O CAPITAL, DE MARX
Obra mais importante de Karl Marx, Prefácio ao Volume I,
"revelar a lei econômica do movimento da sociedade
moderna". Pensadores econômicos anteriores haviam captado
um ou outro aspecto do funcionamento do capitalismo. Marx
procurou entendê-lo como um todo.
Coerente com o método de análise e concepção de história,
Marx analisou o capitalismo não como o fim da história, como a
forma de sociedade correspondente à natureza humana, mas
como um modo de produção historicamente transitório cujas
contradições internas o levariam à queda (Alex Callinicos).
O livro (correto seria tratar como um conjunto de 4 livros)
refletem a busca do filósofo e economista Marx em buscar na
história, economia, sociologia e antropologia argumentos que
visem explicar a nova sociedade e o novo modo de produção
nascidos depois da superação do modo de produção feudal e
do Antigo Regime (a sociedade burguesa e o modo de
produção capitalista).
Marx elabora um conjunto complexo de teorias e conceitos e
.
inferindo
a lei econômica do movimento da sociedade
moderna,
Analisa os princípios de funcionamento, as contradições
internas e as múltiplas maneiras de exploração do modo de
produção capitalista.
Descreve o capitalismo através das suas três relações
fundamentais: relação de troca, relação salarial, e relação
produtiva; esta última, relação básica e essência organizativa do
capitalismo.
O Capitalismo é, portanto, um modo de produção. Outros
autores vão utilizar o conceito de sistema capitalista, Marx utiliza
o conceito de modo de produção) que associa forças produtivas,
conjunto de fatores da produção, a relações produtivas, relações
sociais desempenhadas pelos indivíduos e pelos grupos no
processo de produção e seus meios de controle.
• Trata-se, para Marx, de uma organização social
baseada no sistema de troca, cujos capitalistas, donos
dos meios de produção, compram a força de trabalho
(mão-de-obra) e organizam e dirigem os processos de
produção capitalistas.
• Demonstra Marx, que é através da exploração dessa
mão-de-obra, agregando ao produto final sua força
excedente, que o capitalista extrai o lucro, seu
crescimento.
Materialismo Dialético
O materialismo dialético é uma lei que procura descrever o
desenvolvimento estrutural da realidade histórica. Tal itinerário de
desenvolvimento culminaria, de maneira inexorável, no comunismo. Ora,
toda realidade histórica acaba gerando em seu ventre contradições tão
agudas que conduzirão à sua própria superação. Assim como o
feudalismo gerou dentro de si a burguesia, grande responsável por seu
esfacelamento, o capitalismo cuidará de formar e dar a luz ao seu
próprio assassino: o proletariado. Este deverá levar a cabo o grande
processo dialético da história, na medida em que é uma classe
verdadeiramente revolucionária. O proletariado deverá tomar o poder de
maneira revolucionária, implantando sua ditadura, até todas as
estruturas remanescentes do capitalismo sejam colocadas no chão.
Deste processo emergirá a sociedade comunista
Materialismo Histórico
Teoria marxista segundo a qual a estrutura
econômica determina as idéias, ou seja, não é a
consciência que determina a existência das
pessoas, mas as condições materiais de existência é
que determinam a consciência dos indivíduos. A
construção das idéias, das representações
simbólicas, ou seja, da consciência humana , está
diretamente ligada às condições materiais.
Infra-estrutura, Superestrutura e Ideologia
A infra-estrutura, ou base econômica, é o conjunto das relações de produção
que correspondem a um período determinado do desenvolvimento das forças
produtivas, em outras palavras poderíamos dizer que a infra-estrutura é o
modo de produção vigente em determinado tempo e lugar. A superestrutura é
o conjunto das instituições jurídicas, religiosas, educacionais, morais, artísticas
etc.. Tais instituições são responsáveis pela proteção e existência saudável do
sistema econômico – infra-estrutura - que lhes dá suporte, para isso a
superestrutura desenvolve uma forma obtusa de consciência social
(ideologia), cujo objetivo não é outro senão alienar o ser humano tolhendo sua
capacidade crítica. A ideologia é, portanto, um fenômeno superestrutural que
proporciona a postura acrítica e resignada das pessoas diante das situações
de opressão a que são submetidas, por isso, é, sem dúvida, uma espécie de
analgésico social a serviço das classes hegemônicas.
A reflexão marxista sobre o trabalho pode ser
organizada em dois momentos distintos:
-Uma reflexão sobre a natureza do trabalho e sua
relação com o ser humano e o mundo natural;
- Uma pesada crítica ao trabalho no capitalismo
apontando suas incoerências e inconsistências.
Primeiro momento da reflexão marxista:
- O trabalho é o elemento distintivo do homem ;
- O Trabalho permite a transformação da natureza e do ser
humano que a transforma;
Trata-se de um instrumento de plenificação e
realização do ser humano.
“O pior dos arquitetos é infinitamente superior à melhor
das abelhas, pois o que ele realiza é trabalho” (Karl Marx)
Segundo momento da reflexão marxista.
As distorcidas relações de produção no capitalismo,
conduzem a uma bipolarização do mundo do trabalho,
que pode ser descrita a partir de duas classes de
pessoas: as que possuem os meios de produção e as
que vendem mão de obra, em outras palavras, os
capitalistas e os proletários.
Segundo momento da reflexão marxista:
- O trabalho é uma mercadoria ;
- O trabalho é alienado;
- O trabalho extremamente dividido abole seu caráter
humano;
- O homem é coisificado, transformando-se em uma
extensão da máquina (reificação);
- A mercadoria torna-se divina, pois é o objeto inatingível
do desejo do trabalhador (fetichização);
- O exército de mão de obra de reserva garante o poder de
coerção do capitalista ;
- Ao invés de tornar-se elemento de plenificação do ser
humano, o trabalho o diminui;
- O trabalho no capitalismo é uma grande incoerência,
pois leva a uma condição estrutural de desigualdade;
- Mais-valia – trabalho executado e não pago pelo
capitalista ao trabalhador;
- Mais-valia absoluta – Envolve o aumento da
produção com o aumento da jornada de trabalho;
- Mais-valia relativa – Envolve o aumento da
produção reestruturação e potencialização do
processo de produção.
O Socialismo no Mundo Contemporâneo
Experiências de Socialismos em Estados Democráticos
O socialismo não se impôs politicamente só
através de revoluções, mas atuou e, à vezes,
conduziu processos políticos em muitos países do
mundo, com maior ou menor força. Nessa aula
serão analisadas as experiências significativas das
duas correntes mais expressivas: atuação dos
partidos socialistas e de partidos sociaisdemocratas do século XX
A Internacional Socialista (IS)
Criação do Partido Social-Democrata da Alemanha (1875), que
unia as diversas correntes do movimento operário alemão
Nos anos seguintes surgem partidos socialistas, na França,
Áustria, Espanha, Itália, EUA, Inglaterra e Rússia
Fundada em 1889, a IS (ou II Internacional) sucedeu à Associação
Internacional dos Trabalhadores, dissolvida em 1872, após a derrota
da Comuna de Paris
A Internacional Socialista (IS)
Inglaterra: o movimento operário estava mais ligado aos
sindicatos, os socialistas agruparam-se numa
organização denominada "Sociedade Fabiana", que
discordava de Marx em relação a natureza e ao papel do
Estado
Diferentes grupos compunham a IS: centristas,
revisionistas e esquerdistas
O rompimento com os anarquistas
Na década de 1890 a Internacional decidiu a exclusão dos
anarquistas, dadas as divergências ideológicas em relação à ação
política, pois para eles a Internacional não deveria participar de
eleições, nem participar em qualquer cargo dos aparelhos estatais.
1893: foi aprovada uma resolução que praticamente excluiu da
Internacional as organizações que não fossem partidárias da ação
política visando à conquista do poder político pelo proletariado
O marxismo consolida-se como principal força política no interior
do movimento operário europeu
Os tipos de socialismo europeu
1)
O Partido Social-democrata Alemão serve de modelo para os
Países Baixos, Finlândia, Países Escandinavos, Áustria e tem
modelo organizador bastante dinâmico; também se impõe pela
disciplina e pelo progresso eleitoral
2)
O socialismo francês era composto de linhas diversificadas. Suas
origens vêm das correntes revolucionárias do século XIX, das
correntes utópicas gaulesas, de uma superficial herança marxista,
todas elas conflitantes entre si
Os tipos de socialismo europeu
3)
O socialismo inglês está cronologicamente ligado a movimentos
amplos e a uma tradição de luta operária; o marxismo é defendido
por algumas correntes, mas encontra a oposição dos fabianos
4)
Na Rússia, país onde é diminuta a classe operária, em que a
classe camponesa é maioria, o operariado está ligado ao populismo
e, depois, ao marxismo. Esses movimentos não impedem que
surjam teorias que defendam a idéia de que na Rússia o movimento
revolucionário será de origem camponesa
A III Internacional
1914: início da Primeira Guerra Mundial, os principais partidos
filiados à II Internacional apoiaram seus respectivos governos e, em
nome do nacionalismo, apoiaram a ofensiva bélica de cada país,
provocando o colapso da IS
Lênin taxou os social-democratas de “reformistas” e “revisionistas”,
anunciou a “falência da Internacional” e conclamou os
revolucionários a se reunirem numa nova Internacional, a
Internacional Comunista, ou III Internacional (fundada em 1919)
Mobilizações revolucionárias pós
década de 30
Década de 1930: depois da vitória do fascismo na Itália (1923) e do
nazismo na Alemanha (1933), as mobilizações revolucionárias dos
trabalhadores se concentraram no Sul da Europa
Após a II Guerra Mundial: a luta do proletariado e dos movimentos
políticos que o representavam passava a ser a luta contra o nazifascismo. Desaparecem as preocupações teóricas mais elaboradas e
os intelectuais se colocam a serviço dessa luta. Mais uma vez a força
das armas substitui a força das idéias
Mobilizações revolucionárias pós
década de 30
Os Partidos Socialistas ou Trabalhistas continuaram a
atuar durante a II Guerra, abertamente ou na clandestinidade
(casos da Alemanha, Itália, dos países fascistas ou ocupados pelas
tropas do Eixo)
Os comunistas, por sua vez, saem da guerra unificados e
consolidados em torno do centro hegemônico soviético, e se
transformam em meros apêndices da política estatal e nacional da
União Soviética, perdendo até mesmo a pouca originalidade que
haviam tido nos anos de entre-guerras.
Mobilizações revolucionárias pós
década de 30
Década de 1960: o papel central na Europa foi assumido
pela Alemanha, e o governo da social-democracia (SPD)
alemã tornou-se modelo mundial do Welfare State
(Estado de bem-estar).
Em meio a este cenário, deu-se a refundação, em
1951, da atual Internacional Socialista (com sede em
Londres)
A Atual Internacional Socialista
No Brasil o Partido Democrático Trabalhista é o
único filiado
A Internacional Socialista agrupa hoje 161
partidos e organizações políticas de todos os
continentes
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