COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS POLÍMEROS 4 Propriedades Mecânicas de Materiais Poliméricos Dois tipos principais de interesse para Engenharia. Velocidades de teste de média a baixa Impacto: altas velocidades de testes Um polímero com um alto valor de resistência ao impacto pode ter uma baixo valor de resistência a tração e vice-versa Propriedades mecânicas dependerão: •Da estrutura molecular do polímero •Da história térmica (processamento, etc) •Das condições ambientais •Da velocidade do ensaio •Dos aditivos e cargas •Da geometria do corpo de prova, •Etc… PROCESSOS DE DEFORMAÇÃO EM POLÍMEROS - A resposta de um material a deformações mecânicas reflete os processos de deformação microscópica que estão ocorrendo a nível molecular ou atômico. -O entendimento dos processos de deformação que ocorrem em polímeros não é tão bem desenvolvido como nos metais. - Os mecanismos de deformação dividem-se em: deformação elástica e deformação plástica. ELASTICIDADE -É uma característica encontrada em todos os materiais sob deformação, seja por tração ou por compressão. -Depende da natureza química, da temperatura e da velocidade de deformação. -Em termoplásticos Deformação elástica é um processo reversível que reflete o deslocamento de átomos de níveis de energia mais baixos para os níveis mais altos. - É uma alteração que pode ser assimilada ao comportamento de uma mola de aço quando submetida à tração. - Este tipo de deformação obedece à Lei de Hooke, isto é, a deformação é proporcional à força aplicada. ELASTICIDADE DA BORRACHA - Comportamento único devido às ligações cruzadas não segue a Lei de Hooke. - Deformação acima de 100% ; retornam ao estado inicial sem deformação permanente. - Borrachas contraem com o aumento da temperatura aproximação das pontas de cadeia com o aumento da temperatura DEFORMAÇÃO PLÁSTICA Deformação plástica é um processo irreversível que ocorre após a aplicação de uma força sobre um material, e depende do tempo decorrido. - É acompanhada pelo deslocamento permanente dos átomos das moléculas. - Ocorre por deslizamento das cadeias, quando uma força é aplicada a um polímero não-reticulado termoplásticos. FRATURA DOS POLÍMEROS -A resistência à fratura dos materiais poliméricos é relativamente baixa com relação aos metais e cerâmicas. -Existem basicamente dois tipos de fratura: fratura frágil e fratura dútil. -Polímeros termofixos tem modo de fratura frágil. - Polímeros termoplásticos é possível ambos modos de fratura frágil e dúctil. FRATURA DOS POLÍMEROS – fratura frágil Mecanismo de fratura frágil - Mecanismo descrito pela teoria de Griffith baseada na capacidade do material propagar uma trinca em crescimento -A trinca pode ser uma falha natural do material ou pode ser gerada durante a solicitação mecânica. -A tensão crítica para provocar a propagação da trinca perpendicular à solicitação é dada por: 2 E c c FRATURA DOS POLÍMEROS – fratura frágil -A propagação da trinca pode levar à ruptura do material. -Quanto maior o tamanho da trinca, menor é a tensão necessária para propagá-la. - Energia superficial energia necessária para criar novas superfícies no polímero. - Quanto maior a energia superficial, menor é a chance da trinca se propagar maior tenacidade. - Fratura frágil pode ser favorecida por redução na temperatura, aumento na taxa de deformação, aumento na espessura da peça e modificação da estrutura do polímero. FRATURA DOS POLÍMEROS – fratura dúctil -Dependem da propagação de trincas e de outros fatores mais complexo - Ocorre em vários estágios: escoamento das moléculas, estiramento a frio e ruptura. -Escoamento (yielding): ocorre após as moléculas atingirem níveis de deformação irreversíveis resistência do material a deformações permanentes orientação molecular. No ensaio de tração observa-se o empescoçamento do corpo de prova. -Fissuramento e bandas de cisalhamento mecanismos de deformação plástica FRATURA DOS POLÍMEROS – fratura dúctil Rompimento de cadeias Escorregamento entre cadeias sem quebra das mesmas Na realidade, os dois mecanismos ocorrem. A predominância de um sobre o outro será dado pelas propriedades viscoelásticas, mofologia do material (cristalina, amorfa) e mobilidade das cadeias (relacionada a Tg). FRATURA DOS POLÍMEROS – fratura dúctil FRATURA DOS POLÍMEROS – fratura dútil - Bandas de cisalhamento - Consiste na distorção do material sem alteração significativa no volume. -Ocorre através de movimentação de planos de discordância na linha de cisalhamento. Escorregamento das moléculas pelo amolecimento localizado induzida pela tensão efeito importante em mecanismos de tenacificação 45o Detectável por birrefringência (alinhamento das macromoléculas) FRATURA DOS POLÍMEROS – fratura dútil - Fissuramento microfissuras (crazing) - Processo conjunto de escoamento localizado e de início de fratura. - Solicitação por tração formam-se buracos perpendiculares à tensão aplicada. - Os buracos são estabilizadas por fibrilas de material polimérico orientado impede a formação da trinca. -Fibrilas 10 a 40 nm, dispersas em cavidades 10 a 20 microns de diâmetro. FRATURA DOS POLÍMEROS – fratura dútil - Os buracos estão interconectados. -Fissuras contém de 40 a 60% de polímero (em volume). -O mecanismo de “crazing” é comum em plásticos amorfos abaixo de Tg, sendo detectado por um esbranquiçamento sob tensão. -O crazing pode ser percebido esfregando o dedo na superfície de uma amostra de poliestireno cristal ao dobrá-la quase até a ruptura. FRATURA DOS POLÍMEROS – fratura dútil • A diferença básica entre microfissuras e trincas é que as microfissuras possuem polímero no seu interior. ENSAIOS MECÂNICOS -Utilizados para caracterizar as propriedades mecânicas: -Estáticos -Dinâmicos -Curta duração -Longa duração -Destrutivos -Não-destrutivos,... -Solicitação mecânica do material enfatizando um estado de tensões particular: -Tração -Compressão -Flexão -Torsão ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO - Solicitação estática curva tensão-deformação Curva típica de um ensaio de tensãodeformação a temperatura constante ASTM D638 Máquina Universal de ensaio de tração ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO -Principais parâmetros: - Módulo de elasticidade ou módulo de Young -Tensão e deformação no escoamento -Tensão máxima -Tensão e deformação na ruptura -Tenacidade ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO Resistência à Tração: é o máximo de tensão em uma curva tensão x deformação Tensão de ruptura: é a tensão registrada no momento da ruptura do corpo de prova Deformação de ruptura: deformação registrada no momento da ruptura do corpo de prova Deformação plástica: deformação não recuperável Deformação elástica: deformação recuperável Ductilidade: máxima deformação plástica que o corpo de prova sustentou até a ruptura. ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO - O módulo de elasticidade sob tração também chamado de módulo de Young, é uma das propriedades mecânicas mais importantes nos polímeros. - É uma medida da razão entre a tensão aplicada e a deformação ocorrida no material relacionado com a rigidez do polímero -É medido na região elástica da curva “tensão x deformação” região linear (até 0,2 % de deformação). E -Dependendo do tipo de solicitação podemos definir outros módulos de elasticidade: -G módulo de cisalhamento -K módulo em compressão - Módulo sob flexão ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO Regiões Elástica e Plástica Comportamento Elástico Não Linear ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO -As tensões são calculadas através da razão entre carga ou força e a área de seção transversal do corpo de prova. - A tensão é definida como nominal quando a área utilizada para o cálculo da tensão é a inicial. -A tensão é definida como real quando a área utilizada no cálculo for a área obtida no instante do registro da carga. - A deformação é calculada através da relação l l0 -O valor do comprimento pode ser determinado com a utilização de extensômetros. ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO Empescoçamento ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO Ponto de escoamento Tensão (MPa) Ponto de ruptura Deformação A) Plástico frágil, quebradiço B) Plástico dúctil C) Elastômero ENSAIOS MECÂNICOS – efeito do tipo de solicitação - Poliestireno cristal frágil sob tração e dútil sobre compressão. - Compressão reduz os defeitos (falhas, microtrincas) - Tração acentua as falhas ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO Efeito da cristalinidade: Ponto de escoamento mais nítido em polímeros cristalinos. PVC policloreto de vinila CA acetato de celulose PTFE politerafluoretileno PCTFE policlorotrifluoretileno ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO Influência da temperatura : PMMA Acetato de Celulose ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO Influência do tempo ou taxa de deformação - epóxi tensão de escoamento aumenta linearmente com o aumento do logaritmo da taxa de deformação. ENSAIOS MECÂNICOS - TRAÇÃO Influência do tempo e da temperatura ENSAIOS MECÂNICOS - IMPACTO -A resistência ao impacto representa a tenacidade ou a rigidez de um material rígido possui quando é submetido à deformação utilizando a uma velocidade muito alta. -Parâmetro que quantifica a resistência ao impacto é a energia de impacto. -Diversos testes: IZOD, CHARPY, queda livre de dardo, impacto sob tração. -Os resultados destes testes em predizer a resistência ao impacto de produtos tem apenas valor qualitativo, porque a resposta de um produto ao impacto é muito complexa. -Mais importantes: IZOD e CHARPY. ENSAIOS MECÂNICOS - IMPACTO ENSAIOS MECÂNICOS - IMPACTO ENSAIOS MECÂNICOS - IMPACTO Izod: Corpo de prova Equipamento ENSAIOS MECÂNICOS - IMPACTO Charpy: TESTES IZOD E CHARPY • Ensaios conhecidos como tipo pêndulo, (simples e rápidos) realizados corpos de prova moldados Testes Izod e Charpy • O excesso de energia do pêndulo no ensaio de impacto indica a energia para romper o corpo de prova, que é a soma: E deformação do corpo de prova + E iniciar a ruptura + E propagação da ruptura + E perda no arremesso + E perda no atrito e vibração E TOTAL 37 ENSAIOS MECÂNICOS - IMPACTO TESTES IZOD E CHARPY Corpos de prova usados em teste impacto Charpy Izod ENSAIOS MECÂNICOS - IMPACTO Influência do Entalhe: Concentração de tensões Tração Compressão Polímeros frágeis: terão sua resistência ao impacto diminuída pela incorporação do entalhe Polímeros dúcteis: terão sua resistência ao impacto pouco diminuída pela incorporação do entalhe Polímeros pseudodúcteis: sem entalhe são dúcteis; com entalhe são tipicamente frágeis!!! ENSAIOS MECÂNICOS - IMPACTO Influência do Entalhe: ENSAIOS MECÂNICOS - IMPACTO Influência da temperatura: PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO -Características Estruturais: -Estrutura química -Cristalinidade -Massa molar -Plastificante, água e/ou monômero residual -Copolimerização -Fibras para reforçamento -Elastômeros para tenacificação PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO -Estrutura Química - Através de Tg e Tm. - Se T ambiente < Tg E ~ 1 a 10 Gpa - Se T ambiente < Tg (polímero amorfo) E ~ 1 a 10 Mpa - No caso de polímeros semicristalinos entre Tg e Tm valor intermediário. - Aumento do comprimento dos grupos laterais maior mobilidade molecular maior flexibilidade. - Rigidez molecular das cadeias laterais aumenta E PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO -Cristalinidade - Aumento do grau de cristalinidade aumenta E, dureza. - Exemplo: polietileno PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO -Massa molar -Aumento da massa molar aumento de Tg -Aumento da massa molar maior quantidade de moléculas entre os cristais maior flexibilidade. -Exemplo:PE com PM ~ 10^7 diminui densidade e cristalinidade e aumenta a elongação. PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO -Plastificante, água e/ou monômero residual -Plastificantes reduz a dureza no produto acabado, altera o comportamento mecânico. Exemplo: PVC plastificado PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO -Plastificante, água e/ou monômero residual - Presença de água PAs, poliuretanas, plásticos a base de celulose. -Absorção de água devido à possibilidade de formação de pontes de hidrogênio. -Água age como um plastificante reduz as forças intermoleculares. - Monômeros residuais apresentam efeito similar PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO -Fibras para reforçamento - Utilizado para melhorar o desempenho mecânico dos polímeros. PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO Fibras Comportamento mecânico altamente anisotrópico PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO -Elastômeros para tenacificação - Utilizado para tenacificar polímeros frágeis. Exemplo: HIPS dissolução de polibutadieno no monômero de estireno no reator de polimerização. PARÂMETROS QUE INFLUEM NO COMPORTAMENTO MECÂNICO Ex.: HIPS Tensões isoestáticas Redistribuição de tensões pelas partículas de borracha Microtrincas Borracha é muito menos rígida que a matriz 54