Unidade 1, capítulo 5: p. 63
Unidade 8, capítulo 5: p. 455
Filme: Germinal
 No século XIX, em decorrência do otimismo trazido pelas idéias de progresso,
desenvolvimento técnico-científico, poderio humano para construir uma vida justa
e feliz,
 a Filosofia apostou nas utopias revolucionárias - anarquismo,socialismo,
comunismo -, que criariam, graças à ação política consciente dos explorados e
oprimidos, uma sociedade nova, justa e feliz.
 Socialismo é um conjunto de doutrinas que tem por fim a socialização dos meios
de produção. Partindo do pressuposto de que os problemas sociais derivam das
desigualdades entre os indivíduos, o sistema visa à extinção da propriedade
privada. O governo investiria no cidadão desde seu nascimento, no entanto, ficaria
como se fosse o “dono” daquele indivíduo, que seria obrigado a seguir regras
rígidas e a trabalhar para todos na medida de suas possibilidades.
Nesse sentido, ainda existe a necessidade de existência do Estado para coordenar
a socialização dos meios de produção e defender os interesses dos trabalhadores
contra a volta do sistema capitalista.
Comunismo é um sistema de governo onde não existem classes sociais,
propriedade privada (os meios de produção são propriedade coletiva) e não
existe a figura do Estado, as decisões são tomadas por conselhos que representam
toda a sociedade.
Anarquismo é a teoria libertária baseada na ausência do Estado. De um modo
geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja
livremente aceita, defendendo tipos de organizações horizontais e libertárias.
 As teorias de Marx sobre a sociedade, a economia e a política - conhecidas coletivamente como
marxismo - afirmam que as sociedades humanas progridem através da luta de classes: um conflito
entre a classe burguesa que controla a produção e um proletariado que fornece a mão de obra para a
produção.
 Ele chamou o capitalismo de "a ditadura da burguesia", acreditando que seja executada pelas classes
ricas para seu próprio benefício, Marx previu que, assim como os sistemas socioeconômicos
anteriores, o capitalismo produziria tensões internas que conduziriam à sua auto-destruição e
substituição por um novo sistema: o socialismo.
 Ele argumentou que uma sociedade socialista seria governada pela classe trabalhadora a qual ele
chamou de "ditadura do proletariado", o "estado dos trabalhadores" ou "democracia dos
trabalhadores".
 Marx acreditava que o socialismo viria a dar origem a uma sociedade sem classes chamada de
comunismo.
 Junto com a crença na inevitabilidade do socialismo e do comunismo, Marx lutou ativamente para a
implementação do primeiro, argumentando que os teóricos sociais e pessoas economicamente
carentes devem realizar uma ação revolucionária organizada para derrubar o capitalismo e trazer a
mudança sócio-econômica
 “Com o próprio funcionamento, o processo capitalista de produção reproduz, portanto, a
separação entre a força de trabalho e as condições de trabalho, perpetuando, assim, as condições
de exploração do trabalhador. Compele sempre o trabalhador a vender sua força de trabalho
para viver, e capacita sempre o capitalista a comprá-la”.
MARX, K. O capital, Livro I, O processo de produção do Capital. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1987,
p. 672.
Para Marx a condição do trabalhador na economia capitalista clássica é de alienação, pois os
trabalhadores possuem apenas sua capacidade de trabalhar, que é vendida ao capitalista em troca
do salário, por isso, a produção não pertence ao trabalhador, sendo-lhe estranha.
O trabalhor também é tratado como coisa, isto é, o trabalhador é reificado, tornando-se mercadoria,
cujo preço é o salário, ao passo que as coisas produzidas pelo trabalhador, na ótica capitalista,
parecem dotadas de existência própria.
 Marx, no Prefácio de Para a crítica da economia política, afirma que
 … na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessárias e
independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma etapa
determinada de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais.
 Nesse sentido, desenvolve também seu conceito de consciência, que define como sendo
determinada pelo ser social dos homens.
 Assim, é a produção social da vida que determina a consciência e não a consciência que
determina a produção social da vida. Ou
 "Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência"
 O propósito de uma história pautada no materialismo aparece como uma oposição ao idealismo. A
realidade dos povos, segundo Marx, não pode ser explanada a partir de um parâmetro que entenda
as ideias como um fator que figurem em primeiro plano, uma vez que estas somente encontram o
seu valor enquanto fornecedoras dos alicerces que sustentam a imensa estrutura econômica, que
nada mais é do que o próprio mundo material, o mundo real.
 Marx afirmava que os valores da moral vigente –
liberdade, felicidade, racionalidade, respeito à
subjetividade e à humanidade de cada um, etc. –
eram hipócritas porque eram irrealizáveis e
impossíveis numa sociedade violenta como a nossa,
baseada na exploração do trabalho, na desigualdade
social e econômica, na exclusão de uma parte da
sociedade dos direitos políticos e culturais.
• A moral burguesa, dizia Marx, pretende ser um
racionalismo humanista, mas as condições materiais
concretas em que vive a maioria da sociedade
impedem a existência plena de um ser humano que
realize os valores éticos. Para Marx, portanto, tratavase de mudar a sociedade para que a ética pudesse
concretizar-se.
 No século XIX, o otimismo filosófico levava a Filosofia a afirmar que, enfim, os seres
humanos haviam alcançado a maioridade racional, e que a razão se desenvolvia
plenamente para que o conhecimento completo da realidade e das ações humanas
fosse atingido.
 No entanto, Marx, no final do século XIX, colocou em questão esse otimismo
racionalista. Ele fez descobertas que, até agora, continuam impondo questões
filosóficas. Que descobriu Marx?
 Marx descobriu que temos a ilusão de estarmos pensando e agindo com nossa
própria cabeça e por nossa própria vontade, racional e livremente, de acordo com
nosso entendimento e nossa liberdade, porque desconhecemos um poder invisível
que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos. A esse poder - que é
social - ele deu o nome de ideologia.
 Diante dessas descobertas a Filosofia teve que reabrir as discussões éticas e morais:
 O homem é realmente livre ou é inteiramente condicionado pela sua situação
histórica?
 Como os seres humanos conquistam a liberdade em meio a todos os
condicionamentos históricos, econômicos, culturais em que vivem?
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Karl Marx