KARL HEINRICH MARX Daniela Motta Pimentel Michele Flores Lodi Elaboração e revisão : Dr. Dejalma Cremonese – Professor do Mestrado em Desenvolvimento e do Departamento de Ciências Sociais da Unijuí – RS Home page: http://www.capitalsocialsul.com.br E-mail: [email protected] Karl Marx (05/05/1818-14/03/1883) Economista, filósofo e socialista alemão. Estudou na universidade de Berlin e formou-se em Lena, em 1841. Em 1842 assumiu a chefia da redação do Jornal Remano em Colônia, onde seus artigos radicaldemocratas irritaram as autoridades. Marx vivia em situações muito limitadas com uma família que se multiplicava com rapidez, tendo de levar a vida em grande parte por meio de donativos, sobretudo de seu amigo Friedrich Engels. As condições de moradia eram na maioria das vezes catastróficas. Pressionado por dívidas, Marx pensa em declarar bancarrota; apenas o fiel amigo Engels consegue impedir esse ato extremo. Apesar de tudo, Marx trabalha ferreamente, ainda que interrompido por períodos de inatividade causada por esgotamento, em sua obra-prima, O Capital. Ele consegue enfim publicar o primeiro volume; como quase não aparecem comentários, ele mesmo escreve críticas positivas e negativas. Em 1883, porém, antes que a obra de três volumes esteja completa, Marx morre aos 65 anos. Marx participou de organizações clandestinas de operários e exilados. Em 1844 conhece Friedrich Engels. Foi início de uma luta comum pela causa operária. Foram eles os primeiros a revelar o papel histórico do proletariado como coveiro do capitalismo e construtor do comunismo, e converteram-se em educadores e dirigentes do proletariado, em campeões da luta pela emancipação dos trabalhadores da escravidão capitalista. Ao mesmo tempo em que na França estourou a Revolução, em 24/02/1848, Marx e Engels publicaram o folheto Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. 1867 – publicação de sua obra principal O Capital ( é um livro principalmente econômico, tratando da teoria do valor, da mais-valia, da acumulação do capital. A FILOSOFIA DE MARX Dialética do Idealismo (hegeliana): doutrina filosófica que nega a realidade individual das coisas distintas do “eu” e só lhes admite a idéia. Dialética do Materialismo (marxista): é posição filosófica que considera a matéria como única realidade e que nega a existência da alma, de outra vida e de Deus. Ambas sustentam que realidade e pensamento são a mesma coisa: as leis: as leis do pensamento são as leis da realidade. A realidade é contraditória, mas a contradição supera-se na síntese que é a “verdade” dos momentos superados. Hegel apresentava uma filosofia que procurava demonstrar a perfeição do que existia (divinização da estrutura vigente). Marx apresentava uma filosofia revolucionária que procurava demonstrar as contradições internas da sociedade de classes e as exigências de superação. O núcleo do pensamento de Marx é sua interpretação do homem, que começa com a necessidade humana. A história se inicia com o próprio homem que, na busca da satisfação de necessidades, luta contra a natureza. À medida que luta, o homem se descobre como ser produtivo e passa a ter consciência de si e do mundo. Percebe então que "a história é o processo de criação do homem pelo trabalho humano". As duas vertentes do marxismo são o materialismo dialético, para o qual a natureza, a vida e a consciência se constituem de matéria em movimento e evolução permanente, e o materialismo histórico, para o qual o fato econômico é base e causa determinante dos fenômenos históricos e sociais, inclusive as instituições jurídicas e políticas, a moralidade, a religião e as artes. EXISTENCIALISMO A essência do homem é não ter essência, a essência do homem é algo que ele próprio constrói, ou seja, a História. "A existência precede a essência"; nenhum ser humano nasce pronto, mas o homem é, em sua essência, produto do meio em que vive, que é construído a partir de suas relações sociais em que cada pessoa se encontra. Assim como o homem produz o seu próprio ambiente, por outro lado, esta produção da condição de existência não é livremente escolhida, mas sim, previamente determinada. O homem pode fazer a sua História mas não pode fazer nas condições por ele escolhidas. O homem é historicamente determinado pelas condições, logo é responsável por todos os seus atos, pois ele é livre para escolher. Logo todas as teorias de Marx estão fundamentadas naquilo que é o homem, ou seja, o que é a sua existência. O Homem é condenado a ser livre. LUTA DE CLASSES Segundo a concepção marxista, haveria uma permanente dialética das forças entre poderosos e fracos, opressores e oprimidos, a história da humanidade seria constituída por uma permanente luta de classes, como deixa bem claro a primeira frase do primeiro capítulo d’O Manifesto Comunista: A história de toda sociedade passada é a história da luta de classes. Marx é o único pensador de estatura do século XIX que tentou criar uma filosofia do trabalho humano e uma analise critica da sociedade industrial. A base da sociedade é a produção econômica o qual se ergue uma superestrutura, um estado e as idéias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. Marx queria a inversão da pirâmide social, ou seja, pondo no poder a maioria, os proletários, que seria a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade, socialista. A luta do proletariado do capitalismo não deveria se limitar à luta dos sindicatos por melhores salários e condições de vida. Ela deveria também ser a luta ideológica para que o socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como luta política pela tomada do poder. Neste campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido político, o partido político revolucionário que tivesse uma estrutura democrática e que buscasse educar os trabalhadores e levá-los a se organizar para tomar o poder por meio de uma revolução socialista. "A raiz do homem é o próprio homem." "O indivíduo é o ser social." "O homem, isto é o mundo do homem: Estado, sociedade." "Não é a consciência do homem que determina seu ser, mas é seu ser social que determina sua consciência." "Os filósofos têm apenas interpretado diversamente o mundo; trata-se de modificá-lo." SÍNTESE Sociedade capitalista: propriedade privada, trabalho assalariado, sistema de troca e divisão social do trabalho; Força de trabalho: trabalho que se torna mercadoria; Mercadoria: pode ser comprada ou vendida; Acumulação primitiva do capital: conjugação de fatores que resultam no acúmulo de riquezas; Mais-valia: parcela significativa do valor-trabalho produzido pelos trabalhadores, que é apropriada pelos capitalistas (horas trabalhadas e não pagas, que acumuladas e reaplicadas no processo produtivo enriquece mais rapidamente o capitalista); Acumulação do capital; resultado da mais-valia; Trabalho na sociedade capitalista: conflito entre classe de trabalhadores e capitalistas; As classes sociais expressam as desigualdades sobre as quais se assenta a sociedade capitalista; A forma como os indivíduos se inserem no conjunto de relações (econômicas e sócio-políticas) pode explicar a divisão da sociedade em classes sociais; Apropriação: o capitalista apropria-se do resultado da produção do operário; Expropriação: o operário produz riqueza e o capitalista se apropria dela (acumulação do capital pelo capital); Classes fundamentais na sociedade capitalista: a burguesia (personificação do capital) o operário (personificação do trabalho assalariado); Relações sociais: modo como os homens produzem as suas vidas no âmbito material, político e cultural; Relações antagônicas: trabalho assalariado e capital. Um não poderia existir sem o outro. Apropriação econômica e dominação política; Capitalismo: sistema de mercantilização e produção de maisvalia; Riqueza: valor-de-uso é atributo do homem; Valor: valor-de-troca é atributo da mercadoria;