AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS DE ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE DEFORMAÇÃO DE ARGAMASSAS Fernanda Belizário Silva, bolsista FAPESP e aluna de graduação de Eng. Civil Mércia M. S. B. Barros, Profª Drª do Departamento de Engenharia de Construção Civil ESCOLA POLITÉCNICA DA USP Palavras-chave: módulo de deformação, método de ensaio, formato de corpo-de-prova, argamassa Resultados Introdução Módulo (GPa) Coef. de variação O conceito de módulo de deformação Ultrassom 12,7 6,0 12,2 5,8% 5,5% 3,2% • Módulo de deformação é a • Pode ser obtido através da curva tensãoxdeformação relação entre a tensão σ aplicada a um corpo e a Curva tensão x deformação deformação ε resultante desta Módulo tangente tensão. (inicial) Freqüência de ressonância 11,5 6,5 5,5% 5,1% Tensão • O módulo de deformação é uma propriedade importante das argamassas: avalia sua capacidade de deformação, frente a esforços, sem que ocorram rupturas prejudiciais ao seu desempenho (fissuras visíveis) • Apesar da sua importância, não há normalização brasileira para sua definição • Cada pesquisador adota um método de ensaio e um formato de corpo-de-prova • Não é possível comparar estudos ou estabelecer referências E Barra Cilindro Placa T2 T1 T2 T1 T2 T1 T2 T1 T2 À compressão (tangente inicial) - - 11,7 7,5% 4,8 9,1% 14,6 26% 4,1 24% - - 16,7 25% 4,3 18% À tração na flexão - - - - - - 2,8** 32% 1,4** 10% - - 4,4 16,6 3,7 11,3* 4,9* 14,1* 5,0* 3,3% 1,9% 4,9% 2,1% 6,4% 5,3% 5,0% - - - - Módulo corda A respeito do método de ensaio CV do E (%) Ensaio Resultado Tempo de ensaio/ CP Vantagens À compressão (MCE) Materiais utilizados e caracterização no estado anidro Material Massa unitária (kg/dm³) NBR7251 (ABNT, 1982) Massa específica (kg/dm³) Picnometria de gás Hélio 1,26 0,52 1,51 2,99 2,23 2,62 Cimento Votoran CPII-E-32 Cal hidratada Supercal CHI Areia quartzosa de rio (seca) À tração na flexão (MTF) 16,75 21,33 Traço Dosagem em volume de areia úmida Dosagem em volume de areia seca T1 - fraco 1:0,5:4,5 1:0,2:3,8 T2 - forte 1:2:9 1:0,8:7,6 Ultrassom (MU) Materiais para mistura (kg) 9,2:1,93:35 + 8,5L de água 4,6:3,78:35 + 9,1L de água Densidade de massa aparente (kg/dm³) NBR13278 (ABNT, 2005) 2,1 4,33 Freqüência de ressonância (MFR) 5,31 Curva σxε Fornece a curva σxε; T~15min Representa o esforço (incluso mais comum em tempo para argamassas de lixar o CP) revestimento. Destrutivo; Necessário lixamento Alto custo; Exige pessoal especializado; Tempo total de ensaio: longo; Uso não difundido no Brasil. E tangente inicial à compressão E tangente inicial à compressão T~2min Não destrutivo; Rápida execução; Simples montagem; Baixo custo; Não exige pessoal especializado; Adotado internacionalmente Fornece somente o valor do módulo tangente inicial; Uso não difundido no Brasil. T~5min Não destrutivo; Rápida execução; Simples montagem; Não exige pessoal especializado; Adotado internacionalmente Fornece somente o valor do módulo tangente inicial; Alto custo; Uso não difundido no Brasil. Formato do CP Cilindro Cubo Volume de argamassa/ CP (L) CV médio (%) Placa Ensaios estáticos: destrutivos, fornecem a curva tensãoxdeformação Prisma Aspectos relevantes 0,18 MU: 5,63 MFR:5,31 Uso não difundido no Brasil; Difícil moldagem, com muitas perdas na desmoldagem; Problemas de fissuração por elevada retração; Não permite ensaios de resistência mecânica; Frágil. 0,20 MCE: 8,32 MU: 3,22 Requer capeamento para ensaios à compressão; Muito difundido no Brasil; Menores níveis de variabilidade. 1,00 MCE: 19,8 MU: 3,43 Alto consumo de argamassa; Requer prensa com alta capacidade de carga; Resultados discrepantes. MU: 4,27 MTF: 21,3 Uso não difundido no Brasil; Necessário lixar os corpos-de-prova, pois a face de moldagem fica em contato com a prensa; Representa condição bem próxima aos revestimentos reais de argamassa. MCE: 22,2 MU: 5,12 Uso muito difundido no Brasil; Formato recomendado por muitas normas internacionais; Pode ser ensaiado à tração na flexão; Apresenta variabilidade moderada. 2,0 Ensaios dinâmicos: não destrutivos, fornecem valor correspondente ao módulo tangente inicial à compressão Desvantagens Tmáx: Fornece a curva σxε; 17min Ampla utilização Tmín: 8min 0,38 Caracterização no estado endurecido Métodos de ensaio analisados: - A respeito do formato dos corpos-de-prova Barra Dosagens e caracterização no estado fresco - Curva σxε Aspectos analisados: • Capacidade de diferenciação dos ensaios (dosagens distintas) • Variabilidade dos resultados dos ensaios • Relação entre os resultados de ensaios diferentes • Influência do operador nos resultados do ultrassom • Influência do instrumento de medida de deformação nos resultados do ensaio estático à compressão • Execução do ensaio: facilidade/dificuldade, duração, cuidados necessários, equipamentos. - Destrutivo; Relógios comparadores fornecem resultados inconsistentes; Alto custo; Exige pessoal especializado; Tempo total de ensaio: longo; Não representa o esforço mais comum em argamassas. Objetivo Programa experimental - * Medidas longitudinais ** Módulo secante, a 5% e 30% da tensão de ruptura Conclusões Avaliar os métodos de ensaio e formatos de corpo-de-prova mais comuns para determinação do módulo de deformação de argamassas, buscando identificar a combinação “método de ensaio/formato de corpo-de-prova” mais adequada para este fim. Com isso, pretende-se contribuir para o estabelecimento de normalização técnica nacional sobre o assunto. Prisma T1 Módulo secante Deformação Cubo 0,26 Melhor combinação: Módulo dinâmico pelo ultrassom, com corpo-de-prova cilíndrico Quando for necessária a obtenção da curva tensão-deformação, utilizar o módulo estático à compressão À compressão À tração na flexão Pelo ultrassom Pela freqüência de ressonância Formatos de corpo-de-prova analisados: Referências bibliográficas SILVA, F. B. Relatórios de iniciação científica encaminhados à FAPESP, disponíveis em http://geocities.yahoo.com.br/fernanda.belizario/principal.html Agradecimentos Barra 2,5x2,5x28,5cm Cilindro ø5x10cm Cubo 10x10x10cm Placa 2,5x7,5x20cm Prisma 4x4x16cm • À FAPESP, pela bolsa de iniciação científica concedida • Ao CONSITRA (Consórcio Setorial para Inovação em Tecnologia de Argamassas), pelo apoio na aquisição de materiais e participação em eventos • Às empresas Votorantim, Cobrascal e Engemix, pela doação de cimento, cal e areia, respectivamente.