Medindo comportamento Carla Forte Maiolino Molento Méd. Vet., M.Sc., Ph.D. Conteúdo 1. Introdução 2. Generalidades 3. Tipos de medidas comportamentais 4. Teor principal 5. Bibliografia Introdução Por que medir comportamento? • Curiosidade científica • Modelo para processos (Kandel e Aplysia) • Investigação de fenômenos específicos (comunicação em abelhas) • Indicador importante de grau de bem-estar Introdução Como medir comportamento? Introdução Como medir comportamento? Introdução O que significa medir? Quantificar alocando números a observações de acordo com regras específicas Generalidades 1. Abordagens 2. Níveis de análise 3. Antropomorfismo 4. Etapas envolvidas Generalidades 1. Abordagens (histórico) A. Psicologia (estudo da mente) - mecanismo fisiológico B. Etologia - evolução e função Lembrar 4 questões de Tinbergen! Generalidades 2. Níveis de análise a. Contração de cada músculo b. Movimento de grupos musculares c. Uma parte do corpo em relação à outra d. Efeito no ambiente físico e. Efeito em outro indivíduo Generalidades 2. Níveis de análise Escolha depende dos objetivos do estudo! Efeitos que um observador consegue notar dependem: • Escala espacial • Escala temporal Generalidades 3. Antropomorfismo Interpretação do comportamento animal com base em emoções e percepções humanas Cada espécie animal vê o mundo de forma diferente! Vocalização por ultrassom em alguns roedores Visão ultravioleta de alguns insetos Sensores de infra-vermelho de algumas cobras Vocalização por ultrassom em alguns roedores Visão ultravioleta de alguns insetos Sensores de infra-vermelho de algumas cobras Vocalização por ultrassom em alguns roedores Visão ultravioleta de alguns insetos Sensores de infra-vermelho de algumas cobras Generalidades 3. Antropomorfismo Interpretação do comportamento animal com base em emoções e percepções humanas IMPORTANTE: Quando não há informações suficientes, devese dar aos animais o benefício da dúvida! Generalidades 4. Etapas envolvidas A. Questão inicial + observações preliminares Ex. O comportamento sexual é afetado pelo clima? B. Hipótese (explicação testável de um fenômeno observado) + previsões Ex. Sim: o calor piora desempenho Quanto mais específicas as previsões a serem testadas, melhor. Generalidades 4. Etapas envolvidas C. Escolha de medidas Ex. interesse na fêmea/manequim D. Definir detalhadamente cada medida Ex. percepção da fêmea (olhar) aproximação física (caminhar até distância X, fazer contato físico com a fêmea) Generalidades 4. Etapas envolvidas E. Escolha de métodos + prática Ex. É possível registrar todas as medidas simultaneamente? F. Coleta de dados Definir antecipadamente a quantidade de dados necessária G. Análise e interpretação de dados Tipos de medidas comportamentais 1. Latência 2. Freqüência 3. Duração 4. Intensidade ou amplitude Tipos de medidas comportamentais 1. Latência (unidade: seg, min, h): Tempo desde um evento específico (início de observação ou exposição a um estímulo) até o início da primeira ocorrência da atividade comportamental de interesse Tipos de medidas comportamentais 2. Frequência (seg-1, min -1, h -1) Número de ocorrências de uma atividade comportamental por unidade de tempo O número total de ocorrências deve ser expresso em relação ao tempo de observação Tipos de medidas comportamentais 3. Duração (seg, min, h) É o período de tempo durante o qual se estende uma única ocorrência da atividade comportamental de interesse Duração total: tem de ser expressa em relação ao tempo de observação e ao número de ocorrências Latência, freqüência e duração Latência A B C x Tempo Durações de ocorrência: A, B e C Duração total: A+B+C Duração média: (A+B+C)/3 Proporção do tempo gasto: (A+B+C)/x Freqüência: 3/x Número total de ocorrências: 3 Tipos de medidas comportamentais 4. Intensidade ou amplitude Definição universal impossível, depende da atividade em questão • Intensidade de vocalização • Amplitude do movimento de um membro • Altura de um salto • Intensidade da agressividade durante interação social Tipos de medidas comportamentais 4. Intensidade ou amplitude Taxa local: índice que mede a intensidade (“pressa” ) de uma atividade comportamental - É o número de atos que compõem uma atividade comportamental por unidade de tempo Tipos de medidas comportamentais 4. Intensidade ou amplitude Taxa local Ex: Bicadas entre aves: Tempo Coletando dados 1. Regras de amostragem 2. Regras de registro 1. Regras de amostragem Quem será observado? • Amostragem ad libitum • Tendenciosa • Boa para eventos raros e óbvios • Amostragem focal • Um indivíduo 1. Regras de amostragem Quem será observado? • Amostragem por varredura • Grupos, registro instantâneo • Amostragem por atividade comportamental • Grupos, observação de uma atividade em particular 1. Regras de registro Durante quanto tempo? • Registro contínuo • Observação de todas as ocorrências • Registro por amostragem de tempo • Observação em determinados períodos Registro por amostragem de tempo Tipo 1: Registro instantâneo Observação pontual com intervalos de tempo fixos A cada observação registra-se a presença ou não de uma atividade comportamental Registro por amostragem de tempo Tipo 2: Registro um-zero Observação pontual com intervalos de tempo fixos A cada observação registra-se a presença ou não de uma atividade comportamental durante o intervalo precedente Regras de registro RC A B C D A B C D x x x x x RI x x x x x x Regra de amostragem Ad libitum Focal Varredura Atividade Regra de registro Contínuo Amostragem de tempo Instantâneo Um-zero Métodos de registro • Filmagem • Descrições verbais Ambos: desdobramento de tempo e armazenamento • Sistemas automatizados de registro Exemplo: caixa de Skinner • Métodos computadorizados (laptop) • Listas de checagem Lista de checagem Nome dos animais(e.g. mãe e filhote), grupo experimental, número da planilha, nome do observador, data, condições ambientais, etc. Hora Auto-limpeza Aproximação Afastamento Ingestão Observações 12:00 12:05 12:10 M 12:15 12:20 12:25 12:30 12:35 12:40 F Abdômen M M M F F F Teor principal 1. Etapas envolvidas 2. Tipos de medidas comportamentais 3. Regras de amostragem e registro Bibliografia Martin, P. e Bateson, P. Measuring behaviour: an introductory guide. 2a. Ed. Cambridge University Press, 2002