A mulher e os ensaios clínicos no VIH Women for Positive Action is supported by a grant from Abbott Índice Introdução A mulher e o VIH - Sinopse Resposta à terapêutica: diferenças entre homens e mulheres A mulher e os ensaios clínicos A importância da mulher nos ensaios clínicos Inscrever e manter as mulheres em ensaios clínicos Alternativas aos ensaios clínicos padrão Estudos de caso 2 Introdução Em 2007, ~33 milhões de pessoas eram portadoras do VIH, sendo aproximadamente metade do sexo feminino A epidemiologia e o padrão de disseminação do VIH nas mulheres difere do dos homens A maioria das mulheres com VIH têm potencial de concepção Os ensaios clínicos no âmbito do VIH têm tido a tendência para extrapolar os resultados de indivíduos do sexo masculino para as mulheres As mulheres apresentam factores biológicos, sociais e comportamentais diversos, que poderão ter impacto na sua seropositividade Muitos ensaios clínicos levantam obstáculos significativos à participação das mulheres 3 A mulher e o VIH Sinopse Women for Positive Action is supported by a grant from Abbott Diferenças de tipo biológico entre homens e mulheres: efeitos sobre o VIH • Os factores biológicos são responsáveis por uma susceptibilidade à infecção por HIV, por parte das mulheres, 2 a 4 vezes superior à dos homens1,2, 3 • Tendencialmente, as mulheres são diagnosticadas com o VIH mais tarde do que os homens1,2 • As cargas víricas tendem a ser inferiores nas mulheres, sobretudo se a contagem de CD4 for mais elevada4 • O índice de declínio da contagem de CD4 nas mulheres poderá ser mais rápido, apesar de apresentarem normalmente uma carga vírica inferior5,6 • Infecções recorrentes da flora vaginal, DIP aguda e risco acrescido de alterações cervicais pré-cancerígenas poderão ocorrer concomitantemente com a maioria das manifestações também verificadas nos homens 1. WHO. www.who.int/gender/hiv_aids/en/. 2. Stratton & Watstein SB, Encyclopedia of HIV and AIDS, 2003 3.Pan American Health Organization. 5 www.paho.org/English/AD/GE/HIV.htm 4. Ghandi M et al. Clinical Infectious Diseases, 2002 5. Hubert JB et al. XIV Int AIDS Conf Abstract, 2002 6. Patterson K et al. HIV, Medicine 2007 Diferenças de tipo social e cultural afectam o modo como as mulheres gerem o VIH Poder/controlo mais limitado para a prática de comportamentos sexuais de baixo risco Margem mais limitada de negociação da frequência e da natureza das interacções sexuais A violência poderá aumentar a vulnerabilidade da mulher ao VIH É problemática a gestão simultânea de medicamentos, empregos, famílias e de problemas do foro clínico e ginecológico As mulheres imigrantes, em particular, estão muitas vezes isoladas têm pouco apoio social As barreiras culturais ou linguísticas poderão juntar-se à falta de apoio Acesso reduzido a cuidados de saúde, educação e recursos económicos Impacto de crenças religiosas e culturais nas mulheres 6 Poderão ser oriundas de comunidades “de difícil acesso” Resposta à terapêutica: diferenças entre homens e mulheres Women for Positive Action is supported by a grant from Abbott Diferenças de género das intervenções terapêuticas Farmacodinâmica e farmacocinética Diferenças biológicas no modo como os medicamentos afectam o corpo, e na forma como este os processa Atitudes e comportamento Episódios adversos A prática clínica constata diferenças de género, devido a uma série de factores Adesão 8 Motivos sociais para o atraso no início do tratamento Factores farmacocinéticos na mulher Biodisponibilidade Distribuição • • • • Secreção ácida reduzida e de esvaziamento gástrico mais lento face a contraceptivos orais e gravidez Diferenças ao nível da dieta Não há diferenças consistentes ao nível do CYP ou pgp intestinal • • • • • Peso corporal inferior Distribuição adiposa Volumes de plasma variáveis Menor fluxo orgânico O estrogénio afecta as proteínas aglutinantes do plasma Diferenças na AUC detectadas em alguns TAR Metabolismo • • • In vitro: padrão F>M Progesterona aumenta a actividade do CYP2A4 g-gp hepático M>F Eliminação • • Órgãos mais pequenos Hepatite C e estado hepático • A prática clínica constata diferenças de género com base numa série de factores, entre os quais, diferenças ao nível do metabolismo dos fármacos e de episódios adversos • Contudo, não existem diferenças claras entre os sexos, no que diz respeito à evolução clínica do VIH • As diferenças de tipo psico-social, comportamental e de atitude, como sejam a avaliação do tratamento ou atrasos no início da terapêutica, parecem constituir as diferenças 9 essenciais entre mulheres e homens portadores de VIH A mulher e os ensaios clínicos Women for Positive Action is supported by a grant from Abbott O conhecimento de que dispomos é limitado As diferenças com base no sexo/género, ao nível das características farmacológicas dos agentes ARV, foram objecto de estudo pouco rigoroso Muitos ensaios clínicos foram incapazes de detectar diferenças de género As mulheres estão normalmente sub-representadas nos ensaios clínicos Verifica-se resultados discrepantes na comparação de respostas virológicas, imunológicas e clínicas à HAART em homens e mulheres, embora as directrizes de início e alteração de TARV sejam aplicadas a homens e mulheres de modo uniforme Pouco se sabe acerca do modo como o género afecta complicações como a lipodistrofia e a densidade óssea, e se essas alterações se ficam a dever às terapêuticas ou à doença 11 Estudos relativamente escassos e poucas mulheres inscritas em ensaios de VIH 16 14 Número de artigos que 12 avaliam o impacto de diferenças específicas em termos de sexo, motivadas 10 pela HAART, sobre os parâmetros clínicos e viro- 8 imunológicos, durante a HAART 6 (Mar. 02-Fev. 07) 4 2 0 <10% 10-19% 20-29% 30-39% 40-49% 50%+ % de mulheres submetidas a ensaio 12 Nicastri et al, Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 2007 Estudos relativamente escassos com percentagem de mulheres superior a 50%: exemplos recentes Estudo DART 2006 (n=300) Região África Conceito Resultado Estudo prospectivo conjunto Resposta virológica passados 12 meses Morte passados 12 meses Calmy 2006 (n=6861) África, Ásia, América Central Estudo prospectivo conjunto multicentros Geddes 2006 (n=14) África Série de casos Reacções adversas à HAART Análise post hoc Resposta imunovirológica adversa às HAART passados 12 meses Van Leth 2005 (n=1216) Europa, EUA, África, Ásia, América do Norte e do Sul 13 Nicastri et al, Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 2007 Diferenças entre homens e mulheres: início da HAART • O tempo médio de início da HAART nas mulheres foi superior ao dos homens; 28 vs 17 semanas (a partir da data de inscrição no estudo)1 • As mulheres tinham uma probabilidade duas vezes superior de apresentar dificuldades na toma aberta de medicação em casa do que os homens homossexuais/bisexuais2 • As mulheres com dificuldades de toma de medicação em casa apresentavam uma probabilidade consideravelmente inferior de estar a seguir uma HAART2 • O sexo feminino é um indicador autónomo de não seguimento de uma HAART3,4 1. 2. Murri R et al., JAIDS, 2003 Sayles JN, Wong MD, Cunningham WE, Journal of Women’s Health, 2006 3. 4. 14 McNaghten AD et al.. JAIDS 2003 Giordano TP et al., JAIDS, 2003 Diferenças entre homens e mulheres: adesão a HAART e interrupção do tratamento • Os resultados apurados relativamente à adesão são pouco claros, e alguns estudos não detectaram diferenças entre os sexos1 • Contudo, alguns estudos apuraram que as mulheres registam um índice de adesão inferior ao dos homens (18% vs 25%)2 • É mais provável o diagnóstico de depressão nas mulheres do que nos homens (34% vs 29%)2 • É mais provável que as mulheres venham a interromper o tratamento do que os homens do mesmo grupo de exposição • 35.8% vs 24.4% entre toxicodependentes • 22.1% vs 13.3% entre heterossexuais3 15 1. Ammassari A et al., JAIDS, 2002 2. Turner BJ et al., Journal of General Internal Medicine, 2003 3. Touloumi et al., Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 2007 Diferenças entre homens e mulheres: episódios adversos durante a HAART Há elementos contraditórios na literatura, no que concerne as diferenças na incidência de episódios adversos entre homens e mulheres durante a HAART Comparativamente aos homens, as mulheres apresentam um risco consideravelmente superior de virem a desenvolver acidose láctica1,2 As classes de fármacos análogos nucleosídeos estão associadas a uma série de episódios adversos, com maior prevalência nas mulheres do que nos homens. 16 1. 2. Geddes R et al., South African Medical Journal, 2006 Boulassel MR et al., Journals of Medical Virology 2006 A importância da mulher nos ensaios clínicos Women for Positive Action is supported by a grant from Abbott As mulheres utilizam mais recursos farmacêuticos, mas estão pouco representadas em ensaios clínicos 0 Equilíbrio de géneros em termos de utilização de produtos farmacêuticos Equilíbrio de género em termos da inclusão de produtos farmacêuticos em ensaios clínicos 0 18 Representação reduzida de mulheres em ensaios clínicos de novas TAR • • • Representação reduzida das mulheres Os estudos têm pouca capacidade comparativa em termos de género Gravidez como critério de exclusão ou como motivo de retirada 37% 26% 20% 19% 18% 14% 14% % Mulheres 100% Mulheres 80% Homens 60% Ensaio n= 2NN 1216 GS-903 602 Abbott M98-863 653 ACTG5095 1147 ACTG384 980 GS-934 509 DMP-006 450 40% 20% 0% 19 Extraído de um diapositivo de John Bartlett, CROI 2006 Directrizes para a inclusão de mulheres em estudos clínicos 1 2 3 As autoridades reguladoras europeias e norteamericanas estão a tentar abranger mais mulheres e grupos étnicos em ensaios clínicos Health Canada (1997): directrizes sobre a inclusão de mulheres em ensaios clínicos (especificamente de medicamentos) • Defendeu a inclusão de mulheres com potencial de concepção e mulheres pós-menopáusicas em todas as fases de I&D farmacêutico • Apelou à sua inclusão em número suficiente, de modo a permitir a detecção de diferenças clinicamente relevantes em termos de sexo, quanto à resposta aos fármacos A Conferência International para a Harmonização e Requisitos Técnicos de Registo dos Medicamentos para Uso Humano (ICH) recomenda que uma população objecto de estudo clínico deva representar a população alvo de doentes 20 A importância da mulher nos ensaios clínicos Forte rationale científico • • • • Forte rationale social As mulheres perfazem 50% da população seropositiva Diferenças de género de tipo biológico e hormonal Diferenças de peso corporal e distribuição adiposa, e respectivos efeitos sobre a absorção, distribuição, o metabolismo e a excreção de fármacos Os fármacos deverão ser testados em populações que reflictam o utilizador final (considerando idade, sexo, grupo étnico) 21 • As mulheres perfazem 50% da população seropositiva • Compreensão e abordagem dos obstáculos à inclusão • Assegurar que as mulheres tenham igual acesso a uma terapêutica bem sucedida A gravidez passou a ser uma realidade de vida das mulheres seropositivas A maioria das mulheres seropositivas tem potencial de concepção e, com planeamento, a maternidade é uma opção para as mesmas1 • Percentagem aproximada de 2% de transmissões mãe-filho • Aumento da esperança de vida em doentes submetidos a HAART Muitas mulheres – seropositivas ou não – não planeiam a gravidez • Em 2001, 49% das gravidezes ocorridas nos EUA não eram planeadas2 • De 1997 a 1999, nos EUA, 83,3% das gravidezes não eram planeadas em adolescentes seropositivos entre os 13 e os 21 anos3 As preocupações de causar dano a um feto terão de ser minimizadas e equilibradas com a necessidade de incluir mulheres em ensaios clínicos Necessidade de adaptar os ensaios clínicos 22 1. Stratton SE and Watstein SB, The encyclopedia of HIV and AIDS, 2003 2. Finer LB et al., Perspectives on Sexual and Reproductive Health, 2006 3. Koenig LJ et al., American Journal of Obstetrics and Gynecology, 2007 Uma parcela significativa de gravidezes entre mulheres seropositivas não é planeada • • • Entre 334 mulheres submetidas a TARV, menos de metade referiu ter planeado a sua actual gravidez O regime de TARV na concepção normalmente é apenas adequado a mulheres não grávidas Foram prescritos muitos regimes diferentes a mulheres em idade de concepção, entre os quais: • • • Uma vez grávidas, as doentes submetidas a EFV ou ddI tiveram muitas vezes de alterar a TARV • • regimes com base em ddI+d4T (9.6%) regimes com base em EFV (13.5%) 100% 80% 58% 60% 42% (OU 13.2 P<0.001; 1.8 P=0.033, respectivamente) 40% Os médicos deverão ter em conta o potencial de concepção deste grupo de doentes, ao iniciar a TARV 20% 0% Planeada 23 Floridia M et al., Antiviral Therapy, 2006 Não planeada Inscrever e manter as mulheres em ensaios clínicos Women for Positive Action is supported by a grant from Abbott Factores de tipo social, logístico e científico afectam a participação das mulheres em ensaios Os obstáculos não são bem compreendidos ou definidos Contracepção e obstáculos à concepção Outros obstáculos • • • • • • Critérios de protocolo de estudo como, por exemplo, insistir em dois métodos contraceptivos de barreira, mas não os disponibilizando, colocando, assim, um fardo adicional no doente Medo de causar dano a um feto em desenvolvimento Critérios de exclusão para a gravidez e lactação, perante a pressão social de conceber filhos Uso de contraceptivos poderá entrar em conflito com crenças Preocupação acerca de interacções medicamentosas com contraceptivos orais • • • • • • 25 Floridia M et al. Antiviral Therapy 2006; 11:941-946. Política de exclusão proibindo a participação de mulheres potencialmente grávidas, por receio de caudar dano ao feto Perdas de sangue, sobretudo em mulheres que já o perdem através da menstruação Papel de principal sustentáculo da família – as mulheres não se podem colocar ‘em primeiro lugar’ Relativa falta de autonomia no processo de tomada de decisão Estigma em relação à revelação do estado serológico Nível de literacia exigido para formulários de consentimento e materiais do doente Compromisso de tempo para consultas médicas e período de duração do ensaio Equilíbrio das implicações éticas Exposição no primeiro trimestre da gravidez levanta uma série de considerações éticas Risco para as futuras gerações de mulheres que não receberão tratamento adequado Risco para a criança que vai nascer Os estudos poderão estar a pesquisar fármacos que, na prática, poderiam ser prescritos durante a gravidez, mas que exigem, ainda assim, que a mulher abandone o ensaio caso fique grávida Há que capacitar as mulheres a tomar decisões informadas quanto a permanecer ou não num ensaio 26 Compreensão das motivações e dos obstáculos à participação em ensaios Benefício/ ganho pessoal Os doentes são motivados por múltiplos factores Facilidade de participação/ segurança Benefícios para o seu quotidiano Ganho social alargado Compensação Alguns dos factores mais influentes poderão ser Auxílio à recolha de dados sobre uma terapêutica que poderá ajudar outras pessoas na mesma situação Apelo à acção Oportunidade de analisar a sua situação Benefícios locais específicos, como a disponibilização de estruturas de cuidados infantis ou ajudas de custo de transporte Com vista a informar cabalmente as mulher acerca do estudo, a comunicação deverá ser adaptada de modo a reflectir a especificidade de um ensaio e as motivações e desafios com que as mulheres se deparam Os indivíduos que tomam decisões totalmente informadas acerca da participação no estudo são os mais passíveis de vir a demonstrar um maior empenho e compromisso para com um ensaio 27 Informar as mulheres e prever obstáculos e motivações para a participação em ensaios Quais os benefícios sociais alargados de doentes que participem num estudo clínico? Por exemplo, ajudar ao desenvolvimento de terapêuticas para outras pessoas. Que motivações pessoais poderão ter as doentes para se envolverem num estudo? Por exemplo, possibilidade de acesso a fármacos sob investigação. Existe um claro apelo à acção? Por exemplo, por que razão deveria uma mulher envolver-se e de que modo poderá marcar a diferença. Pensar do ponto de vista de uma mulher É fácil às mulheres participarem? Por exemplo, critérios de inclusão e de exclusão, cuidados infantis, restrições à concepção Conhecer os desafios e obstáculos que as mulheres enfrentam 28 Agir sempre no interesse de todas as doentes Os protocolos de estudo poderão ser mais benéficos para as mulheres? • • • • • Alteração de requisitos de concepção Inclusão de fase aberta / seguimento para mulheres que engravidem Abstenção de uso de linguagem “crítica” como, por exemplo, as mulheres não “desistem” devido à gravidez, mas são convertidas para outra fase do protocolo Desenvolvimento de redes de centros que prestem assistência a um grande volume de mulheres Disponibilizar encaminhamento, centros e investigadores que prestem orientação sobre como tornar as consultas e os estudos mais acessíveis e benéficas para as mulheres • Cuidados infantis • Despesas de transporte • Confidencialidade 29 O que acontece se uma mulher engravida enquanto integra um ensaio clínico? Desistir? Capacitar as mulheres a tomar decisões informadas • Manutenção no ensaio se o protocolo o permitir • Conversão para terapêutica aberta • Opções terapêuticas caso abandonem o estudo • Manutenção do contacto – consultas de seguimento 30 Alternativas aos ensaios clínicos Women for Positive Action is supported by a grant from Abbott Ensaios controlados e randomizados • Os ECR proporcionam o nível mais elevado de prova quando se trata de dar resposta a questões específicas do foro clínico com relevância estatística • Possuem as suas limitações: • integram normalmente um universo de indivíduos menos diversificado do que existe normalmente na prática clínica diária (por exemplo, menos mulheres, doentes com menos complicações) • nem sempre reflectem os cenários clínicos habituais em que a maioria das pessoas recebe tratamento • muitas vezes dispendiosos e morosos • bons para dar resposta a questões específicas, mas não para gerar hipóteses novas ou para explorar questões mais alargadas 32 Alternativas aos ensaios controlados e randomizados Análises post-hoc Estudos retrospectivos Análises de gráficos Estudos de caso-controlo Registos Estudos de observação 33 Registos de doentes Os registos desempenham um papel cada vez cada vez maior na prestação de informação a actores e a decisores, com vista à validação da segurança e da eficácia de intervenções mencionadas em ensaios clínicos de fase III Os registos possibilitam uma recolha de dados em larga escala e de longo prazo, normalmente a um custo inferior ao dos estudos tradicionais Há vários tipos de registo, a saber: • Prospectivos prospective• Retrospectivos • De observação Registos Os registos abrangem normalmente um grupo mais amplo e diversificado de doentes do que os estudados em ensaios controlados e randomizados Os registos podem ser utilizados para a medição de uma série de resultados: • • • • • • Armazenamento de dados Compreensão da história natural Avaliação da segurança e da eficácia diárias Experiência do médico Resultados comunicados pelo doente: satisfação, conformidade e ónus da doença Qualidade do tratamento e eficácia de custo 34 Registos de mulheres seropositivas • Exemplo: Antiretroviral Pregnancy Registry (APR) • www.apregistry.com • Estudo internacional prospectivo de registo de exposição, criado em 1989 • Recolhe dados sobre resultados de nascimentos, em particular, anomalias à nascença na sequência da exposição a terapêutica anti-retrovírica durante a gravidez • Os registos são benéficos sobretudo perante um grande volume de doentes • Os registos apresentam várias limitações, nomeadamente: • O relatório passivo poderá traduzir-se em representação excessiva das anomalias • Poderá ser difícil determinar que fármaco está na raiz do problema, em caso de prescrição de um combinado 35 Estudos de caso Women for Positive Action is supported by a grant from Abbott Estudo de caso 1: uma potencial candidata a inscrição em ensaio clínico Que questões e informação poderá o investigador analisar com uma mulher potencialmente elegível para inserção num estudo? • • • Informação padrão acerca do que implica um ensaio clínico, para que a mulher possa tomar uma decisão cabalmente informada Informação acerca de cuidados infantis, como proceder caso não possa comparecer a uma consulta, etc. Critérios de inclusão de contraceptivos, o que isso significa e como proceder caso venha a engravidar • Implicações para a criança que vai nascer • Implicações para a própria • Implicações para o ensaio clínico • Pormenores acerca de onde poderá obter mais informações e aconselhamento, caso necessário 37 Estudo de caso 2: potencial desistente de ensaio clínico Que questões e opções poderá o investigador analisar com uma mulher prestes a desistir de um estudo por ter muita dificuldade em comparecer às consultas? • • • • • Os problemas e necessidades específicos dela, evitando dar qualquer impressão de culpabilização ou desilusão pela desistência Explorar de que modo o centro ou o patrocinador poderá prestar apoio para que esta consiga comparecer às consultas Prestação de informação e de apoio, utilizando linguagem que seja relevante para ela e para as suas necessidades Análise das opções de continuidade da terapêutica por parte dela, caso abandone o estudo Reassegurá-la de que apesar de muitos doentes não completarem a duração total do estudo, a participação dos mesmos continua a ser válida 38 Estudo de caso 3: gravidez durante um ensaio clínico Que tipo de análise poderá um investigador fazer com uma mulher que engravide durante um estudo? • • • • • • Dar resposta a questões acerca dos efeitos que o fármaco experimental poderá ter na gravidez dela Analisar as opções de continuidade do ensaio, por exemplo, por meio de conversão para uma fase aberta do protocolo, caso admissível Seguimento durante e após a gravidez Opções de continuidade da terapêutica Evitar dar qualquer impressão de culpabilização ou desilusão pela desistência Reassegurá-la de que apesar de muitos doentes não completarem a duração total do estudo, a participação dos mesmos continua a ser válida 39 Obrigado pela atenção Há perguntas? 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