Prof. Orlando Miranda Júnior
"Quando eu aceito a língua de outra pessoa,
eu aceito a pessoa. Quando eu rejeito a
língua, eu rejeitei a pessoa porque a língua é
parte de nós mesmos. Quando eu aceito a
língua de sinais, eu aceito o surdo, e é
importante ter sempre em mente que o surdo
tem o direito de ser surdo. Nós não devemos
mudá-los, devemos ensiná-los, ajudá-los,
mas temos que permitir-lhes ser surdo."
Terje Basilier
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O Brasil passou a ser considerado um país
bilíngue desde o dia 24 de abril de 2.002 a
partir da promulgação da lei de nº10.436
sendo a Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS),
reconhecida como segunda língua oficial.
A grosso modo, bilíngue é a pessoa que faz
uso eficiente de diferentes línguas em
diferentes contextos sociais. No caso do
Surdo seria o conhecimento e uso da Libras e
da língua portuguesa, na modalidade oral ou
escrita.
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Para que se efetive o bilinguismo social, no
contexto escolar, é necessário que todo o
contingente técnico e pedagógico da escola
possua bons conhecimentos em Libras, pois
o desconhecimento destes profissionais
implica em dificuldades nas adaptações
curriculares.
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O decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2.005
regulamenta o atendimento especializado a
este alunado na sala regular de ensino, bem
como define o papel de outro personagem
importante: O intérprete de Libras,
profissional fundamental, com formação
específica, que é o responsável pela mediação
da comunicação entre Surdos e ouvintes
através da língua de sinais.
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A língua de sinais brasileira, como quase
todas as línguas, é uma língua viva e possui
os requisitos científicos para ser considerada
um instrumental lingüístico de poder e força,
de uso e produto social.
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Segundo CAPOVILLA a LS é de modalidade
visuoespacialquirêmica (visuo - visão,
espacial – espaço/área, quirêmica – com o
uso das mãos), é a língua primeira (L1) dos
Surdos.
Pela limitação sensorial, estes alunos não
adquirem naturalmente a Língua Portuguesa:
língua segunda (L2), sendo considerada como
um aprendizado mecânico e artificial, o que
reflete negativamente no desempenho
escolar, onde geralmente passam a ser vistos
com não capazes.
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Abaetetuba;
Bragança;
Breves;
Marabá;
NPI;
Soure;
Tucurui.
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Historicamente a língua de sinais tem sido
vista como secundária, e as instituições
escolares tentam garantir o desenvolvimento
da criança Surda, partindo para a busca de
formas de aprendizagens próximas a dos
ouvintes. Ocorrendo insucessos, visto que
para o ouvinte a língua portuguesa se
desenvolve como a língua de sinais para o
Surdo, ou seja, como uma L1, língua
primeira.
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Que condições seriam favoráveis para a
aquisição equilibrada das línguas (LIBRAS e
Português)?
Seria conveniente a aquisição de uma delas
antes da outra?
Podem, a escola e a família, impor ao surdo
uma dessas linguagens?
Escolas
Atend.
Inclusivas
Epecializado
19%
5%
Escola
Regular
76%
Surdos c/
pais surdos
5%
Surdos c/
pais ouvintes
95%
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A inclusão é um desafio para todos, e o
professor também precisa passar pelo
processo de aprendizagem de ter no grupo
um contexto diferenciado, com a presença de
alunos Surdos e intérpretes de língua de
sinais.
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De forma geral os professores não dominam
os conhecimentos necessários para a
compreensão de processos de aprendizagem
de uma língua quando a audição está
ausente. Por este motivo é imprescindível a
formação continuada, para a capacitação de
educadores mais reflexivos, conscientes das
necessidades educacionais, sociais e afetivas
do alunado Surdo, assim como ter este novo
olhar sobre a educação e o seu contexto
atual.
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Ofertar cursos de capacitação em Libras para
os professores e demais profissionais
interessados;
Envolver a família no trabalho pedagógico
desenvolvido, bem como promover curso de
língua de sinais aos pais e as crianças Surdas;
Incentivar a Libras como a primeira língua do
Surdo, respeitando esta condição;
Capacitar os professores, às metodologias de
ensino de língua portuguesa como primeira e
segunda língua;
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Assegurar as adaptações curriculares necessárias
ao bom desenvolvimento do aluno Surdo;
Fornecer informações básicas sobre surdez, bem
como a Libras para todos os envolvidos no
processo educacional destes alunos;
Garantir a participação de um educador surdo na
prática pedagógica na classe especial/sala de
recursos multifuncional;
Evitar comportamentos de rejeição e
superproteção;
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Entender que a inclusão trata-se de um processo
diferenciado e que requer um novo olhar sobre
as práticas pedagógicas;
Obter os conhecimentos básicos referente às
diferentes perdas auditivas e saber reconhecer a
influência das mesmas no desenvolvimento
sócio-educacional do aluno Surdo;
Conscientizar-se de que a inclusão trata-se de
um processo em desenvolvimento onde apenas
com a participação efetiva de todos os envolvidos
será possível buscarmos as respostas para as
lacunas e faltas relacionadas existentes neste
mesmo processo.
Somos notavelmente ignorantes a respeito da
surdez, muito mais ignorantes do que um
homem instruído teria sido em 1886 ou 1786.
Ignorantes e indiferentes[...]. Eu nada sabia a
respeito da situação dos surdos, nem
imaginava que ela pudesse lançar luz sobre
tantos domínios, sobretudo o domínio da
língua. Fiquei pasmo com o que aprendi sobre
a história das pessoas surdas e os
extraordinários desafios (linguísticos) que elas
enfrentam, e pasmo também ao tomar
conhecimento de uma língua completamente
visual, a Língua de Sinais, diferente em modo
de minha própria língua, a falada.[...]
Oliver Sacks
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a educação inclusiva no contexto da escola regular: pontos para