Ferreira Gullar O que é poesia engajada? A Poesia Engajada é um instrumento de luta social. Ela tem em parte uma função didática. O artista engajado propõe-se a perder sua individualidade para se unir à população em busca de justiça. Contexto histórico Golpe de 64 Guerra do Vietnã A literatura engajada de Ferreira Gullar Ferreira Gullar nasceu no dia 10 de setembro de 1930, na cidade de São Luiz . Diferenciando-se do modo de escrita utilizado no concretismo, Gullar mostra-se um homem indignado com a realidade enfrentada no mundo e prefere utilizar as palavras para atender os interesses e necessidades das camadas sociais. Algumas obras do autor Não Há Vagas O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada em seus arquivos. Como não cabe no - porque o poema, poema senhores, o operário está fechado: que esmerila seu dia de “não há vagas” aço Só cabe no e carvão poema nas oficinas escuras. o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem preço O poema, senhores, não fede nem cheira. Poema Brasileiro No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade No corpo De que vale tentar reconstruir com palavras o que o verão levou entre nuvens e risos junto com o jornal velho pelos ares? O sonho na boca, o incêndio na cama. o apelo na noite agora são apenas esta contração (este clarão) de maxilar dentro do rosto. A poesia é o presente. O açúcar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. Vejo-o puro e afável ao paladar como beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca. Mas este açúcar não foi feito por mim. Este açúcar veio da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. Este açúcar veio de uma usina de açúcar em Pernambuco ou no Estado do Rio e tampouco o fez o dono da usina. Este açúcar era cana e veio dos canaviais extensos que não nascem por acaso no regaço do vale. Em lugares distantes, onde não há hospital nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome aos 27 anos plantaram e colheram a cana que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura produziram este açúcar branco e puro com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. Traduzir-se Ferreira Gullar Bibliografia http://escritores.folha.com.br/ferreira_gullarobra.html http://www.alunosonline.com.br/portugues/ferreira -gullar.html http://bravonline.abril.com.br/materia/poeticaferreira-gullar http://www.revistabula.com/posts/ensaios/sobreos-poetas-engajados Equipe Giulia Hansen; Laura Rocha; Luana Carla; Maria Elisa; Samuel Monteiro. Professora: Mariana Barata Disciplina: Literatura Turma: 101 1ª série do Ensino Médio – Colégio dos Santos Anjos