Karl Marx e a crítica da
sociedade capitalista
“A expressão “marxismo” designa um amplo
movimento de idéias que estende desde a Sociologia
até a Filosofia, sendo invocado tanto pelo filósofo
liberal e humanista, quanto pelo tirano mais feroz.
Dentro desse xadrez complicado, do qual dificilmente
se consegue escapar, é necessário um esforço
especial para atingir uma idéia nítida e precisa,
embora rápida, da matriz responsável por um dos
mitos contemporâneos mais debatidos.”
José Arthur Giannotti.
O Materialismo Histórico Dialético
• A analise da vida social deve ser feita, segundo Marx,
partindo das condições materiais que se encontram na
sociedade. O estudo dos fatos concretos, ou seja, da
relação material que os homens estabelecem entre eles
e a natureza, a forma como eles produzem seu meio de
vida e a sua subsistência, deve ser o princípio de toda
analise da sociedade. Essa forma de pensar a realidade
foi denominada posteriormente como materialismo
histórico.
• Para Marx o ponto de partida do pensamento “são os
indivíduos reais, a sua ação e as suas condições
materiais de existência, quer se trate daquelas que
encontrou já elaboradas quanto do seu aparecimento(...)
A primeira condição de toda a história humana é,
evidentemente, a existência de seres vivos.”
O Trabalho e a Infra-Estrutura
• Essa existência concreta que Marx descreve pode ser alterada. O
aparecimento de novas propostas de organização social e
econômica são tão viáveis quanto a sua manutenção. Tudo
depende do desenvolvimento tecnológico da sociedade. Isso
acontece porque a razão agindo sobre a realidade cria outras
realidades desejadas. A esse movimento Marx denominou dialética.
• O movimento dialético do materialismo histórico mostra que quando
se modifica, por vontade ou por necessidade, essa realidade, os
homens modificam o seu jeito de agir e de pensar. Não só os
processos econômicos são transitórios, mas também as próprias
idéias, concepções, gostos e crenças. Mesmo o pensamento e a
consciência são, em ultima instância, decorrência da relação
homem/natureza, isto é, das relações materiais.
• “A maneira que a natureza e s relações sociais
que a imaginação grega inspira, e constitui,
por si mesmo, o fundamento da mitologia
grega; será compatível com as máquinas
automáticas de fiar, as ferrovias, (...) Quem é
Vulcano ao pé de Roberts & Cia Júpiter em
comparação com os pára-raios e Hermes em
comparação com o telégrafo elétrico? Toda a
mitologia subjuga, governa as forças da
natureza no domínio da imaginação (...) tudo
isso desaparece quando estas forças são
dominadas realmente...”
Forças Produtivas e Relações
Sociais de Produção
• Em sua análise, Marx nunca trata da
“produção em geral” mas refere-se à
“produção num estádio determinado do
desenvolvimento social(...) a produção
dos indivíduos vivendo em sociedade”
• O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de
produção forma o que Marx denominou de infra-estrutura
de uma sociedade que, por sua vês, é a base sobre a qual
se constituem as demais instituições sociais. Segundo a
concepção materialista da história, as relações
econômicas, ou seja, as forças produtivas, criam produtos
que não têm forma material; e que vêm a ser as ideologias
políticas, a religião, a arte, os códigos morais, do sistema
de ensino e o sistema jurídico, o conhecimento filosófico e
cientifico, as representações coletivas, etc. Cujo esse
conjunto Marx chamou de superestrutura ou supraestrutura.
• “Assim, a moral, a religião, a metafísica e qualquer outra
ideologia, tal como as formas de consciência que lhes
correspondem, perdem imediatamente toda a aparência de
autonomia. Não têm história, não t~em desenvolvimento;
serão antes, os homens que, desenvolvendo a sua
produção material e as suas relações materiais,
transformam, com esta realidade que lhes é própria, o seu
pensamento e os produtos deste pensamento. Não é a
consciência que determina a vida, mas sim a vida que
determina a consciência.”
Classes e Estruturas Sociais
• As classes sociais são decorrentes das relações
sociais de produção. Na sociedade capitalista, o
valor que a mercadoria adquiriu, e a
necessidade de acumular capital dividiu a
sociedade em classes antagônicas.
• A classe dominante e a dominada – proletário e
patrão. Isso surge pois a classe dominante
detêm os meios de produção, os meio de alterar
a natureza. Enquanto o proletário foi colocado à
parte dessa produção, podendo apenas vender
sua força de trabalho, tornando-se alienado do
processo econômico.
• A burguesia explora as
pessoas igual a igreja
explorava os servos na
idade média, só que agora
de forma declarada, com o
desenvolvimento do
capitalismo, o sentimento
familiar dói sendo
substituído pelo dinheiro,
todos ‘só querem dinheiro’.
A Revolução
O Estado Socialista
(O Proletário no Poder)
• O socialismo moderno surgiu no final do século
XVIII tendo origem na classe intelectual e nos
movimentos políticos da classe trabalhadora
que criticavam os efeitos da industrialização e
da sociedade sobre a propriedade privada.
• Karl Marx afirmava que o socialismo seria
alcançado através da luta de classes e de uma
revolução do proletariado, tornando-se a fase de
transição do capitalismo para o comunismo.
Socialismo no Brasil:
• O primeiro partido socialista brasileiro foi fundado em 1902,
em São Paulo, sob a direção do imigrante italiano Alcebíades
Bertollotti, que dirigia o jornal Avanti, vinculado ao Partido
Socialista Italiano.
• A fundação do Partido Comunista Brasileiro, em 1922, e seu
rápido crescimento sufocaram as dezenas de organizações
anarquistas que na década anterior chegaram a realizar
greves importantes. Pouco antes da revolução de 1930,
Maurício de Lacerda organizou a Frente Unida das
Esquerdas.
• Proibida a atividade político-partidária durante a ditadura
Vargas, o socialismo voltou a se desenvolver em 1945, com a
criação da Esquerda Democrática, que em agosto de 1947 foi
registrada na justiça eleitoral com o nome de Partido
Socialista Brasileiro.
• Com o golpe militar de 1964, todos os partidos políticos foram
dissolvidos e as organizações socialistas puderam atuar
apenas na clandestinidade. A criação do bipartidarismo em
1965 permitiu que os políticos de esquerda moderada se
abrigassem na legenda do Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), partido de oposição consentida ao regime militar, ao
lado de conservadores e liberais.
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