Categorização das Pesquisas BEATRIZ PEREIRA TEIXEIRA DIANA MEIFAN PASSY YIP Pesquisa quantitativa Surgiu com o positivismo. Separação radical entre o sujeito e o objeto do conhecimento. Predominaram até a década de 1970, quando passaram a disputar espaço com as pesquisas qualitativas. Mais usada nas áreas das Ciências Exatas e Biológicas. Pesquisa quantitativa “(...) tenta-se obter um controle máximo sobre o contexto, inclusive produzindo ambientes artificiais com o objetivo de reduzir ou eliminar a interferência de variáveis interferentes e irrelevantes. Entre as variáveis irrelevantes e potencialmente interferentes, incluem-se tanto atributos do pesquisador, por exemplo, seus valores, quanto variáveis contextuais ou atributos do objeto de estudo que ‘não interessam’ naquele momento da pesquisa.” (GÜNTHER, 2006) Pesquisa quantitativa Defende que a compreensão deve vir da análise das relações entre as variáveis. Usa conceitos estatísticos, tanto para definição do método quanto para análise de dados. Amostras precisam ter validade. Resultados pretendem generalização. Pesquisa qualitativa Surgiu com a Antropologia e Sociologia Atualmente é mais usada no estudo das Ciências Humanas “A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos”. (RICHARDSON, 1999) Características da pesquisa qualitativa Pesquisa qualitativa Descrições, comparações, interpretações Pesquisa quantitativa X Estatísticas, regras Parte do subjetivo; Trabalha com pressuposto; Busca profundidade; Geralmente a amostra é pequena e obtida no campo; Exploratória: incentiva a refletir e interpretar; Trata de valores, crenças, opiniões, representações; Descritiva/analítica; Não pretende generalizar. Fases da pesquisa qualitativa 1. fase exploratória Delimita o estudo, busca referencial teórico, construir projeto de pesquisa, formular pressuposto, definir pessoas, definir problema (revisão da literatura), corte temporalespacial do fenômeno a ser pesquisado 2.trabalho de campo Meios: Internet, face-a-face, ligações telefônicas Pesquisador conhece o local do estudo A fala representa valores culturais, sociais, representa um grupo. É um símbolo que revela outros símbolos e suas ambigüidades. Entrevistas: estruturadas (elaboração prévia das perguntas); semi-estruturadas e abertas (conversação) 3.análise compreender os dados, confirmar ou não os pressupostos amplia o conhecimento sobre o assunto pesquisado classificação e categorização dos dados obtidos relatório Pesquisa-ação Origem incerta Primeiro a usar o termo: Lewin, 1946. John Collier usou metódos semelhantes antes e durante a II Guerra Mundial. Research for teachers (1926), de Buckingham, defendia um processo semelhante. Termo geral para 4 processos diferentes: pesquisa- diagnóstico, pesquisa participante, pesquisa empírica e pesquisa experimental. Pesquisa-ação Investigação-ação: Planejar uma melhora da prática; Agir para implantar a melhora planejada; Monitorar e descrever os efeitos da ação; Avaliar os resultados da ação. “Como processo de melhora da prática, considera-se às vezes que a pesquisa-ação é ateórica, mas embora seja verdade que a teoria tradicional não é prioridade principal, é contudo importante recorrer a ela para compreender as situações, planejar melhoras eficazes e explicar resultados.” (TRIPP, 2005) Pesquisa participante “Trata-se de um enfoque de investigação social por meio do qual se busca plena participação da comunidade na análise de sua própria realidade, com objetivo de promover a participação social para o benefício dos participantes da investigação. Estes participantes são os oprimidos, os marginalizados os explorados. Trata-se, portanto, de uma atividade educativa de investigação e ação social”. (BRANDÃO, 1984) Surgiu na América dos anos 60, devido a um contexto sócio-econômico que demandava pesquisas nas áreas de educação e ciências sociais com maior aproximação entre o pesquisador e o objeto de sua pesquisa. Características da pesquisa participante A pesquisa envolve um processo de investigação, educação e ação. Os pesquisadores devem tomar conhecimento da realidade na qual vão trabalhar através de estudos prévios, dados secundários e entrevistas com as lideranças locais. Pesquisadores e população interessada se beneficiam mutuamente da experiência uns dos outros. Processo de construção do conhecimento que tem como objetivo compreender, intervir e transformar a realidade. Além das três fases da pesquisa qualitativa comum, há uma quarta fase em que aplica-se um Plano de Ação para contribuir com a solução dos problemas encontrados. Estudo de caso Sua origem é incerta (há referências na Medicina, na Antropologia e no ensino jurídico), mas tornou-se uma das modalidades de pesquisa qualitativa usadas em ciências humanas e sociais. Segundo Yin, o estudo de caso representa uma investigação empírica e compreende um método abrangente, com a lógica do planejamento, da coleta e da análise de dados. Pode incluir tanto estudos de caso único quanto de múltiplos, assim como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa. Análise profunda de uma unidade: instituição, pessoa, unidade social, evento, etc. Os estudos de caso que priorizam a abordagem qualitativa são chamados de “casos naturalísticos” (LÜDKE, 1986). Estudo de caso Pode ser classificado como: intrínseco ou particular: procura compreender melhor um caso particular em si, em seus aspectos intrínsecos; instrumental, ao contrário, quando se examina um caso para se compreender melhor outra questão, orientar estudos ou ser instrumento para pesquisas posteriores, coletivo, quando estende o estudo a outros casos instrumentais conexos com o objetivo de ampliar a compreensão ou a teorização sobre um conjunto ainda maior de casos. Resultado: algo original devido ao histórico do caso, contexto em que se insere e as particularidades dos entrevistados. Referências bibliográficas BECKER, H. S. Métodos de pesquisa em ciências sociais. 2ª ed. São Paulo: HUCITEC; 1994. BRANDÃO, C. R. Repensando a Pesquisa Participante. São Paulo, Brasiliense,1985. ________________(Org.). Pesquisa participante. 8ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1999. GODOY, A . S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In Revista de Administração de Empresas, v.35, n.2, Mar./Abr. 1995a. ____________. Pesquisa qualitativa – tipos fundamentais. In Revista de Administração de Empresas, v.35, n.3, Mai./Jun. 1995b. GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. Rio de Janeiro:Record; 1997. GÜNTER, H. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão?. In Psicologia: Teoria e pesquisa, v.22, n.2, Mai./Ago. 2006. HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na Sociologia. 10ª ed. Petrópolis: Vozes, 2003. LÜDKE, M.; MEDA, A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. RICHARDSON, R. (Org). Pesquisa Social. São Paulo: Ed. Atlas, 3a ed. 1999. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 2007. TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. In Educação e pesquisa, v.31, n.3, Set./Dez. 2005. YIN R. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2a ed. Porto Alegre: Bookman; 2001.