2o Ciclo ETICAL em Brasília:
Ética na Sociedade e nas Profissões
– 16/11/2005 –
Prof. Dr. Hong Yuh Ching
Seminário Ética na Gestão
Aquisição Pública: Desafios e Soluções
Foco na Interação Publico –
Privado em Processos de Aquisição
Aplicação de técnicas de cadeia de suprimento
com integração dos processos de negócio
desde o usuário final até os fornecedores
primários, com objetivo de reduzir custos de
estoque e distribuição e assegurar igualdade de
oportunidades no interesse público.
AGENDA
1.Cenário atual nas cadeias de suprimento
2.Um novo conceito: custo total em uso
3.Proposta de um modelo nos processos de
aquisição
4.Gestão ética nos negócios
CENÁRIO ATUAL
• Todos os fluxos de suprimento passam através de muitos
locais e pontos de processamento, pertencentes a várias
firmas.
• 80-90% dos passos/atividades são desperdícios do ponto de
vista do cliente.
• Concorrência predatória em cada nível do fluxo de
suprimento, coletando muitas cotações e aumentando poder
de barganha sobre a outra parte.
• Margens se estreitando ao invés da redução do custo
verdadeiro.
• Colapso do modelo de “parcerias” e “confiança” substituído
pela “sobrevivência do mais saudável” – enfoque do o-queé-bom-para-mim-é-ruim-para-você.
CENÁRIO ATUAL
Muitos custos envolvidos e, conseqüentemente, muitos desperdícios.
Os custos logísticos podem chegar a 19% do faturamento da
empresa.
Representados por cinco categorias:
- Custo de armazenagem - seguro, aluguel/depreciação do prédio,
obsolescência
- Custo com manuseio e movimentação de materiais – dimensão
e densidade adequada das embalagens, adequação dos pallets às
dimensões das prateleiras do deposito e sincronismo das entregas.
- Custos com estoques – pedir (licitar), cotar, falta, obsolescência,
capital de giro
- Custo com transporte – movimentação ou deslocamento físico de
produtos do fornecedor para a empresa, entre plantas e da empresa
para o cliente.
- Custo de oportunidade - retorno que a empresa deixa de obter por
imobilizar o capital em estrutura física, máquinas e equipamentos,
veículos de transporte e movimentação e estoque
CENÁRIO ATUAL
Vamos considerar três situações:
1.Um comprador que tem como atribuição conferir fisicamente a
documentação do fornecedor, processar e preparar seu pagamento.
O que aconteceria se esta “papelada” pudesse ser processada
eletronicamente, reduzida ou nem exigida?
2. Cliente gasta tempo e esforço conferindo a qualidade de todo lote
recebido do fornecedor, analisando amostras no laboratório e
conferindo contra especificação. O que ocorreria se os lotes tivessem
qualidade assegurada por parte do fornecedor?
3. Ao invés de receberem uma carga quinzenal ou mensal de uma
mercadoria, imaginem receberem just-in-time, de acordo com sua
necessidade de consumo, produção ou de venda.
Em ambas situações, tanto o comprador como o fornecedor
economizariam tempo, esforço e dinheiro.
CENÁRIO ATUAL
Que benefícios nós teríamos?
- Menor nível de estoque significando menos capital de giro
empatado;
- Menor espaço de estocagem na fábrica/depósito,
significando liberação de espaço para outras atividades
produtivas ou então, menor custo com espaço físico e
prateleiras;
- Menos movimentação de material pela fábrica/depósito;
- Menos papelada administrativa
- Acima de tudo, nossa satisfação!!
Imaginem ainda, os clientes terem flexibilidade de alterar seus
pedidos, maior facilidade na colocação dos pedidos,
cumprimento dos prazos de entrega.
CENÁRIO ATUAL
Um exemplo: redução dos custos de distribuição de duas formas:
- Reduzindo o tempo que o produto permanece na Cadeia de
Suprimento
- Melhoria na eficiência dos recursos utilizados: armazenagem e
transporte
Custo
Fornecedor
Custo
Custo
Manufatura
Custo
Custo
Distribuidor
Custo
Loja
Consumidor
Custo
Minimizado pela redução do tempo na cadeia de suprimento
Custo
Minimizado pela melhoria da utilização dos recursos
CENÁRIO ATUAL
Nos processos de aquisição no setor público: o dilema
eficiência - interesse público.
Quando o cidadâo paga mais caro pelos produtos face à
Ineficência e desperdícios dos processos logísticos do governo
– não é interesse público!
É possível compatibilizar técnicas logísticas com interesse
público para pagar “mais barato” – vontade para inovar em
respeito ao real interesse público.
Custo total em uso
You get what you pay for!
Você obtém o que você paga!
(relação de preço e valor)
Explos: pilhas Duracel, loja Daslu, jeans
Zoomp/Forum, carro Ferrari, caneta Montblanc
You can get more than what you pay for!
Você obtém mais do que você paga!
(oferece maior valor a menor custo)
Custo total em uso
O significado do preço ao cliente:
funcional - relativo ao pessoal técnico
operacional - relativo ao pessoal da produção
financeiro - relativo ao pessoal de compras e finanças
pessoal - relativo ao status, segurança e satisfação pessoal
Custo total em uso ( cost-in-use)
custo total em uso = custo aquisição + custo manutenção + custo
uso, onde:
custo aquisição = preço aquisição, transporte, custo administrativo
de avaliar fornecedores, emitir pedidos, correção de erros e
pagamento;
custo manutenção = juros, armazenagem, inspeção, seguro e
manuseio;
custo uso = custo utilização do produto/serviço, treinamento de
funcionários, reparos no campo, peças sobressalentes e descarte
Custo total em uso
Tanto fornecedor e cliente buscam solução de redução do
custo total em uso.
Desloca o foco do preço de aquisição e transações
individuais para relações de parceria construído no valor
percebido e menor custo total em uso.
A avaliação do cliente deve ser pelo menor custo total em
uso ao invés do menor preço de aquisição.
Exemplos da American Airlines e Dow Química
Um novo modelo
Adoção de
governança
corporativa
Desenvolv. e
qualificação de
fornecedores
Avaliação de
fornecedores
Um novo modelo
1. Desenvolvimento e qualificação de fornecedores
- Relacionamento com poucos e confiáveis fornecedores,
com base no conceito do custo total em uso.
- Contrato de exclusividade de fornecimento
- Participação dos fornecedores nas estratégias da
empresa
- Padronização dos produtos no estoque
- Estabelecimento de sistema de avaliação de
fornecedor
Um novo modelo
2. Avaliação do fornecedor
O desempenho do fornecedor também afeta os custos de
pedir, expedir, receber, inspecionar e corrigir falhas.
Ele pode causar custos extras com qualidade irregular e
entregas com atraso. Estes custos “escondidos” tornam o
produto mais caro.
Adoção de medidas de desempenho e métricas para
estabelecer o progresso ao longo do tempo.
Um novo modelo
Exemplo de algumas medidas:
1. Menor custo total em uso, como sendo:
= custo total em uso / valor total da proposta
2. IDF índice de desempenho de fornecedores, como sendo:
= (custos de não conformidade + custo de aquisição dos
produtos) / custo de aquisição dos produtos
Onde:
Custos de não conformidade compreendem retrabalho, retorno
ao fornecedor, descarregamento, atraso nas entregas,
inspeção de entrada etc
Custo de aquisição = valor total da compra
Um novo modelo
Exemplo prático:
Valor da compra mensal
Entrega
Estoque médio
Espaço ocupado
Qualidade
Custo cap. giro (2% a.m.)
Custo área ocupada ($50/m)
Custo inspeção (2,5%)
Nível defeito
Custo total em uso
IDF indice desempenho fornec.
Situação A Situação B
$400 mil
$388 mil (3% mais barato)
diária
semanal
$20 mil
$97 mil
5 m3
30 m3
assegurada não assegurada
$400
$1940
$250
$1500
zero
$9700
zero
3% entrega, exigindo
retrabalho a $6000/mês
$400.650
$407.140
650/400000 19140/388000
= 0,16%
= 4,9%
1.0
403700/388000 = 1.04
Um novo modelo
3. Taxa de ineficiência dos fornecedores, como sendo:
= total de $ perdidos (retrabalhos, má qualidade etc) / total
de $ pagos aos fornecedores. Quanto menor, melhor!
4. % OTIF on time in full
= quantidade de pedidos entregues no prazo combinado
e/ou na quantidade solicitada / total de pedidos
despachados no período. Quanto maior, melhor!
5. % defeitos externos
= quantidade de itens defeituosos / total de itens recebidos
dos fornecedores. Quanto menor, melhor!
6. Freqüência de recebimentos
= quantidade total de entregas recebidas / número de dias
do período a que se referem as entregas. Quanto maior,
melhor!
Um novo modelo
3. Governança corporativa
Significa que as organizações são dirigidas e monitoradas
por uma estrutura ampliada de relacionamentos.
Envolve acionistas, conselho administração, diretoria,
auditoria independente e conselho fiscal.
Adoção de um Conselho de Fornecedores – participação
nas estratégias da empresa e maneiras de colaboração.
Um novo modelo
Adoção de um modelo de governança corporativa na Interação
Publico – Privado em Processos de Aquisição, seguindo
seguintes princípios:
Transparência – cultivar o desejo de informar ao invés da
obrigação de informar. Informar fatores tangíveis e intangíveis
Equidade – tratamento justo e igualitário a todos os stakeholders
Prestação de contas – dos atos que os executivos praticarem
Responsabilidade corporativa – zelo pela perenidade da
organização, envolvendo considerações de ordem financeira,
social, tecnológica e ambiental.
Gestão ética nos negócios
Cinco mitos comuns sobre ética nos negócios
Mito 1 – é fácil ser ético
- Decisões éticas são ambíguas
- Maioria é influenciada pelas palavras e ações de seus pares
e líderes
- Ser ético não é simples!
Mito 2 – o comportamento antiético é resultado de “maçãs
podres”
- “eu não tinha escolha”; “meu chefe disse para eu fazer isso”
- O comportamento ruim nem sempre provém de indivíduos
imperfeitos
- Pode resultar do sistema que encoraja o comportamento
imperfeito
Gestão ética nos negócios
Mito 3 – a ética pode ser gerenciada mediante códigos e
programas de ética
- cultura ética fornece sistemas informais, em conjunto com
os formais, que apóiam a conduta ética. É a “prática ética”.
Mito 4 – liderança ética é quase a mesma coisa que a
integridade do líder
- líderes devem ser mais do que indivíduos de elevado
caráter. Eles devem “levar” os outros a se comportar
eticamente.
Gestão ética nos negócios
Mito 5 - as pessoas são menos éticas do que costumavam ser
- não é que a cobiça aumentou em relação às gerações
passadas. As formas de se expressar a cobiça cresceram
enormemente (Alan Greenspan, julho 02).
Recomendação:
Conduta ética seja gerenciada de maneira proativa;
Por meio de uma liderança explicitamente ética;
E uma gestão consciente da cultura ética da organização.
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Dois Lados da Mesma Moeda Palestrante Prof. Dr. Hong