Sistemas de Controle III N8SC3 Prof. Dr. Cesar da Costa 1.a Aula: Sinais e Sistemas 1.1. Sinais e Sistema Definições: Sinais : Um sinal é um conjunto de dados ou informações. Um sinal pode ser função do tempo (e.g., sinal de televisão, sinal vendas mensais de uma corporação) ou do espaço (carga elétrica distribuída em um corpo). Neste curso se tratará de sinais que são funções do tempo, embora a análise seja válida para outras variáveis independentes. Sistemas: Formalmente, um sistema é uma entidade que pode processar um ou mais sinais (entrada do sistema) e produzir um ou mais sinais (saída do sistema). Sistemas podem modificar ou extrair informações adicionais de um sinal. Sinais: Discretos, contínuos, analógicos e digitais... Qual a diferença? Tipos de Sinais Sinais contínuos são funções definidas em todo instante de tempo: x(t) é um sinal no qual t pode assumir qualquer valor real; x(t) pode ter valor constante ou nulo para um intervalo de valores de t; Figure 1 – Sinal análogo contínuo no tempo(a) e sinal digital contínuo no tempo (b). Tipos de Sinais Sinais discretos no tempo são funções de um argumento que só pode assumir valores discretos pertencentes a um conjunto. x[n] é um sinal no qual n ={...-3,-2,-1,0,1,2,3...}. Usualmente emprega-se um índice ao invés da variável tempo quando se trata de sinais discretos. Figure 1 – Sinal análogo discreto no tempo(a) e sinal digital discreto no tempo (b). Tipos de Sinais Figure 3 – Sinal em tempo contínuo (a) e sinal em tempo discreto (b). Tipos de Sinais Sinais analógicos são sinais que podem assumir uma gama infinita de valores em um instante de tempo qualquer. Exemplo: Sinal de som: Figura 4- Sinal de voz obtido com um microfone. Tipos de Sinais Sinais digitais são sinais que podem assumir um numero finito e bem definido de valores em um instante de tempo qualquer. Figura 5- Sistema de amostragem e conversão A/D. Digitalização de Sinais 1.a Fase: Amostragem Figura 6- Amostragem de um sinal. Digitalização de Sinais 2.a Fase: Quantização Figura 7- Quantização de um sinal. Digitalização de Sinais 3.a Fase: Codificação Figura 8- Codificação de um sinal. Digitalização de Sinais A Figura a seguir apresenta um diagrama de blocos simplificado onde é ilustrado o processo de digitalização de um sinal. Figura 9- Sistema de Processamento de um sinal. Digitalização de Sinais O condicionamento de sinal é responsável pela adequação de amplitude de tensão e/ou de corrente elétrica e filtragem do sinal. O filtro de guarda identificado na figura 9 possui a característica de tornar o sinal analógico mais suave, minimizando as variações abruptas. Essa característica é associada ao comportamento no domínio das frequências e é denominada filtragem passa-baixa. Digitalização de Sinais A interface Analógica/Digital, na grande maioria das aplicações, opera a taxa fixa de digitalização. Para cada aplicação existe uma taxa de amostragem mínima que é conveniente para representação digital do sinal. Caso essa taxa mínima não seja obedecida, ocorre um fenômeno denominado superposição de espectros, ou aliasing, que acarreta perdas de informação na representação digital. Digitalização de Sinais O teorema da amostragem, ou teorema de Nyquist, diz que a taxa de amostragem mínima para se amostrar um sinal, ou a frequência de Nyquist, é o dobro da frequência da componente do sinal com frequência mais alta. Por exemplo, se um sinal tem componentes de frequência com amplitude significativa em uma faixa de frequência que vai de 0 a 4 KHz, o sinal deve ser amostrado a uma taxa mínima de 8000 amostras por segundo para que possa ser reconstruído sem perda de informação. Digitalização de Sinais O filtro de guarda mostrado na Figura 9 também é conhecido como filtro antialiasing e tem a finalidade de minimizar a superposição de espectros. Figura 10 – Sinal senoidal original de 2kHz (a); amostragem do sinal original a 20kHz (b) e amostragem do sinal original a 3kHz (c). Exemplos de Sistemas Sistemas de Comunicações: São constituídos por três componentes básicos: (i) transmissor (modulador); (ii) Canal; (iii) Receptor (demodulador). Sistemas de Controle: São usados em variadas situações como refinarias, aviões, centrais elétricas, robôs, etc. O processo a ser controlado recebe usualmente a designação de planta. Pretende-se obter uma resposta satisfatória e um comportamento robusto. A resposta é a capacidade de a saída acompanhar uma entrada de referência. Recebe a designação de regulação. A robustez é a exibição de uma boa regulação na presença de perturbações externas Exemplos de Sistemas Remote Sensing (Sensores remotos): Processo de aquisição de informação acerca de objetos de interesse, sem estar em contato com eles. São medidas as mudanças que o objeto provoca no ambiente adjacente. Ex.: (i) eletromagnéticas - Radar; (ii) acústica- Sonar, etc. Processamento de sinais biomédicos: O objetivo é extrair informação de sinais biológicos para melhor compreensão das funções biológicas, ou para diagnóstico e tratamento de doenças. Em muitas situações os sinais biológicos são provocados pela atividade elétrica de um grande número de células musculares ou células nervosas (neurônios). Exemplos de Sistemas Como exemplo, tem-se a atividade cardíaca (ECG) e a atividade cerebral (EEG). Na captação de sinais de ECG ou EEG surgem ruídos (biológicos: parte do sinal produzida por acontecimentos estranhos ao fenômeno biológico, que nos interessa; ou instrumentais: gerados pelo uso de instrumentos), como por exemplo, sinais de atividade muscular. A detecção e filtragem (supressão) de ruídos é uma das grandes necessidades no processamento destes sinais Transformadas São ferramentas matemáticas que nos permitem trabalhar com sinais em diferentes domínios. Por exemplo: a) Transformada de Fourier: permite transformar um sinal contínuo no domínio do tempo para o domínio da frequência; b) Transformada de Laplace: permite transformar um sinal contínuo no domínio do tempo para o domínio da frequência complexa; c) Transformada Z: permite transformar um sinal discreto no domínio do tempo para um sinal discreto no domínio da frequência; d) Transformada de Wavelet: permite transformar um sinal contínuo ou discreto no domínio do tempo para o frequência. Transformadas Aplicação em sistemas. a) Transformada de Fourier: Transformadas Aplicação em sistemas. a.1) Espectro de frequência Transformadas Aplicação em sistemas. b) Transformada de Laplace Solução: Transformadas Aplicação em sistemas. b.1) A análise de sistemas dinamicos envolve em geral o estudo de modelos descritos por equações diferenciais no domínio do tempo. b.2) O uso da transformada de Laplace para mudança de domínio pode, em alguns casos tornar o problema mais simples de ser trabalhado. b.3) Em especial a transformada de Laplace permite transformar uma equação diferencial em uma equação algébrica envolvendo a variável complexa s. Transformadas Aplicação em sistemas. c) Transformada Z Na modelagem matemática de sistemas dinâmicos em tempo discreto (amostrado), utiliza-se a aplicação de uma ferramenta matemática análoga a transformada de Laplace, denominada de transformada Z. Transformadas Aplicação em sistemas. c.1) Sistema de Rastreamento Transformadas Aplicação em sistemas. c.1) Sistema Amostrado: x(kT) Transformadas Aplicação em sistemas. d) Transformada Wavelet A técnica da Transformada de Wavelet ultrapassa as limitações dos métodos de Fourier pelo emprego de funções de análise, no tempo e na frequência. . A Transforma Wavelet é bem aceita para uma ampla faixa de sinais que não são periódicos e que podem conter ambos os componentes senoidais e de impulso, como os sinais típicos nos transitórios de sistemas de potência.