A VISÃO DA GESTÃO ESCOLAR E A INFLUÊNCIA NA AUTONOMIA
DA ESCOLA
GOMES, Henrique Moraes – PUCPR
[email protected]
ARZUA, Eduardo – PUCPR
[email protected]
LIMA, Alex Vieira – PUCPR
[email protected]
OLIVEIRA, Fabiane Lopes – PUCPR
[email protected]
Eixo Temático: Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
Gestão Escolar nos tempos atuais se tornou uma grande área de estudos devido a sua
importância dentro da nossa sociedade e principalmente dentro da escola, fazendo com que as
pesquisas ajudem na tarefa de construir instituições escolares que tenham vida própria,
gerenciem seus trabalhos. Entende-se a necessidade de escolas bem dirigidas e organizadas,
orientadas por uma gestão decisiva na busca da eficácia escolar pois os professores defendem
uma atitude aberta e participativa, mas pretendem que a direção defina orientações claras.
Sendo assim o objetivo desse trabalho é trazer uma visão da gestão escolar e sua influência na
autonomia da escola. Foi realizada uma pesquisa descritiva e observacional em dois colégios
públicos e uma instituição particular de Curitiba, onde foram observados os métodos de
gestão empregados nas instituições, a partir disso foi confrontada a realidade gestacional com
o que se encontra na teoria. Nota-se que o papel de cada professor e dos funcionários da
escola está bem definido e alinhado com a filosofia de trabalho da escola. Os alunos são a
principal fonte de vida da escola e todos os objetivos estão voltados para o ensino dos
mesmos. O gestor deve definir suas estratégias junto com colegas, professor, funcionários e
sociedade, para que haja uma gestão de qualidade, com objetivos reais, recursos adequados
dentro da realidade da comunidade e principalmente que ajude o aluno na sua caminhada,
formando um cidadão ético, que reconheça os valores morais, e tenha as bases do
conhecimento cientifico. Portanto o gestor das escolas deve lidar com uma série de fatos,
como dificuldades financeiras, estrutura e material precários e ainda a acomodação de seus
professores. Conhecendo estes processos podemos elencar soluções que auxiliem os gestores
no desenvolvimento de uma educação básica regulamentada, que possa proporcionar ao aluno
um ambiente que propicie uma educação significativa.
Palavras-chave: Gestão Escolar. Influência Escolar. Autonomia Escolar.
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Introdução
A Gestão Escolar nos tempos atuais se tornou uma grande área de estudos devida sua
importância dentro da nossa sociedade e principalmente dentro da escola, fazendo com que as
pesquisas ajudem na tarefa de construir instituições escolares que tenham vida própria,
gerenciem seus trabalhos tenham uma devida organização e o mais importante uma educação
de qualidade para seus alunos.
Menezes e Santos apud Oliveira (2002, p.1) definem a Gestão Escolar como a
expressão relacionada à atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a
articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos
processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino orientados para a promoção
efetiva da aprendizagem pelos alunos.
Vaz (2008, p.1) propõe que se faz necessário reestruturar o papel da escola e de sua
gestão que vai além da mera transmissão de conhecimento, a fim de formar pessoas para um
mundo mais justo e solidário. Para que isso aconteça necessitamos ter uma prática
educacional e uma gestão escolar pautada na justiça e na solidariedade humana.
Segundo Sousa apud LDB (2006, p.1), nos artigos 14 e 15 da LDB, são apresentadas
as seguintes determinações: Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios:
I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da
escola;
II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes;
Art. 15 – Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de
educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e
administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público.
Com base no acima exposto o objetivo desse trabalho é trazer uma visão da gestão
escolar e sua influência na autonomia da escola.
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Desenvolvimento
A mudança planejada no contexto escolar
Mudar programas e práticas educativas tem sido a grande preocupação de dirigentes
políticos, os quais freqüentemente exercem influência direta ou muitas vezes uma discreta
pressão sobre a maneira de conduzir a vida e o trabalho na escola.
Sabe-se que as reformas na estrutura educacional nem sempre são suficientes para
responder às exigências do contexto social. Na verdade, a mudança pretendida no âmbito
educacional apela ainda às condições coletivas da criatividade nas escolas, em vista do que a
reforma se efetiva conforme entendimento e comprometimento dos atores por ela envolvidos,
pois cabe à estes entendimento e comprometimento dos atores por ela envolvidos, pois cabe à
estes a implementação da mudança. Nesse contexto, surge, muitas vezes, a importância dos
responsáveis pela reforma, quando observam na prática o seu descumprimento.
A gestão escolar que pretende considerar procedimentos participativos no processo de
tomada de decisão reconsidera suas funções, sua autonomia e inclui todos os atores côo reais
participantes na organização do cotidiano.
A mudança planejada e decidida a partir de um processo de tomada de decisão
democrático, conforme descrito anteriormente, é vista como um processo e não como um
evento episódico. São previstos ainda vários anos para a efetivação integral de uma mudança..
Segundo GLATTER, este processo normalmente é divido em três fases:
a) Iniciação: momento de introdução de novas idéias, busca de seu planejamento e
apoio institucional. È a fase do conhecimento sobre as razões da reforma e a
conquista de parcerias visando sua implantação.;
b) Implementação: momento de operacionalização, de execução do planejamento;
c) Institucionalização: caracteriza-se pela estabilização das mudanças, momento de
transformá-las em normas e rotinas para que se integrem ao cotidiano escolar
(1992, p.146).
A gestão pode ser entendida como ação facilitadora na estruturação, definição e
implementação dos objetivos. Entende-se a necessidade de escolas bem dirigidas e
organizadas, orientadas por uma gestão decisiva na busca da eficácia escolar pois “os
professores defendem uma atitude aberta e participativa, mas pretendem que a direção defina
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orientações claras” (GLATTER, 1992, p.147). Vê-se, no entanto, que o desafio encontra-se na
combinação de uma liderança forte com um processo participativo de tomada de decisão.
Identifica–se assim a relação da função da gestão na eficácia escolar e na mudança e
inovação pois, “ a gestão relaciona-se com a atividade de impulsionar uma organização, o que
cria grande identidade entra as teorias da gestão e a teorias da inovação” (GLATTER,1992,
p.148).
Conhecer os fatores relacionados à eficácia escolar não significa automaticamente
introduzi-los na escola. Outros fatores surgem no processo bem sucedido de introdução de
mudanças planificadas quais sejam. Torna-se necessário compreender a dinâmica que permeia
os processos de mudança, pois no início, normalmente, é acompanhada de incertezas e
ansiedade e seu desenvolvimento exige da gestão escolar, novas competências, valores,
significados em concepções e não mais em modelos (LIBANEO,2005, p.328).
Gestão e Organização Escolar
Pode se notar que a gestão escolar engloba uma série de fatores, áreas e deveres em
busca de um determinado objetivo geral, conforme:
A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva
promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições
materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos
socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino orientadas para a promoção
efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar
adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no
conhecimento (LUCK Apud OLIVEIRA 2002, p.1).
A organização e gestão na escola, não deve ficar na mão de somente uma pessoa como
cita Vaz (2008, p.1). A gestão autoritária é uma prática que não cabe mais, pois não satisfaz as
exigências de uma sociedade que se deseja igualdade e justiça. A escola tem que ser
democrática, portanto deve ser aberta a novas idéias e ter a participação do corpo docente e
discente, funcionários e de membros da sociedade, como relata Barros (2009 p.1). A gestão
democrática deve haver compreensão da administração escolar como atividade e reunião de
esforços coletivos para o implemento dos fins da educação.
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A direção da escola deve ser entendida como um trabalho que se desenvolve no
coletivo, com ampla participação de toda comunidade escolar. Logo, o papel do
gestor escolar, conhecido como Diretor de escola, em uma visão democrática de
gestão, está diretamente ligado ao conhecimento/interação deste com a comunidade
na qual "sua" escola está inserida. O gestor deve proporcionar, no ambiente escolar,
ações que viabilizem a participação de todos, de forma compartilhada, como
também garantir a formação continuada de seus profissionais, contribuindo para a
qualificação da prática pedagógica. Esse gestor é quem irá fazer o sucesso do aluno.
Além disso, cabe a ele, juntamente com o grupo do CEC, elaborar planos de ação
para a aplicação dos recursos financeiros e fazer uso da tecnologia para uma melhor
comunicação entre todos. Para que tais objetivos sejam alcançados é fundamental
que o diretor assuma o seu papel de gestor, administrando as diferentes realidades
que se manifestam na escola, estabelecendo uma rede de relações entre os alunos,
professores, pessoal de apoio, pais e comunidade do entorno da escola, mediando a
construção de uma identidade própria para a Unidade Escolar através da
participação de todos (VAZ, 2008, p1).
Atualmente a escola está dividida em: Educação Infantil; Ensino Fundamental; Ensino
Médio; e outros ramos da educação, têm que ter em sua gestão aspectos específicos de acordo
com o ensino que pretende ministrar. Segundo Moreira (1999, p.165), a Educação Infantil tem
como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social. O Ensino Fundamental tem como objetivo a formação
básica do cidadão mediante desenvolvimento da capacidade de aprender, domínio da leitura,
escrita e cálculo, compreensão do sistema político e dos valores em que se fundamentam a
sociedade, a busca por aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e
valores e o fortalecimento de vínculos com a família dos laços de solidariedade humana e da
tolerância recíproca em que se assenta a vida social. No Ensino Médio, as finalidades para
Moreira (1999, p.167) são de consolidação e aprofundamento dos conhecimentos adquiridos
anteriormente, preparação básica para o trabalho e para a cidadania de modo que o educando
possa ser capaz de se adaptar a novas situações, aprimoramento da pessoa humana, formação
ética, desenvolvimento da autonomia intelectual e pensamento crítico. Também existem
outros tipos de educação como a de jovens e adultos e a de educação especial, todas elas com
suas características, portanto com gestões diferentes.
Para Sousa (2006, p.1) a gestão democrática da educação avançou nas décadas de 80
até meados da década de 90, porém este movimento está sofrendo um retrocesso, mesmo que
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394 de 1996 tenha confirmado a participação não
só na gestão da escola, mas também na construção do projeto político pedagógico, de acordo
com a regulamentação em leis municipais. No entanto esta participação não se consolidou na
gestão da educação e muito menos nas propostas pedagógicas das escolas. Alguns motivos
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explicam esta situação precária da gestão da escola. Um deles é o projeto político conservador
que está nas práticas administrativas ela é excessivamente burocrática e controladora
privilegiando a uniformidade, disciplina e homogeneidade dificultando qualquer gesto de
criatividade ou incorpora práticas de programas empresariais de qualidade total. Outro motivo
é a falta de formação ética e política dos gestores eleitos que privilegiam interesses privados
ao invés dos coletivos e públicos. Sousa (2008, p.1) ainda complementa dizendo que é preciso
que os educadores e gestores se reeduquem na perspectiva de uma ética e de uma política no
sentido de criar novas formas de participação na escola pública, tais como ouvindo,
registrando e divulgando o que alunos e comunidade pensam, falam, escrevem sobre a
liberdade da escola pública e as desigualdades da sociedade brasileira.
Na gestão escolar, podemos dizer que o Diretor tem um papel fundamental, pois
exerce uma função bastante complexa, Dias (1999, p.163) afirma que podemos destacar três
áreas de atuação do diretor: 1 – Autoridade Escolar; 2 – Educador; 3 - Administrador. Como
Autoridade Escolar o Diretor tem uma grande soma de responsabilidades em suas mãos, é ele
que representa a escola em solenidades, preside reuniões escolares, confere certificados e
diplomas, nessas ocasiões o diretor está cumprindo além das funções administrativas, como
alguém que personifica a instituição que pertence. No papel de Educador, deve possuir um
conhecimento sobre o ensinar na escola, e sua administração influência diretamente na
filosofia de trabalho da instituição, refletindo assim nos alunos. Sendo que antes de tudo é um
educador, que deve se preocupar com o bem-estar dos alunos e não apenas na busca de uma
administração eficiente. Na função de Administrador tem que assumir a liderança e assegurar
a conquista dos objetivos da escola, levando em conta o planejamento, organização do
trabalho, coordenação dos esforços, e a avaliação dos resultados (DIAS 1999 p.273).
Segundo Azanha (1999, p.120) a autonomia das escolas tem seu fundamento na
exigência ética de que a ação educativa não se reduza ao mero cumprimento de horários e de
execução de tarefas determinadas por órgãos exteriores à instituição. Sendo que a ação
educativa, requer uma consciência clara dos objetivos educacionais e dos valores a eles
ligados. Sem essa consciência não é possível definir responsabilidades num sentido ético e
social. Analogias entre escolas e empresas poderão obscurecer esse aspecto fundamental da
educação (AZANHA, 1999, p.120).
A administração descentralizada faz-se necessária em função da inoperância da
máquina burocrática, conferindo autonomia às escolas, inibindo, assim, riscos de perturbações
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indesejadas ao sistema, já que a participação do coletivo na gestão da escola aumenta à
medida que aumentam suas responsabilidades (BRUNO, 1997).
Escolas que se permitem a autonomia de decisão de ação poderão encontrar
dificuldades para atingir níveis de desempenho exteriormente fixados. Isso não tem grande
importância. Hipotéticos níveis de eficiência que seriam alcançáveis se houvesse uma
orientação dura e centralizada não podem justificar, da parte de órgãos centrais, tentativas de
intervenção e de correção. É necessário deixar que as escolas corrijam seus próprios erros,
mas não convém que aqueles que educam fiquem confusos e inseguros a respeito de suas
intransferíveis responsabilidades na ação educativa (AZANHA 1999, p.121).
Se o planejamento torna-se coletivo e a comunidade escolar participa das decisões, o
poder passa a ser compartilhado, não mais centrado na figura do diretor, que se torna um líder
que vai estar à frente da execução do que foi decidido coletivamente (MARQUES, 2000
p.96).
Constata-se a intervenção de organismos internacionais, como Banco Mundial,
UNESCO, CEPAL, entre outros, nas políticas educacionais latino- americanas, a partir da
implantação de reformas que seguem o receituário destes organismos, os quais apesar de
distintos em termos de suas prioridades e focos, evidencia-se a defesa: da descentralização
como forma de desburocratização do Estado e de abertura a novas formas de gestão da esfera
pública; da autonomia gerencial para as unidades escolares e, ainda, da busca de incrementos
nos índices de produtividade dos sistemas públicos, marcadamente sob inspiração
economicista e neoliberal (SOUZA ; FARIA, 2004, p. 927-928).
Pode ser que a autonomia escolar seja como disse R. King Hall “apenas uma ficção
desejável, mas também é um objetivo da democracia extremamente útil, altamente desejável e
possivelmente essencial” (AZANHA, 1999, p. 121).
Metodologia
Segundo Thomas e Nelson (2007, p. 29) que definem pesquisa descritiva como sendo
relacionada ao status. Ela pode ser feita através de questionários, entrevistas, levantamentos
normativos, estudos de caso, analises de trabalho, analises documental, estudos de
desenvolvimento, estudos correlacionais e observacional de auto-relato sendo esta a
metodologia adotada neste trabalho.
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Foram realizadas duas visitas em colégios públicos e a uma instituição particular de
Curitiba, onde foram observados os métodos de gestão empregados nas instituições, a partir
disso foi confrontada a realidade gestacional com o que se encontra na teoria.
Resultados e discussões
A gestão escolar se tornou peça chave na vida escolar, concordando com Luck (2001,
p.11) a sociedade, a escola, os funcionários, portanto, todos os envolvidos dentro de uma
instituição de ensino, estão ajudando, participando e fazendo parte da gestão na busca dos
objetivos escolares que é a formação de um cidadão através do ensino. Nota-se que no Ensino
Infantil e no Ensino Fundamental I, o papel de cada professor e funcionário da escola está
bem definido e alinhado com a filosofia de trabalho da escola, garantindo que todas as
condições humanas e de materiais estejam de acordo com a busca dos objetivos traçados pela
escola.
Corroborando com Vaz (2008, p.1) que a gestão não pode ser autoritária, as escolas
públicas visitadas entram em acordo, pois há uma grande união entre diretoria e equipe
pedagógica, existindo além do diretor, que está no topo da hierarquia, um vice-diretor, e uma
equipe pedagógica que influenciam diretamente no dia-dia da vida escolar, sendo assim, o
diretor não é o único a tomar decisões, tem toda uma equipe para lhe ajudar e para garantir,
que todos os papéis do diretor conforme Dias (1999, p. 273), possam ser cumpridos por ele,
sem ter uma sobrecarga de trabalho e funções, podendo realizar um trabalho significativo.
Ainda sobre a democratização escolar, uma das escolas visitadas, dá um grande exemplo da
democracia, sendo que existe um diretor para cada turno escolar, além dos alunos poderem
votar na escolha da chapa diretora e os monitores de sala fazerem parte de algumas reuniões.
Analisando as definições de Moreira (1999) sobre a Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Médio; fazermos uma analogia com as citações de Dias (1999) sobre o papel
do diretor na gestão escolar; e ainda trazer as observações vistas durante as visitas nos colégio
com o aprendido dentro da construção do PPP, podemos verificar que cabe ao gestor escolar
definir os objetivos da escola segundo seu ensino que essa proporciona aos alunos, portanto,
um gestor escolar de uma escola de educação infantil, não pode estabelecer os mesmos
objetivos de uma escola de ensino médio, e nem querer que a estrutura tanto administrativa,
quando a estrutura material, sejam iguais ou parecidas. Sendo os alunos a principal fonte de
vida da escola, e que todos os objetivos estão voltados para o ensino dos mesmos, o gestor
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deve ter a delicadeza e o bom senso, de saber avaliar o potencial que se tem em mãos, e
definir suas estratégias junto com colegas, professor, funcionários e sociedade, para que haja
uma gestão de qualidade, com objetivos reais, recursos adequados dentro da realidade da
comunidade, e principalmente que ajude o aluno na sua caminhada, formando um cidadão
ético, que reconheça os valores morais, e tenha as bases do conhecimento cientifico.
Sousa (2006) cita o avanço da gestão democrática nos anos 80 e o seu recesso nos dias
atuais por uma gama de fatores, se formos analisar friamente, podemos verificar que em
escolar particulares o interesse econômico é usado de forma bastante agressiva pelos gestores
que geralmente nesse caso, são os donos da escola, às vezes deixando de lado a preocupação
com a parte pedagógica. Porém podemos destacar que o fato da remuneração é um incentivo a
mais a professores para que se realize um bom trabalho nas escolas particulares, além do que,
seu desempenho está sendo avaliado todo dia, e com um mercado de trabalho agressivo, os
professores acabam por se esforçar mais para desempenhar um bom papel de educador para
garantir seu emprego, o que nas escolas públicas não é visto pelo fato de serem professores
concursados, com estabilidade no emprego, o que acaba por gerar uma acomodação no seu
compromisso com o ensino de qualidade. Portanto além do gestor de escolas públicas terem
que lidar com uma série de fatos, como dificuldades financeiras, estrutura material precária,
tendo que lidar com a acomodação de seus professores. Ao gestor nesse caso, cabe buscar
alternativas de motivação, exercendo seu papel de líder na escola, conseguir tirar o máximo
de todos, sem ultrapassar o limite do bom senso.
A autonomia é um processo que se constrói no dia a dia, realizando-se uma ação
coletiva competente e responsável junto à superação de naturais ambigüidades, contradições e
conflitos. Para orientá-la, portanto, bastam diretrizes, princípios e estratégias, sendo normas e
regulamentos sem importância e até mesmo contraproducentes, uma vez que limitam a
participação e a criatividade necessárias para a construção social. Trata-se de uma construção
processual, sem planta pré-traçada (LÜCK, 2000). Analisando duas escolas estaduais que
foram observadas e ambas se utilizam das mesmas diretrizes, observa-se que uma tenta seguir
os princípios engessados a anos sem mudar estratégias para se adequar a sua realidade e a
outra faz reuniões periodicamente, fazendo assim melhor uso do planejamento, materiais
disponíveis e se descentralizando do resto das escolas mas não do sistema de ensino proposto.
8662
Considerações finais
Diante da colocação supracitada, não existe educação sem participação, a escola é um
sistema que deve formar, capacitar e humanizar as pessoas que à freqüentam dentro dos
padrões requeridos por uma sociedade mais evoluída e humanitária, quando se promove a
interatividade com os alunos entre as disciplinas curriculares, entre a escola e seu entorno,
entre as famílias e o projeto escolar a aprendizagem é sem dúvida se torna mais significativa
para a vida do que para o mercado de trabalho.
È verdade que as escolas públicas se diferenciam pela qualidade de ensino e qualidade
quem faz é quem organiza o trabalho pedagógico, ou seja, é importante que a gestão esteja
embasada numa concepção democrática e participativa, pois os novos tempos exigiram um
padrão educacional voltado para o desenvolvimento de um conjunto de competências e de
habilidades essenciais, a fim de que os alunos possam fundamentalmente compreender e
refletir sobre a realidade, participando e agindo no contexto de uma sociedade comprometida
com o futuro.
A escola e sua equipe deve estar preparadas para ocupar esse espaço com
compromisso, competência humana, teórica, técnica e política. A consolidação de uma gestão
escolar de cunho democrático-participativo requer competência cognitiva e afetiva,
respaldada na contextualização de valores, hábitos, atitudes e conhecimentos, para o
desenvolvimento de atitudes coletivas, é importante cultivar o espírito de coesão, a partir da
formação da equipe escolar, em torno de objetivos comuns.
Nas visitas as escolas foi possível notar, que no Ensino Infantil e no Ensino
Fundamental I, o papel de cada professor e funcionário da escola está bem definido e alinhado
com a filosofia de trabalho da escola, garantindo que todas as condições humanas e de
materiais estejam de acordo com a busca dos objetivos traçados pela escola
Percebemos que a Gestão significa administrar, governar, dirigir também a
manutenção de controle sobre um grupo, uma situação ou uma organização, de forma a
garantir os melhores resultados. Nesse sentido, entendemos que a escola é um tipo de
organização constituída de recursos materiais, financeiros e humanos (alunos, professores,
pais) que precisam ser administrados para se obter os melhores resultados que no caso é a
melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem dos alunos.
A partir disto, é preciso que todos re-avaliem suas atitudes, valores, comportamentos e
formas de perceber os outros. Para isso, é necessário ainda considerar aspectos como a
8663
motivação, o envolvimento, a formação e o aperfeiçoamento do pessoal, a competência
técnica e o compromisso para formar cidadãos conscientes.
Enfim, devemos conhecer melhor os facilitadores e as barreiras impostas aos
integrantes da gestão escolar nos dias atuais. Conhecendo estes processos podemos elencar
soluções que auxiliem os gestores no desenvolvimento de uma educação básica
regulamentada, que possa proporcionar ao aluno um ambiente que propicie uma educação
significativa.
REFERÊNCIAS
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Pioneira, 1999. Capítulo 4.
BRUNO, L. Poder e administração no capitalismo contemporâneo. In: OLIVEIRA, D. A.
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1997.
DIAS, José Augusto. Gestão da Escola. In: VÁRIOS AUTORES. Estrutura e
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GLATTER, Ron. A gestão como meio de inovação e mudança nasescolas. In: NÒVOA,
Antônio. As organizações escolares em análise. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1992.
P.141-161
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Ed.
Alternativa, 2005.
LÜCK, Heloísa. Perspectivas da gestão escolar e implicações quanto à formação de seus
gestores. Brasília, v. 17, n. 72,. 2000. p. 11-33
MARQUES, L. R. Projeto político pedagógico: construindo a autonomia da escola pública?
As representações sociais dos conselheiros. 2000. Dissertação (Mestrado em Educação)Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2000.
MOREIRA, Roberto. A estrutura didática da educação básica. In: VÁRIOS AUTORES.
Estrutura e funcionamento da educação básica: leituras. 2ª ed.. São Paulo: Pioneira, 1999.
Capítulo 7.
OLIVEIRA, Luciana Paula de. Conceito de Gestão Escolar. 2008. Disponível em
<http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/gestao-escolar/39700/>. Acesso em:
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SOUSA,
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Disponível
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<http://www.artigos.com/artigos/humanas/educacao/gestao--escolar-226/artigo/>. Acesso em:
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8664
SOUZA, D. B.; FARIA, L. C. Reforma do Estado, descentralização e municipalização do
ensino no Brasil: a gestão política dos sistemas públicos de ensino pós-LDB 9.394/96.
Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação. Rio de Janeiro, v. 12, n. 45. 2004. p.
925-944
VAZ, Márcia Cristina Dias. Contemplando uma formação para a transformação social.
2008.
Disponível
em
<http://www.webartigos.com/articles/5895/1/GestaoParticipativa/pagina1.html>. Acesso em: 17 nov. 2010.
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