A expansão marítima luso-espanhola e a economia na América colonial Expansão marítima: Portugal e Espanha A economia colonial no Brasil Pau-Brasil Único produto de algum valor comercial encontrado pelos portugueses no Brasil entre 1500-1530 A exploração do pau-brasil era bastante rudimentar e não deu origem a estabelecimentos fixos ou povoados. Era itinerante, ou seja, se deslocava de uma região para a outra, em razão da própria exploração, que esgotava a madeira MÃO DE OBRA INDÍGENA 1500-1530 Portugal não efetivou a ocupação e colonização do território brasileiro nos 30 primeiros anos porque não foram encontrados produtos que atendessem aos seus interesses mercantilistas: ou seja, não havia nem especiarias nem foram encontrados ouro e prata A exploração do pau-brasil era bastante rudimentar com o uso da mão de obra indígena Início da colonização (1530) Portugal decide ocupar o Brasil 30 anos após o “descobrimento” Portugal tinha esperança de encontrar metais preciosos como havia acontecido na América Espanha Era preciso barrar as invasões estrangeiras no litoral da colônia, como as francesas Somente com o estabelecimento de núcleos permanentes de povoamento, colonização e defesa seria possível manter a posse da terra. Capitanias hereditárias (1534) Portugal decide colonizar o Brasil * A costa brasileira foi dividida em grandes extensões de terras que passariam dos donatários a seus herdeiros, por isso o nome hereditárias Capitanias hereditárias DONATÁRIOS: poderiam dispor da posse da terra, bem como distribuí-las entre colonos, nomear autoridades administrativas e judiciárias, receber taxas, escravizar e vender índios... AS CAPITANIAS ERAM INTRANSFERÍVEIS, ou seja, não poderiam ser negociadas pelos donatários. Eles tinham a posse e não a propriedade, que era da Coroa Portuguesa Como colonizar o Brasil? A Coroa Portuguesa precisa colonizar o Brasil com um produto econômico que: se adaptasse às condições geográficas (solo e clima) tivesse aceitação no mercado europeu fosse de fácil produção e comercialização Cana de açúcar Experiência de Portugal em suas ilhas do Atlântico (Cabo Verde e Madeira) Experiência portuguesa com produção e comercialização do açúcar Especiaria apreciada no mercado europeu Pelo seu alto valor, poderia garantir investimentos Mão de obra: a princípio, havia índios, depois, escravos africanos Transporte feito pelos holandeses Produção de cana de açúcar Grande propriedade: havia bastante disponibilidade de terras A produção de cana só seria lucrativa em grandes extensões de terra Eram poucas pessoas que se dispunham a vir para o Brasil em troca de um negócio incerto; só vinham por grandes extensões de terra; elas teriam o trabalho para desbravar o terreno, plantar, colher e fabricar o açúcar Engenho: unidade produtiva do açúcar Instalações: moenda (moer a cana para extração do caldo), caldeira (purificar o caldo), casa de purgar (purificar o açúcar) Caldo era levado para a caldeira para ser engrossado. O melaço era levado para a casa de purgar para secar e alcançar o “ponto do açúcar”. Escravos trabalhando na moenda. Cana era moída para a extração do caldo Engenhos Às vezes, o proprietário de terras não explorava diretamente as suas terras. Cedia algumas partes a lavradores, que eram obrigados a entregar a cana para moer no engenho do proprietário, recebendo metade do açúcar produzido. Havia outros lavradores que eram proprietários de suas terras, possuíam escravos, mas não tinham engenho próprio, pois o custo das instalações era alto. Nesse caso, pagavam pela moagem da cana ao senhor de engenho Cultura monocultora: cana de açúcar Caráter exportador da colônia. Tratava-se de uma economia especializada em produzir e vender via metrópole açúcar para o mercado europeu em grande quantidade e preço competitivo. Essa estrutura produtiva apresentou desde o começo um caráter extremamente destrutivo. No Nordeste e em outras regiões, a cana de açúcar era cultivada de modo extensivo, ocupando enormes extensões de terras. Nas regiões onde era plantada, nenhuma outra lavoura era admitida. Tratavase de uma cultura exclusivista. Esse tipo de exploração – a monocultura em grandes propriedades – levou à destruição crescente da Mata Atlântica e ao empobrecimento e esgotamento do solo. PLANTATION Grandes propriedades (latifúndios) Monocultura Trabalho escravo PACTO COLONIAL A colônia só poderia comercializar com a metrópole Fracasso das capitanias hereditárias Estavam isoladas tanto entre si, quanto em relação à metrópole Falta de apoio econômico da metrópole Inexperiência dos donatários As únicas que prosperaram foram São Vicente e Pernambuco Governo Geral (1548) Necessidade de Portugal de criar um governo forte, capaz de controlar o processo de colonização Bahia foi sede do governo Tomé de Souza: primeiro governador geral Governo Geral (1548) O primeiro governador geral, Tomé de Sousa, chegou à Baía de Todos os Santos em 29 de março de 1549, com uma expedição formada por cerca de 1.000 homens. Funções do governador geral O governador deveria combater a ação de piratas nas terras coloniais, ampliar a colonização com a criação de novas vilas, construir embarcações e fortes, promover o plantio da cana de açúcar, realizar a prospecção de metais preciosos e defender a população colonial. De fato, as tarefas de um governador-geral eram inúmeras e, por isso, outros cargos administrativos foram criados para auxiliá-lo em tais obrigações. Os cargos que estavam abaixo do governador-geral eram 4. Ouvidor mor: era o homem da Justiça Capitão mor: era o homem da defesa ao ser responsável pelo controle das regiões litorâneas Alcaide: deveria comandar as tropas encarregadas da defesa Provedor mor: cuidava das finanças do governo-geral. Tomé de Souza: 1º governador geral Como garantia da convivência pacífica com os índios, Tomé de Sousa restabeleceu a prática do escambo e restringiu a escravidão, limitando-a às tribos que resistiam à colonização. Mais uma vez, por meio da troca de mercadorias, os portugueses conseguiram que os índios lhes fornecessem mão de obra e alimentação. Duarte da Costa: 2º governador geral Em 1553, Tomé de Sousa retornou a Portugal, sendo substituído no governo da colônia por Duarte da Costa, que ocupou o cargo durante os quatro anos seguintes. A administração do segundo governador geral, entretanto, foi desastrosa, chegando a comprometer o trabalho de seu antecessor e colocando em risco o domínio português no território brasileiro. Por um lado, seu fracasso se deveu à postura adotada diante dos índios, que colocava por terra a política de pacificação desenvolvida por Tomé de Sousa. Duarte da Costa: 2º governador geral Foi no governo de Duarte da Costa que os jesuítas fundaram o Colégio dos Jesuítas em 25 de janeiro de 1554, ao redor do qual iniciou-se a construção das primeiras casas de taipa que dariam origem ao povoado de São Paulo de Piratininga. A distância do litoral, o isolamento comercial e o solo inadequado ao cultivo de produtos de exportação condenaram São Paulo a ocupar uma posição insignificante durante séculos na América Portuguesa. Até o século XVIII, São Paulo continuava como um quartel-general de onde partiam as "bandeiras", expedições organizadas para apresar índios e procurar minerais preciosos nos sertões distantes Duarte da Costa: 2º governador geral França Antártica (1555-1567) Foi no governo de Duarte da Costa que os franceses se instalaram na Bahia de Guanabara, no RJ Lá, fundaram a primeira colônia francesa da América, a França Antártica. Duarte da Costa: 2º governador geral Duarte da Costa não obteve êxito em nenhuma de suas tentativas para expulsar os franceses. Em 1558, foi substituído no cargo por Mem de Sá. Este, em 1560, deu início a outra campanha para expulsar os franceses. Mem de Sá: 3º governador geral Por conta da criação da colônia francesa, os portugueses fundaram a cidade do Rio de Janeiro como estratégia para facilitar a luta contra o invasor. Com o Governo Geral, as Capitanias Herditárias não foram extintas, mas tiveram que se submeter a um comando centralizado. Aos poucos, elas passaram para as mãos da Coroa portuguesa porque os donatários ou faliram ou as abandonaram. Câmaras municipais No século XVI, começaram a surgir cidades, vilas no Brasil: São Vicente, Porto Seguro, Salvador, Rio de Janeiro. Surgiu uma das instituições mais importantes hoje do Brasil: as Câmaras Municipais, responsáveis por fazer as leis dos municípios. As Câmaras Municipais acabaram por se tornar em um espaço político dos senhores de engenho, da aristocracia brasileira, dos chamados “homens bons”. Câmaras Municipais: eram presididas por um juiz, sempre escolhido por um “homem bom” (proprietários rurais); 3 ou 4 vereadores faziam as leis Câmara Municipal: interesse local Governo Geral: interesse da metrópole Poder dos grandes proprietários Eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida pública nessa fase. Câmara municipais Os homens bons exerciam nas Câmaras Municipais funções políticas e administrativas. Estabeleciam e cobravam impostos locais, arrecadavam tributos reais, legislavam sobre serviços urbanos, organizavam campanhas de aprisionamento de índios rebeldes e escravos fugitivos Sociedade açucareira Sociedade patriarcal: centrada no poder do chefe de família rural, o patriarca Esse homem era ao mesmo tempo dono da terra, autoridade local e senhor dos destinos dos seus dependentes, empregados, parentes e agregados, além dos escravos. Além de poder econômico e prestígio social, o senhor de engenho tinha poder político e militar, mesmo não ocupando nenhum cargo público. A autoridade privada do patriarca se estendia à esfera pública. Sociedade açucareira A posse de escravos e de terras determinava o lugar ocupado na sociedade do açúcar. Os senhores de engenho detinham posição mais vantajosa. Possuíam, além de escravos e terras, o engenho. Sociedade açucareira Em relação às mulheres, elas eram subalternas aos homens. Eram consideradas inferiores aos homens e excluídas da sociedade Sociedade açucareira Os negros eram vistos como mercadorias, e representavam uma fonte de acumulação de capital Sociedade açucareira * Sociedade patriarcal: valorização do homem * Rural * Sem mobilidade social * Escravista