OBESIDADE Sílvia Stringari Fonseca Maio de 2009 INTRODUÇÃO Globalização- aumento informação Mudanças de hábitos em todo o mundo Padrão alimentar inadequado Inatividade física. Brasil – período de transição epidemiológica Obesidade Desnutrição Precocidade dos efeitos danosos à saúde Persistencia até a vida adulta FATORES DETERMINANTES PARA O ESTABELECIMENTO DA OBESIDADE EXÓGENA NA INFÂNCIA Interrupção precoce do LM Introdução de alimentos complementares inapropridados, emprego de fórmulas lácteas diluídas. Distúrbio do comportamento alimentar Inadequada relação ou dinâmica familiar RELEVÂNCIA CLÍNICA Acima de 12 anos 60% das crianças obesas serão obesas na idade adulta. Risco de desenvolver doenças crônicas do adulto precocemente. Obesidade- Definição É o acúmulo excessivo de tecido adiposo derivado de um aporte calórico excessivo e crônico em relação ao gasto energético (metabolismo basal, efeito termogênico e atividade física) interagindo com fatores genéticos, endocrinometabólicos, ambientais e psicológicos. EPIDEMIOLOGIA International Obesity Task Force para OMS estima:(2003) Indivíduo entre 5-17 anos10% excesso gordura corporal 2-3% são obesos = 155 milhões de crianças com excesso de peso e 45 milhões de crianças obesas no mundo EPIDEMIOLOGIA Nos EUA, dados de 1999-2000 mostram: 15,8% obesidade em crianças de 6 a 11 anos; 16,1% obesidade em adolescentes de 12 e 19 anos. Em duas décadas, nos EUA a prevalência de obesidade dobrou nas crianças e triplicou nos adolescentes. EPIDEMIOLOGIA No Brasil, o IBGE indica: Excesso de peso em 40% da pop. adulta Na faixa etária pediátrica entre 10,8% e 33,8% variando conforme a região estudada. EPIDEMIOLOGIA Estes dados são preocupantes pois: A obesidade infantil é preditiva de obesidade na vida adulta; Obesidade está associada a HIPERTENSÃO, DISLIPIDEMIAS E DOENÇAS CARDIOVASCULARES; A criança apresenta com maior frequência: - Dificuldades na sociabilização; Dificuldades escolares; Baixa auto-estima; Episódios mais frequentes de depressão. DIAGNÓSTICO a) b) c) ANAMNESE: A história da obesidade: idade de início, relação com fatores desencadeantes, tentativas anteriores de tratamento e percepção da família quanto ao problema. Antecedentes : peso de nascimento, ganho de peso no 1◦ ano de vida e uso de medicamentos; Antecedentes familiares: obesidade e doença cardiovasc. RISCO DE OBESIDADE nenhum pai é obeso= 9% 1 dos pais é obeso= 50% ambos pais obesos= 80% ambos pais magros= 10% Uso de drogas, álcool e tabaco Antecedentes alimentares: tempo de LM e a introdução aliment complementar(quantitativa e qualitativamente). Hábitos alimentares: diário alimentar, dinâmica da refeição. Comportamento e estilo de vida -escola, atividades físicas, TV, videogames e computadores. Revisão de aparelhos e sistemas: •Respiração oral, roncos, apnéias noturnas, sibilância, fadiga a esforço. •Lesões de pele •Dor abdominal, retroesternal e hábito intestinal. •Alterações menstruais •Alterações comportamentais. EXAME FÍSICO Antropometria: peso, altura, peso/altura, pregas cutâneas e circunferência abdominal; Composição corporal: IMC Avaliação da disposição da gordura; ANDROIDE -Alt. cardíacas e HAS GINECOIDE- alt. circ. e hormonais. PESO E ESTATURA- IMC IMC= PESO(KG) ALT (m2) Validado para uso em crianças e adolescentes. Boa correlação com gordura corporal Resultado obtido- tabelas do IMC baseadas no sexo e idade (OMS) Correlação entre IMC elevado e doenças relacionadas à obesidade (HAS, diabete, hipercolesterolemia) e altamente significativa. Utiliza-se as tabelas do site http://www.who.int/childgrowth/en Sobrepeso – IMC entre o percentual 85 e 95 Obesidade – IMC igual ou superior ao percentil 97 Peso/estatura (índice de obesidade) Peso atual/peso percentil 50 x 100 Altura atual/alt no perc 50 PESO SADIO=91 a 110% SOBREPESO= 110 a 120% OBESIDADE = 120 ou mais EXAMES SUGERIDOS: Glicemia de jejum – se 100-126- teste de tolerancia oral a glicose; >126= DM Perfil Lipídico (crianças > de 2 anos): colesterol total, LDL, HDL, triglicerídeos. MORBIDADES ASSOCIADAS: HAS= PAS E/OU PAD>= P95 DESLIPIDEMIAS= 50% das crianças com IMC>p99. DIABETES TIPO II= sinais de resistencia à insulina. DOENÇAS CARDIOVASCULARES TRATAMENTO CONDUTA GERAL: Orientação dietética Modificação do estilo de vida Ajustes da dinâmica familiar Incentivar atividade física Apoio psicossocial. ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL Deve ser individualizada Evitar dietas prontas rígidas e restritivas Balanceada Alimentos habituais Etapa inicial Detalhar a rotina alimentar Definir estrategias Participação da criança ou adolescente Desfazer mitos MITOS: comer só frutas e verduras; Não há alimentos proibidos, somente devem ser consumidos com moderação quando ricos e gorduras e açucares HÁBITOS SAUDÁVEIS Realizar 6 refeições por dia Intervalo de 3 horas Cumprir os horários das refeições Não pular as refeições nem substituí-las por lanches. DIETA- ETAPA 3 Redução gradativa da quantidade de alimentos consumidos em excesso Redução das porções e do número de repetições Evitar redução abrupta DIETA- ETAPA 4 E 5 Melhorar a qualidade da dieta. Incentivar o consumo crescente de alimentos com melhor valor nutricional Manutenção Controle dos excessos BENEFÍCIO DA REEDUCAÇÃO ALIMENTAR PIRÂMIDE ALIMENTAR Ótimo instrumento utilizado na educação nutricional Aborda conceitos de quantidade, qualidade, harmonia e adequação COMBATER O SEDENTARISMO Diminuir o tempo de lazer passivo- máximo 2 h por dia Controlar os horários de TV, computador e videogame. Estimular e orientar o lazer ativo de acordo com as diversas faixas etárias. ATIVIDADE FÍSICA LACTENTES: atividades como rolar, engatinhar, andar PRÉ-ESCOLARES: passeios ao ar livre, andar de bicicleta, jogar bola, correr, brincar com o cachorro, pular corda ESCOLAR: recreação, esportes em geral ADOLESCENTES: exercício de resistência e aeróbicos combinados A ATIVIDADE FÍSICA PARA A CRIANÇA DEVE SER LÚDICA RECOMENDA-SE 60 min/d de ATIVIDADE FÍSICA MODERADA OU VIGOROSA TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Nunca é a primeira opção-nunca antes de 6 meses de tto convencional. Em situações específicas Coadjuvante durante a reeducação alimentar Comer compulsivo- sertralina Depressão – fluoxetina Hiperinsulinismo - metformina Monitorização do Tratamento; Acompanhamento clínico e laboratorial. Objetivo- redução das MORBIDADES associadas, associadas ao processo de EDUCAÇÃO ALIMENTAR e MODIFICAÇÃO NO ESTILO DE VIDA Reavaliação laboratorial após 3 meses, qdo indicado. PREVENÇÃO- PEDIATRA Participação ativa nos períodos críticos Fase intra-uterina Primeiro ano de vida Adolescência PREVENÇÃO- PRÉ-NATAL Identificar fatores de risco familiares- DM, HAS, DISLIPIDEMIA, etc Monitorar o estado nutricional da gestante Orientar sobre a alimentação da gestante PREVENÇÃO-AMBIENTE INTRA-UTERINO PREVENÇÃO-PUERICULTURA Evitar interrupção precoce aleitamento materno Introdução de alimentos apropriados Avaliar e monitorizar o ganho ponderal e a velocidade de crescimento estatural. Orientar sobre a alimentação complementar PREVENÇÃO OS PAIS ATUAM COMO MODELOS As crianças, especialmente para as pequenas tendem a imitá-los Hábitos alimentares saudáveis precisam ser adotados por toda a família ORIENTAÇÃO AOS PAIS Reconhecer a saciedade dos filhos NÃO impor ou exigir a ingestão total ou excessiva de alimentos. PAPEL DA ESCOLA Inserção da educação nutricional no currículo escolar Controlar a qualidade da merenda escolar Promoção de atividades físicas programadas e com metas COMUNIDADE Estimular os pais a reividicar uma comunidade mais ativa Reividicação de áreas de lazer e de esportes disponíveis no bairro Promoção de eventos de lazer esportivo e ativo Bibliografia consultada: Obesidade na infancia e adolescencia: Manual de Orientação- Departamento de Nutrologia da SBP, 2008.