Ritos e Festas Religiosas O que é Rito? Definições: No modo geral entende-se o rito como um sistema cultural e religioso de comunicação simbólica, elaborado com certas seqüências ordenadas e padronizadas de silêncio, palavras e atos normalmente expressos por múltiplos meios que possuem conteúdos variados. O Que é Rito? “é uma reunião religiosa, onde seus membros passam pelo êxtase” “Rito é algo planejado – a missa é um ritual: um cerimonial, batismo, cerimônias – tradições religiosas, um sacrifício, uma oferta.” “rito é uma forma de valorização de determinada religião”. “ritos são certos ‘símbolos’ que usamos para determinadas situações”. Do ponto de vista antropológico, o rito é a concretização comunitária e social de uma vivência, na qual as pessoas se exprimem em relação umas às outras, ou em que se exprime o consenso de um grupo humano, comunidade ou sociedade, em torno de uma significação irredutível aos simples mecanismos biológicos e técnicos. O rito exerce a importante função de consolidar a comunidade em torno dos valores que exprime e serve de veículo à transmissão a outros das formas de viver e de entender a vida, que dão continuidade à comunidade e perpetuam a sociedade, a pátria. O RITO Nos rituais sagrados e nos mitos, os valores são retratados não como preferências subjetivas, mas como condições de vida impostas, implícitas num mundo com uma estrutura particular (GEERTZ, 1989, p.96). Segundo Geertz a função do ritual é promover a síntese entre uma “ordem imaginada” e a experiência vivida. Conforme VILHENA (2005) os ritos se dividem em seguinte maneira, baseada em DURKHEIM (2003): Ritos com conotação religiosa. Ritos no contexto da finalidade e da operatividade. Ritos no contexto da espacialidade. Ritos no contexto da temporalidade. Ritos deambulatórios. Conforme RIVIÈRE (1997), o rito tem como função e característica estrutural: O rito é uma seqüência temporal de ações Como estrutura dos papéis a desempenhar Como estrutura teológica, o rito comporta os valores. Como meio simbólico Como sistema de comunicação O Rito como Fenômeno TERRIN (2004) a natureza dos ritos centrada na intenção global dos atores do rito. Ritos eliminatórios e ritos de purificação. Ritos de repetição do drama divino. Ritos de transmissão de força sagrada . Do ponto de vista antropológico, TERRIN (2004) aponta novos tipos de rito: Ritos ligados ao ciclo da vida Ritos de fundo sociocultural e religioso Ritos com conotação mística Origem dos ritos James Frazer -o rito era uma prática universal, mas suas expressões eram diferentes conforme as regiões geográficas. Dois tipos: práticas mágicas e práticas religiosas. A semente do desenvolvimento dos rituais se encontra na crença na ordem regular da natureza. Quando a natureza é irregular causando os problemas como tempestades, enchentes e secas e nesta forma criando o medo e preocupação no homem primitivo. Ritos mágicos Ritos mágicos: se baseiam na confiança do homem em poder controlar diretamente a natureza. Os dois princípios nos quais fundamentam os ritos mágicos são: “que o semelhante produz o semelhante, ou que um efeito se assemelha a sua causa; e, segundo, que as coisas que estiveram em contato continuam a agir umas sobre as outras, mesmo à distância, depois de cortado o contato físico” (Frazer, 1982: 34). Ritos religiosos e sociais Mais tarde no percurso do desenvolvimento o primitivo percebeu que os ritos mágicos não podiam mais controlar a ordem natural e assim desenvolveu-se a religião onde se estabelece o reconhecimento da impotência humana diante da natureza. A causa dos fenômenos da ordem natural, segundo esta concepção, não está, portanto, na natureza, mas está além dela, na ordem do pensamento. Finalidade dos ritos conforme antropólogos: Turner: Superação de conflitos sociais; Durkehiem: Preservação da coesão social; Malinowski: a promoção do controle das incertezas e do perigo; Gluckman: a expressão dos conflitos de status Geertz: o espelhamento da estrutura social Tambiah: cura com a base no pronunciamento de mantras. Três funções dos ritos religiosos Garantir a sobrevivência e da difusão da tradição religiosa. Preservação dos mitos e doutrina da tradição religiosa. Resolver os problemas atuais, cura e assim promover o vinculo de pertença. Sobrevivência e difusão da religião A sobrevivência de qualquer tradição religiosa depende da profundidade do conteúdo e uso dos mecanismos para oferecer esse conteúdo. A princípio o conteúdo religioso de uma tradição religiosa se encontra nos mitos, lendas, rituais, pessoa do fundador e na sua doutrina. A importância dos rituais nesse caso é perpetuar a figura do fundador e fazer sua doutrina relevante para os tempos atuais. Os rituais estabelecem uma ponte entre o passado e futuro criando um fio condutor desde os tempos antigos até aos tempos modernos. Preservar os mitos e doutrina Enquanto a pesquisa cientifica exige toda explicação para tudo o que existe, a mentalidade religiosa humana busca a solidez ao voltar às fontes originárias. A pesquisa cientifica apresenta o futuro como ‘perpétuo’ e ‘eterno’ com seus avanços tecnológicos e medicinais; o campo religioso apresenta a tendência humana que considera o princípio como preservadora dos valores eternos. Para a ciência o futuro é perfeito e para a religião o passado é perfeito. Dentro dessa mentalidade percebe-se que a repetição dos rituais nas tradições religiosas é uma forma de permanecer ligado com o passado que é carregado dos mitos e lendas. Solucionar os problemas, cura e vinculo de pertença Todas as tradições religiosas possuem um aspecto fundamental que é a apresentação da possibilidade de resolver os problemas e realizar as curas. O melhor exemplo dessa natureza são os movimentos pentecostais que se encontram dentro da tradição cristã. As missas e novenas ritualísticas de cura da tradição católica, os rituais do milagre da Igreja Evangélica do Poder de Deus e oferta de solucionar os problemas familiares, doenças e do desemprego da Igreja Universal Reino de Deus são os exemplos destacados desta natureza. No modo geral a religião apresenta solucionar os problemas de solidão e conflito que são os aspectos inevitáveis da condição humana e os meios ritualísticos utilizados para tal finalidade é a meditação, contemplação, confissão e outros. Ritos de passagem Arnold Van Gennep: os ritos de passagem são aqueles que acompanham toda a mudança de lugar, estado, posição social, de idade. Todos os ritos de passagem ou de transição caracterizam-se por três fases: Separação: significando o comportamento simbólico que o afastamento do grupo ou do indivíduo de um ponto anterior ou estrutura social, condições sócias; Margem ou limen: apontando para um ritual “transitante” que tem nenhum atributo tanto do passado como do futuro; Reagregação: simbolizando mudança do estado ou lugar, quer dizer a consumação da passagem. Alguns ritos Rito invocação ao Deus Ganesh Banho no rio Ganges – rito de purificação Rito de iniciação - Batismo e circuncisão. Rito de mudança de estado de vida – casamento, ordenação etc. Ritos de cura – hindu, espírita, evangélicos e outros. Divindade Ganesha Ritual da invocação: Duas imagens: Elefante Rato Alguns ritos - hinduístas Ritual do banho Um monte de rituais são associados com a cerimônia de cremação. Quando uma pessoa morre, o corpo é dado um banho final, realizado em uma maca de madeira por seus amigos e parentes e cremado no crematório da comunidade em geral, pelo filho mais velho. Isso é seguido por alguns rituais em que os filhos fazem o oferecimento de alimentos para a alma que partiu, sob a supervisão de um sacerdote. Ritual da cremação Geralmente a função é organizado no dia quinze e os hóspedes são convidados para uma refeição. Os hindus que perderam uma importante relação em suas famílias não podem comemorar funções e festivais por um tempo específico como respeito ao falecido. Enquanto a cremação é o procedimento padrão, os hindus consideram auspicioso se um corpo está imerso no Ganges ou cremados nas suas margens uma vez que o rio é considerado sagrado. Significado da cremação Após a morte, os hindus não são enterrados, mas cremado. A idéia é que a personalidade humana é composta por cinco elementos, dos quais quatro pertencem ao corpo e são provenientes deste mundo, ou seja, fogo, terra, água e ar, enquanto o quinto o éter (matéria sutil) pertence ao domínio do sutil corpo e vem dos mundos superiores. Por cremar o corpo, os elementos são justamente retornaram às suas respectivas esferas, enquanto o corpo sutil juntamente com a alma retorna ao mundo para além da persecução da sua vida após a morte. O que Bhagavad Gita diz O Bhagavad Gita descreve dois caminhos pelos quais as almas de viagem após a morte. Um deles é o caminho do sol, também conhecida como o caminho brilhante e o outro é o caminho da Lua, também conhecido como o escuro caminho. Quando uma alma percorre o caminho do sol, ele nunca mais voltar, enquanto que aqueles que viajam ao longo do trajeto do retorno da lua novamente. Crença na reencarnação No hinduísmo, a morte é a cessação temporária da atividade física, um meio necessário para a reciclagem dos recursos e da energia e uma oportunidade para a alma a rever os seus programas e políticas. Quando uma pessoa morre, sua alma junto com alguma consciência residual deixa o corpo através de uma abertura na cabeça e vai para outro mundo, e retorna novamente, depois de passar algum tempo lá. O que acontece após a alma abandona o corpo e antes de reencarnar de novo é um grande mistério. Crença na reencarnação O hinduísmo acredita na reencarnação e renascimento das almas. A morte não é, portanto, uma grande calamidade, não uma final de tudo, mas um processo natural na existência da alma como uma entidade separada, pelo que reagrupa os seus recursos, ajusta o seu curso e retorna novamente à Terra para continuar o seu trajeto. Ritos Cristãos Sacramento do Batismo – acolhida na tradição cristã. Sacramento do matrimônio – união entre as pessoas. Unção dos enfermos- despedida deste mundo para o outro. Ritos da tradição budista Quatro verdades nobres: Existência do sofrimento Sua origem e sua causa A cessação do sofrimento O caminho que leva à cessação do sofrimento Origem da Roda A origem da roda está vinculada ao quatro verdades nobre principalmente as primeiras duas: o origem do sofrimento e causa do sofrimento. Porco – galo – cobra Esses animais colocam o ser humano em mesmo lugar – conhecido como samsara. Quando o discípulo, tendo passado pelos estágios de moralidade e concentração, alcança o conhecimento da destruirão dos influxos cârmicos e acaba conhecendo a dor, sua causa, sua cessação, e o Caminho que conduz a cessação. Roda da vida do Budismo Os monges budistas aprendem a fazer a mandala de areia para exercitar a consciência da impermanência e usar a energia das formas como veículo de intenções. As mandalas são verdadeiras obras de arte, feitas com areia tingida, um trabalho minucioso que não dura, mas exercita através da beleza e da harmonia das formas a concentração, a entrega, a generosidade, a aceitação e o desapego. Tradição muçulmana Jihad rito ou fanatismo religioso Cinco pilares do Islã Ritual do Hajj.