COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS POLÍMEROS As propriedades mecânicas dos polímeros são caracterizadas pelo modo com que esses materiais respondem às solicitações mecânicas aplicadas, podendo estas últimas serem do tipo tensões ou deformações. • POR QUÊ ESTUDAR? A determinação e/ou conhecimento das propriedades mecânicas é muito importante para a escolha do material para uma determinada aplicação, bem como para o projeto e fabricação do componente. As propriedades mecânicas definem o comportamento do material quando sujeitos à esforços mecânicos, pois estas estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou transmitir estes esforços aplicados sem romper e sem se deformar de forma incontrolável. PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS PARA POLÍMEROS A caracterização do comportamento mecânico pode ser feita atingindo-se ou não a ruptura do material. Os principais parâmetros mecânicos a serem estudos nos polímeros são: Módulo de elasticidade; Limite de resistência à tração; Resistência ao impacto; Resistência a fadiga. Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade do material de resistir às forças mecânicas e/ou de transmiti-las COMO DETERMINAR AS PROPRIEDADES MECÂNICAS? A determinação das propriedades mecânicas é feita através de ensaios mecânicos. Utiliza-se normalmente corpos de prova (amostra representativa do material) para o ensaio mecânico, já que por razões técnicas e econômicas não é praticável realizar o ensaio na própria peça, que seria o ideal. PARA POLÍMEROS PODEM EXISTEM MODIFICAÇÕES DOS PARÂMETROS DO ENSAIO BEM COMO DOS CORPOS DE ENSAIO. Geralmente, usa-se normas técnicas para o procedimento das medidas e confecção do corpo de prova para garantir que os resultados sejam comparáveis. ASTM (American Society for Testing and Materials) ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) ENSAIO SIMPLES DE TRAÇÃO É UTILIZADO PARA DETERMINAÇÃO DESTES PARÂMETROS Quando o comportamento físico mecânico de um polímero é analisado, alguns fatores devem ser levados em conta, sendo principalmente a massa molecular, temperaturas características e a temperatura na qual a medida esta sendo feita. São encontrados três tipos de comportamento tensão-deformação tipicamente diferentes nos materiais poliméricos. Frágil: a fratura ocorre quando o material se deforma apenas elasticamente; Plástica: semelhante aos materiais metálicos; Totalmente elástica: alta deformação com baixa tensão Curvas típicas de tensão x deformação PROPRIEDADES DETERMINADAS POR ENSAIO DE TRAÇÃO Módulo de elasticidade: determinação da mesma forma que nos metais. Módulo de elasticidade ou Módulo de Young: E= / PROPRIEDADES DETERMINADAS POR ENSAIO DE TRAÇÃO Ductilidade: determinação da mesma forma que nos metais. • Corresponde à elongação (%) total do material devido à deformação plástica • %elongação= (lf - lo/ lo)x100 Onde lf corresponde ao comprimento final após a ruptura Representa uma medida do grau de deformação plástica que foi suportado até a fratura PROPRIEDADES DETERMINADAS POR ENSAIO DE TRAÇÃO POLÍMEROS PLÁSTICOS • Tensão de escoamento: valor máximo na curva após o término da região elástica linear- LIMITE DE ESCOAMENTO. •Limite de resistência a tração (LRT): nível de tensão ao qual ocorre a fratura Características mecânicas dos polímeros são sensíveis a mudanças de temperaturas Curvas tensão x deformação para o acetato de celulose em várias Ts. DEFORMAÇÃO DE POLÍMEROS SEMICRISTALINOS DEFORMAÇÃO ELÁSTICA O módulo de elasticidade pode ser uma combinação dos módulos da fase cristalina e da fase amorfa Deformação da parte amorfa: pode ser parcialmente elástica se tg<tambiente Deformação elástica: temporária, reversível Peça original Durante tracionamento Tracionamento encerrado Por que a deformação é elástica ? as moléculas enovelam-se novamente porque assim retornam à posições com o menor nível de energia possível. DEFORMAÇÃO DE POLÍMEROS SEMICRISTALINOS DEFORMAÇÃO PLÁSTICA Deformação da parte cristalina: plástica Maior resistência Estrutura altamente orientada Deformação plástica: permanente, irreversível Peça original Durante tracionamento Tracionamento encerrado Plásticos AMORFOS (termoplásticos e termofixos): as cadeias não se desenrolam material resiste à deformação ruptura com pequena ou nenhuma deformação Plásticos SEMICRISTALINOS, com Tg< ambiente: a parte amorfa se desenrola pequena deformação elástica. material resiste à deformação até ruptura de planos da estrutura cristalina deformação plástica material rompe após grande deformação DEFORMAÇÃO DOS ELASTÔMEROS Elastômero: poucos ligações cruzadas deformação elástica Plástico flexível: sem ligações cruzadas deformação plástica Termofixo plástico: muitas ligações cruzadas pouca deformação Vulcanização : Polímero linear ou ramificado + enxofre polímero reticulado Cross-link: ligação covalente primária entre macromoléculas vizinhas Borrachas não vulcanizadas são pouco resistentes e pouco elásticas Poucos cross-links elasticidade (elastômero) Muitos cross-links rigidez (plástico) DEFORMAÇÃO EM FIBRAS FIBRAS •Alta orientação molecular; •Grande resistência à tração; •Pouca deformação. Fibras PLÁSTICAS: As cadeias não se desenrolam, porque não há o que ser desenrolado alto nível de orientação molecular Alta resistência à deformação e ruptura por tração Materiais: PA, PAN, PET, acetato de celulose Fatores que influem no comportamento mecânico dos polímeros Inúmeros fatores influenciam as características mecânicas dos materiais poliméricos. Fatores estruturais e de processamento possuem influencias marcantes sobre o comportamento mecânico dos polímeros. As características estruturais que influenciam nestas propriedades são: Estrutura química Cristalinidade Massa Molecular Plastificantes Fibras para reforço Elastômeros para tenacificação ESTRUTURA QUÍMICA O aumento do comprimento de grupos laterais proporciona uma maior separação entre as cadeias principais, que, por sua vez, proporciona uma maior mobilidade molecular, o que resulta num aumento de flexibilidade. CRISTALINIDADE À medida que o grau de cristalinidade de um polímero aumenta, a resistência e a dureza também aumentam. Propriedades Mecânicas de PE com vários graus de cristalinidade Propriedade Densidade (g/cm3) Tipo1 Tipo 2 0,910 -0,925 0,926-0,940 Tipo 3 0,941-0,965 Resistência à Tração (MPa) 4-16 8-24 20-38 Módulo sob Flexão (GPa) 0,05-0,4 0,4-0,7 0,7-1,8 Dureza, Rockwell D 41-48 50-60 60-70 Ordem de cristalinidade: Tipo 1 < Tipo 2< Tipo3 Massa Molecular Com o aumento da massa molecular, um maior número de moléculas entre cristalinos aparecerá, amarrando assim a estrutura de estado agregado. Plastificantes, água e/ou monômero residual Quando plastificantes são adicionados à formulação de um polímero para reduzir a dureza no produto acabado, altera-se fortemente seu comportamento mecânico. A adição de plastificantes também provoca um acentuado deslocamento da temperatura de transição do modulo para valores mais baixos Fibras para reforço Considerando-se que a distribuição de esforços ou tensões em uma matriz polimérica é uniforme, em todos os seus pontos a presença de uma segunda fase dispersa nessa matriz também sentira a solicitação aplicada no conjunto. Se o modulo de elasticidade dessa segunda fase for mais alto que a matriz, o resultado final será um aumento nas propriedades mecânicas do composto. Fibras para reforço Esse efeito é conhecido como reforçamento por adição de fibras, e é muito utilizado comercialmente para melhorar o desempenho mecânico de polímeros. Elastômeros para tenacificação Utiliza-se elastômeros (borrachas) para aumentar a tenacificação de polímeros frágeis. Borracha Representação de um filme de HIPS- PS + partículas de borracha.