Bárbara Lalinka de Bilbao Basilio Médica Residente de Pediatria Hospital Regional da Asa Sul Orientador: Dr. Bruno Vaz www.paulomargotto.com.br Brasília, 26 de julho de 2011 Considerada, juntamente com a Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) ou Síndrome de Lyell, uma reação idiossincrática, ou seja, causada por uma hipersensibilidade não-imunológica a uma substância; Diferenciação: Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ): acomete menos de 10% da superfície corporal; Necrólise Epidérmica Tóxica (NET): acomete mais de 30% da superfície corporal; Sobreposição SSJ/NET: acometimento de 10 a 30% da superfície corporal. E o Eritema Multiforme? Descrita em 1922 por Stevens e Johnson; Drogas: Sulfonamidas; AINE; Paracetamol; Antibióticos (associação de azitromicina e ibuprofeno); Anticonvulsivantes (ácido valpróico, fenobarbital, carbamazepina e lamotrigina). Mycoplasma pneumoniae; Herpesvírus. Metabolização dos fármacos: 1ª Fase: oxidação pelas enzimas hepáticas (P450); 2ª Fase: acetilação, glucoronidação e conjugação com glutationa. Sensibilização: Administrações intermitentes e repetitivas, sendo a via parenteral a mais imunogênica; Doses altas e introdução rápida. Fármacos mais imunogênicos: (penicilinas e cefalosporinas). beta lactâmicos T citotóxicos e NK: granulisina. Pacientes infectados por HIV; HLA-B 1502 (asiáticos e sul-asiáticos): carbamazepina e outros anticonvulsivantes aromáticos); HLA-B 5801; HLA-A 3101 (japoneses e europeus): carbamazepina; “Acetiladores lentos”; Polimorfismos no gene da Interleucina 4; Doenças malignas; Infecções concomitantes; Lúpus Eritematoso Sistêmico; Luz ultravioleta e radioterapia. Febre e mal-estar; Lesões (simétricas / poupam couro cabeludo): Máculas eritematosas (forma de alvo); Rapidamente desenvolvem necrose central; Forma vesículas, bolhas e áreas de desnudamento da pele (face, tronco e extremidades); São mais generalizadas do que no Eritema Multiforme e surgem em “safras”. São acompanhadas do comprometimento de duas ou mais superfícies mucosas (92-100% dos casos): Olhos (fotofobia, prurido ou sensação de queimadura) (85% dos casos); Cavidade oral (nem sempre é afetada); Trato respiratório superior; Esôfago; Trato gastrintestinal; Mucosa anogenital (uretrite). Lesões podem ser precedidas por sintomas semelhantes a um resfriado; Lesões mucosas causam dor severa, porém a sensibilidade nas lesões da pele é mínima ou ausente. Inespecíficos: Linfopenia/Neutropenia; Leucocitose (em especial nos pacientes que receberam corticóides); VHS aumentado; Transaminases elevadas; Albumina diminuída. Culturas: sangue, feridas e lesões mucosas; Sorologia para M. pneumoniae. Eritema Multiforme; Urticária; DRESS (Drug Rash with Eosinophilia and Systemic Symptoms); Outras erupções causadas por drogas (inclusive pustulares); Erupções fototóxicas; Síndrome do Choque Tóxico (estafilococos ou estreptococos); Síndrome da Pele Escaldada Estafilocócica; Pênfigo paraneoplásico; Exantemas virais, incluindo Síndrome de Kawasaki. Úlcera de córnea, uveíte anterior, panoftalmia, bronquite, pneumonite, miocardite, hepatite, enterocolite, poliartrite, hematúria, necrose tubular aguda (falência renal); Aumento da perda insensível de água; Infecção bacteriana secundária e sepse. Unidade de Terapia Intensiva; Suspensão imediata da medicação suspeita; Fluidos e eletrólitos; temperatura da sala entre 30-32ºC; dieta por sonda nasogástrica; Avaliação Oftalmológica (membrana amniótica criopreservada, corticóides tópicos, lentes de contato); Feridas: debridamento ou tratamento conservador; curativos à base de prata, petrolatum ou nitrato de prata; pele biossintética; colchão de ar. Antibioticoterapia: em infecções urinárias e cutâneas documentadas e por bacteremia suspeita (S. aureus ou P. aeruginosa); Corticosteróides: uso desencorajado devido ao risco de sepse; Imunoglobulina IV: uso deve ser considerado no início do sintomas, 1g/kg/dia, por 3 dias consecutivos; Ciclosporina; Etanercept (inibidor do fator de necrose tumoral); A cura completa pode levar 2 a 6 semanas. Pele: cicatriz, pigmentação irregular, alterações ungueais, alopecia; Olhos: olho seco, fotofobia, perda visual, triquíase, ceratite, cicatriz corneana; Estenose esofágica, brônquica, vaginal, uretral ou anal; Pulmonares: bronquite crônica, bronquiolite, bronquiectasia. Mortalidade: 1-3%. Educação do paciente; Uso de medicamentos estruturalmente similares (p.ex. cefotaxima e meropenem); Evitar o uso de AINE (em geral) quando o causador for um membro do grupo. MORELLI, Joseph G. Stevens-Johnson Syndrome. In: KLIEGMAN, Robert M. STANTON, Bonita F. SCHOR, Nina F. ST. GEME III, Joseph W. BEHRMAN, Richard E. Nelson Textbook of Pediatrics. ed. 19. Philadelphia: Elsevier, 2011. p. 2242-2243. NAGAO-DIAS, Aparecida Tiemi. COELHO, Helena Lutescia Luna. SOLÉ, Dirceu. Reações Adversas a Medicamentos. In: LOPEZ, Fabio Ancona. JUNIOR, Dioclécio Campos. Tratado de Pediatria – Tomo 1. ed. 2. Barueri: Manole, 2010. p. 603-605. ALTON, Michelle. Newer treatments offer hope for Stevens-Johnson Syndrome. In: Eyeworld. Disponível em: <http://www.eyeworld.org/article-newer-treatments-offer-hope-forstevens-johnson-syndrome>. Acesso em: 19 julho 2011. HIGH, Whitney A. NIRKEN, Milton H. Stevens-Johnson syndrome and toxic epidermal necrolysis: Clinical manifestations; pathogenesis; and diagnosis. Disponível em: <http://www.uptodate.com>. Acesso em: 21 julho 2011. HIGH, Whitney A. NIRKEN, Milton H. Stevens-Johnson syndrome and toxic epidermal necrolysis: Management, prognosis, and long-term sequelae. Disponível em: <http://www.uptodate.com>. Acesso em: 21 julho 2011.