Capítulo 4 Análise de Sistemas LTI no Domínio Transformado e Sistemas IIR e FIR 1. Introdução. 2. Resposta em Freqüência de Sistemas LTI. 3. Equação Diferença de Sistemas LTI. 4. Análise da Função Sistema no Domínio da freqüência. 5. Relação entre Módulo e Fase. 6. Sistema Passa-tudo (all-pass). 7. Sistemas de Fase Mínima. 8. Representação da Equação Diferença por Diagrama de Blocos 9. Estruturas Básicas para Sistemas IIR e FIR. 1 Introdução Um sistema LTI pode ser completamente caracterizado no domínio do tempo pela sua resposta ao impulso h[n]. A saída y[n] devido a uma dada entrada x[n] é especificada através da convolução soma y[n] x[n] h[n] x[k ]h[n k ] k Usando a propriedade da convolução pode-se representar transformada Z da resposta ao impulso por: Y(z) = H(z)X(z) com uma ROC apropriada. A resposta em freqüência de um sistema LTI H(e jω ) é definida como a transformada de Fourier da resposta ao impulso h[n]. A transformada de Fourier da entrada e da saída do sistema é estão relacionadas por: Y(e jω ) H(e jω )X(ejω ) | Y(e jω ) || H(e jω ) || X(ejω ) | módulo fase[Y(e jω )] fase[ H(e jω )] fase[ X(ejω )] 2 Filtros Ideais Filtro passa-baixas Resposta em freqüência 1, H lp (e ) 0, j | | c c | | Filtro passa-altas Resposta em freqüência 0, H ap (e ) 1, j | | c c | | Resposta ao impulso sen( c n) hlp [n] , n n Resposta ao impulso hlp [n] [n] hlp [n] [n] sen(c n) n Um filtro passa baixa ideal é não causal e sua resposta se estende de - a +. Portanto não é possível computar a saída de um filtro passa baixa ideal recursivamente ou não recursivamente, isto é, não é computacionalmente realizável. A resposta em fase de um filtro passa baixa ideal é zero. 3 Fase e Retardo de Grupo Para entender os efeitos da fase de um sistema linear, considere um sistema com retardo ideal e a sua resposta em freqüência. hid [n] [n nd ]; Hid(e jω ) e jnd ; | Hid(e jω ) | 1; fase[Hid(e jω )] ωnd , | | com periodicidade 2 e nd inteiro. Exemplo: filtro passa-baixa ideal jnd e , | | c j H lp (e ) 0, c | | sen( c (n nd ) hlp [n] , n (n nd ) retardo de grupo indica o grau de (não) linearidade da fase ( ) grd [ H (e j )] d {arg[ H (e j )]} d 4 Retardo de Grupo ( ) grd [ H (e j )] d arg[ H (e j )] d • Se () é constante, então fase é linear ou zero. • O desvio do valor constante indica não linearidade. Espectro de fase Retardo de grupo 5 Resposta para Sistemas Caracterizados por Equações Diferenças com Coeficientes Constantes Considere a classe de sistemas cuja relação entre a entrada e a saída satisfazem a equação: N M a yn k b xn k K o k k o k Aplicando a transformada Z em ambos os lados, tem-se: M N a z k o k k M Y ( z ) bk z k X z k o H z Y z X z k b z k k o N a z k o k k Explicitando as raízes M H ( z) b0 a0 1 ( 1 c z k ) zeros : c1, c2 ,...,cM . 1 ( 1 d z k ) pólos: d1, d2 ,...,d N . k 1 N k 1 6 Exemplo 1: Dado H(z) para um sistema determine a sua equação diferença. (1 z 1 ) 2 H ( z) 1 3 (1 z 1 )(1 z 1 ) 2 4 Y( z ) 1 2 z 1 z 2 H( z ) 1 1 3 2 X( z ) 1 z z 4 8 1 3 1 Y ( z ) Y ( z )z Y ( z )z 2 X ( z ) 2 X ( z )z 1 X ( z )z 2 4 8 A equação diferença é portanto: 1 3 y[n] y[n 1] y[n 2] x[n] 2 x[n 1] x[n 2] 4 8 Exemplo 2: H ( z ) (1 j 0,8 z 1 )(1 j 0,8 z 1 )(1 0,9 z 1 ) Y ( z) H ( z) 1 0,9 z 1 0,64z 2 0,576z 3 X ( z) y[n] x[n] 0,9 x[n 1] 0,64x[n 2] 0,576x[n 3] 7 Causalidade e Estabilidade Um sistema é estável se a sua resposta ao impulso é absolutamente somável, isto é: n | h [ n ] | ou | h [ n ] z | n n que é equivalente à condição de que a ROC inclui o círculo unitário. Exemplo 3: 5 y[n 1] y[n 2] x[n ] 2 5 Y ( z ) Y ( z ) z 1 Y ( z ) z 2 X ( z ) 2 5 Y ( z ) 1 z 1 z 2 X ( z ) 2 Y ( z) 1 1 H ( z) X ( z ) 1 5 z 1 z 2 (1 1 z 1 )(1 2 z 1 ) 2 2 y[ n ] ROC: 1. |z|>2; 2. 0,5<|z|<2; 3. |z|<0,5; Causal: |z|>2 Estável: 0,5<|z|<2 8 Sistema Inverso: Hi(z) 1 G(z) = H(z)Hi(z) = 1, portanto, H i ( z ) H ( z) No domínio do tempo: g[n] h[n] hi [n] [n] 1 No domínio da freqüência: H i (e ) H (e j ) Representando por uma função racional j M (1 ck z ) b0 H ( z ) kN1 a0 (1 d z 1 ) 1 k k 1 1 1 0 , 5 z Exemplo 4: H ( z ) 1 0,9 z 1 1 0,9 z 1 H i ( z) 1 0,5 z 1 N a0 H i ( z ) b0 1 ( 1 d z k ) k 1 M 1 ( 1 c z k ) k 1 Se a ROC é |z|>0,9, H(z) é causal e estável e Hi(z) é ainda causal e estável, pois os pólos e zeros estão dentro do círculo unitário hi [ n ] ( 0,5 )n u[ n ] 0,9( 0,5 )n1 u[ n 1] 9 Exemplo 4: 1 0 ,5 z 1 H( z ) , 1 1 0 ,9 z z 0 ,9 1 0 ,9 z 1 Hi ( z ) 1 0 ,5 z 1 H(z) é estável. Se a ROC de Hi(z) é |z|>0,5, então Hi(z) é causal e estável.Observe que os pólos e zeros estão dentro do círculo unitário hi [ n ] ( 0,5 )n u[ n ] 0,9( 0,5 )n1 u[ n 1] Exemplo 5: z 1 0 ,5 H( z ) , 1 1 0 ,9 z z 0 ,9 1 0 ,9 z 1 2 1,8 z 1 H i ( z ) 1 z 0 ,5 1 2 z 1 Se a ROC é |z|>2, Hi(z) é causal e instável. hi [ n ] 2( 2 )n u[ n ] 1,8( 2 )n1 u[ n 1] Se a ROC é |z|<2, Hi(z) é estável e não causal hi [ n ] 2( 2 )n u[ n 1] 1,8( 2 )n1 u[ n ] 10 Resposta Impulso de Funções Sistemas Racionais • Considere a representação de expansão em frações parciais: H z M N N Ak 1 k 1 1 d k z Br z r 0 r onde há somente pólos de primeira ordem. • Cada pólo (segundo termo) contribui com uma exponencial para h[n], tal que: M N N hn Br n r Ak d k un n r o k 1 • Supondo que H(z) é causal, e que todos os pólos estão dentro do círculo unitário. – Se existem somente termos como os da primeira parcela, então o sistema é chamado de FIR ( Finite Impulse Response) – Se existem somente termos como os da segunda parcela, então o sistema é chamado de IIR (Infinite Impulse Response) 11 Exemplo de Filtro IIR 1 2 z 1 z 2 1 2 z 1 z 2 H ( z) 3 1 1 2 1 1 1 z z (1 z )(1 z 1 ) 2 2 2 | z | 1 n 1 h[n] 2 [n] 9 u[n] 8u[n] 2 Exemplo de Filtros FIR H ( z) 1 0,9z 1 0,5z 2 0,7 z 3 0,9z 4 z 5 z 6 h[n] [n] 0,9 [n 1] 0,5 [n 2] 0,7 [n 3] 0,9 [n 4] [n 5] [n 6] a h[n] 0, n 0n N outros valores N H ( z ) a n z n n 0 1 a N 1 z N 1 1 az1 12 Resposta em Freqüência para Sistemas Racionais • Se um sistema LTI e estável, a sua ROC inclui o circulo unitário e conseqüentemente ele possui transformada de Fourier. Portanto a função sistema pode ser escrita na forma. M H e j H z z e j H e j H e j exp( jARG[ H e j ] M H e j b0 a0 1 c e k 1 N H e a e jk k 0 N k 0 k 1 c e M b 0 a0 k k 1 N j k 1 d e k 1 j k j k 1 d e j k k 1 j 2 b e jk M b0 H e H e a0 j j 2 (1 c e k 1 N k j )(1 ck*e j ) j * j ( 1 d e )( 1 d k ke ) k 1 13 Resposta em Freqüência M H e j 2 b H e H e a j • Expressando H e 10log10 H e j 2 j 2 0 0 j * j ( 1 c e )( 1 c k ke ) k 1 N j * j ( 1 d e )( 1 d k ke ) k 1 em decibéis(dB): unidade ganhoem dB 0 dB H ( e j ) 1 20log10 H e 20log 20 log10 H e j 2 j 10 j M N b0 j 20 log10 1 ck e 20 log10 1 d k e j a0 K 1 k 1 • Relação entre entrada e saída Y e j X e j H e j 20 log10 Y e j 20 log10 X e j 20 log10 H e j b0 H e 1 ck e j 1 d k e j k 1 a0 k 1 j M •Zero – adição de fase • Pólos – subtração de fase N 14 Retardo de Grupo para um Sistema Racional grd H ( e j ) grd H e j d ARG [ H ( e j )] d M d d j arg[1 d k e ] arg[1 ck e j ] k 1 d k 1 d N Valor Principal Fase – Devido a periodicidade da fase, considera-se para análise, os valores compreendidos entre ARG H e b ARG 0 a0 . ARG H e j j e H e j ARG H e j 2r N M j ARG 1 ck e ARG 1 d k e j 2r( w ) k 1 k 1 15 Exemplo 1: Resposta em freqüência de filtros FIR 1, 0 n 4 h[ n ] fora 0, H( e j 4 ) e jn n 0 H ( e j ) e j 2 1 e j 5 e j 5 / 2 j / 2 j 1 e e h[n] -1 0 1 1 2 e j5 / 2 e j5 / 2 e j / 2 e j / 2 3 4 n 5 sen( 5 / 2 ) sen( / 2 ) Resposta em freqüência: a) Amplitude; b) Fase; c) Retardo de grupo 16 Exemplo 2: Resposta em freqüência de filtros FIR 1, 0 n 5 h[ n ] fora 0, H( e j 5 ) e jn n 0 H ( e j ) e j 5 / 2 1 e j6 e j3 j / 2 j 1 e e h[n] -1 0 1 1 2 e j3 e j3 e j / 2 e j / 2 3 4 5 6 sen( 3 ) sen( / 2 ) Resposta em freqüência: a) Amplitude; b) Fase; c) Retardo de grupo 17 n Resposta em Freqüência de Pólo e Zero Simples M • Da equação que relaciona pólos e zeros Considerando um único zero forma H ( z ) 1 cz 1 substituindo H ( e j ) 1 re j e j H( e H( e j j 2 j j 2 ) 1 re e b0 H e a0 c re j j 1 c e k k 1 N j 1 d e k k 1 j e 1 z e j ( 1 re j e j )( 1 re j e j ) 2 ) 1 r 2 2r cos( ) Calculando H ( e j ) em dB | H( e j ) |dB 10log10 [ 1 r 2 2r cos( )] Fase: ARG | H ( e j rsin( ) ) | tan 1 r cos( ) 1 18 Resposta em Freqüência de Pólo Simples H( e j 2 ) 1 r 2 2r cos( ) H ( e j ) em dB 10log10 [ 1 r 2 2r cos( )] Valor máximo: 1 r 2 2r quando Valor mínimo: 1 r 2 2r quando 0 19 Resposta em freqüência para um zero simples, r = 1; 0,9; 0,7 e 0,5. 20 Resposta em freqüência para um zero simples, real e fora do círculo unitário. r = 1,09; 1,25 e 2,0. 21 Sistemas Passa Tudo (All Pass) • Um passa tudo é um sistema da forma (ou cascata destes) z 1 a H Ap Z 1 az1 H Ap e j 2 j j e a 1 a * e j H Ap e j e 1 ae j 1 ae j j 1 a * e j j 1 ae j e 1 e j j 1 ae 1 a* e • Forma Geral - com pólos reais e complexos z 1 d k M c ( z 1 ek* )( z 1 ek ) H Ap z 1 1 * 1 1 d z ( 1 e z )( 1 e k 1 k 1 k k kz ) Mr Causal/estavel: ek , dk 1 • Sistema passa tudo tem resposta em fase não positiva para 0<<. • Sistema passa tudo tem sempre retardo de grupo positivo.. 22 Sistema Passa Tudo Exemplo: Passa tudo com M = N = 2Mc + Mr = 4 pólos e zeros 1 3 1 1 j j ( z )( z 0 ,5 ) 1 4 )( z 1 0 ,8e 4 ) ( z 0 , 8 e 2 4 H Ap z 1 1 3 1 j j ( 1 z )( 1 z ) ( 1 0 ,8e 4 z 1 )( 1 0 ,8e 4 z 1 ) 2 4 Im Círculo unitário Mr 2 e Mc 1 Plano Z pólo : re j zero : r 1e j 0.8 4 3 3 4 Re 0.5 2 23 Sistema de Fase Mínima • Um sistema com todos os seus pólos e zeros dentro do círculo unitário (causal e estável) é chamado de fase mínima. E seu inverso é ainda causal e estável. H (e ) H ( z) z e jw jw 2 H ( z ) H ( z )H * ( 1 H( e ) z* H( e j j 2 ) H ( e j ) H * ( e j ) 2 ) H ( z )H * ( 1 z* ) z e j • Conhecendo-se H(z), sem especificar a ROC, a determinação de h[n] não é única. No entanto, se é conhecido que o sistema é de fase mínima, determina-se a representação única de h[n] sem a necessidade de especificar a ROC, devido aos requisitos de seus pólos e zeros. 24 Decomposição em um Passa Tudo e um Fase Mínima • Qualquer sistema racional com função sistema H(z) pode ser escrita como: H ( z) Hmin ( z) H Ap ( z) • Hmin(z) contém todos os pólos e zeros dentro do círculo unitário, em cascata com um passa tudo HAp(z), com zeros rebatidos para fora do círculo unitário. • Propriedades do sistema de fase mínima Hmin(z) : • Tem fase mínima. • Tem retardo de grupo mínimo • Tem energia mínima. 25 Exemplo1: Para ilustrar a decomposição considere o sistema 1 3 z 1 H( z ) 1 1 z 1 2 1 zero : z 3; pólo : z 2 1 1 1 1 3( z ) 3( z ) 3 Rescrevendo H(z) H ( z ) 3 1 1 1 1 1 z 1 z 2 2 Multiplicando e dividindo H(z) por ( 1 1 z 1 ) para completar o 3 passa tudo, tem-se: 1 1 1 1 1 1 1 3( z )( 1 z ) 3( 1 z ) z 3 3 3 3 H( z ) 1 1 1 1 1 1 1 1 ( 1 z )( 1 z ) 1 z 1 z 2 3 2 3 1 Hmin(z) Hap(z) 26 Exemplo 2 3 j 4 1 3 j 4 1 ( 1 e z )( 1 e z ) j 3 1 2 2 H( z ) ; zeros : z e 4 ; pólo : z 1 1 2 3 1 z 3 Neste caso tem-se dois zeros fora do círculo unitário. Fatorando-se: 9 2 j4 2 j4 2 j4 2 j4 1 1 1 1 ( e z )( e z ) (z e )( z e ) 9 3 3 3 H( z ) 4 3 1 1 4 1 z 1 1 z 1 3 3 2 j 4 1 Agora, multiplicando e dividindo H(z) por ( 1 e z ) 3 j j j j ( 1 2 e 4 z 1 )( 1 2 e 4 z 1 ) ( z 1 2 e 4 )( z 1 2 e 4 ) 9 3 3 3 3 H( z ) 1 1 4 j j 1 z 1 2 e 4 z 1 )( 1 2 e 4 z 1 ) 3 3 3 27 Aplicação: Compensação da Resposta em Freqüência G (z ) s[n] Sistema com distorção Sistema compensação H d (z ) s c [n ] H c (z) Hd ( z) Hd min ( z) H Ap ( z) H c ( z) 1 H d min ( z ) Após a compensação: • G(z) corresponde a um sistema passa tudo. • O módulo da resposta em freqüência é exatamente compensada. • A resposta em fase é modificada por um fator: H Ap (e j ). 28 Função de Transferência de um filtro • Considere a equação diferença de um sistema linear invariante, com coeficientes constantes: N N N N k 1 k 1 k 1 k 1 y[n] ak y[n k ] bk x[n k ] y[n] ak y[n k ] bk x[n k ] Calculando a transformada Z de ambos os lados N N Y ( z ) Y ( z ) ak z k 1 k N X ( z ) bk z k k 1 Y ( z) H ( z) X ( z) b z k 1 N k k 1 ak z k k 1 Reescrevendo H(z) como produto de duas funções Y ( z) 1 H ( z) N X ( z) k 1 ak z k 1 N b z k k k 1 29 Alternativas de caracterização completa de um sistema LTI – através da resposta impulsional h(n): – através da resposta em freqüência do sistema, i.e. da transformada de Fourier de h(n), pressupondo convergência: • em que |H(ej)| é a resposta em magnitude do sistema e H((ej) é a resposta em fase do sistema – através da função de transferência do sistema, i.e. da transformada Z de h(n) e da região de convergência associada (admitindo que existe): estas duas últimas alternativas são particularmente importantes na representação e análise de sistemas discretos porque revelam muitas das suas propriedades e características. 30 Filtros ideais seletivos em freqüência amplificam ou atenuam regiões em frequência como pretendido – Exemplo 1: filtro ideal do tipo passa-baixas – Exemplo 2: filtro ideal do tipo passa-altas • NOTA 1: a fase destes filtros é nula ! • NOTA 2: estes filtros são computacionalmente irrealizáveis, porque são não causais e suas respostas se estendem de - a + 31 Distorção de fase e atraso de grupo a característica usualmente pretendida para o comportamento em fase de um sistema é que seja linear, já que traduz simplesmente um atraso do sistema: 32 • A equação de diferenças e a função de transferência uma outra alternativa de descrever um sistema discreto é através de uma equação linear de diferenças, com coeficientes constantes: se as condições iniciais forem nulas, o sistema discreto é causal, linear e invariante no tempo. Nesta circunstância, as características e propriedades do sistema LIT são mais facilmente estudadas através da transformada Z: 33 De onde se retira a forma algébrica da função de transferência do sistema Exemplo: obter a equação de diferenças do sistema LIT caracterizado por: Solução: H(z) pode apresentar-se na seguinte forma de onde se conclui facilmente que: 34 Noção de estabilidade e causalidade como já foi visto, não são requisitos necessariamente compatíveis 35 Questão: qual é a região de convergência de Hi(z) ? É única ? R: Pode ser qualquer uma ROC que (i.e. será válida desde que) se sobreponha com a de H(z). 36 Caso particular importante: um sistema LIT estável e causal terá inversa causal e estável se todos os seus zeros e polos se situarem no interior da circunferência unitária, ou seja, se se tratar de um sistema de fase mínima 37 os sistemas passa-tudo têm várias aplicações, como por exemplo, compensar distorções de fase resultantes de outros sistemas. 38 de onde se derivam os diagramas representados a seguir. 39 40 41 42 conclui-se também que com resposta impulsional real, há mais três sistemas que têm a mesma magnitude da resposta em freqüência do sistema H1(z), uma vez que a sua função de transferência deduz-se da deste “rebatendo” (no sentido de recíproco conjugado) zeros (aos pares), ou para o interior, ou para o exterior da circunferência unitária. 43 em que: 44 45 – da propriedade anterior, decorre o fato do atraso de grupo ser minimizado para sistemas de fase mínima, – por sua vez e decorrendo também da propriedade anterior, a energia da resposta impulsional de um sistema de fase mínima e causal, está o mais possível concentrada perto de n=0 (i.e. atraso mínimo de energia) NOTA: a noção de fase-mínima e fase-máxima é válida quer para sistemas FIR quer para sistemas IIR 46 em que α é uma quantidade (inteira ou fracionária) que traduz o atraso de grupo constante do sistema (i.e. todas as freqüências são igualmente atrasadas), ou seja, a fase de H(ejω) é linear em ω: que é a equação de uma reta em ω. 47 Para simplificar, na análise seguinte, consideraremos causalidade, o que aliado ao fato de α ser finito, implica que o comprimento da resposta impulsional seja também finito (i.e. o sistema é do tipo FIR). Conjugando a possibilidade deste comprimento ser par ou ímpar, com as variantes de simetria, conclui-se que há quatro tipos de sistemas de fase linear. 48 49 50 51 52 síntese da análise anterior resulta claro que: → os tipos 3 e 4 não são adequados para filtros do tipo passabaixas • porque A(ej0)=0 (isto é, existe um zero em Z=1) → os tipos 2 e 3 não são adequados para filtros do tipo passa-altas • porque A(ejπ)=0 (isto é, existe um zero em Z= -1) → os tipos 3 e 4 dão origem a um desvio constante de fase (π/2 ou -π/2) • o que é desejável para filtros diferenciadores ou transformadores de Hilbert 53 54 55 Identificação de Sistemas • Existem dois procedimentos básicos para identificação de sistemas: Identificação analítica de sistemas ou modelagem fenomenológica: envolve a análise da dinâmica do sistema físico e o desenvolvimento de um modelo matemático para o mesmo a partir da física do processo; Identificação computacional de sistemas ou modelagem empírica: envolve coleta de dados das características de entrada-saída do sistema e utilização destes para obtenção de um modelo matemático que aproxima este comportamento observado. 56 • A tarefa clássica de identificação a partir de dados amostrados (modelagem empírica) pode ser representada pelos quatro passos básicos a seguir: Planejamento experimental – determina as variáveis relevantes e o método de amostragem a ser utilizado; Seleção da estrutura do modelo – seleção da estrutura do modelo e definição dos parâmetros passíveis de serem ajustados, chamados parâmetros livres; Estimação de parâmetros – ajuste dos parâmetros livres usando as estatísticas obtidas dos dados; Validação – avaliação do desempenho do modelo para dados de teste, ou seja, dados não empregados durante o processo de ajuste de parâmetros. 57