“DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS”
NO ESCOLAR:
MAPA DO PROBLEMA
Como a Saúde Pública pode ajudar?
Profas:
Erotildes Maria Leal
Regina Ferro do Lago
“DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS”
NO ESCOLAR
Roteiro da discussão:
1- Como esse problema costuma ser descrito pelos professores e familiares?

2- Uma descrição preliminar do problema pela perspectiva da ciências humanas e da
saúde
3- Conseqüências da adoção irrefletida das descrições do problema pelos profissionais de
saúde:
a) aceitação automática dos encaminhamento;
b) O diagnóstico precipitado e a patologização dos problemas da vida cotidiana: todo o
“mal estar e dificuldade” do aluno é doença? Tudo que a comunidade descreve como
“doença” é uma patologia?
4- E a criança? O que ela pode falar do problema descrito pelos pais e professores? E
possível ouvi-la? Como?
5- Refazendo o mapa do problema e construindo um modo de abordá-lo.
6- Breves comentários sobre o escolar com distúrbios psicológicos e a educação especial
“DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
1- Como esse problema costuma ser descrito
pelos professores e familiares?
a)
A criança que “não aprende direito”
b)
A criança que “não pára quieta”
c)
A criança “ mal comportada” (mente, falta à
aula, é violenta)
Será que todas essas descrições podem ser, rapidamente,
traduzidas em distúrbios psicológicos?
“DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
2- Uma DESCRIÇÃO PRELIMINAR do problema
pelas ciências humanas e da saúde

Dois eixos:
a)
Problemas de desempenho/aprendizado
a)
Problemas de comportamento

O problema primário define a categoria descritiva a ser utilizada
“DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
2- Uma DESCRIÇÃO PRELIMINAR do problema
pelas ciências humanas e da saúde

Problemas
de
desempenho,
ou
dificuldades cognitivas de aprendizagem
de diversos tipos, podem ser devidos a
patologias ( mais raro!) ou a situações de
vida e sintomas (mais comuns!) .
“DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
2- Uma DESCRIÇÃO PRELIMINAR do problema
pelas ciências humanas e da saúde

Sintomas, patologias e situações de vida que
podem concorrer para produção da dificuldade
de desempenho:
MAGNITUDE
DECRESCENTE

- tensões na vida familiar e escolar
- ansiedade ( sintoma!)
- angustia (sintoma!)
- deficiência mental (patologia)
“DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
2- Uma DESCRIÇÃO PRELIMINAR do problema
pelas ciências humanas e da saúde
Sintomas e patologias que podem concorrer para produção da
dificuldade de desempenho:

- transtornos invasivos do desenvolvimento (espectro autista)
-
transtornos específicos do desenvolvimento (distúrbios da
linguagem, que podem ocorrer por problemas de natureza visual,
auditiva, mista ou neurolopsicológica ( mais rara!). A falta de
informação pode gerar julgamentos errados. Burro, lerdo,
vagabundo, folgado, preguiçoso podem ser alguns dos adjetivos
empregados injustamente a uma pessoa com distúrbios da
linguagem. As principais características do problema são
dificuldades na leitura, escrita, soletramento de palavras e
compreensão do que lê)
“DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
2- Uma DESCRIÇÃO PRELIMINAR do problema
pelas ciências humanas e da saúde

Problemas
de
comportamento,
também
podem ser devido a patologias ( mais raro!) ou
a situações de vida ou sintomas (mais
comuns!).
Distúrbios de comportamento e conduta não são a mesma coisa que
transtorno de comportamento e transtorno de conduta! O termo distúrbio é
mais amplo. Nem todo distúrbio é um transtorno, uma patologia!
“DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
2- Uma DESCRIÇÃO PRELIMINAR do problema
pelas ciências humanas e da saúde

Sintomas, patologias e demais problemas que podem concorrer
para o aparecimento de distúrbios do comportamento:
-
Violência doméstica e social (escola inclusive!)
MAGNITUDE
DECRESCENTE
Angustia

-
Ansiedade
-
Síndrome de estresse pós traumático
-
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade ( nem toda
criança identificada pela família ou escola como hiperativa ou com
déficit de atenção tem realmente a patologia assim nomeada!)
3- Conseqüências da adoção irrefletida das descrições do problema pelos
profissionais de saúde – 2 problemas para a Saúde Pública:
a) aceitação automática dos encaminhamento;
b) O diagnóstico precipitado e a patologização
dos problemas da vida cotidiana: todo o “mal
estar e dificuldade” do aluno é doença? Tudo
que a comunidade (profs. e familiares) descreve
como “doença” é uma patologia?
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
3- Conseqüências da adoção irrefletida, pelos profissionais
de saúde, das descrições do problema – a aceitação
automática dos encaminhamentos:
- reduz a possibilidade do trabalho intersetorial (saúde e educação),
em rede, e a troca e compartilhamento de saberes.
- toma como sinônimo a linguagem popular e a linguagem das
ciências, ignorando todo o processo de difusão do conhecimento
científico e sua complexidade.
- Desconsidera todo o conjunto de outras intervenções possíveis e
necessárias – intervenções que não são do campo do tratamento –
mas que podem ser extremamente relevantes (intervenções na
escola e na família).
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
3- Conseqüências da adoção irrefletida, pelos profissionais
de saúde, das descrições do problema – patologização
dos problemas da vida cotidiana:
- promove que crianças sejam medicadas indevidamente ( quando
não há sintomas/transtornos, uso abusivo de metilfenidato,
ansiolíticos).
- favorece que problemas e situações da vida ( na família e na escola)
não sejam adequadamente enfrentados.
- reduz as chances de que crianças com sintomas e patologias sejam
tratadas adequadamente, com suporte pedagógico, psicológico ou
de outro profissional de saúde, e com medicação – nas raras
situações em que isso está indicado.
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
4- E a criança? O que ela pode falar do problema descrito pelos pais
e professores? E possível ouvi-la? Como “falam”?
-
-
-
A importância da linguagem não verbal
“Conversando” com a criança: as
brincadeiras, o gestual, as ações, o contar
histórias
“O brincar e a realidade” (Donald W.
Winnicott, 1971)
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
4- E a criança? O que ela pode falar do problema descrito pelos pais
e professores? E possível ouvi-la? Como “falam”?
-
-
Para que a criança possa “falar” do que se
passa, o profissional de saúde deve criar
facilitadores (elementos transicionais)
para o diálogo.
Essa “conversa” leva tempo, porque não é
fácil ouvir a criança
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
4- E a criança? O que ela pode falar do problema descrito
pelos pais e professores? E possível ouvi-la? Como “falam”?
-
a)
b)
Para melhor ouvir a criança o profissional
deverá:
ter
disponibilidade
para
“brincar”
(desenhar, contar histórias, etc...),
reconhecer que a criança tem um
conhecimento
tácito,
intuitivo,
do
ambiente,
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
4- E a criança? O que ela pode falar do problema descrito
pelos pais e professores? E possível ouvi-la? Como “falam”?
-
a)
b)
Para melhor ouvir a criança o profissional
deverá:
Está disponível para conhecer os ambientes de
vida da criança, seus atores e como ela
interage ai ( visitar casa e escola, etc...)
Estar disponível para falar com os pais, os
professores e ter mais de um encontro com a
própria criança ( a questão da confiança)
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
4- E a criança? O que ela pode falar do problema descrito
pelos pais e professores? E possível ouvi-la? Como “falam”?
-
As observações anteriores se aplicam
caso a criança tenha sintomas e
patologias e caso não tenha!
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
5- Refazendo o mapa do problema e construindo um
modo de abordá-lo:
1- os problemas identificados pelos pais e
professores não são, necessariamente,
“doenças”. Nem todo mal estar ou
dificuldade é, no seu senso estrito, uma
patologia
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
5- Refazendo o mapa do problema e construindo um
modo de abordá-lo:
2- “não aprender”,” não parar quieta” e “não
se comportar bem” são problemas que
têm, em geral, múltiplos determinantes.
Identificá-los ajuda a constituir um bom
diagnóstico do problema. Este diagnóstico
deve sempre levar em conta a situação de
vida.
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
5- Refazendo o mapa do problema e construindo um
modo de abordá-lo:
- O modo de abordar o problema, para constituição
de uma boa compreensão, um bom diagnóstico,
e um plano de intervenção adequado exigirá:
1- “conversar” com a criança
2- conhecer o seu ambiente de vida
3- conversar com pais e escola (professores e
outros funcionários)
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6- Breves comentários sobre o escolar com
distúrbios psicológicos e a educação especial

-


-
Educação Especial:
Síndrome de Down
Deficiência mental (retardo)
Autismo e psicose
Não é freqüente que a criança autista e psicótica
estejam na escola comum
Educação Especial – 2 posições:
Mesma classe
Classe especial
“DISTÚRBIOSPSICOLÓGICOS” NO ESCOLAR
Bibliografia



BRASIL.Ministério da Educação. Documento subsidiário à política de inclusão
/ Simone Mainieri Paulon, Lia Beatriz de Lucca Freitas, Gerson Smiech Pinho.
–Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005.
48
p.
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/docsubsidiariopoliticadeinclusao
.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Ações Programáticas Estratégicas. Caminhos para uma política de saúde
mental infanto-juvenil / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Editora do
Ministério da Saúde, 2005.76 p. – (Série B. Textos Básicos em Saúde)
http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/05_0379_M.pdf
WINNICOTT, D. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro, Imago, 1975
[1971].
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