UNIJUI
Universidade Regional do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul
CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO
HOBBES: O LEVIATÃ
Aluno: Plínio Renato Siqueira
Professor:Dejalma Cremonese
SETEMBRO de 2007
IJUI/RS
O LEVIATÃ,
(1651)
Hobbes, Thomas, 1588-1679
O Leviatã expõe
as articulações essenciais
do problema humano.
HOMEM
CORPO NATURAL
CIDADÃO
CRISTÃO
CORPO POLÍTICO
CORPO MÍSTICO

Essa triplicidade é fonte de conflito:
Homem x Cidadão
Cidadão x Cristão
Homem x Cristão

O Leviatã fixa os termos da reflexão
política até a Revolução Francesa: o
problema político é o problema da
obediência legítima do indivíduo e,
inseparavelmente, o da
representação política.

O rei Carlos I (1649) foi morto por
não ter podido ou sabido ser o
representante da nação inglesa, nem
em sua expressão política, nem em
sua expressão religiosa.


A filosofia política clássica (gregos e
romanos) é a do bom ou do melhor
regime político.
Na filosofia política moderna é o da
obediência legítima.

A posição da Igreja no mundo se
estabelece por duas condições:
- O Reino de Deus não é deste
mundo;
- A Igreja tem o direito e o dever de
mandar neste mundo.

Na Idade Média predomina a filosofia
de Aristóteles que diz que o sentido
da vida para o homem é atingir seu
fim. Se os seus fins são múltiplos,
eles devem ser ordenados
hierarquicamente em função do fim
supremo ou do supremo Bem.

Ocorrem duas condições básicas no
convívio entre os seres humanos:
- Paz Civil.
- Guerra Civil (declarada ou latente).

O ser humano por si só tende as
condições estabelecidas pela sua
condição humana, ou seja conduz as
suas ações não pela condição de
cidadão ou de cristão e sim na
condição de homem.

Para tanto, estabelece os seus
princípios pela sua conservação
(sobrevivência), o que lhe da a
liberdade de afrontar os outros no
sentido de conservar a sua
integridade. Sendo este o princípio
básico para se estabelecer o conflito
ou a guerra.

Cada um deverá comprometer-se, por
meio de contrato com cada outro, a
renunciar a esse direito ilimitado.

Os contratantes delegam o poder a
qual cada um renunciou a outro, ou
seja, o soberano, que fará promulgar
as leis necessárias à paz civil e
garantir por meio da força sua
observação.

Transferir o seu direito natural
ilimitado para o soberano significa
reconhecer como suas todas as
ações, quaisquer que sejam,
realizadas por esse soberano.

Pela convenção coletiva, a
multiplicidade de cada um se torna
uma pessoa desde que ela passa a ser
representada por um representante.

Os indivíduos, no entanto, não estão
ligados entre si, só constituem uma
unidade mediante sua relação com seu
representante, enquanto eles o
conhecem como legítimo e lhe
obedecem.

Considerando o indivíduo como um
quanta de poder, para que possa
conviver em harmonia com outros
indivíduos (também quanta de
poder) é necessária a construção
coletiva, acima deles, de um quanta
de poder incomparavelmente
superior ao poder de cada um.

No entanto, ao mesmo tempo que ao
determinar leis o soberano organiza o
convívio entre as diversas pessoas. Há
os aspectos sobre os quais a lei
silencia dando oportunidade para que
o homem se movimente dando vazão
aos seus instintos de homem,
deixando de lado o cidadão.

A lei promulgada é apenas um artifício
que impede os homens-átomos de se
chocarem mas não de se moverem.



O pensamento de Hobbes é a matriz
comum da democracia moderna e do
liberalismo:
Democracia porque elabora a noção da
soberania estabelecida sobre o
consentimento de cada um.
Liberalismo porque elabora a noção da
lei como artifício exterior aos
indivíduos.

Quanto a Religião Cristã que ordena
obedecer mais a Deus que aos
homens, Hobbes, não confronta os
ensinamentos religiosos mas
inteligentemente os traz para auxiliar
na solução dos problemas que
poderiam advir de tal postura:

Toma as palavras da Bíblia que afirma
que existem muitos falsos profetas, os
coloca a todos sob a autoridade e
consentimento do soberano.

Apenas podendo profetizar a sua
crença aqueles que passarem pelo
crivo do soberano, dando pois
autoridade ao mesmo de afirmar a
falsidade do profeta, impedindo-o de
mobilizar as pessoas para afrontarem
o soberano.

Segue o escritor na legitimação do
poder do soberano, afirmando que tal
encargo vem da solicitação do povo
judeu que no tempo de Samuel,
rompeu o contrato original com Deus,
o que o declara seu Rei, e solicitou um
Rei “a exemplo das outras nações”.

Segue, afirmando que se Cristo disse
que seu “Reino não é deste mundo”
também o clero não tem o direito de
invocar poder neste mundo.

A Igreja, pois, deve aconselhar e não
comandar.

Para Hobbes existem na verdade
republicas cristãs, as quais são
governadas por soberanos consentidos
pelos cristãos.

A originalidade radical e a fecundidade
do Leviatã se atêm, portanto, ao fato
de a organização política ser pensada
até o fim como um artifício, uma coisa
construída deliberadamente pelos
homens.

Bibliografia:
BOBBIO, Norberto. MATTEUCCI,
Nicola. PASQUINO, Gianfranco.
DICIONÁRIO DE POLÍTICA. Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo; São
Paulo, 2004.
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