COMO ELABORAR UM ESTUDO Nikolaos P. Polyzos M.D. PhD The material was supported by an educational grant from Ferring Tipos de Estudo e Nível de Evidência RCTs Meta-análise De RCTs Coortes, estudo de caso controlado, pesquisa transversal Nível I Nível II Série de casos, relatório de caso, diretrizes, opiniões de experts Nível III Que tipo de estudo devo realizar? Depende do que você está procurando Tipos de Estudos Gerais • Observacional: – Procurando por associações ou relações • Intervencional: (ensaios clínicos) – Validando um protocolo específico de tratamento Estudos Observacionais • Estudos transversais • Estudos de casos controle • Estudos de coorte Estudos transversais Pesquisas transversais Uma “fotografia” da população em um momento específico Objetivo • Avaliar a prevalência de doenças crônicas ou agudas • Verificar associação entre características da população Exemplo de estudo tranversal Associação do tipo sanguíneo e características do paciente com reserva ovariana. • Determinação do tipo sanguíneo • Determinação dos níveis de FSH Timberlake KS et al., Fertil Steril. 2013 Estudos de casos-controle Estudo de casos controlados (1) Casos (pacientes com doença) Controles (pacientes sem doença) Vantagens: • Estudos de caso controle são simples de organizar • Compara retrospectivamente dois grupos • Visa identificar preditores de um resultado Estudo de casos-controle (2) Exposição CASOS (presente) (?) CONTROLES (ausente) p.ex. IMC p.ex. Endometriose Investigador (?) Doença Endometriose profunda está associada a um índice de massa corporal acentuadamente menor: um estudo de 476 casos-controle. • Casos de endometriose • Controles sem endometriose • Verificar se há diferença no IMC Estudos de coorte Estudos de coorte • Siga uma coorte específico • Uma coorte é um grupo de pessoas que compartilham uma característica ou experiência em comum durante um período definido Vantagem: Pode analisar uma relação causal e habilidade preditiva de um indicador Estudos de coorte retrospectivo Exposição (?) NÃO (?) p.ex. Valores AMH p.ex. Resultado de gravidez Investigador SIM Resultado-doença Exemplos de estudos de coorte retrospectivo Preditores de resposta ovariana em mulheres tratadas com alfa corifolitropina para FIV / ICSI Polyzos et al., Fertil Steril 2013 Hormônio Anti-Müllerian para a avaliação da resposta ovariana em doadoras de ovócitos GnRHtratados com antagonistas. Polyzos et al., RBMonline 2013 • Registros de pacientes examinados retrospectivamente • Valores AMH registrados • Verificado quais as pacientes grávidas e não grávidas Estudos de coorte - prospectivo Exposição NÃO p.ex. Valores AMH Investigador SIM Resultado-doença (?) (?) p.ex. Resultado de gravidez Exemplo de um estudo de coorte prospectivo O valor preditivo da dosagem do hormônio anti-mülleriano em mulheres com síndrome do ovário policístico recebendo citrato de clomifeno: um estudo observacional prospectivo. Mahran et al., JCEM 2013 • Pacientes inscritos prospectivamente antes do início do tratamento • Valores AMH registrados • Esperou-se até que o ciclo terminasse para avaliar quantos responderam Ensaios Clínicos Tipos de Ensaios Clínicos • Randomizados versus não randomizados • Tratamento braço – com ou sem um braço controlado • Testando a segurança e efetividade de uma intervenção ou droga Ensaios Clínicos : Fase I - IV • Fase I – Teste de segurança grupos pequenos de 10 a 15 pacientes • Fase II – Estudos piloto para confirmar efetividade da droga menos de 100 pacientes Ensaios Clínicos : Fase I - IV • Fase III – Grandes grupos de pacientes para confirmação estatística de efeito e incidência de efeitos colaterais> 100 pacientes Fase IV – Estudos pós-comercialização - aperfeiçoamento, e novas descobertas raras de uma população muito grande Ensaios clínicos randomizados Nível I Evidência Estudos randomizados controlados Descrição: • Após passarem por critérios de elegibilidade • o recrutamento realizado antes da intervenção a ser estudada • alocados aleatoriamente para receber um ou outro dos tratamentos Estudos randomizados controlados Vantagem: • ECA são considerados pela maioria os medicamentos mais confiáveis • formas de evidência científica • Hierarquia de evidências que influencia a política e prática de saúde Estudos randomizados controlados Desvantagens: • Custos • Tempo • Eventos raros Desenhando um ensaio clínico e especialmente randomizado … … É fácil? Pode ser... O protocolo do estudo ...possivelmente a parte mais importante do seu ensaio Protocolo de Estudo Apropriado • • • • Questão de pesquisa - justificativa Desenho exato do estudo Critério de inclusão-exclusão Procedimento de randomização, ocultação da alocação, cegos • Momento da coleta de sangue e monitoramento • Intervenções claramente definidas Protocolo de Estudo Apropriado • • • • • Resultados primários Análise estatística apropriada Viabilidade do estudo Gerenciamento de dados Considerações éticas Pergunta da Pesquisa e Hipótese • Simples – uma pergunta e uma resposta • De acordo com a evidência disponível • Pergunte a si mesmo: – Por que é que este estudo é valioso? – Este pode mudar a prática clínica? Elaboração do Estudo • Grupo paralelo – Cada participante é designado aliatóriamente a um grupo, e todos os pacientes recebem (ou não) uma intervenção. • Cruzado – Durante algum tempo, cada participante recebe (ou não) uma intervenção em sequência randômica. Elaboração do Estudo • Setorial (Cluster) – Grupos pré-existentes de participantes, (p.ex. aldeias, escolas) são selecionadas aleatóriamente para receber, ou não, uma intervenção Elaboração do Estudo (3) • Fatorial – Cada participante é aleatóriamente designado a um grupo que recebe uma determinada combinação de intervenções ou não-intervenções – (p. ex., grupo 1 recebe vitamina X e vitamina Y, grupo 2 recebe vitamina X e placebo Y, grupo 3 recebe placebo X e vitamina Y, e grupo 4 recebe placebo X e placebo Y) População a ser incluída.. • • • • Claramente definida Fácil de recrutar Fácil de acompanhar Amostra presumida para representar a população População pouco clara… Resultados não replicáveis • 47 ensaios clínicos randomizados, usando 41 definições para más respondedores (baixa reserva ovariana) • Não mais do que três ensaios utilizaram a mesma definição • Mesmo ensaios do mesmo grupo de pesquisa usaram uma definição diferente Uma revisão sistemática para ensaios randomizados para o tratamento de respondentes ovarianos pobres: uma luzovarianos no fimpobres? do túnel? Quem sãoexiste os respondentes Procedimento de Randomização (1) • Randomização simples • Randomização em bloco • Lista gerada por computador Procedimento de Randomização (2) Geração de sequências de alocação: • Adequada se as sequências são apropriadas para evitar viés de seleção: números aleatórios gerados por computador, tabela de números aleatórios, sorteio ou envelopes, jogar uma moeda, embaralhar cartas, jogar dados, etc. • Inadequada se as sequências podem estar relacionadas com o prognóstico e, assim, apresentar viés de seleção: caso do número de registro; data de nascimento; dia, mês ou ano de admissão; etc. Juni P et al., BMJ 2001 Randomização e Sigilo da Alocação do Paciente • O procedimento para proteger o processo de randomização para que o tratamento a ser alocado não seja conhecido antes que o paciente seja colocado no estudo • Métodos de garantia – Numerado sequencialmente, opaco, envelopes selado (SNOSE) – Recipientes numerados sequencialmente – Randomização controlada da farmácia – Randomização central Juni P et al., BMJ 2001 Randomização e Sigilo da Alocação do Paciente (cont.) Geração de sequências de alocação (cont): • Inadequada se os pacientes e investigadores que inscrevem as pacientes podem prever atribuições e, assim, apresentar viés de seleção: • procedimentos baseados na geração insuficiente de sequências de alocação, o cronograma de atribuição aberto, alternância e outros envelopes não lacrados ou não opaco, etc. Juni P et al., BMJ 2001 Randomização e Status “Cego”dos Objetos • Procedimentos que impedem os participantes do estudo, os cuidadores, ou avaliadores de resultados de conhecer qual a intervenção recebida • Tipos – Simples-cego – Duplo-cego – Etiqueta aberta Força da Randomização • Inadequada se os pacientes e investigadores que inscrevem os pacientes podem prever atribuições e, assim, apresentar viés de seleção: procedimentos baseados na geração insuficiente de sequências de alocação, o cronograma de atribuição aberto, alternância e outros envelopes não lacrados ou não opaco, etc. Juni P et al., BMJ 2001 Monitoramento de Pacientes Primeira Consulta Avaliação Exame Clínico: Sinais Vitais e Peso Teste de gravidez Exames Laboratório (lab local): - Química / Hematologia - FSH, LH, E2, P - AMH USS Procedimentos ART Medicação Prévia e Concomitante (S)Aes Resumo do Ciclo Status do objeto Dia da Estimualação 1 2 3 4 6 7 8 10 Dia do hCG OPU ET OPU + 14 Dias ET + 35-42 Dias ET + 4956 Dias Ciclo Disco n X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Sempre que medicação prévia ou concomitante for usada Sempre que um (S)AE ocorra Na suspensão do ciclo ou conclusão Na descontinuação do ensaio ou conclusão X Definindo claramente as intervenções DIA DE ADMINISTRAÇÃO MEDICAÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 10 X X X X X X X X X X X X X X X X X Grupo Investigação Droga A Droga B X X X X Grupo Referência Droga C Droga D X X X X X Os dois Grupos Droga E X Selecionando os Resultados Primários • Selecionar outcome primário • Momento exato em que o resultado primário é medido • Os desfechos secundários também podem ser selecionados • Não selecione desfechos substitutos, p. ex. gravidez – nenhum oócito, nenhum embrião Juni P et al., BMJ 2001 Calculando o Tamanho das Amostras Potência: Qual é o tamanho da amostra necessária? Cálculo será baseado em: • Esperada potência de 80%, nível de significância P <0,05 • Recrutamento da amostra estimada com base em provas anteriores. – Não faça o seu tamanho da amostra com base em pressupostos irrealistas. • Durante o protocolo de formulação descrever as estatísticas a ser utilizada. Realização de Análises Estatísticas Quem é que vai ser a "pessoa por trás de seus números”? • Parte crucial de qualquer ensaio clínico – Análise errada = resultados errados – Teste impróprio = estudo não válido – Um erro estatístico pode colocar em risco anos de trabalho Determinar Viabilidade da Condução do Estudo • Os recursos disponíveis (financiamento, pessoal)? • Pode um número adequado de pacientes ser recrutado? • Será fácil acompanhar os seus (objetos de estudo)? Gerenciamento de dados Formulários de Notificação de Casos (CRF) Modelos de uniformes para a extração de dados Considerações Éticas • Conselho de Revisão Institucional (IRB) • CRE (Conselho de Revisão Ética) • Consentimento informado • Registro de ensaios • Confirmação de Patrocínio 11. Considerações Éticas • Aprovação do IRB • Consentimento informado • Aprovação das autoridades Nacionais competentes • Registro do ensaio • Patrocínio Aprovação do Conselho de Revisão Institucional (IRB) • Todas as instituições devem ter (por lei ou regulamento) um IRB para avaliar se é ético, realizar um determinado estudo • Submeta o seu protocolo e aguarde a aprovação antes de conduzir um ensaio • Siga as instruções institucionais e explique em detalhes a fundamentação, população, intervenções e objetivos do estudo Informe seus pacientes adequadamente. Obtenha seus consentimentos por escrito… • Informações muito detalhadas do tratamento (drogas, duração, procedimentos) • Padrão ouro atual • Expectativa de que o novo tratamento pode mostrar uma diferença • Evite termos científicos … deixe que eles entendam (nível de escolaridade do 6o. ao 8o.) • Liste potenciais efeitos colaterais e quem se responsabiliza • Obtenha as assinaturas, geralmente requerendo testemunhas Aceite por parte das Autoridades Nacionais Competentes • Autoridades regulatórias responsáveis por medicina humana • Apenas para medicamentos ou dispositivos • É ILEGAL realizar um teste com um medicamento sem ter A APROVAÇÃO da sua autoridade nacional competente Registre seu Ensaio ! • Após aprovação do IRB competente, registre seu ensaio em um registro de ensaios - (p. ex. http://www.ensaiosclinicos.gov.br) • Para publicação, a maioria dos periódicos requer o registro do ensaio antes da condução do estudo Declare Qualquer Financiamento Direto ou Indireto Indústria • ICJME (Comitê Internacional de Editores de Periódicos Médicos) sugere relatar qualquer potencial conflito (s) de interesse relacionados (ou não relacionado) com o estudo, erro pelo lado conservador • Financiamento da indústria deve ser relatado Aprovação do Conselho de Revisão Institucional (IRB) • Todas as instituições deveriam ter (por lei) um IRB para avaliar se é ético conduzir o estudo • Submeta seu protocolo e aguarde a aprovação antes de conduzir o ensaio • Explique em detalhes a fundamentação, população, intervenções e objetivos do estudo Informe adequadamente seus pacientes…. Pegue seus consentimentos por escrito….. • Informações muito detalhadas para o tratamento (drogas, duração, procedimentos) • Qual é o padrão ouro atual • Por que você espera que o novo tratamento mostre diferença • Não use termos científicos ... Deixe-os entender • Informar sobre possíveis efeitos colaterais e quem está tomando qualquer responsabilidade em tal caso • Obter as suas assinatura Registre seu Ensaio em um registro de ensaio público (1) • Depois da aprovação do IRB registre o seu ensaio em um registro de ensaios • A maioria dos periódicos requer o registro do ensaio antes da condução do estudo Registre seu Ensaio em um registro de ensaio público (2) REGISTROS DISOPONÍVEIS PARA ENSAIOS CLÍNICOS • Austrália e Nova Zelândia (ANZCTR) (http://www.anzctr.org.au) • Registro de Ensaios Clínicos Brasileiros (ReBec) (http://www.ensaiosclinicos.gov.br) • Registro de Ensaios Clínicos Chineses (ChiCTR) (http://www.chictr.org) • Informação de Pesquisa Clínica (CRiS), República da Coréia (http://cris.cdc.go.kr) • Registro de Ensaios Clínicos - India (CTRI) (http://ctri.nic.in) • Registro de Ensaios Clínicos Públicos Cubanos (RPCEC) (http://registroclinico.sld.cu) • Registro de Ensaios Clínicos EU (EU-CTR) (https://www.clinicaltrialsregister.eu/) Registre seu Ensaio em um registro de ensaio público (3) REGISTROS DISPONÍVEIS PARA ENSAIOS CLÍNICOS • • • • • • • Registro de Ensaios Clínicos Alemães (DRKS) (http://www.drks.de) Registro de Ensaios Clínicos Iranianos (IRCT) (http://www.irct.ir/) UMIN-CTR do Japão (http://umin.ac.jp) Holanda , Trialregister.nl Estados Unidos, ClinicalTrials.gov O Internacional , ISRCTN.org Registro de Ensaios Clínicos Pan Africano (PACTR) (http://www.pactr.org/) Declare Qualquer Financiamento Direto ou Indireto Indústria • O ICJME (Comitê Internacional de Editores de Periódicos Médicos) sugere que se relate qualquer conflito potencial de interesses relacionados ou não ao estudo • Financiamento da indústria deve ser informado Ensaios Clínicos Randomizados Obrigado