Tipos de Estudo em Epidemiologia Vanessa L Tuono Jardim A pesquisa Epidemiológica • • • • • • • • Empírica Coleta Sistemática de Informações Quantificação de eventos Correlação Mensuração / Estimação Causalidade Comparação entre Grupos Bioestatística A pesquisa Epidemiológica • O tratamento numérico dos fatores investigados se dá através de três procedimentos relacionados: – mensuração de variáveis aleatórias: é a atribuição de um valor ou qualidade a cada unidade de observação. Ex: 154mm de Hg para pressão arterial sistólica, ou sua classificação como “hipertenso” – estimação de parâmetros populacionais: processo matemático do qual se obtém um valor numérico a partir de uma amostra (estimativa) para representar o valor numérico desta variável numa população (parâmetro) – testes estatísticos de hipóteses: avaliam o quanto o “acaso” pode ser responsável por um resultado encontrado numa amostra Os desenhos de estudos epidemiológicos • Experimentais: ensaio clínico (terapêutico ou profilático) e intervenções em comunidades • Quase-experimentais (alocação dos indivíduos nos grupos não é aleatória). Exemplo: comparação de cárie dentária entre duas comunidades (uma que usa água fluoretada e a outra não) • Observacionais: o investigador não controla nem a exposição nem a alocação dos indivíduos Estudos Seccionais • Observação direta de determinada quantidade planejada de indivíduos em uma única oportunidade • Amostra População Amostra Doentes Expostos Doentes Expostos Não Doentes Expostos Não Doentes Expostos Estudos de Intervenção • Estudos em que o pesquisador manipula o fator de exposição (a intervenção), ou seja provoca modificação intencional em algum aspecto do estado de saúde dos indivíduos, através da introdução de um esquema profilático ou terapêutico • “Experimento natural”: envolve circunstâncias que ocorrem naturalmente, nas quais determinados grupos têm diferentes níveis de exposição a um suposto fator causal. ex: cidades com fluoretação e sem fluoretação da água. Tipo de estudos de intervenção: • ensaios clínicos (clinical trials): profiláticos e terapêuticos. Unidade de análise – o indivíduo • ensaios de comunidade (community trials). Unidade de análise uma comunidade inteira – ex: efeitos da fluoretação da água e de prevenção de doenças cardiovasculares. • Fases de experimentação dos ensaios clínicos: • Fase I: ensaios de farmacologia clínica e toxicologia no homem, primariamente relacionadas ä segurança e não à eficácia da droga. Determinar a dose aceitável da droga. Obtida a partir de experimentos de doses escalonadas, nas quais os voluntários são submetidos a doses crescentes da droga de acordo com um cronograma pré-determinado – metabolismo e biodisponibilidade Fases dos ensaios clínicos • Fase II: estudo-piloto da eficácia. Ensaios iniciais de investigação clínica do efeito do tratamento, constituindo investigações ainda em pequena escala da eficácia e segurança da droga, com monitoramento cuidadoso de cada paciente. • Fase III: avaliação em larga escala do tratamento. Ensaios clínicos randomizados propriamente ditos. Após a droga ter sido demonstrada como razoavelmente eficaz, é essencial compará-la em larga escala com os tratamentos padrões disponíveis envolvendo um número suficientemente grande de pacientes. • Fase IV: fase de vigilância pós-comercialização – No Brasil: Ministério da Saúde - ANVISA. Nos EUA: Food and Drug Administration. Fases dos ensaios clínicos • Precedendo as fases dos ensaios clínicos: pesquisas pré-clínicas, envolvendo síntese de novas drogas e os estudos em animais referentes ao metabolismo, eficácia e sobretudo toxicidade potencial da droga. • Estima-se que de um universo de novas drogas sintetizadas em laboratório, apenas 1 em cada 10.000 atinge a fase de estudo clínicos, e no máximo 20% das que vão a ensaios clínicos são eventualmente comercializadas. • Duração média de um programa inteiro de pesquisa relacionada a uma droga: 7 a 10 anos. Aproximadamente metade do tempo é gasta com ensaios clínicos e envolve milhões de dólares Estudo de Coorte • Estudos observacionais • Monitoramento ao longo do tempo • Finalidade: – Etiologia – História Natural – Fatores prognósticos – Intervenção diagnóstica – Terapêuticas Estudo caso-controle • O estudo caso-controle é um estudo epidemiológico observacional, longitudinal, geralmente retrospectivo, analítico, em que um grupo de casos, • Indivíduos com a doença, são comparados, quanto a exposição a um ou mais fatores, a grupo de indivíduos semelhante ao grupo de casos, chamado de controle (sem a doença). Desenho básico E Casos NE E NE Controles Passos para a elaboração • 1) Selecionar uma amostra de uma população de pessoas com a doença (casos) • 2) Selecionar uma amostra de uma população sob risco sem doença (controles) • 3) Medir (em geral, não diretamente) as variáveis preditoras Vantagens • Eficiente em doenças raras; • Útil para gerar hipóteses sobre novas doenças ou surtos não usuais (pois é útil para examinar um grande número de variáveis preditoras); • Relativamente barato. Desvantagens do estudo casocontrole • Não há com se estimar risco ou incidência diretamente; • Somente um desfecho pode ser analisado; • Grande susceptibilidade a vieses: – Especialmente viés de seleção, amostragem diferencial entre casos e controles; – Vies de informação (memória) ou medida retrospectiva das variáveis preditoras Como controlar o viés de seleção? • 1) Casos e controles deveriam ser amostrados de uma mesma fonte, e utilizando-se a mesma técnica. • 2) Pareamento: – é um método simples para tornar os casos e os controles comparáveis com respeito a fatores constitucionais importantes (idade, sexo, raça). Como controlar o viés de seleção? • 3) Usar dois ou mais grupos controles: – esses grupos controles podem ser selecionados de maneiras distintas. • 4) Usar uma amostra baseada em uma população: – casos e controles são selecionados da mesma população. Como controlar os vieses de informação? • 1) Utilização de dados registrados antes da ocorrência do desfecho; • 2) Cegamento: o cegamento pode ocorrer nos indivíduos estudados (casos ou controles) em relação ao seu status do desfecho e em relação ao fator de exposição em estudo; ou pode ocorrer nos observadores em relação ao status do desfecho e em relação ao fator de exposição. Estudos Ecológicos • Unidade de observação é um grupo de pessoas e não o indivíduo • Grupo pertence a uma área geográfica definida estado, cidade, setor censitário • Freqüentemente realizados combinando-se arquivos de dados existentes em grandes populações geralmente mais baratos e mais rápidos • Avaliam o contexto social e ambiental → medidas coletadas no nível individual muitas vezes são incapazes de refletir adequadamente os processos que ocorrem no nível coletivo → nível de desorganização social → epidemia mais intensa Atividade • Acesso ao www.scielo.br • Descritores: – Estudo de coorte – Estudo de intervenção – Estudo seccional – Caso controle