Epidemiologia Medidas de associação - riscos Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva - UFMA Interpretação da Relação Causal Causalidade - relação causal Determinantes: 1. distais - sócio-econômicos 2. intermediários 3. proximais Causas • • • predisponentes - idade desencadeantes - poluição agravantes – estresse NECESSÁRIA - fator deve estar presente para que a doença ocorra - agente biológico SUFICIENTE - o fator sozinho provoca a doença mas a sua presença não é sinônimo de doença CONTRIBUINTE - co-fator -> parte de um complexo de circunstâncias no qual a freqüência da doença é aumentada pela sua presença e reduzida pela sua ausência - FATOR DE RISCO Associação Relação estatisticamente significante entre eventos Causal ou etiológica - fumo x ca Confundimento - mancha nos dedos do fumante x bronquite crônica, café x ca pulmão - explicada por um terceiro fator (viés ou chance) Não causal - não há relação causa-efeito Espúria - ocorre por um artefato - erros de seleção, registro, obtenção da informação, mensuração, classificação da exposição e doença, nãoresposta e perdas. 1. Existe associação estatística ? qui-quadrado, riscos - CHANCE 2. Algum viés explica a associação ? 3. A associação é causal ? critérios de julgamento da relação causal Critérios de julgamento causal 1. SEQÜÊNCIA CRONOLÓGICA - A exposição é anterior à doença ? O aparecimento da doença é compatível com o período de incubação ou latência ? 2. FORÇA DA ASSOCIAÇÃO - A associação entre exposição e doença é forte ? Qual a estimativa do risco ? Qual o valor da correlação ? 3. RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA - Existe relação dose-resposta ? Uma exposição mais intensa ou duradoura aumenta a incidência ou gravidade da doença ? Critérios de julgamento causal 4. 5. 6. 7. CONSISTÊNCIA - Os resultados de vários estudos, utilizando métodos semelhantes e em diferentes populações, apontam, consistentemente, na mesma direção ? PLAUSIBILIDADE - A associação faz sentido em termos biológicos ? Os fatos novos se enquadram no conhecimento existente sobre a história natural da doença ? ANALOGIA - A associação encontrada entre o fator e a doença é análoga a uma outra relação previamente descrita ? ESPECIFICIDADE - A associação entre o fator e a doença é específica ? Plausibilidade - argumento conservador tende a impedir ou dificultar a aceitação de novas evidências, mesmo que verdadeiras. Intersubjetividade entre os cientistas Reação dos cientistas a novas descobertas científicas Especificidade - é um critério importante para aumentar a evidência mais não destrói a evidência - menos importante em doenças crônicas Medidas de risco RISCO RELATIVO - é a razão entre o coeficiente de incidência entre expostos e não expostos - é uma razão entre duas probabilidades PROBABILIDADE = evento . risco de sua ocorrência RR= Coef. Incidência entre expostos . Coef. Incidência entre não expostos Interpretação: = 1 (não há diferença entre os grupos > 1 (a exposição é fator de risco < 1 (a exposição é fator de proteção Associação: forte 3 - forte moderada - em torno de 2 fraca - 1 a 1.5 - maior probabilidade de ser não causal. Intervalo de Confiança 95% de confiança de incluir o verdadeiro valor do parâmetro (populacional). A. inclui o 1 - não há diferença, os coeficientes de incidência dos dois grupos são iguais B. não inclui o 1 - há diferença estatisticamente significante. Se o intervalo está todo acima de 1 - a exposição é um fator de risco Se o intervalo está todo abaixo de 1 - a exposição é um fator de proteção Fórmula para cálculo do intervalo de confiança do risco relativo IC 95% do ln (RR) = ln (RR) ± 1,96 b/a d /c a b cd Usos do risco relativo estudo experimental estudo de coorte estudo seccional - O investigador então calcula e compara os coeficientes de prevalência nos dois grupos. Neste caso o risco relativo se chama razão de prevalências. OBS: o risco relativo não pode ser estimado a partir de estudo caso-controle, pois não se parte da exposição e, portanto, não se pode calcular a incidência Razão de Chances (odds ratio) proporção de expostos entre os casos . = a x d proporção de expostos entre os controles b x c PRESSUPOSTOS: Doença pouco freqüente < 5 ou 10 - “a” e “c” pouco contribuem para o denominador do coef. de incidência casos são representativos da população de doentes e os controles da população de sadios Razão de Chances CHANCE = probabilidade de ocorrência de um evento probabilidade da não ocorrência do evento USO- estudo caso-controle Risco atribuível é a diferença entre os dois coeficientes de incidência. Nos informa sobre a proporção de casos devidos ao fator de risco e que poderiam ser evitados se o fator de risco fosse totalmente eliminado. É afetado pela prevalência do fator de risco É importante no planejamento e avaliação de programas. Determina prioridades. Pode prever o impacto de um programa de controle Risco Atribuível Ex: fumo Câncer de pulmão - RR=70/7=10 D. coronariana RR=599/422=1,4 RA=70-7= 63 RA=599-422=177 Risco atribuível populacional magnitude do risco - RR prevalência do fator de risco na população - P Fórmula de Levin: Ex: P = 0.5 P (RR-1) . P(RR-1)+1 RR=10 Estimativas da prevalência: Censo Inquérito Grupo controle