TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA
PROFORT
MÉTODOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE
PROGRAMAS: MÉTODOS QUALITATIVOS
Maria das Graças Rua
Estratégias
de
Pesquisa
Tipo de Perguntas
Requer controle de
eventos
comportamentais?
Focaliza eventos
contemporâneos?
Levantamento
O quê? Quem? Onde?
Quantos? Como?
Não
Sim
Experimental
Por que? Como?
Sim
Sim
Comparativa
O quê? Quem? Onde?
Quantos? Como?
Por que?
Não
Sim/Não
Histórica
Por que? Como?
Não
Não
Estudo de Caso
Por que? Como?
Não
Sim
PESQUISA é uma atividade científica pela qual se
pretende descobrir a realidade (DEMO, 1995).
É fenômeno de aproximações sucessivas da realidade,
fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.
(MINAYO, 1993).
MÉTODO  é o caminho e o instrumental pelo qual se
chega a abordagem da realidade.
Método qualitativo de pesquisa social envolve técnicas e
procedimentos interpretativos. Requer contato direto e
interativo do pesquisador e com a situação e objeto de
estudo.
ESPECIFICIDADE DA PESQUISA QUALITATIVA Codifica e
traduz o sentido e não a frequência de eventos ou
fenômenos do mundo social (MERRIAM, 1998).
Responde questões muito particulares. Segue a tradição
‘compreensiva’ ou ‘interpretativa’. (PATON, 1986).Os estudos
são feitos no local de origem dos dados. Reduz a distância
entre o indicador e o indicado, entre teoria e dados, entre
contexto e ação. (MAANEN, 1979).O pesquisador pode
empregar a lógica do empirismo científico.
CARATERÍSTICAS PRINCIPAIS DA PESQUISA QUALITATIVA
É descritiva.
Os dados obtidos são analisados indutivamente;
A interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa.
Envolve a coleta e análise sistemática de materiais
narrativos mais subjetivos;
Não utiliza instrumentos formais e estruturados;
Usa roteiros e perguntas abertas na coleta de
informações; O problema é revisto durante o estudo e
não há hipóteses a priori.
Pesquisa qualitativa Natureza:
Campo transdisciplinar das ciências humanas e sociais,
compatível com múltiplos paradigmas de análise, que
recorre a multiplas técnicas de investigação para o estudo
de um fenômeno, a fim de encontrar tanto o sentido desse
fenômeno quanto interpretar os significados que as pessoas
dão a ele.
Mediante o contato direto com os atores envolvidos no
fenômeno em tela, busca significados visíveis e latentes que
somente são perceptíveis a uma observação atenta e
sensível .
A designação “qualitativo” cobre diferentes orientações
filosóficas e os mais variados métodos de pesquisa, como
entrevista, observação participante, história de vida,
testemunho, análise do discurso, estudo de caso e
qualificam a pesquisa como pesquisa clínica, pesquisa
participativa, etnografia, pesquisa participante, pesquisaação, teoria engendrada (grounded theory), estudos
culturais etc.
Marcos da origem e evolução da pesquisa qualitativa:
Origem associada ao romantismo e ao idealismo, e às
polêmicas metodológicas do final do século XIX,
demandando uma metodologia autônoma ou compreensiva
para as ciências do mundo da vida.
Estudos descritivos das precárias condições de vida dos
trabalhadores urbanos e rurais, na era da industrialização,
estudos da pobreza, etc
Segundo marcoprimeira metade do século XX
Impulsionada pelos estudos sócio-culturais, a antropologia
constitui-se em disciplina distinta da história e procura
estabelecer meios de estudar como vivem os grupos
humanos, partilhando de suas vidas, no local onde vivem e
como dão sentido às suas práticas e coesão ao seu grupo.
A história, a antropologia, a sociologia, a educação
consolidam-se como novos campos de investigação
científica.
A etnografia tem origem em uma tradição remota: relatórios
coloniais e nas descrições de outros povos, pelos
conquistadores, de suas novas possessões ou de indígenas
A pesquisa começa a se profissionalizar: torna-se produto
exemplar de um pesquisador acadêmico renomado que foi
viver em lugar distante e original para estudar um grupo
primitivo, diferente de sua cultura, partilhando do lugar, das
experiências vividas, de suas práticas, ritos e celebrações
para descobrir o sentido que eles dão a tudo isso.
Malinowski, 1922 estabelece modelo de descrição do
mundo da vida de povos primitivos, a etnografia.
Procura enquadrar seu relato nos critérios científicos
canônicos de validade, confiabilidade e objetividade O
pesquisador descreve o caos dos fatos observados,
estabelece os fundamentos da análise, os critérios de
comprovação para extrair interpretações generalizantes
fidedignas.
Departamento de Sociologia de Chicagobusca
fundamentar uma metodologia para estudar o "outro"
baseada no
convívio com os fatos e as pessoas, e nos relatos que elas
fazem de suas experiências vividas, utilizando a linguagem
ordinária da vida cotidiana.
Escola de Chicagocriou um método interpretativo realista
a partir das narrativas orais de história de vida cotidiana de
pessoas comuns, utilizando a linguagem, as percepções, os
sentimentos e os pontos de vista dos pesquisados; o
pesquisador assumia uma posição empática, confiante de
que a descrição dos problemas identificados é, também,
o meio tanto de revelação quanto de solução desses
problemas sociais.
Terceiro marcode 1945 até os anos 70  é a fase áurea
da pesquisa qualitativa que se consolida como um modelo
de pesquisa, a partir dos cânones estabelecidos nos
períodos precedentes.
Procura-se definir a formalização e a análise rigorosas dos
estudos qualitativos, revestido de argumentos póspositivistas, admitindo-se o princípio de falseabilidade a
ciência produz teorias mais verossímeis, isto é, de fatos
verificáveis extrai-se conseqüências verificadas que podem,
por sua vez, serem refutadas ou falseadas por novos fatos
(Popper, 1975, 1984).
Os critérios de validade interna ou externa da pesquisa
quantitativa devem socorrer-se de critérios qualitativos em
projetos semi-experimentais de pesquisa (Campbell e
Stanley, 1963).
Debate qualitativo X quantitativo revigora a contestação
do modelo único de pesquisa, a crítica à hegemonia dos
pressupostos experimentais, ao absolutismo da mensuração
e à cristalização das pesquisas sociais em um modelo
determinista, causal e hipotético dedutivo.
Reconhecimento da relevância do sujeito, dos valores dos
significados e intenções da pesquisa, da interdependência
entre a teoria e a prática, da importância do contexto dos
dados e da inclusão da voz dos atores sociais.
Ganham força os métodos clínicos de observação
participante, a coleta partilhada de dados; a entrevista
suplanta o questionário, as entrevistas não-diretivas são
largamente utilizadas; a observação participante rivaliza-se
com as amostragens quantitativas, a interpretação
sobrepuja a estatística.
Quarto marco décadas de 1970 e 1980 ampliaram-se os
investimentos públicos e privados na pesquisa qualitativa.
Com a expansão dos recursos e o desenvolvimento da
pesquisa, das equipes de pesquisadores e centros de
pesquisa universitários e institucionais surgem novas
orientações e novos paradigmas mudança de visão sobre
a natureza da pesquisa e sua contribuição para a política e a
prática (v. World Yearbook, 1980-1985)
Novas temáticas exigem novas iniciativas, métodos e
técnicas de pesquisa em todas as áreas do conhecimento.
Quinto marco a partir da década de 1990  ressurge a
confiança nas teses da "sociedade do conhecimento" e o
"fim das ideologias" (Bell, 1974) e no poder apaziguante do
consumo capitalista, fortalecido pelas novas tecnologias; ao
mesmo tempo, aguça-se o vigor analítico das teorias críticas.
Questiona-se a posição social do autor da pesquisa, a
onipotência descritiva dotexto científico, a transcrição
objetiva da realidade: o pesquisador está marcado pela
realidade social, toda observação está possuída de uma
teoria, o texto não escapa a uma posição no contexto
político e a objetividade está delimitada pelo
comprometimento do sujeito com sua realidade
circundante.
Discussão:
1-Diante do exposto, quais seriam os objetivos da
pesquisa qualitativa?
2-Relate alguma experiência que você tenha
vivenciado com método qualitativo de pesquisa?
3-Como você vê a possibilidade de usar métodos
qualitativos de pesquisa?
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AULA-1-METODO QUALITATIVO