpretar a realidade e construir significados, permite também construir novas possibilidades de ação e de conhecimentos. Assim, toda escola desenvolve uma proposta educativa que se realiza mediante um processo contínuo de reflexão sobre a prática pedagógica, em que os envolvidos discutem, propõem, realizam, acompanham, avaliam e registram as ações que não desenvolvem pra atingir o objetivo que é a construção do conhecimento. Assim, o conhecimento é apontado por especialistas como recurso controlador e fator de produção decisivo de insersão social. “Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de significação, é cultural. Além disso, como sistema de significação, todo o conhecimento está estreitamente vinculado com relações de poder”. (Tomas Tadeu, 1999). Concepção de Escola A escola, com todas as suas contradições e limites, ocupa um espaço privilegiado na existência humana, e influi, intencionalmente ou não, na construção de sua identidade. Dessa forma a função da escola em proporcionar um conjunto de práticas preestabelecidas tem o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem de conteúdos sociais e culturais de maneira crítica e construtiva. É fundamental que a escola, assuma a valorização da cultura da cultura de seu próprio grupo e, ao mesmo tempo, busque ultrapassar seus limites; que ela favoreça a produção e apropriação das múltiplas linguagens das expressões e dos conhecimentos históricos, sociais, científicos e tecnológicos sem perder de vista a formação intelectual e moral do educando. É tarefa especifica da escola ajudar a construir um ideário que orienta a vida das pessoas, incluindo ferramentas culturais de uma leitura mais precisa da realidade em que vivem, enraizar as pessoas na história, para que se compreendam como parte de um processo histórico. Para que a escola cumpra esta tarefa é necessário que a escolha dos conteúdos não seja aleatória, mas feita dentro de uma estratégia mais ampla de formação humana, trabalhando com os processos de percepção e de formação de identidades: de camponês, de trabalhador, de agricultor, de membro de uma comunidade, de participante de um movimento social, identidade de gênero de cultura, de povo de Nação, com ênfase em: auto-estima, memória e resistência cultural e militância social. “A escola de “hoje” deve mudar a visão que “ontem” construiu sobre si mesma, sem esquecer em sua crítica aquilo que continua valioso, apesar dos imensos desafios de sua consideração na atualidade”. (Lino de Macedo). Concepção de Ensino-aprendizagem “O aprender a ler, escrever e contar” não é incompatível com o aprender a pensar, com o aprender a pensar, com o aprender a ser, nem com o aprender a aprender com os outros”. (José Augusto Pacheco). Por muito tempo a pedagogia valorizou o que deveria ser ensinado, supondo que, como decorrência, estava valorizando o conhecimento. O ensino, então, ganhou autonomia em relação à aprendizagem, criou seus próprios métodos e o processo de aprendizagem ficou relegado a segundo plano. Os fracassos escolares decorrentes da aprendizagem, indicam que é necessário significar à unidade entre aprendizagem e ensino, uma vez que, sem aprendizagem não há ensino. A organização de atividades de ensino e aprendizagem, a relação cooperativa entre professor e aluno e aluno/aluno, os questionamentos, a dúvida, as controvérsias de conceitos, influenciam o processo de construção de significado e o sentido que os alunos atribuem aos conteúdos escolares. Portanto, ao ensinar procedimentos também se ensina um certo modo de agir, de pensar e de produzir conhecimento. Como Escola do Campo deve incluir em seu debate político e pedagógico a questão de que saberes são mais necessários aos sujeitos do campo e podem contribuir na preservação e na transformação de processos culturais, de relações de trabalho, de gênero e de relações entre gerações do campo; o que seria para Ausubel: a teoria da aprendizagem verbal significativa. Segundo Santo Agostinho: “Não se aprende pelas palavras, que repercutem exteriormente, mas pela verdade, que ensina interiormente”. Concepção de Alfabetização e Letramento Em nossa sociedade, todo cidadão esta imerso no mundo letrado, assim como o aluno que chega à escola, quando ainda não alfabetizado, já faz parte desse mundo e interage com a cultura da escrita. O domínio da língua oral e escrita refere-se a capacidade de ler e escrever, de fazer o uso do objeto de escrita e leitura, tanto na dimensão da alfabetização como no âmbito do letramento. Alfabetização é a ação de alfabetizar, de tornar alfabeto, é apropiar-se do sistema de escrita, enquanto que o letramento é o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita, interpretando o contexto em que a criança esta inserida. Sendo que os dois precisam andar juntos para favorecer a utilização de ambos os recursos no seu dia a dia. A criança busca a aprendizagem na medida em que constrói o raciocínio lógico, e não por repetição e memorização dos conceitos. Portanto, as atividades propostas no processo de ensino- aprendizagem devem privilegiar a reflexão dos alunos, e rejeitar um ensino apenas transmissivo, centrado em automatismos e reprodução mecânica. Assim, para que a criança se insira de forma plena no mundo da escrita, é fundamental que a alfabetização e o letramento, caminhem simultâneos e indissociáveis, o que leva a criança a apropiar-se do sistema alfabético e ortográfico da escrita e das funções desse sistema nas práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita. … aprender a reconhecer, ler e compreender diferentes gêneros de textos, com diferentes objetivos, para diferentes interlocutores, em diferentes situações; da mesma forma, aprender a escrever diferentes gêneros de textos, diferentes objetivos, para diferentes interlocutores, com em diferentes situações; conhecer e saber utilizar fontes escritas de informação; desenvolver atitudes e comportamentos positivos em relação à leitura... (Ensino Fundamental de nove anos. Secretaria de Estado da Educação 2010, p.27) Concepção de Cidadania Historicamente, o Brasil foi construído de cima para baixo e de fora para dentro – poderes coloniais, elites proprietárias, Estado realimentando as desigualdades e agravando as inclusões. Neste momento, sequer construir uma outra base social, construída por aqueles excluídos da história brasileira que, organizando-se na sociedade civil e nos diferentes movimentos sociais, que conseguem expressar-se, tomando as rédeas do seu destino, criando uma nação soberana e aberta ao diálogo e a participação. De acordo com Boff (2000, p.51) “cidadania é um processo histórico-social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser massa e de passar a ser povo, como sujeito histórico, plasmador de seu próprio destino”. Reafirmando a citação de Boff, (Martins, 2000, p.53) diz: “A construção da cidadania, envolve um processo ideológico, de formação de consciência pessoal e social, e de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres. A realização se faz através de lutas contra as discriminações, da abolição de barreiras segregativas, entre indivíduos e contra as opressões e os tratamentos desiguais. ou seja, pela extensão das mesmas condições de acesso às políticas públicas e pela participação de todos, nas tomadas de decisões. É condição essencial da cidadania, reconhecer que a emancipação depende fundamentalmente do interessado, uma vez que, quando a desigualdade é somente confrontada na arena pública, reina a tutela sobre a sociedade, fazendo-a dependente dos serviços públicos. No entanto, ser/estar interessado, não dispensa apoio, pois os serviços públicos, são sempre necessários e instrumentais. O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se tornar cidadãos conscientes; sujeitos de direitos e deveres; que respeitem e aceitem a diversidade e que participem do processo de construção político-social e cultural. Angel Pino in (Boff SEVERINO A J., ZALUARA e outros 1992, p. 15-25), consideram que: “o conceito de cidadania traduz ao mesmo tempo, um direito e o exercício desse direito. sem este, aquele é apenas uma fórmula. ”Portanto, a educação como um dos principais instrumentos de formação da cidadania, deve ser entendida como a concretização dos direitos que permitem ao indivíduo, sua inserção na sociedade. A realidade social e educacional atual de nosso país, requer o enfrentamento e a superação da contradição da estrutura que existe entre a declaração constitucional dos direitos sociais (dentre eles, a educação) e a negação da prática desses direitos; da ideologia que associa a pobreza material à cultural; de colocar o problema da escola pública em termos de direito de todos, de acesso ao conhecimento elaborado; recolocar a questão do trabalho como atividade de produção/apropriação de conhecimento não apenas como mera operação mecânica, em repensar a relação escola/trabalho. Segundo Martins (200, p.54), pode-se afirmar que “aquela relação entre cidadania e democracia explicita-se no fato de que ambas são processos; o processo não se dá num vazio, a cidadania exige instituições, mediações e comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais de luta na definição de instituições permanentes para expressão política. Nesse sentido, a autora distingue a cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo Estado, com a idéia moral da tutela e do favor. Cidadania Ativa – aquela que institui o cidadão como portador de direitos e deveres, mas essencialmente criador de direitos, de abrir espaços de participação. A cidadania requer a consciência clara sobre o papel da educação e as novas exigências colocadas para a escola que, como instituição para o ensino – a educação formal – pode ser um locus excelente para a construção da cidadania. As dimensões da cidadania, segundo Boff, são cinco: 1)A dimensão econômica-produtiva: a massa é mantida intencionalmente, como massa e a pobreza é empobrecimento, portanto a pobreza material e política é produzida e cultivada, por isso é profundamente injusta. 2)A dimensão político-participativa: as pessoas interessadas lutam em prol de sua autonomia e participação social, tornando-se cidadãos plenos. 3) A dimensão popular: inclui somente as que têm acesso ao sistema produtivo e exclui os demais, sendo esta a dimensão vigente. 4) A dimensão de concidadania: os cidadãos devem reivindicar e não pedir ao Estado, precisam organizar-se não para substituir, mas para fazê-lo funcionar. Define também o cidadão mediante a solidariedade e a cooperação. 5) A cidadania Terrenal: apresenta a dimensão planetária na consciência de causas comuns, com a responsabilidade coletiva de garantir um futuro para a terra e a humanidade. Tipos de Cidadania segundo Boff Cidadania seletiva – se a construção da cidadania envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal, coletiva e social, de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres, no projeto neoliberal vigente a cidadania passa a ser seletiva porque a reduz, Boff afirma (2OOO, p. 57). “Ele debilita e reduz a cidadania nacional, quer dizer, a autonomia do próprio país. Internamente reforça a cidadania seletiva”. Alguns setores são beneficiados pela modernização, outros, os setores populares só cabe uma cidadania menor. Outros, os excluídos, servem como massa de manobra, sem qualquer cidadania, tirando o seu poder de rebelião, compensado, fazendo assistencialismo fácil e promessas. Cidadania Menor – No projeto do capitalismo nacionalista não se leva em conta o capitalismo e sua lógica que explora e exclui. Ele é visto como criador de oportunidades e de progresso. Dá-se ênfase à autoestima de um Brasil grande, uma potência emergente com seus recursos naturais riquíssimos e potencialidades populacionais. Aqui também a cidadania é restrita para setores beneficiários. (Boff, p. 66) “Será uma cidadania político-participativa para os segmentos incorporados na produção. Mas não será econômico-produtiva. Pois trabalhadores continuarão sendo, duramente explorados. Portanto, terão uma cidadania de 2ª classe, esporádica, às vezes, expressa em grandes manifestações públicas, mas sem consequências reais... As políticas estatais continuarão assistencialistas mantendo a população pobre, dependente e desmobilizada com controle aos movimentos sociais. Cidadania maior e plena – concidadania – O projeto de Democracia racial e popular é totalmente diferente dos autores muito distante do que vivemos. Está sendo construído por todos os excluídos da história brasileira, se organizando dentro dos movimentos raciais. Com força foram se infiltrando em condutospolíticos partidários, já agora em condições de disputar a conquista e o controle do poder com muita luta, resistência argumentos e organização. Esse projeto visa construir uma Nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade inteira para a mudança, primando por uma sociedade sustentável que se desenvolva com a natureza e não contra ela, que produza o suficiente para todos e que não permita a acumulação para poucos. BOFF (2000, p. 73) diz: “Nele fica clara a vontade de soberania nacional e o tipo diferente de cidadania política, econômica, participativa, solidária e popular. Será uma cidadania cotidiana, plantada no funcionamento dos movimentos raciais e, por isso, em contínuo exercício”. Construir a cidadania e concidadania popular é a forma concreta de se construir o Projeto-Brasil que buscamos. Concepção Cultura A cultura é resultado de toda a produção humana. Segundo Saviani (1992, p. 19): “para sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa é intencionalmente, os meios de sua subsistência. Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação da natureza, criando um mundo humano (o mundo da cultura)”. Podemos considerar que, “de um ponto de vista antropológico, cultura é tudo o que elabora, e elaborou, o ser humano, desde a mais sublime música ou obra literária até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de trabalhar”. (Sacristan, 2001, p. 105). Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de significação, é cultural. Além disso, como sistema de significação, todo conhecimento está estreitamente vinculado com relações de poder” (Tomas Tadeu, 1999). É necessário considerar, portanto a importância do texto de Silva, “tornou-se lugar comum destacar a diversidade das formas culturais do mundo contemporâneo. É um fato paradoxal, entretanto, que essa suposta diversidade conviva com fenômenos igualmente surpreendentes de homogeneização cultural. Ao mesmo tempo em que se tornam visíveis manifestações e expressões culturais de grupos dominados, observa-se o predomínio de formas culturais produzidas e vinculadas pelos meios de comunicação de massa, nas quais aparecem de forma destacada as produções culturais em sua dimensão material e não-material. Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade precisa completar várias dimensões da ação humana, entre elas a concepção de cultura. Na escola, em sua prática há a necessidade da consciência das diversidades culturais, especificidade da sua função de trabalhar as culturas populares de forma a levá-los à produção de uma cultura erudita, como afirma Saviani “a mediação da escola, instituição especializada para operar a passagem do saber espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita; assume um papel político fundamental, “Saviani, apud, Frigotto, 1994, p. 189). Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura local, popular e erudita cabe a escola aproveitar essa diversidade, existente, para fazer dela um espaço motivador, aberto e democrático, organizando seu currículo para a realidade local. Concepção De Trabalho O trabalho é uma atividade, que está “na base de todas as relações humanas, condicionando e determinando a vida. É (...) uma atividade humana intencional que envolve forma de organização, objetivando a produção dos bens necessários à vida” (Andery, 1998, p. 13). Nesta perspectiva entender o trabalho como ação intencional, o homem em suas relações sociais, dentro da sociedade capitalista produz bens. Porém, é preciso compreender que o trabalho não acontece de forma tranquila, estando sobre carregado pelas relações de poder. Quando produz bens, estes são classificados em materiais ou não materiais. Os bens materiais são produzidos para posterior consumo, gerando o comércio. Já nos bens não materiais produção e consumo acontece simultaneamente. No trabalho educativo o fazer e o pensar, entrelaçam-se dialeticamente e nesta dimensão que esta posto a formação do homem. Ao considerarmos o trabalho uma práxis humana, é importante o entendimento de que o processo educativo é um trabalho não material, uma atividade intencional que envolve, formas de organização necessária para a formação do ser humano. O conhecimento como construção histórica é matéria-prima (objeto de estudo) do professor e do aluno, que indagando sobre o mesmo irá produzir novos conhecimentos, dando-lhes condições de entender o viver, propondo modificações para a sociedade em que vive, permitindo “ao cidadão-produtor chegar ao domínio intelectual do técnico e das formas de organização social sendo, portanto, capaz de criar soluções originais para problemas novos que exigem criatividade, a partir do domínio do conhecimento”. (Kuenzer, 1985, p. 33 e 35). Concepção De Ciência A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos observados de forma sistematizada utilizando métodos. Para Andery 919800 “A ciência é uma das formas do conhecimento produzido pelo homem no decorrer de sua história. Portanto, a ciência também é determinada pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo que nela interfere”. Dependendo de como se concebe o mundo, o homem e o conhecimento, será a concepção da ciência. No decorrer da história, a ciência está sempre presente para reproduzir ou transformar. Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido de forma desigual, estando a serviço de interesses políticos, econômicos e sociais do processo histórico, não atingindo a totalidade da população. A escola tem a função social de garantir o acesso de todos aos saberes científicos produzidos pela humanidade. Nereide Saviani afirma que “a ciência merece lugar destacado no ensino como meio de cognição e enquanto objeto de conhecimento”, ou seja, ao mesmo tempo em que eleva o nível de pensamento dos estudantes, permitelhes o conhecimento da realidade, o que é indispensável para que não apenas conheçam e saibam interpretar o mundo em que vivem, mas com isto saibam nele atuar e transformá-lo. Concepção de Tecnologia e Contribuição no Processo de Ensino-aprendizagem As crescentes evoluções socioculturais e tecnológicas do mundo atual geram contínuas mudanças na organização e no pensamento humano, revelando um novo universo no cotidiano das pessoas. Isso exige criatividade, independência e autocritica na obtenção e seleção de informações. Vemos que o termo incorporação de novas tecnologias e suas linguagens na Educação deixou de ser polêmico. Afinal, não explorar na escola um potencial de recursos tão rico seria o mesmo que hospitais rejeitarem aparelhos de tomografia computadorizada ou as pessoas se recusarem a usar, por exemplo, os caixas eletrônicos dos bancos. Embora, as propostas de modernização da educação, na maioria das vezes, não tem alcançado o sucesso esperado, ao enfrentar essas questões. Seguindo essa linha de pensamento, Dowbor (1994:22) acrescenta que: “frente a existência paralela deste atraso e da modernização, é que temos que trabalhar em “dois tempos”, fazendo o melhor possível no universo preterido que constitui a nossa educação, mas criando rapidamente as condições para uma utilização “nossa” dos novos potenciais que surgem”. É importante salientar que a verdadeira função do aparato tecnológico-educacional não deve ser o de ensinar, mas sim a de criar condições de aprendizagem. Para Valente (1993); “O professor, precisa ser, o criador de ambientes de aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento intelectual do aluno. A partir dessa perspectiva, a formação do professor reflexivo é uma questão fundamental em um processo de formação. Na visão de Drucker (1993:153) “a tecnologia será importante, mas principalmente porque irá nos forçar a fazer coisas, e não porque irá permitir que façamos melhor as coisas velhas”. Nos dias atuais, a tecnologia está mais presente na vida de todos nós. Apesar desse avanço, a escola sente-se impotente para acompanhar essas novidades e dar um suporte à sua clientela de modo que a mesma esteja integrada à realidade buscando informações para construir o conhecimento. Uma grande dificuldade também está na falta de profissionais que deem suporte e auxiliem os alunos no manuseio dessas tecnologias que estão a cada dia mais sofisticadas. A escola, sendo o espaço social mais frequentado pelos alunos, deve estar preparada para prepará-los para o futuro, ofertando meios possíveis de tecnologias para não deixá-los fora dos avanços, mas acompanhá-los para que não se comprometa a confiabilidade das informações buscadas. As tecnologias se incorporam no dia-a-dia das escolas levando os professores a repensarem suas praticas pedagógicas, criando assim a flexibilidade dos mesmos quanto ao seu uso, não permitindo aulas rotineiras, mas numa diversidade de fontes de informação. Concepção de Avaliação “Avaliação é ponto de referência. É um processo constante de repensar a prática educacional, em todos os segmentos”. A avaliação deve ser um processo contínuo que sirva à permanente orientação da prática docente... processo ... mas deve levar ao aprendizado. “Ensinar, aprender e avaliar não são momentos separados. Formam um continuo em interação permanente”. (Juan M.A. Méndez). O processo de avaliação requer instrumentos e estratégias que: Ofereçam desafios, situações problemas a serem resolvidos; Sejam contextualizadas, coerentes com as expectativas de ensino e aprendizagem; Possibilitem a identificação de conhecimentos do aluno e as estratégias por ele empregada; Possibilitem que o aluno reflita, elabore hipóteses, expresse seu pensamento; Permitam que o aluno aprenda com o erro; Exponham, com clareza, o que se pretende; Revelem, claramente,o que e como se pretende avaliar Mudar a forma de avaliar pressupõe mudar também a relação ensino-aprendizagem. É necessário Ver a aprendizagem como um processo e as disciplinas curriculares como um meio para se chegar a ser um cidadão. Segundo, Serafi Antúnez: “O professor que adota métodos didáticos ultrapassados está enganando seus alunos. Deveria ser punido pelos órgãos de defesa do consumidor por oferecer um produto obsoleto”. Análise das contradições e conflitos presentes na prática docente: reflexão teoria-prática Desde a última década, o Estado do Paraná vem disponibilizando materiais, tecnologias e recursos para a formação continuada dos professores com o propósito de fazer chegar aos educandos uma pedagogia que oportunize as transformações essenciais para uma vivencia digna no mundo moderno. Para tanto, foram lançados, estudadas e reformuladas as Diretrizes Curriculares do Estado, as quais norteiam todos os momentos de reflexão e ação das escolas. A cada inicio e decorrer de novo ano letivo, os textos estudados nas Semanas Pedagógicas, promovem amplas reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem, com o objetivo de se reconhecer que a diversidade é natural na escola e, precisa ser superada a visão de que pode-se trabalhar hoje, da mesma forma que se fazia num passado muito recente. Resultados de avaliação, feitas, a nível nacional quanto estadual, tem demonstrado que alguma coisa precisa ser feita com urgência no sentido de ensinar, mas também formar cidadãos que, além dos conhecimentos curriculares básicos, sejam criativos, competentes, aptos a compreenderem e atuarem mediante as transformações contemporâneas. A partir disso os profissionais das diferentes escolas unem-se para viabilizar as transformações desejadas, partindo de reuniões, estudos, leituras, discussões e análises, num exercício valorativo do fazer educação, partindo do real para o possível ideal. Nossa realidade escolar já mudou muito porem, estamos conscientes de que muito ainda há para ser feito. Barreiras precisam ser derrubadas, entre elas, a concepção pedagógica livresca, tradicional, conteudista, precisa dar espaço para uma prática progressista, voltada para a construção de saberes carregados de significados, com situações de aprendizagem que aproximem os conteúdos da realidade social, promovendo o desenvolvimento de forma gradativa e com a participação de toda a comunidade escolar para, deste modo, motivar os alunos na busca do conhecimento. Mesmo ansiosos por mudanças, muitas vezes a escola ainda acentua repressão, busca culpados e, não faz o essencial, que é mudar a sua prática, sem baratear o ensino pois, a era atual tem sido caracterizada como a era do conhecimento, do letramento, do analfabetismo. É preciso pois, considerar que a aprendizagem se dá numa relação pessoal, social e afetiva entre os sujeitos. Isto remete os educadores a uma busca contínua, incansável, de meios, condições, de situações que possam superar preconceitos, discriminação e realmente oportunizem o acesso e a permanência dos alunos na escola, com a tão desejada qualidade de ensino. Nesse sentido, concorda-se com MOÇO AL ( 2008, p. 42,43) que hoje, existem idéias frágeis que fazem parte da fala dos educadores brasileiros, onde se percebem jargões que perderam o seu significado, num discurso vazio, tais como: “aprender brincando”; “...é preciso levantar o conhecimento prévio dos alunos”; “formar cidadãos conscientes” e tantos outros. Segundo esses autores, cabe à escola, “... formar pessoas bem informadas, criticas, criativas e capazes de avaliar sua socioeconômica, dimensionar sua participação histórica e atuar decisivamente na sociedade onde vive...” Como educadores, estamos sempre buscando superar os entraves que se apresentam e para tanto, nesta trajetória, abrimos espaços para reuniões, debates, discussões e, principalmente, para um trabalho em conjunto, num exercício social do saber, da ciência, da técnica e da arte como exigência da educação contemporânea. Princípios da Gestão Democrática Gestão Democrática é o processo político através do qual as pessoas na escola discutem, deliberam e planejam, solucionam problemas e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Este processo, sustentado no diálogo e na alteridade tem como base a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito a normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola. Na vivência da gestão democrática nos deparamos com alguns princípios que precisam ser evidenciados e respeitados. Um deles é a garantia de acesso e permanência na escola. De acordo com um dos itens da Declaração dos Direitos da Criança e do Adolescente: “A criança, têm direito à educação, para desenvolver suas aptidões, as suas opiniões e o seu sentido de responsabilidade moral e social”. Nesse sentido, procurou-se identificar as propostas da nova LDB que avançam na busca de uma educação + democrática e de melhor qualidade. Sendo assim, a educação é uma questão de direitos humanos e todos os indivíduos devem ter garantido o acesso, o ingresso, o regresso e a permanência com sucesso em todo fluxo de escolarização estabelecido pelo sistema educacional. A inclusão como educação para todos provêm essencialmente do trabalho desenvolvido pela UNESCO em prol de que a educação chegue a todas as crianças em idade escolar. Seu reconhecimento decisivo acontece em 1994, com a declaração de Salamanca, momento em que se adota internacionalmente o termo de educação inclusiva. Assim, se proclama que os sistemas educativos devem desenvolver programas que respondam a vasta variedade de características e necessidades da diversidade do alunado: “O desenvolvimento de escolas inclusivas – escolas capazes de educar a todas as crianças – não é, portanto, unicamente uma forma de assegurar o respeito dos direitos das crianças com deficiência de forma que tenham acesso a um outro tipo de escola, senão que constitui uma estratégia essencial para garantir que uma ampla gama de grupos tenha acesso a qualquer forma de escolaridade”. (Dyson 2001, 150). Trata-se de estabelecer os alicerces para que a escola possa educar com êxito a todos e colaborar com a erradicação da ampla desigualdade e injustiça social. Por conseguinte, a educação inclusiva deve ser entendida como uma tentativa a mais de atender as dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno no sistema educacional e como um meio de assegurar que os alunos, que apresentam alguma deficiência, tenham os mesmos direitos que os outros, ou seja, os mesmos direitos dos seus colegas escolarizados em uma escola regular. Dito de outra forma: que todos sejam cidadãos de direito nas escolas regulares, bem-vindos e aceitos, formem parte da vida daquela comunidade escolar; e sejam vistos como um desafio a ser avançado; implicando em uma nova postura da escola regular que deve propor no Projeto Político Pedagógico, no currículo, na metodologia, na avaliação e nas estratégias de ensino, ações que favoreçam a inclusão social e práticas educativas diferenciadas que atendam a todos os alunos em suas especificidades. Assim, a política de inclusão prevista em lei e no PPP da Escola Estadual São Luiz, não se restringe aos alunos cujos problemas de aprendizagem são devidos a déficits físicos ou intelectuais (LDB cap IV, Art. 58 e 59), mas é intensiva aos alunos não alfabetizados, àqueles com problemas disciplinares, aos super dotados, aos hiperativos, etc. Não se restringe às situações de deficiências ou desvantagem, mas abrange todas as diferenças, inclusive, no caso do Paraná a Educação Indígena e a Educação no Campo. Como educadores, temos consciência que a educação inclusiva é de responsabilidade de todos do sistema de ensino, e a inclusão não deve ser apenas educacional, mas também social. “O diferente de nós não é inferior. A intolerância é isso: é o gosto irresistível de se opor às diferenças”. (Paulo Freire). Atendendo à Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 no Título IV que trata dos Profissionais da Educação, a saber: os professores (Art. 62), que ministram o ensino e os demais (Art. 64), que apóiam todo o processo de ensino aprendizagem. Entendemos então que a formação continuada abrangendo deve em ser de nossa todos Escola, os profissionais professores, da educação, direção, equipe pedagógica e auxiliares administrativos. A Escola oportuniza a capacitação de profissionais através de grupos de estudo, palestras com especialistas, cursos promovidos pela SEED/NRE, SENAR, CETEPAR, Faxinal do Céu, SENAC, CADEP, GTR, cursos sequenciais (profissionalizantes) e cursos de entidades privadas. O exercício da gestão está a serviço, sempre da busca dos resultados que devem ser produzidos pela organização, da qual, o gestor faz parte. Quando compramos um objeto, julgamos sua qualidade em função de algumas “dimensões. Ex: utilidade, preço, durabilidade, beleza... E quando falamos em Educação? O que é que define sua qualidade? Segundo Libâneo (2001) qualidade “refere-se tanto a atributos ou características da sua organização e funcionamento, quanto ao grau de excelência baseado numa escala valorativa”. A educação de qualidade é aquela que promove para todos o domínio de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais para o atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos, à inserção no mundo do trabalho, à construção da cidadania, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Sete indicadores devem ser levados em consideração quando falamos em qualidade na educação (Gestão em rede, nº 56). 1o – Ambiente educativo; 2o – Prática Pedagógica; 3o – Avaliação; 4o – Gestão escolar democrática; 5o – Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola; 6º - Espaço físico escolar; 7o – Acesso, permanência e sucesso na escola. Ao compreender seus pontos fortes e fracos, a escola tem condições para melhorar a qualidade de acordo com seus próprios critérios e prioridades. O Currículo da Escola Pública/ Dinâmica do Currículo E quando nos reportamos a critérios e prioridades falamos, automaticamente, de currículo e ou planejamento curricular. Popkewitz (1996) define currículo como um conhecimento particular, historicamente formado, sobre o modo como as crianças tornam o mundo inteligente. Currículo não é apenas um conjunto de informações, mas própria organização do conhecimento em formas particulares de agir, sentir, falar, ver e conviver, é a junção em perfeito harmonia do currículo oficial com o currículo oculto. O termo currículo origina-se do latim “curriculum” e significa curso percurso o que esta sucedendo, acontecendo. Significando, é o caminho a ser percorrido pelo aluno, na escola ou sob sua responsabilidade, com o fim de alcançar os objetivos metas para a construção do conhecimento. Ele constitui-se de todas as atividades planejadas e ofertadas pela escola para que o educando possa desenvolver-se plenamente como pessoa e cidadão. “Só podemos compreender a natureza e a cultura, se formos capazes de integrar todo tipo de conhecimento”. ( Rafael Yos Ramos) Ramos, nos oferece uma nova visão de currículo baseada na visão holística da Educação. Sendo que para o autor, o importante não são os saberes consagrados pela academia ou pela tradição, mas sim os infinitos caminhos mas sim os infinitos caminhos que permitiu conectar os conhecimentos entre eles. “Um currículo integrado é uma proposta educativa aberta e ativa, centrada no aprendiz fruto da negociação dos elementos pessoais envolvidos, que procura organizar o ensino em torno de termos relevantes para o estudante, flexibilizando em maior ou menor grau, as fronteiras entre as disciplinas acadêmicas, assim como os horários e os espaços escolares, e, na medida do possível, conectando todas as fontes de conhecimento com o ambiente sócio natural local e global da escola, sempre em primeiro clima de dialogo social no seio da comunidade educativa de trabalho colaborativo entre todos os elementos pessoais da escola, tendo vista da educação integral e individualizada, que leve a uma autentica compreensão e com isso a um pensamento criativo e critico. Trata-se em suma de primeira a nova perspectiva, de um novo paradigma educacional que busca a unidade dos processos educativos, o que requer uma alta coerência intracurricular”. (Ramos 2002) Sabemos que as experiências do mundo real não são fragmentadas em áreas disciplinares e, por isso, a integração aumenta a relevância e a motivação para aprender. O currículo escolar, deve cumprir diferentes objetivos, entre outros, aqueles que visam combater as mais diferentes formas de exclusão. Reflexão sobre o trabalho pedagógico Um dos vários desafios que a escola vem enfrentando nos últimos anos é a integração das contribuições de diferentes paradigmas teóricos no planejamento e no dia-a-dia da sala de aula. Se até o século XX a escola considerava que as crianças aprendiam basicamente ouvindo o professor e repetindo o que ele dizia, hoje nós sabemos que essa forma de ensino – aprendizagem é muito limitada além de desconsiderar o que a ciência tem nos ensinando a respeito dos processos de aprendizagem. Tal preocupação parece levar-nos para a questão de como se processou a escolarização. Isto pressupõe, sem dúvida, o trabalho que a escola busca realizar junto a seus alunos a fim de possibilitarlhes percurso exitoso, aprendizagens significativas, construção de conhecimentos e saberes úteis para a vida pessoal permanente estado de transformação. E como a escola tem executado tal tarefa? Com base em que princípios? De que forma a escola tem-se articulado e organizado para desempenhar a contento suas funções distintas, das que já foram sua responsabilidade tempos atrás, uma vez que hoje, é preciso que alunos e professores aprendam a aprender uns dos outros, uns com os outros e de forma independente, numa verdadeira construção auto-suficiente mas coletiva de saberes e de sujeitos sociais competentes e atualizados numa sociedade mais justa, solidária e não-excludente. O problema é que na educação brasileira o sistema público insiste em reproduzir como uma forma autônoma de processos de ensino-aprendizagem sem assimilar e dialogar com as múltiplas formas de produção de conhecimento que a sociedade desenvolve. O processo de trabalho desenvolvido na escola é segmentado e fragmentado, isto dificulta ou até mesmo impossibilita a compreensão do processo de trabalho inibindo a capacidade de estabelecer relações de analisar a própria prática, de elaborar sínteses produzindo consequentemente, preparando um indivíduos conhecimento com distante dificuldades para da realidade uma leitura contextualizada do mundo que os rodeia. Portanto, mais do que instruir os alunos é preciso mostrar que eles possuem capacidades intelectuais e emocionais, é preciso que todos os profissionais da escola estejam aptos a lidar com a sensibilidade desses alunos e saibam que isso faz parte do desenvolvimento de cada um. “Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que se atua, em que se cria, em que se fala, em que se ama, se advinha a escola que apaixonadamente se diz sim a vida”.(Paulo Freire) Trabalho Coletivo/Prática Pedagógica A prática deve estar baseada na teoria pedagógica histórico-crítica. Esta teoria foi criada por Saviani. Ela parte do pressuposto de que é viável, "uma educação que não seja, necessariamente, reprodutora da situação vigente, e sim adequada aos interesses da maioria, da sociedade brasileira". Uma teoria pedagógica é crítica (segundo ele) se admite que a educação é determinada pela sociedade. Essa pedagogia é tributária da concepção dialética, especificamente na versão do materialismo histórico, tendo fortes afinidades, no que ser refere às suas bases psicológicas, com a psicologia histórico-cultural desenvolvida pela “Escola de Vigotski”. A educação é entendida como mediação no seio da prática social global. A prática social se põe, portanto, como o ponto de partida e o ponto de chegada da prática educativa. Daí decorre um método pedagógico que parte da prática social onde professor e aluno se encontram igualmente inseridos, ocupando, porém, posições distintas, condição para que travem uma relação fecunda na compreensão e encaminhamento da solução dos problemas postos pela prática social, cabendo aos momentos intermediários do método identificar as questões suscitadas pela prática social (problematização), dispor os instrumentos teóricos e práticos para a sua compreensão e solução (instrumentação) e viabilizar sua incorporação como elementos integrantes da própria vida dos alunos (catarse). A Pedagogia Histórico-Crítica contempla uma proposta pedagógica fundamentada na natureza da educação nas suas possibilidades e limites bem como nos seus valores (solidariedade, cidadania, democracia). Procurando lançar os educadores numa profunda reflexão sobre os itens acima mencionados, esta linha pedagógica articula a escola com os interesses das camadas populares, concebendo-a como uma instituição mediadora entre o conhecimento significativo e o estudante que se esforça para se apropriar do “saber erudito”, “clássico” (gerado pelo esforço coletivo da sociedade ao longo do tempo histórico). Baseando-se na Pedagogia Histórico-Crítica, o trabalho apresenta uma proposta de ensino e aprendizagem de conceitos científicos, partindo de temas que são, atualmente, encontrados no âmbito da pratica social. O processo começa considerando-se um problema social, comum ao universo do professor e do aluno, dando, dessa forma, contexto aos conteúdos e posteriormente instrumentalizando o aluno para que este passe de uma visão sincrética a uma visão sintética do fenômeno abordado. A escola colabora na transformação da sociedade quando instrumentaliza o estudante com ferramentas conceituais, lógicas, matemáticas, científicas, sociais, verbais e simbólicas. Pressupõe que a tarefa dos educadores será sempre lutar pela escola, democrática, de qualidade que elimine a seletividade, a discriminação e a exclusão dos estudantes. Em sintonia com essa tarefa propõe um estudo da educação (educação para quem? Para quê?); uma análise apurada dos conteúdos a serem abordados, e um método de ensino que viabilize a apropriação desse saber imprescindível para a formação de um coletivo instruído. Conteúdos: culturais, universais, sempre reavaliados frente à realidade social. Ensino-aprendizagem: Técnicas de dirigir a pessoa a sua própria experiência, para que ela possa estruturar-se e agir. Conhecimentos: construído pela experiência pessoal e subjetiva. Relação professor-aluno: Professor é autoridade competente que direciona o processo ensino-aprendizagem. Mediador entre conteúdos e alunos. Metodologia: Contexto cultura; Avaliação: A experiência só pode ser julgada a partir de critérios internos do organismo. A escola tem identidade própria. Essa identidade é constituída por uma trama de circunstancias em que se cruzam diferentes fatores. Cada escola tem uma cultura própria permeada por valores expectativas, costumes, tradições, condições, historicamente construídos, por contribuições individuais e coletivas. O trabalho da equipe escolar com objetivos claros provoca o estudo e a reflexão sobre problemas reais, organiza o planejamento que dá sentido às ações cotidianas, reduz a improvisação, e, propicia a construção de conhecimentos diferenciados. Assim, integração, cooperação, valorização e respeito à diversidade e ao desenvolvimento da autonomia, são pensadas dentro da dinâmica de trabalho de toda a comunidade escolar. O que a Escola Pretende do Ponto de Vista Político Pedagógico Em toda a história da humanidade, nunca se planejou tanto o futuro como agora. Existem projetos políticos, profissionais, sociais, econômicos, culturais e educacionais, entre outros. O projeto serve para pensar o futuro, aproximar o desejo que se tem daquilo que a realidade permite, as intenções das ações. Todo o projeto tem uma intencionalidade e, a escola vive - ou deveria viver em função de um Projeto Político Pedagógico. Muitos fatores estão em jogo quando, se projetam ações educativas. Assim sendo, pretendemos promover uma articulação entre as intenções educativas da escola, os conteúdos a serem trabalhados, os recursos e os meios de que ela dispõe ou pode vir a dispor para realizar seus propósitos. A escola deve ordenar as necessidades individuais do meio social e ofertar aos alunos experiências que satisfaçam os interesses dos mesmos e de acordo com as exigências sociais e a realidade local. Os conteúdos devem ser estabelecidos em função de experiências vivificadas sendo indispensável o bom relacionamento entre professor e aluno. O professor deve estimular os alunos, pois aprender é uma atividade de descoberta. A Pedagogia Progressista não tem como se institucionalizar, numa sociedade capitalista, por isso se constitui num instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas. DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS Educação Inclusiva Pensar uma sociedade para todos, na qual se respeite, a diversidade humana, atendendo às necessidades da maioria e minoria, é concretizar a realização da sociedade inclusiva, cabendo à educação, a mediação deste processo. Apesar de todos os esforços e iniciativas, ainda são inúmeras as barreiras físicas e sociais que impedem o efetivo processo de integração e inclusão de todos os educandos no universo educacional. A análise retroativa mostra que houve um tempo em que pessoas portadoras de deficiências eram sacrificadas por não serem consideradas úteis à sociedade. Gradativamente, a rejeição se transformou, em compaixão, proteção e filantropia, que felizmente hoje, vem sendo substituída pela conquista de “dignidade, direito e cidadania”. Hoje, vivemos numa cultura que almeja uma ordem social pautada em valores como a justiça, a igualdade, a equidade e a participação coletiva na vida pública e política de todos os membros da sociedade, buscando uma vida digna para todos. Esses valores estão baseados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, consolidado em 1948 no âmbito das Organizações Unidas, assumidos pelos países democráticos como referência de ética e de valores socialmente desejáveis. Nas últimas décadas, inúmeros outros documentos vêm sendo elaborados pelo mundo inteiro, na busca de garantir tais direitos e deveres para grupos ou comunidades específicas, contribuindo para a construção de uma cultura de direitos. No campo da Educação, para promover uma educação inclusiva, ética e voltada à cidadania deve partir de propostas de ações educacionais e temáticas significativas, propiciando condições para desenvolver capacidades dialógicas, tomando consciência de seus próprios sentimentos e emoções, desenvolvendo a capacidade autônoma, na tomada de decisões em situações conflitantes do ponto de vista ético e moral. O consenso mundial reflete a configuração de novas linhas de ações inspiradas nos princípios de integração, aceitação, tolerância, respeito e no reconhecimento de assegurar “escola para todos”, que reconheçam e valorizem as diferenças, promovam a aprendizagem e atendam as necessidades individuais.. Educação Fiscal O Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF, visa provocar mudanças culturais na relação entre o Estado e o cidadão e, busca contribuir para uma sociedade comprometida com as suas garantias constitucionais. A Educação Fiscal pode ser entendida como uma nova prática educacional que tem como objetivo o desenvolvimento de valores e atitudes, competências e habilidades necessárias ao exercício de direitos e deveres na relação recíproca entre o cidadão e o Estado. Fundamentasse na conscientização da sociedade sobre a estrutura e o funcionamento da Administração Pública; a função socioeconômica dos tributos; a aplicação dos recursos públicos; as estratégias e os meios para o exercício do controle democrático. A sociedade mundial vive um momento de transformações estruturais: globalização, formação de blocos econômicos e revolução tecnológica. Diferentes linguagens, compõem o universo cultural das sociedades contemporâneas. As mudanças ocorrem muito rapidamente. O observar atento à necessidade de democratizar os recursos linguísticos, como o empenho para que os diferentes grupos sociais possam deles fazer uso, são ações que contribuem para uma educação mais valorização do humana e homem, da solidária, contemplado reflexões produção irracional à preservação ambiental e da convivência pacífica respeitando as diferenças. A causa principal da crise social se prende a forma como as sociedades modernas se organizaram no acesso, na produção e na distribuição de dons da natureza e da cultura. Essa forma é profundamente desigual. Os laços de solidariedade e de cooperação são o desempenho individual e a competitividade, criadores permanentes de apartação social com muitos excluídos. A raiz do alarme ecológico reside no tipo de relação que os humanos, entretiveram com a Terra e seus recursos. Uma relação de domínio, de não reconhecimento de sua existência e de falta de cuidado e de respeito necessário. O projeto da tecnociência, só foi possível porque, implícito, havia a vontade de poder e de estar sobre a natureza e não junto dela. Este implica a destruição da aliança de convivência harmônica entre os seres humanos e a natureza. Entretanto, o referido projeto trouxe muitas comodidades para a existência humana. Desempenhou uma função libertadora inestimável. Hoje, a continuação desse tipo de apropriação antiecológica, poderá ser desastrosa. Atualmente, para conservar o patrimônio natural e cultural acumulados, devemos mudar. Se não mudarmos de comportamentos e não reinventarmos relações benevolentes com a natureza e de maior colaboração entre os vários povos, culturas e religiões, dificilmente conservaremos a sustentabilidade necessária para realizar os projetos humanos, abertos para o futuro. Para resolver os problemas globais se faz necessária uma revolução global. Muitos avalistas propõem a encontrar uma nova base de mudança, apoiada em algo que fosse realmente comum e global, de fácil compreensão e viável. Essa base deve ser ética, a partir da qual se abririam possibilidades de solução e de salvação da Terra e da humanidade. A humanidade busca novos paradigmas, é preciso entender a necessidade de contribuir para a construção de novos espaços de conhecimento que levem às transformações. Nossos tempos requerem a formação de cidadãos conscientes e responsáveis, que seja capaz de modificar a realidade social. Nesse contexto é imprescindível que o cidadão compreenda, o papel do Estado, seu financiamento e sua função social, o que lhe proporcionará, o domínio dos instrumentos de participação popular e o controle do gasto público. A Educação Fiscal é uma ponte de saber, uma porta que se abre para construção desse processo. No momento em que o indivíduo passa a perceber a importância desse processo para sua vida, opera uma mudança de comportamento. Assim o plano de Plano Nacional de Educação Fiscal é construído pelas mãos de cada um, a partir de sua visão de mundo e da participação consciente no contexto das relações humanas, sociais e econômicas, em que cada um é sujeito da sua história e da história de todos. Sexualidade Humana A sexualidade é um fenômeno da existência humana, é parte da vida de todas as pessoas. Ela é cultural, possui historicidade, envolve práticas, atitudes, simbolizações, e existe enquanto construção social. A sexualidade tem dimensões: políticas, econômicas, sociocultural, religiosa, mística e afetiva, além da lógica. O que está ocorrendo hoje é uma absolutização do sexo e um empobrecimento da sexualidade, sobretudo em termos de afetividade e ternura. Esta é a grande virtude a ser cultivada num mundo de violência. A ternura é a expressão de uma sexualidade. Bem integrada, em nível interpessoal ou social. A violência e a agressividade são sintomas de que algo não está bem no campo da sexualidade. Nossa sociedade moderna está enfrentando dificuldades em encarar a sexualidade, além da dimensão biológica. Isto tem sido um obstáculo para projetos de educação sexual dentro de uma perspectiva histórica de transformação dos valores e padrões hoje existentes. As reflexões sobre sexualidade, devem partir do pressuposto de que pessoas em desenvolvimento, devem usufruir, de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, com todas as oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade, de respeito e de dignidade. O Brasil reconheceu, em lei, a importância de assegurar como prioridade para as crianças e adolescentes, a efetuação desses direitos fundamentais, onde se incluem o direito à vida, à saúde, à alimentação e à educação. Além de ser um direito de todos, a educação sexual pode ajudar os sujeitos a terem uma visão positiva da sexualidade, a desenvolverem uma comunicação clara nas relações interpessoais, a elaborarem seus próprios valores a partir de um pensamento crítico, compreenderem seu comportamento e o de outro e tomarem decisões responsáveis a respeito de sua vida sexual. Na história da educação sexual no Brasil, houve momentos em que ela foi considerada disponível e até condenável. Também registrou momentos, onde foi considerada necessária. Hoje ao lado de experiências inovadoras, participativas e bem sucedidas, convivemos ainda com propostas de se utilizar a educação sexual como veículo transmissor do controle da sexualidade, como as defendidas pela Igreja, que tem se pronunciado contra propostas de educação sexual. Nossa sociedade moderna está encontrando dificuldade em encarar a sexualidade, além da dimensão biológica. Isto tem sido um obstáculo para projetos de educação sexual dentro de uma perspectiva histórica de transformação dos valores e padrões hoje existentes. As reflexões sobre sexualidade, devem partir do pressuposto de que pessoas em desenvolvimento, devem usufruir todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, com todas as oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade, de respeito e de dignidade. Sabemos que as escolas, os meios de comunicação, a família e outros agentes sociais tem papel determinante no comportamento dos jovens. A família, dá as primeiras noções sobre o que é adequado ou não através de gestos, expressões, recomendações e proibições. Os meios de comunicação, quando veiculam cenas de conteúdo erótico, reforçam idéias preconceituosas. Então é a escola que precisa oferecer um espaço efetivo para que ocorram debates e orientações. Todos devem ser tratadas com respeito, justiça e equidade, sem nenhum tipo de discriminação. Afinal a educação se dá não só por meio de reflexão crítica em relação ao que acontece no entorno social, mas também pela convivência no cotidiano da própria escola. Meio Ambiente Meio ambiente é o termo que se designa aos elementos climáticos, geográficos e biológicos de uma região. É um conjunto de condições existentes, que constitui o local onde a vida pode, ou não, se desenvolver. Quando se consideram somente as condições criadas pela natureza, tem-se o meio físico, ou meio natural. Ele determina um tipo característico de paisagem, a paisagem natural. Quando se leva em conta a presença de grupos humanos, com seu gênero de vida característico, seus costumes, suas instituições, seu nível de avanço científico e tecnológico, tem-se o meio humano ou meio social que dá origem a um tipo diferenciado de paisagem, a paisagem cultural. O meio ambiente é o resultado das diferentes combinações, em quantidade e qualidade, dos recursos naturais. Os seres vivos inclusive os humanos, o mais dependente de todos, só pode viver e desenvolver-se física, social e intelectualmente e adquirir cultura, quando esses recursos podem lhe proporcionar a satisfação de suas necessidades básicas de alimentação e abrigo e também aquelas que seu desenvolvimento intelectual e cultural exigem. Assim, outros recursos naturais importantes e imprescindíveis intervêm: As reservas minerais, líquidas, sólidas e de gases. Devemos preservar os ambientes que sirvam de amostragem do que era a área de paisagem natural, ou que sirvam como fonte de estudos e pesquisas para a obtenção de dados que ajudem a sociedade humana. Pois, o ser humano, pessoal e social, é parte e parcela do meio ambiente, somos compostos pelos mesmos elementos e sustentados pelas mesmas energias que compõem e movem o universo inteiro, somos frutos da evolução do universo, da terra e da vida. Temos sentimentos, pensamentos e amamos. Em 1972, na conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, estabeleceram-se o “Plano de Ação Mundial” e a “Declaração sobre o Ambiente Humano”. Foi nessa conferência que se definiu, a importância da ação educativa nas questões ambientais, que gerou o primeiro “Programa Internacional da Educação Ambiental”. Em 1987, na conferência Internacional sobre Educação e Formação Ambiental, realizada em Moscou e convocada pela Unesco, conclui-se pela necessidade de se introduzir a Educação Ambiental nos sistemas educativos dos países. A inserção da Educação Ambiental nos Currículos Escolares foi estabelecida pela LDB (1996), No art. 26 § 1º. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), trazem a Educação Ambiental como um dos Temas Transversais. No entanto, ofereceram diferentes entendimentos e a Educação Ambiental acabou sendo desenvolvida, em sua maioria na forma de projetos pontuais. Com o avanço das discussões, foi promulgada a Lei Federal 9795/99, para instituir Política Nacional de Educação Ambiental e sua regulamentação ocorreu, por meio do decreto 4281/02. Tornar efetiva a Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades se torna ordem, diante da atual legislação e da necessidade de dar soluções adequadas aos graves problemas que afetam o Planeta. São as Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Ambiental, que apresentam indicativos para que as questões ambientais sejam inseridos no Currículo escolar. Os educadores, tem a missão de despertar os educandos para si mesmo, para sua inserção no meio natural, cultural e global, assumindo a responsabilidade pelo destino comum, Terra e humanidade. É importante estudar juntos, trazer educandos para dentro da realidade, ver as contradições que fazem pensar apropriarse de novas visões e chegar a um novo estado de consciência e de práticas concretas diante da realidade. Segundo Leonardo Boff, nada se muda se não for submetido à pressão. Por isso, é importante que os meios de comunicação informem sobre a realidade. Para a educação, é importante dar caráter de transversabilidade ao discurso ecológico, que deve estar presente em todas as disciplinas. Todos devem saber em que e como meu saber, minha disciplina, contribuem para regenerar os ecossistemas. Todos precisamos de uma alfabetização ecológica. Ninguém tem receitas que oferecem soluções. O importante é assumir o paradigma ecológico, que unifica nossa visão das coisas, ordena-as numa perspectiva inclusiva, que consiga, reencantar às pessoas pela valorização da vida. Educação Do Campo Entendemos por Educação do Campo o disposto na Resolução CEB/CNE nº 2, de 28 de abril de 2008: A Educação do Campo compreende a educação básica em suas etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional Técnica de nível médio integrada com o Ensino Médio e destina-se ao atendimento às populações rurais em suas mais variadas formas de produção da vida – agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da Reforma Agrária, quilombola, caiçaras e outros. A Educação do Campo é uma política pública pensada mediante a ação do governo e sociedade organizada apresenta também como expressão de uma política nacional, caracterizada do campo o resgate da divida histórica social, aos sujeitos do campo, uma vez que os modelos pedagógicos, muitas vezes ignoram a diversidade sociocultural do povo brasileiro. No final dos anos de 1990 os movimentos sociais conquistaram espaço na agenda política e as questões socioculturais são discutidas e faz-se necessário apontar algumas diretrizes, com caráter de contribuições, para a educação do campo. Nestas diretrizes estão incorporadas demandas da sociedades civil e preocupações governamentais com a educação do campo, além de experiências expressas em documentos produzidos coletivamente. As Diretrizes Curriculares da Educação do Campo, tem como objetivo, contribuir para a gestão e a prática pedagógica nas escolas do campo e, destina-se a todos os educadores das escolas do campo e gestores da educação. Ela esta organizada em três subitens: Histórico da educação do campo; Concepção de educação do campo; Eixos temáticos e encaminhamentos metodológicos, apresentando sugestão de conteúdos e alternativas. A Escola do Campo é pensada a partir das particularidades dos povos do campo. A sua definição está referendada no parágrafo único do art.2.º das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. É definida pela vinculação às questões inerentes a sua realidade. Deve corresponder à necessidade da formação integral dos povos do campo e garantir o acesso a todos os níveis e modalidades de ensino, de acordo com o artigo 6º. Das referidas Diretrizes. Também faz parte dos temas contemporâneos agora incluídos nos conteúdos a serem ministrados aos alunos atendendo ao desejo da comunidade escolar de atualização e de aprofundamento de conceitos formulados em diferentes campos de conhecimento. O momento atual nos parece propicio para avanços, ao mesmo tempo em que revela maior complexidade para a atuação dos movimentos sociais. O desafio que se impõe é o de práxis: avançar na teoria para poder dar um salto de qualidade na luta política e nas praticas produzidas até aqui. É preciso significar o nome que criamos, e constituir teórica e politicamente a nova bandeira. Este desafio nos exige um permanente retorno a uma questão de origem: o que é mesmo a Educação do Campo e quais são seus fundamentos principais? O desafio teórico atual é o de construir o paradigma da Educação do Campo; ou, pelo menos, avançar na elaboração de uma teoria da Educação do Campo: clarear, construir, consolidar e disseminar nossas concepções, ou seja, os conceitos, o modo de ver, as idéias que conformam nossa compreensão e tomada de posição diante da realidade. A Educação do Campo assume sua particularidade, que é o vinculo com sujeitos sociais concretos, mas sem se desligar da universidade: antes (durante e depois) de tudo ela é educação, formação de seres humanos. Ou seja, a Educação do campo faz o diálogo com a teoria pedagógica desde a realidade particular dos camponeses, ou mais amplamente da classe trabalhadora do campo, e de suas lutas. E, sobretudo, trata de construir uma educação do povo do campo e não apenas com ele, nem muito menos por ele. Pensar a educação desde ou junto com uma concepção de campo significa assumir uma visão de totalidades dos processos sociais; significa no campo da política pública, por exemplo, pensar a relação entre uma política agrária e uma política pública com educação e saúde, pensadas de formas qualitativas. E na dimensão da reflexão pedagógica voltando a arte de educar, e os processos de formação humana, a partir dos parâmetros de um ser humano concreto e historicamente situado, com uma visão desde a infância crítica e histórica, desenvolvendo a sua autonomia perante o contexto social que esta inserido. A Educação do Campo tem se desenvolvido em muitos lugares por meio de programas de praticas comunitárias, de experiências pontuais. Não se trata de desvalorizar ou de ser contra essas iniciativas porque elas têm sido uma das marcas de resistência. Mas é preciso ter clareza de que isto não basta. A educação somente se universaliza quando se torna um sistema, necessariamente público. Não pode ser apenas soma de projetos e programas. Por isso nossa luta é no campo das políticas públicas, porque esta é a única maneira, de universalizar o acesso de todo o povo do campo à educação. Compreender o lugar da escola na Educação do Campo é ter claro que o ser humano precisa contribuir com a formação dos novos sujeitos sociais que se constituem no campo hoje. Sendo assim a escola precisa cumprir com a sua vocação universal de instruir no processo de humanização, com as tarefas específicas que pode assumir nesta perspectiva. E ao mesmo tempo, é chamada a estar atenta à particularidade dos processos sociais do seu tempo histórico auxiliando na educação das novas gerações de trabalhadores e de militantes sociais. Na Educação do Campo é preciso refletir sobre como se ajuda a construir desde a infância uma visão de mundo crítica e histórica; como se aprende e como se ensina nas diferentes fases da vida a olhar para a realidade enxergando seu movimento, sua historicidade, e as relações que existem entre uma coisa e outra, tomar posição diante das questões do seu tempo, resgatando utopias sociais, educando nos valores humanistas; também como se educa o pensar por conta própria e o dizer a sua palavra, e como se respeita uma organização coletiva. História e Cultura Indígena Na história oficial do Brasil, os povos indígenas não aparecem como contribuidores da formação da nação brasileira, isto porque sempre foram considerados sem cultura, sem civilização, esquecendo-se de que os primeiros colonizadores aprenderam e sobreviveram em terras totalmente desconhecida graças a ajuda deste povo, uma falha na história de nosso povo que aos poucos vai e deve ser recuperada. Os povos indígenas buscam ao longo da história sua autonomia, sendo que isto não significa que sejam inferiores aos demais segmentos da sociedade brasileira, embora existam mecanismos e estruturas que insistem em operar no sentido de manter os povos indígenas à margem dos processos decisórios do país, o que infelizmente ocorre, apesar de se estenderem aos índios os direitos e as garantias fundamentais assegurados a todo brasileiro. A luta pelo reconhecimento de direitos é incessante e é preciso implementar, proteger e resguardar as conquistas obtidas. O caminho ainda não acabou e os passos dados hoje vão ser vistos no futuro. Quanto aos desafios e às perspectivas para a construção e o exercício da cidadania indígena, fica claro que é necessário informar a sociedade em geral sobre a situação dos povos indígenas na atualidade: quem são, onde vivem, quais os seus valores, seus direitos e obrigações. Portanto se faz necessário trabalhar um currículo que inclui o pluralismo e a diversidade em nosso país, um caminho que aos poucos vai ganhando corpo e tornando-se realidade em nossas instituições escolares, visto que ainda hoje existe no Brasil uma ideia generalizada e errônea de que os povos indígenas não possuem nenhum tipo de educação. História e Cultura Afro-Brasileira e Africana Na história social brasileira, não se destacam a presença de africanos e afros descendentes na cultura e na história do Brasil. Esta ausência se dá devido ao não reconhecimento da contribuição da África ao conhecimento da humanidade. Deveriam africanos e afros descendentes, estarem presentes em todos os momentos da história brasileira dando a sua participação em todos os setores da produção. Entende-se que a essência do trabalho histórico no Brasil é negra. Eles constituíram a massa trabalhadora durante a colonização brasileira, porém, confundimos a figura do escravo, com a do africano e do negro. Os africanos e afros descendentes foram escravizados e livres no sistema de produção do escravismo criminoso. Faz-se necessário, uma ampliação conceitual que explique as inter-relações entre a cultura e a história social, que leve em conta a base cultural africana. O sistema de educação é considerado universal e deveria transmitir a essência da cultura humana na sua diversidade. No entanto, funciona, com uma visão eurocêntrica de mundo, marcada pelos preconceitos e por concepções racistas, anulando as expressões de africanos e afros descendentes nas culturas ocidentais. As ideologias da cultura brasileira tendem a colocar os africanos no campo do exótico ou do precário. Nestas ideologias, os afros descendentes são representados como espécime em extinção. 1º A presença da cultura e da história, de africanos e afros descendentes, na educação brasileira, hoje, é devido à compreensão política dessa importância. 2º A educação transmite a cultura e se reserva o direito de dizer o que é cultura. Faz a seleção de temas por um critério ideológico e político e se ampara nas ciências para justificar as escolhas. A falta de conhecimentos sobre a história e a cultura africana forma uma barreira intelectual que impede a compreensão completa da história e da cultura brasileira. A educação deve revelar as ideias de dominações fundadoras da realidade brasileira para ocasionar mudanças da estrutura social dos afro-descendentes, deve combater as desigualdades. Para isso precisa teorizar e praticar práticas efetivas e específicas que modifiquem concretamente a situação dos afro-descendentes. A partir de preocupações de educadores e de movimentos sociais, comprometidos com a questão racial na educação, o Brasil começa incorporar essas preocupações na política educacional. Em janeiro de 2003, o Presidente assinou a Lei 10639/03 que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nos estabelecimentos da Educação Básica no brasil. Em março de 2004, o conselho Nacional de Educação aprova parecer 03/04 instituindo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Desta forma, as ações, tem sido direcionadas, para a implementação da Lei 10639/03. No Paraná entre as ações estão: Grupo de trabalho para o acompanhamento da implantação da lei; Realização de seminários de formação, a constituição do Fórum Estadual da Diversidade; encontros de Educadores negros; Aquisição de livros para as escolas relacionados a temática; Elaboração de caderno temático professores e sobre a Lei; Atividades funcionários das escolas de formação públicas; para Campanhas educativas e de valorização das etnias e implementação de políticas de inclusão social, uma vez que todos devem educar-se enquanto cidadãos atuantes na sociedade multicultural e pluri-étnica, capazes de construir uma nação democrática. Aos estabelecimentos de ensino está sendo atribuída responsabilidade de acabar com o modo falso de tratar a contribuição dos africanos e seus descendentes para a construção da nação brasileira assumir esta responsabilidade é compromisso com o entorno sociocultural da escola, com a formação de cidadãos atuantes e democráticos, capazes de compreender as relações sociais e étnico-raciais que participam. Para isso, faz-se necessário assumir o desafio e executar propostas educacionais, compatíveis com a diversidade local, valorizando as diferenças, a criatividade, a solidariedade, incentivando a cooperação, proporcionando o respeito e a preservação de ideias e patrimônio cultural e re elaboração de novas práticas sociais. Capacitando a cada um individual e coletivamente, proporcionando condições necessárias de progresso e desenvolvimento. O Brasil tem uma dívida histórica e cultural com os povos africanos, como uma imensa familiaridade de gostos, músicas, comidas e jeito de ser. Da população brasileira, 47% são afrodescendentes, por isso, refazer relações mais solidárias com a África é nos relacionarmos com nossas raízes e respeitar nossa história. Violência A violência, no âmbito das escolas públicas, pode ser entendida como um processo complexo e desafiador que requer um tratamento adequado, cuidadoso e fundamentado teoricamente, por meio de conhecimentos científicos, desprovidos de preconceitos e discriminações. O tema da violência escolar tem sido uma preocupação de diversos segmentos sociais, sendo tratado em debates nas instituições de Ensino Superior, nos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos Tutelares, Ministério Público, Juizados da Infância e Juventude e nos últimos anos está presente de forma reincidente na mídia. A violência é uma ação social e diferenciada histórica e culturalmente. Sobre esta questão Chauí (1994, p. 336) argumenta que: (…) Desde a antiguidade clássica (greco-romana) até nossos dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios para evitá-la, diminui-lá, controlá-la. As diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo social. Contextualizar as discussões referentes a temática da violência contra a criança e o adolescente nos remete a uma visão mais abrangente sobre as diversas formas de violências cometidas contra a população infanto-juvenil, elaborando políticas que garantam os direitos e ao mesmo tempo elabore medidas preventivas e de redução da violência no espaço escolar e também fora dele. Pensar numa política pública que tenha como objetivo sanar as causas, os fatores de vulnerabilidade, as modalidades de violência, bem como o perfil dos autores e vítimas e assim efetuar um diagnóstico mais preciso das condições reais do enfrentamento à violência, buscando mobilizar a população sobre a temática, bem como estruturar e fortalecer as instâncias que implantam e aplicam estas políticas. Planejar um trabalho dentro do ambiente escolar voltado ao resgate de valores que ao longo dos tempos foi se desgastando, tornando a convivência entre indivíduos um momento de troca de experiências, onde haja dignidade, vida e liberdade entre os seres humanos e assim promover uma grande ação educadora de conscientização a todos, sobretudo as novas gerações. Drogas A prevenção ao uso indevido de drogas, no âmbito das escolas públicas estaduais, pode ser entendida como um processo complexo e desafiador que requer um tratamento adequado, cuidadoso e fundamentado teoricamente, por meio de conhecimentos científicos desprovidos de preconceitos e discriminações. Embora muitos sejam os estudos e intervenções realizadas e que apontam para a necessidade de políticas públicas, o fenômeno do uso indevido de drogas ainda se depara com barreiras tais, como os interesses econômicos envolvidos na produção e venda de drogas (lícitas e ilícitas), a multiplicidade de perspectivas que norteia a todos (pesquisadores, leigos, políticos, religiosos, etc) em suas ações e, por fim, a falta de recursos (humanos e materiais) adequados para o seu tratamento. O aumento crescente do uso de substancias psicoativas e os elevados custos sociais decorrentes deste consumo vem exigindo que avancemos na discussão das políticas públicas tanto direcionadas à redução da oferta quanto à redução da demanda e a adoção de medidas mais eficazes sob o ponto de vista da saúde pública. A formulação de uma política pública é resultado de um longo e emaranhado processo que envolve interesses divergentes, confrontos e negociações entre várias instâncias. Envolve assim relações e mobilizações estabelecidas por diferentes atores (que representam interesses antagônicos), pelas instituições que podem facilitar ou impedir o acesso dos autores aos espaços decisórios; pelo processo de decisão, no qual se estabelecem coalizões e escolhas, também pelos produtos da política resultante. Uma política pública, via de regra, é mais que decisão e requer diversas ações estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas. Assim, é preciso incutir autonomia nos jovens estudantes de escolas públicas, onde passem a ter argumentos para dizerem não às drogas, construindo um quadro ético que se baseia na intolerância quanto à pluralidade das opções e visões e fundamentar um trabalho voltado a prevenção e orientação quanto ao uso indevido e suas consequências à saúde humana. A participação política da sociedade civil emerge como ponto central no interior de superação desse quadro. Diante disso, é de fundamental importância o entendimento profundo desta temática das drogas por parte dos professores e seus alunos. Isto permitirá uma atuação docente criativa, crítica e cada vez mais politizada. Matriz Curricular É a representação gráfica do currículo definido pela escola, onde são estabelecidas as áreas ou disciplinas da Base Nacional Comum e Parte Diversificada com suas respectivas cargas horárias, cursos, turnos, séries ou ciclos. A Matriz Curricular integra o PPP sendo utilizada como instrumento gerencial para o sistema e dela decorre o registro da vida escolar do aluno. Nas Escolas Estadual São Luiz- EF, 90% da carga horária é composta por disciplinas da BNC, e os 10% restantes por disciplinas da PD. A carga horária total do Ensino Fundamental deve, obrigatoriamente, ser de 3200 horas. Marco Operacional Redimensionamento da Organização do Trabalho Pedagógico A preocupação com ampliação do tempo de ensino obrigatório, no Brasil é decorrente das transformações sociais, econômicas e políticas. A LDB nº 9394/96, embora mantivesse a obrigatoriedade de oito anos de escolarização pensava na possibilidade de ampliação progressiva do Ensino Fundamental com nove anos de duração, através da inclusão das crianças aos seis anos de idade. Em 2005 foi promulgada a primeira lei especifica do Ensino Fundamental de nove anos, a lei nº 11,114/05, que altera o artigo 6º da LDB, tornando obrigatória a matrícula da criança aos seis anos de idade no Ensino Fundamental e a lei nº 11.274/06 trata da duração do Ensino Fundamental, ampliando-o para nove anos, com matrícula obrigatória aos seis. Diante da responsabilidade de elaborar normas para a implantação do ensino fundamental de nove anos no Estado do Paraná, o conselho Estadual de Educação expediu a deliberação nº 03/06, promulgada em 05/07/2006. E deliberações complementares, nº05/06, a 02/07 e a 03/07 que normatizam o processo de implantação. O Ensino Fundamental de nove anos configura-se como a efetivação de um direito, especialmente às crianças que não tiveram acesso anterior às instituições educacionais. Para tanto é necessário um trabalho de qualidade no interior da escola, que propicie a aquisição do conhecimento, respeitando a especificidade da infância nos aspectos físicos, psicológicos, intelectuais, sociais e cognitivos. Segundo André (in Veiga, 1998) “ Conhecer a escola mais de perto significa colocar uma lente de aumento na dinâmica das relações e interações que constituem seu dia-a-dia, aprendendo as forças que a impulsionam ou que a retem, identificando as estruturas de poder e os modos de organização do trabalho escolar, analisando a dinâmica de cada sujeito nesse contexto interacional”. Em uma organização, não basta cada indivíduo estabelecer suas próprias metas: as metas individuais devem estar alinhadas com as metas da organização e com os resultados esperados por ela. O que é fundamental no redimensionamento do trabalho pedagógico é que, todos entendam para onde estão indo e o que se espera que alcancem. As pessoas devem entender o que se espera delas e então dizer como irão atingir este resultado esperado. Gestão Democrática Os valores éticos e morais são formados e transmitidos socialmente, isto é, pela convivência são desenvolvidos na família, na escola, no trabalho. Observa-se que disciplinas que ensinam coisas como direitos e deveres do cidadão, leis, Constituição...etc. Tem efeito quase nulo sobre o comportamento dos alunos. Em contrapartida há evidencias de que os valores se aprendem na escola pelo que ela é, pelo que ela pratica no seu funcionamento diário. “A ESCOLA ENSINA PELO EXEMPLO, NÃO PELO DISCURSO”. Assim, além de promover a melhoria das condições de funcionamento da escola, através da participação e comprometimento dos diversos segmentos da comunidade escolar, a gestão participativa, fornece um exemplo determinante para assimilação, por parte dos alunos do que é ser um cidadão socialmente responsável. Quando se fala em democracia, logo nos vem a mente os princípios que a regem, ou seja, LIBERDADE, IGUALDADE E JUSTIÇA SOCIAL. A Gestão democrática é regida pela Constituição Federal, no ART: 206, e na LDB pelo art: 30, que defende a participação de todos os profissionais de educação na elaboração da proposta pedagógica, como a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares e equivalentes. A relação entre as pessoas é uma relação horizontal, uma relação entre iguais. Dessa forma, não se deve negar ao outro, senão estará negando a si próprio. Deve se reconhecer os direitos dos outros, pois assim os seus também serão reconhecidos. Gestão democrática é o processo político através do qual as pessoas na escola discutem, deliberam e planejam, solucionam problemas e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam as ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Este processo, sustentado no diálogo e na alteridade, tem como base à participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito a normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola. A equipe pedagógica é dirigente na medida em que é responsável por articular o conjunto dos envolvidos diretamente na atividade a fim da escola, no planejamento das ações que levem a realização da função da escola. Os envolvidos na educação devem articular o trabalho coletivo em função da sua especialidade, qual seja o método, a organização do conhecimento em forma do saber escolar didaticamente orientado à construção do conhecimento para o aluno. Este trabalho só se realiza de forma plena se a articulação entre equipe pedagógica, coordenação política e administrativa da escola for construída em sentido democrático, pois junto com a democratização da economia e política, a democratização da educação e da escola, através da universalização, da gratuidade e da permanência é uma exigência para emancipação de todos os indivíduos envolvidos na sociedade. Neste sentido a participação de toda a comunidade: estudantes, pais, funcionários, professoras, pedagogos e direção da escola, não é uma concessão, mas uma prática que expressa princípios, que influenciam na qualidade da educação e estão vinculados a um projeto coletivo por uma sociedade não excludente. A democratização da gestão do sistema educativo e da escola é um principio articulado ao caráter público desta atividade, que deve ser mantida pelo Estado e que este também, precisa ser democratizado. Isso implica na democratização da educação ocorrida, na última década e na efetivação de mecanismos de acompanhamento, controle e definição das políticas educacionais, bem como da organização do trabalho educativo na escola com participação de todos e todas. A gestão democrática é uma prática cotidiana que contém o princípio da reflexão, da compreensão e da transformação que envolve, necessariamente, a formulação de um projeto políticopedagógico libertador. A superação da cultura de gestão autoritária, só vai acontecer com o debate e a construção coletiva. Com a participação de toda a comunidade escolar via Conselhos Escolares, Conselho de Classe, APMF, Grêmios Estudantis, reuniões pedagógicas que aprofundem a construção acerca da escola que queremos e de como construí-la. Refletindo e buscando as soluções em conjunto, com consensos possíveis e trabalhando com os dissensos como algo saudável na formação de sujeitos democráticos. a) Papel Específico de Cada Segmento da Comunidade Escolar • Equipe de Direção À equipe de direção cabe a gestão dos serviços escolares, no sentido de garantir o alcance dos objetivos educacionais do estabelecimento de ensino. A gestão da escola deve ser entendida como o processo que rege o seu funcionamento, compreendendo a tomada de decisão, planejamento, execução, acompanhamento e avaliação do Projeto Político Pedagógico, com base na legislação em O papel de um gestor é fazer com que sua organização, produza os resultados esperados, através do melhor uso possível dos recursos existentes e do desenvolvimento de soluções criativas e eficazes para a superação de desafios e alcance dos objetivos delineados no plano de Ação do estabelecimento. Para desempenhar adequadamente sua função o gestor escolar deve desenvolver algumas competências como: - visão sistêmica; foco nos resultados; planejamento; análise e acompanhamento de resultados; liderança; articulação e organização de processos de trabalho. • Equipe Pedagógica É o conjunto de pessoas que se envolvem com a condução da ação pedagógica da escola. O envolvimento coletivo é determinante na medida em que a ação educativa é muito mais o efeito do ambiente todo das escolas. Portanto, para ter sucesso, a ação pedagógica deve ser abrangente e coerente. As principais responsabilidades da equipe pedagógica são: - Coordenar os esforços que levam, através de um processo participativo à elaboração de uma proposta pedagógica consistente, relevante e inspiradora. - Contagiar toda a comunidade escolar com o espírito e objetivos do PPP. - Articular-se com professores, funcionários e pais a fim de receber os primeiros sinais de dificuldades por parte dos alunos; - Avaliar constantemente o grau de motivação dos integrantes da comunidade escolar; - Acompanhar o aproveitamento do tempo pedagógico efetivo trabalhado com os alunos; - Verificar a essencialidade dos conteúdos que estão sendo ministrados; - Desencadear ações com o intuito de evitar a repetência, evasão... • Agentes Educacionais a) Secretaria: É o setor que tem a seu encargo todo o serviço de escrituração escolar e correspondência do estabelecimento. Manter organizado o protocolo, o arquivo escolar, coletânea de leis, regulamentos, diretrizes, ordens de serviço, circulares, resoluções, instruções... e do sistema SERE, além de assessorar a direção no que lhe compete. b) Serviços Gerais: Tem a seu encargo o serviço de manutenção, preservação, limpeza do estabelecimento e arredores. Auxiliar na distribuição da merenda e colaborar com o bom andamento do recreio escolar. E a merendeira cabe cuidar da higiene em geral da cozinha e depósito de merenda; preparar e servir a merenda controlando-a qualitativa e quantitativamente. • Corpo Docente O professor desempenha uma função central para a organização das atividades de aprendizagem, além de lecionar matérias. Deve ter uma capacidade de empatia para saber o que o aluno sente, deve animá-lo a trabalhar, ajudá-lo a superar os obstáculos. O professor desempenha duas funções fundamentais: É uma modelo de medida em que mostra como se deve pensar, impõe sua autoridade que tem de ser conquistada, e é um animador social, na medida em que se cria as situações de aprendizagem e faz com que se desenvolvam de maneira adequada; Além é claro de cumprir seu horário, manter os registros nos livros de chamada e ponto sempre em dia, participar das reuniões pedagógicas e cursos ofertados. b) Relação entre Aspectos Pedagógico e Administrativos O resultado esperado da educação, quando ela é de qualidade, é o desenvolvimento do aluno de tornar-se cada vez mais aquilo que ele potencialmente pode vir a ser, na sua integralidade. Isso implica em uma educação que se preocupa continuamente em dar oportunidade para que todos frequentem a escola e que tenham uma educação que nunca perca de vista que o sentido de todo o esforço pedagógico é o de propiciar aos alunos melhores chances de êxito na vida. c) O Papel das Instâncias Colegiadas • APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários Associação civil, entidade jurídica de direito privado, vinculada à escola. Funciona como órgão de representação dos pais, professores e funcionários na gestão da escola em prol da qual trabalha sem fins lucrativos. É regida por um Estatuto próprio. A APMF pode contribuir de maneira fundamental para a melhoria da qualidade de ensino através da democratização das discussões e decisões e do apoio efetivo às ações da escola. • Conselho Escolar De acordo com a Deliberação 016/99 do CEE, o Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza consultiva, deliberativa e fiscal. É regido por Estatuto próprio, no qual são definidos seus objetivos, natureza, mecanismos e procedimentos que regulam seu funcionamento. A atuação do Conselho Escolar deve contribuir com o trabalho do gestor escolar, legitimando suas decisões, colaborando na execução de algumas ações e monitorando os resultados. • Conselho de Classe O conselho de classe se divide em três partes: pré conselho – análise do processo pedagógico e coleta de informações; conselho – com participação de forma direta,efetiva e interdisciplinar, analisando dados levantados no 1º momento, planejando e o compromisso coletivo das ações na serem praticadas; e pós conselho – retorno em sala de aula, dos resultados do conselho. Reunião pedagógica para a avaliação dos resultados de aprendizagem e de questões de ordem disciplinar. Instância máxima e soberana de decisão sobre promoção ou retenção de alunos (cabendo recursos). O mais importante em relação aos Conselhos de Classe é que são momentos de avaliação coletiva e reflexão dos resultados que a escola vem alcançando com os alunos e Não de julgamento destes; devem mobilizar toda a comunidade escolar no sentido de definir também as ações para a melhoria dos resultados; devem acontecer com maior frequência possível e previstos em calendário (a maioria das escolas opta por 4 conselhos –um por bimestre). É também, nos Conselhos de Classe que acontecem as intervenções pedagógicas, das quais os professores podem se utilizar para a melhoria de sua prática cotidiana. • Grêmio Estudantil Organização estudantil criada em 1985, pela Lei 7398/85, instituída para promover uma educação política, social... para além da sala de aula. É regido por Estatuto próprio, aprovado em assembleia, sendo um órgão independente da direção da escola. O grêmio é uma organização, onde se cultiva o interesse dos alunos; onde os mesmos, tem possibilidade de democratizar decisões e formar o sentimento de responsabilidade. É o reflexo dos alunos e serve como elo de ligação entre a direção e a equipe técnica da escola com o intuito de (re)pensar e (re)fazer o saber escolar. Recursos que a Escola Dispõe para Realizar seu Projeto Além dos recursos humanos: alunos, professores, funcionários, comunidade escolar...a escola conta com recursos financeiros como: PDDE, FUNDO ROTATIVO e promoções internas realizadas através da APMF e Grêmio Estudantil. Conta também com recursos não monetários como: FNDE, PNAE, Amigos da Escola e Prefeitura Municipal. Há também a SUDE que cuida da gerência dos recursos físicos (instalações e equipamentos) da escola. Critérios para Elaboração do Calendário Escolar / Horários Letivos e Não Letivos É o instrumento que marca o ritmo das atividades da escola, definindo as datas dos principais eventos que ocorrerão no ano letivo vigente. O calendário escolar deve prever um mínimo de 200 dias letivos no ano, com um mínimo de 800 h de atividades que envolvam professores e alunos. Recebemos da SEED sugestão de calendário, cabendo a escola adaptá-lo e optarem pelas datas de atividades baseadas nas suas peculiaridades. Critérios para Organização e Utilização dos Espaços Educativos Na nossa realidade de Núcleo de Ensino não dispomos de muitos critérios. Todas as salas e ambientes escolares são comuns ao Município e ao Estado nos turnos de funcionamento. Utilizamos os espaços físicos, dentro e fora do prédio, da melhor forma possível Critérios para Organização de Turmas e Distribuição por Professor em Razão de sua Especificidade A organização das turmas permanece sempre a mesma em virtude do transporte escolar, adequação idade/série; o que pode ocorrer é a troca das salas (quando há disponibilidade para isso). Os critérios para a distribuição por professor em razão de sua especificidade são os emitidos pela SEED e SAE através de Resoluções, Deliberações e Instruções. Diretrizes para a Avaliação do Desempenho do Pessoal Docente e não Docente, do Currículo, das Atividades Extra Curriculares e do PPP As diretrizes que temos para a avaliação são as que emanam da SEED – Avaliação Institucional, cremos que de grande valia por ser ampla e ao mesmo tempo bem abrangente, democrática e por fim, mais esclarecedora; favorecendo a construção da realidade escolar que queremos. Utilizamos também, avaliação feita pela comunidade local, através de reuniões, questionários, quadros avaliativos/descritivos. Intenção de Acompanhamento aos Egressos “Estudos têm demonstrado que a evasão escolar pode ocorrer por diversos motivos e dentre eles estão as repetências constantes, a necessidade do trabalho infantil para compor a renda familiar, a pobreza e a falta de comida em casa, a longa distância entre a escola e a casa, a falta de transporte, a falta de uniforme e material escolar, que dificultam a ida à escola todos os dias, além de motivos de ordem mais social, como o abuso sexual, dentro e fora de casa, ou até mesmo na escola; exploração sexual, a violência física e/ou psicológica com a criança ou entre seus familiares, o abuso físico e/ou psicológico na escola e/ou em casa, a não valorização do ensino por parte dos adultos, o casamento e/ou gravidez precoce, o uso e tráfico de drogas, a falta da segurança na localidade ou próximo à escola, brigas de gangues e dificuldades no acompanhamento dos conteúdos curriculares”.(FICA, 2005). A permanência e o crescimento dos alunos não dependem somente da escola, mas envolvem ações dos governos: federal, estadual e municipal, da família e da comunidade onde vivem esses alunos. É um direito garantido por Lei: (Constituição Federal – Artigos 205,206 e 208; LDB – Artigos 5º, 12,13 e 24; ECA – Artigos 53, 54, 55, 56 e 57). O FICA, implantado no Paraná, é um dos instrumentos colocados à disposição da escola e sociedade. Seu processo de funcionamento tem início na escola, mais precisamente em sala de aula, podendo chegar até o Poder Judiciário. Os Tipos de Avaliação Encontrados no Contexto Escolar - Avaliação Institucional: avalia a escola como um todo; - Avaliação Pedagógica: é realizada com os alunos. Determina a aprovação ou não; - Avaliação do Rendimento Escolar: compara o desempenho dos alunos com parâmetros previamente estabelecidos. - Avaliação Externa: realizada por agentes externos à escola. Ex: Boletim da Escola; - Avaliação Interna: é aquela realizada dentro da escola. Ex: professor avalia aluno, diretor avalia professor...; - Autoavaliação: quando avaliamos nosso próprio trabalho; quando a escola se avalia como instituição. A grande utilidade da autoavaliação é a reflexão que ela induz. NÃO EXISTE BOA GESTÃO SEM BOA AVALIAÇÃO. Práticas Avaliativas A avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avaliação é realizada em função dos conteúdos, É essencial estabelecer a relação entre os conteúdos que se pretendem ensinar, o abjetivo para este ensino, a forma de sistematização destes conteúdos para então, estabelecer critérios e instrumentos diversificados, claros, específicos e coerentes com as concepções e finalidades educativas. Os critérios subsidiarão a valorização em forma de pesos a partir da intenção que se tinha em trabalhar um determinado conteúdo. A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez, vírgula zero). É vedado submeter o aluno a uma única oportunidade e a um único instrumento de avaliação. Apresentação de alguns instrumentos de avaliação que podem ser utilizados: • Atividade de Leitura – verificando a compreensão dos conteúdos abordados em aula, analisando o conhecimento prévio do aluno; • Pesquisa Bibliográfica – proporcionando ao aluno o contato com o que já foi escrito ou pensado sobre o tema; • Produção de Texto – construídos nas etapas de planejar, escrever e revisar; • Palestra / Apresentação Oral - Compreensão, Argumentação, organização e exposição de ideias; • Atividades experimentais – Espaço para criar hipóteses, levando em consideração as dúvidas, o erro, o acaso e a intuição; • Pesquisa de Campo – Auxiliando na busca de novas alternativas para o processo ensino aprendizagem; • Relatório – Possibilitando a reconstruindo o conhecimento; reflexão sobre o realizado, • Laboratório – Realizando experimentos; • Seminário – discussão rica de ideias; • Debate - Tornando capaz de avaliar os argumentos, expondo e ouvindo ideias; • Atividades com textos Literários – Enriquecendo os conteúdos; • Atividades a partir de Recursos Audiovisuais – Trabalhando com filmes, documentários, músicas, teatro e outros; • Trabalho em Grupo – Desenvolvendo dinâmicas, proporcionando experiências que facilitam a aprendizagem; • Questões Discursivas – Possibilitando verificar a qualidade da interação do aluno com o conteúdo, o processo de investigação e reflexão realizado durante a exposição; • Questões Objetivas – Fixando conteúdos. Na promoção ou conclusão dos anos finais do Ensino Fundamental, a média final mínima exigida é de 6,0 (seis, vírgula zero), observando a frequência mínima exigida por lei. No âmbito escolar avaliasse diariamente e de várias formas o conjunto de ações desenvolvidas na escola. Para tanto dispomos de um leque de opções avaliativas que nos levam a obter dados relevantes na buscando a melhoria do ensino, ofertada pela escola. Conclusão O Projeto Político Pedagógico formulado com a participação da comunidade escolar visando atender ao Ensino Fundamental pressupõe o acesso, a permanência, a escola e aprendizagem de qualidade para todos. A função fundamental da educação é criar condições políticopedagógicas para o desenvolvimento do potencial de cada indivíduo e ajudá-lo a tornar-se um ser completo, em suas dimensões sociais, afetivas e intelectuais. Para a escola o Projeto Político Pedagógico é altamente enriquecedor: mobiliza alunos, professores, a comunidade escolar e a comunidade onde a mesma está inserida. Sabe-se que a aprendizagem deve ser vista como um processo complexo e global, no qual, teoria e prática não se dissociam, mas, caminham juntas: o conhecimento da realidade e a intervenção na mesma. A escola pública se constitui em um campo vasto, plural e diversificado, marcado por dificuldades, principalmente sociais. No entanto, ao lado dessa realidade complexa, própria de uma instituição que reúne diferentes dimensões do campo social, observam-se práticas, soluções e respostas inesperadas que buscam construir outra realidade, longe daquelas que reproduzem o fracasso e a descrença na escola pública.