RITOS SAGRADOS
“Cada ser humano possui o direito de escolher
a sua própria maneira de servir o sagrado e
deve fazê-lo sem perseguições e/ou
discriminações, com liberdade”.
Encantaria Cigana
Sirlei Groff Zanini

Prece de Gandhi – Video e-mail.
Trabalho se divide em:
4 momentos




1º DCE
2º Caderno pedagógico
3º Pe Eliomar
4º Livro Descobrindo Universo Religioso

RITOS segundo DCE- Diretrizes
Curriculares Estaduais para o Ensino
Religioso.
Ritos

São celebrações das tradições e manifestações
religiosas que possibilitam um encontro
interpessoal.

Podem ser compreendidas como a recapitulação de
um acontecimento sagrado anterior.

Servem à memória e à preservação da identidade
de diferentes tradições e manifestações religiosas.

Os ritos são um dos itens responsáveis pela
construção dos espaços sagrados.

Destacam-se:




Ritos de passagem;
Os mortuários;
Os propiciatórios;
Exemplos:





A dança (Xire);
O Candomblé;
O Kiki (kaingang, ritual fúnebre);
A via Sacra;
O festejo indígena de colheita;

Ritos segundo o caderno pedagógico do
ensino fundamental: SEED-Pr “O sagrado
no ensino religioso”.
Ritos




Os ritos vêm para dar movimento e sentido prático à
ideia de Sagrado.
Mantêm integrada a união dos seguidores de uma tradição ou
organização religiosa.
Os rituais são imagens refletidas das tradições culturais e
religiosas.
Ou seja, o ritual é um sistema cultural de comunicação
simbólica, constituído de sequências ordenadas e
padronizadas de palavras e atos, em geral expressos por
múltiplos meios que possuem conteúdo e arranjo
caracterizados por graus variados de formalidade
(convencionalidade), estereotipia (rigidez), condensação
(fusão) e redundância (repetição).

A palavra rito é originada do latim ritus,
equivalente ao grego thesmós, cujo significado
no plural é “tradições ancestrais, regras, ritos”.

O rito é o aspecto mais característico da religião.

O ritual por meio de seus gestos, manipulação de
objetos e recitação de fórmulas e relatos, por partes
de pajés, xamãs e sacerdotes, trata de conservar e
recuperar a situação original íntegra que abrange a
conduta, o pensamento e a vontade dos deuses.

O rito carrega a sacralidade e põe em ação o
sentimento de fé ao Sagrado e seu sentido de
condução do espírito humano.

Os ritos podem ser caracterizados como:




Ritos de passagem (nascimento, puberdade,
casamento, morte);
Ritos de participação da vida divina (oração, sacrifício,
consagração de pessoas ou lugares);
Ritos de propiciação (que podem ser agrários,
purificatórios ou expiatórios).
Há também os ritos de ambulatórios, ritos cuja
função é tirar a comunidade e os instrumentos
sagrados ou símbolos de adoração dos templos.
Incluem peregrinações, procissões, entre outras
manifestações do sagrado em vias públicas.

Resumindo, o rito é uma sequência temporal de
ações, compostas por diversas partes.

Na estrutura teológica


Com meio simbólico


O rito comporta os valores, comportamentos e hábitos éticos
para sua eficácia e realização.
O rito comporta a transformação de locais e objetos em
imagens, que darão sentido aos atos que, com a
sensibilidade, transformar-se-ão nos objetos da realidade
sagrada ao qual se referem.
Como sistema de comunicação

A estrutura do rito comporta as mensagens e sinais
transmitidos através de códigos estabelecidos, sobre o
significado de cada um dos objetos presentes.
Tipologia dos Ritos








Ritos apotropaicos
Ritos eliminatórios
Ritos de purificação
Ritos de repetição do drama divino
Ritos de transmissão da força sagrada
Ritos ligados ao ciclo da vida
Ritos de fundo sociocultural e religioso
Ritos com conotação mística
Ritos Apotropaicos

Criam afastamento das forças sobrenaturais.

Têm sentido de proteção.



Defumações
Incensos
Bênçãos
Ritos Eliminatórios

São a comprovação de que já houve a
“infestação” do mal. Portanto, sua função
clara é se utilizar do poder da divindade para
“mandar embora o mal ou o pecado”.
Ritos de Purificação

Partem do princípio que a pessoa faltou com
alguma responsabilidade com o sagrado ou
tem alguma culpa ou “mancha”, da qual
precisa se libertar.
Ritos de Repetição do Drama
Divino

Buscam o
resgate dos mitos
divinos e sua
atualização, com
o efeito de
identificação e
participação do
homem no
evento divino de
forma atemporal.

Encenação da Via Sacra
Ritos de transmissão de força
sagrada

Englobam os ritos
de consagração e a
imposição de mãos,
como modo de
receber força e
energia divinas.
Ritos ligados ao ciclo da vida

São chamados Ritos de Passagem

Causam grande modificação do status do indivíduo
perante a sociedade, pois é capaz de integrá-lo
(nascimento, adolescência) ou separá-lo da mesma
(morte).

Também englobam os ritos cíclicos, cuja importância
é essencial em todas as religiões, e em torno dos
quais se organizam os calendários.

Incluem as festas da natureza (passagem das
estações, colheita, plantio, entre outros) e também as
festas de salvação, como Natal e Páscoa.
Ritos com
conotação
mística
Ritos de fundo
sociocultural e
religioso


Incluem os ritos de
gracejo e rebelião.
São tentativas de se
ridicularizar e contestar,
a sociedade e suas
condutas culturais e
tradições.

São os ritos de
meditação e transe,
com ampla utilização
em religiões mais
primitivas, como a
Santeria, o Vodu, o
Xamanismo, entre
outros.
Ritos de Passagem

Remete a uma mudança de estado de consciência.

Os ritos se tornam um espécie de código de acesso
a nova fase da vida.

É preciso se submeter às condições para que o
indivíduo demonstre simbolicamente sua intenção e
merecimento sobre a passagem requerida,
esperada ou necessitada.
Ritos mortuários

O enfoque dos ritos varia:




Se concentra em “ensinar” o caminho da
salvação ao morto, em direção a algum paraíso
(como os egípcios);
Se preocupa em mantê-lo junto de seus
descendentes (nações indígenas);
Busca os aconselhamentos dos mortos (tradições
africanas);
Procura afastar os mortos, como fantasmas ou
seres indesejáveis no curso da vida (crenças que
praticam o exorcismo)
Ritos modernos

Os ritos que simbolizam passagem foram perdendo
seu sentido, outros foram simplesmente
ressignificados, ou esquecidos.

Exemplo é o Trote dos Calouros, representa uma
porta de entrada do calouro na sociedade fechada
do grupo de veteranos (tem as características da
iniciação religiosa de diversas religiões e seitas
antigas):

O calouro é testado em sua força e capacidade física,
mental e psíquica, e precisa passar por diversas
provações para demonstrar que merece um lugar naquela
sociedade.

O Rito segundo o livro Redescobrindo o
Universo Religioso, Volume 7 de Everson
Araujo Nauroski.
Os ritos presentes na vida

O rito pode ser entendido como um conjunto
de gestos preestabelecidos, que são
repetidos tendo em vista a realização de um
objetivo ou tarefa.

Quando levantamos de manhã realizamos
um conjunto de ritos: despertamos, vestimos
nossa roupa, realizamos nossa higiene,
alimentamo-nos, etc.
Os Rituais Religiosos

Têm o objetivo de tornar presente ou de relembrar
um acontecimento sagrado original.




O sacerdote católico consagra o pão e o vinho, tornandoos corpo e sangue de Jesus;
O rabino faz as orações e proclama as santas palavras de
seu livro sagrado;
Um religioso hindu celebra o amor e a beleza da vida com
a dança especial;
Um monge budista, através da meditação, contempla o
mistério da natureza;

Nas religiões afro-brasileiras (candomblé e
umbanda), nas quais os rituais são profundamente
solidários, todos podem participar com igualdade, ao
som dos tambores e atabaques, ou quando realizam
suas cerimônias de oferenda na virada para um novo
ano indo à praia para apresentá-la à Iemanjá, um dos
Orixás do candomblé;

Entre as tradições indígenas, o xamã, feiticeiro
encarregado de celebrar a vida e a morte, “reza”
pedindo chuva; também realiza as cerimônias
espirituais e aconselha sobre os destinos da tribo;

Entre os índios que vivem no Brasil, o pajé, que
desempenha praticamente as mesmas funções do
feiticeiro xamã, exerce a liderança e o governo da
tribo, guiando-a espiritualmente.
Outros Rituais Religiosos



Matrimônio
Batismo
Crisma
Rituais Culturais e Religiosos

Alem dos ritos religiosos, que acontecem
durante as cerimônias religiosas, existem
também práticas de rituais que englobam
elementos culturais e religiosos.

São divididos em:



Ritos de Iniciação;
Ritos de Adivinhação;
Ritos de Expiação ou Purificação;
Ritos de Iniciação

Marcam o início de uma fase na vida da pessoa, na
qual, ela passa a integrar a comunidade e recebe
certos privilégios e obrigações, conforme as normas e
crenças de um determinado grupo, ou comunidade.

Um exemplo é o Batismo, onde a pessoa passa a
participar da comunidade como membro legítimo, o
qual deverá observar fielmente a doutrina e os
preceitos de sua igreja.
Ritos de Adivinhação

Estão ligados ao profundo desejo que as pessoas
têm de conhecer e influenciar os acontecimentos
futuros.

Exemplos são gurus, feiticeiros e videntes.

Nas religiões xamânicas, o xamâ, líder espiritual da
tribo, ingere certas ervas, faz suas orações e entra
em êxtase. Como em estado hipnótico, tomado por
espíritos ancestrais, realiza suas curas e prevê
acontecimentos que poderão afetar a sua tribo.

Há também a incorporação mediúnica
(espiritismo), em que o médium incorpora o
espírito, e este se comunica com seus
parentes e amigos e dá conselhos sobre o
passado e o presente. Um exemplo de
médium é o Chico Xavier.

Na tradição cristã, existe uma firme
confiança na providência divina e na
oração. Portanto, o cristão coloca seu
futuro unicamente em seu Deus.
Ritos de Expiação ou Purificação

Têm o objetivo de purificar uma pessoa ou
comunidade de seus pecados e faltas.

Na religião judaica, realizava-se este rito uma vez
por ano e durante essa ocasião o líder espiritual da
comunidade preparava uma cerimônia em que
transferia para um animal, quase sempre um bode,
todos os pecados de seu povo. Depois, levavam o
bode até o alto de uma montanha e o jogavam de
lá. Se o bode morresse ao cair, era um sinal de que
Deus havia perdoado o povo.

Muitas tradições religiosas orientais
defendem a meditação e a mortificação
corporal – submeter o corpo a certos
sacrifícios a fim de purificá-lo – como forma
de apagar e superar os erros cometidos.

Entre os católicos, a confissão representa um
rito de purificação muito usual. O fiel procura
o sacerdote e, arrependido, conta-lhe seus
pecados. O sacerdote ouve em nome de
Deus e concede-lhe a absolvição, o perdão.
Por fim, o sacerdote lhe dá a penitência que
geralmente se constitui em fazer orações ou
obras de caridade.

Explicitação de “O Rito na Vida e nas
Religiões” de Eliomar Ribeiro, padre
jesuíta, assessor da Pastoral da
Juventude, pároco na periferia de
Fortaleza, CE.
RITOS

O RITO é uma sucessão de gestos, palavras,
atos, cantos, sinais e repetições presentes
numa cerimônia, na maioria
das vezes, religiosa.

No campo antropológico, considera-se rito
uma série de práticas sociais, coletivas ou
individuais que marcam a entrada do
indivíduo num outro ambiente.
Ritos e Rituais

O rito surge da necessidade da cultura de manterse viva.

O rito é explicitado nos rituais que os povos
promovem para garantir a sobrevivência na terra e
para entrar em contato com o Absoluto.

Cada povo busca relacionar-se com a divindade
que sustenta a vida do universo.
A Necessidade dos Ritos

O ritual é um conjunto de práticas que se
concretizam no mundo do sagrado e é um caminho
de crescimento humano.

Tantos outros rituais da tradição afro, indígena,
oriental e cristã fazem parte do nosso caldeirão
cultural. E nenhum povo, nenhuma cultura
sobrevive sem ritos, sem elementos que possam
unificar suas vidas, suas expressões, sua
organização.

Na explicitação de Eliomar Ribeiro, os ritos
podem ser divididos em:



Ritos obsessivos;
Ritos de interação;
Ritos instituídos;
Ritos Obsessivos

Aparecem como expressões supersticiosas:



Jogar uma pitada de sal nos quatro pontos
cardeais;
Fazer o sinal da cruz no início de uma
partida de futebol;
Bater três vezes no ferro ou na madeira.
Ritos de Interação

Abrangem a grande área das relações
interpessoais, ou seja, tudo aquilo que o
sujeito, na presença de outros, é obrigado a
viver para garantir a comunicação e a
convivialidade:



Boas maneiras;
Ordem de precedência;
Regras para entrar em contato com outras
pessoas;
Ritos Instituídos


Possuem uma organização autônoma.
São compostos de várias sequências rituais
e giram em torno de um ato unitivo.




Ritos de passagem;
Ritos de iniciação;
Ritos sacrificiais;
Ritos de adivinhação.
Exemplos
Ritos de Passagem

São cerimônias que marcam mudanças de
status de uma pessoa no seio de sua
comunidade.

Podem ter caráter religioso ou não.

Cada religião tem seus ritos de passagem.

Geralmente é representado pelo início da
puberdade – a passagem de uma faixa de
idade a outra.

Há também ritos de passagem no
nascimento, no casamento e na morte.


Após o parto o bebê é considerado vivo;
O recém-casado abandona o grupo dos
celibatários para participar do grupo dos
chefes de família;
Ritual do Quarup

Palavra Kamayurá, que designa a mais
importante festa indígena do Brasil,
realizada entre povos do Alto Xingu, MT.

É o rito de celebração dos ancestrais,
ligado ao ciclo mitológico da morte e
ressurreição do herói Kamayurá, Mavotsinin.

Durante o ritual, troncos de árvores,
simbolizando os antepassados, são
homenageados pelos xamãs. No final
realiza-se o torneio huka-huka, uma espécie
de sumo indígena.
Ritual das Tucandeiras

É realizado entre os índios sateré-maués,
habitantes da Amazônia brasileira.

Marca a passagem da fase adolescente para a
adulta de jovens à partir de 11 ou 12 anos. Eles
colocam a mão em uma luva de palha repleta
de formigas tucandeiras.

É o ritual da coragem.

Trata-se de uma cerimônia ligada à iniciação
masculina: quem consegue superá-la pode ser
admitido na comunidade dos adultos.

Na véspera da festa que reúne toda a tribo,
são localizadas as formigas vivas e, por meio
de uma varinha, elas são forçadas a entrar num
bambu.
No dia seguinte, prepara-se um recipiente cheio de
água misturada com folha de cajueiro.
Pouco a pouco, as formigas são colocadas no
recipiente, onde ficam até serem colocadas numa
espécie de luva.

Com esse rito, o índio está certo de poder afastar as
doenças e tornar mais forte o corpo e o espírito.
Ritual da Circuncisão

É a remoção do prepúcio, prega cutânea que
recobre a glande do pênis.

O termo circuncisão significa literalmente “cortar ao
redor”.

No Antigo Israel, deve ser realizada no 8º dia do
nascimento.

Tem o sentido de um sinal de aliança entre Deus e
Abraão e seus descendentes e um rito de inserção
no povo eleito. Além de ser um requisito obrigatório
na Lei dada a Moisés.
Ano Velho – Ano Novo

Nesta noite, há festejos estrondosos, euforias e
loucuras, e as sociedades permitem excessos no
comer, no beber e até de ordem sexual.

A noite de passagem do ano ritualiza o mito das
origens. As sociedades precisam dar lugar à
expansão das forças caóticas, para que, em
seguida, tudo regresse à ordem.

É o mito de renovação e, de algum modo, do eterno
retorno: tudo vai e tudo volta.
Patuás

Patuá é um saquinho de pano preenchido com algum
elemento de acordo com o seu significado.

RAMINHOS DE ARRUDA, GUINÉ OU ALECRIM:
 Essas plantas são consideradas fontes de sorte da
própria natureza. Elas também ajudam a abrir os
caminhos e fazem com que a pessoa que as cultiva
tenha mais felicidade e dinheiro no lar.

ARROZ E FEIJÃO:
 Para os brasileiros, isso é sinônimo de barriga cheia,
prosperidade e fartura.
Então, montar um patuá com pano branco e grãos de
arroz e feijão é uma boa pedida para quem deseja que
nunca falte nada no lar.

MOEDAS E NOTAS DE DINHEIRO:
 Uma moedinha ou uma nota de pequeno valor cai bem
num patuá feito para atrair mais sorte nas finanças.

PEDRINHAS DE SAL GROSSO:
 O sal é um elemento que ajuda a neutralizar as energias ruins
que lançam contra a sua vida. Além disso, afasta maus
espíritos e ajuda a abrir caminhos.

TALISMÃS:
 Todo tipo de talismã, desde que seja uma miniatura, algo bem
pequeno, serve para compor o patuá. Figas, imagens de
estrela, lua, santo, anjo. Qualquer elemento, quando colocado
num saquinho de um patuá, tem sua energias aumentadas.

SEMENTES DE ROMÃ:
 Elas são muito usadas na crendice popular para atrair sorte
em tudo, principalmente na virada do ano e dia de Reis.
Cultura Kaingang

Metades tribais dividem-se em:


Kam (Lê-se camé, significa ‘comprido’).
Kajru (Lê-se cairu, significa ‘redondo’).

Nos casamentos só podem se juntar os indígenas
de metades tribais diferentes.

Na morte a despedida do
corpo e espírito é feita pela
pessoa mais velha, da
mesma metade tribal.
Batismo Kaingang

A criança é lavada pelos padrinhos, com algumas espécies
de plantas escolhidas por eles, segundo características com
as quais desejam que seja conformada a personalidade dela.

Planta como unha de gato (virningru) para que seja “bom
trepador”, isto é, que suba em árvores com facilidade, que
“derrube pinhas para sua mãe”.

Chá da folha do imbu, para crescer e engordar, mas fica mole
(como o imbuzeiro), fácil de se quebrar.

Chá de jabuticaba deixa “miúdo, calmo e muito doce”.

A tuneira – “que dá no perau”(penhasco) – mole e
espinhenta, mole e espinhenta, deixa o batizado ruim e
violento (para ir pra guerra).

Lavar os olhos com determinada erva para enxergar as
abelheiras do mato.
Vida e Morte

Há dois momentos comuns importantes na
vida de cada um de nós.


O dia em que familiares e amigos se juntam para
acompanhar o nascimento para esta vida.
O dia em que tantos outros se juntam para nos
despedir desta vida para um novo nascimento
para a Vida.
A Iniciação dos Xamãs

Os xamãs das tribos:

Eram geralmente pessoas que passaram por uma
experiência traumática, que poderia ter provocado a
sua morte. (Como estados semicomatosos induzidos
por doenças, picada de animais peçonhentos, etc).

Eram treinados até um ponto em que determinadas
provas deveriam ser enfrentadas, para que o
treinamento comprovasse a sua capacidade de
enfrentar seus medos e seus próprios limites físicos e
mentais. (Isolamento, frio, fome, etc).

Essa forma de rito não depreendia uma idade
ou ocasião específica, e nem ao menos uma
cerimônia específica.

Poderia acontecer a qualquer momento da
vida, por acaso ou por escolha própria.

E tinha um cunho de
transformação de
personalidade mais
profundo após a iniciação.
Tradições Ameríndias

Cada tribo desenvolveu ao longo dos séculos rituais
para cada situação, como:








Para festejar a colheita;
Para novos chefes da tribo;
Para ir a guerra;
À mudança de estações;
À caça;
À pesca;
Aos espíritos da floresta;
A seres da natureza em geral

Todos os rituais eram sagrados em seu significado.

Assim preservavam sua origem e continuavam a
difundir suas tradições para as próximas gerações.

Cada nação indígena possuía crenças e rituais
religiosos diferentes. Mas todas acreditavam
nas forças da natureza e nos espíritos dos
antepassados.

Faziam rituais, cerimônias e festas para deuses e
espíritos.

O pajé:



É o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e
recebe as mensagens dos deuses;
É o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para
curar doenças;
Faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e
dos ancestrais para ajudar na cura;

O cacique faz o papel de chefe, pois organiza e orienta
os índios.

Penas e peles de animais serviam para fazer roupas
ou enfeites para as cerimônias das tribos.

O fumo é a planta sagrada e é a sua fumaça que cura as
doenças, proporcionando o êxtase, dá poderes sobrenaturais,
põe o pajé em comunicação com os espíritos.

Quando os primeiros conquistadores europeus chegaram à
América, traziam consigo padres, missionários, jesuítas, etc.
que passaram a combater o modo de vida e as
manifestações religiosas dos indígenas.

Houve uma mistura das crenças e costumes nativos com os
ritos e histórias cristãs, além das divindades e orixás dos
escravos trazidos da África.
Catimbó
O Catimbó

É um conjunto de práticas religiosas brasileiras,
oriundas de raiz indígena e com diversos elementos
do cristianismo e, dependendo do lugar onde é
praticado, tem influências africanas.

Cultua símbolos e santos católicos, tem como
principal elemento a árvore da Jurema e todos os
Mestres têm uma erva de fundamento.

É uma reunião alegre e festiva, mas pela falta da
corrente doutrinária formal, pode haver práticas bem
sombrias.
O Canibalismo

É um ritual entre algumas tribos como os
tupinambás, que habitavam o litoral da região
sudeste do Brasil.

Acreditavam que ao comerem carne humana do
inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia
e conhecimentos dele.

Então não se alimentavam da carne de pessoas
fracas ou covardes.

A prática do canibalismo era feita em rituais
simbólicos.
A Festa da Moça Nova

É um ritual de iniciação feminino Tukúna.

É feito para proteger a menina das influências maléficas
de certos espíritos demoníacos da floresta que atacam
durante a puberdade das meninas.

Assim que ocorre a primeira menstruação, a menina é
introduzida no compartimento superior de sua casa:
uma plataforma situada bem abaixo do teto, com
vedação de esteiras ou cortinado de pano. Aí ficará
durante três meses em reclusão, invisível e silenciosa,
estabelecendo contato apenas com a mãe e com a tia
paterna, saindo raramente quando nenhum homem
estiver na casa.

Os três meses de reclusão constituem a fase
da margem (ou de transição) do ritual. Durante
esse período, a jovem deve dedicar-se ao
aprendizado dos afazeres femininos, como a
fiação do algodão e o preparo de cestas, redes e
esteiras, além do comportamento de uma Tukúna
adulta.

A fase de integração da menina-moça na categoria das
mulheres adultas é realizada durante uma grande festa,
da qual participa toda a comunidade e aldeias vizinhas.

O ritual de iniciação encerra-se com a depilação da
moça-nova, que simboliza a sua passagem da infância
para a idade adulta. A jovem agora pode casar-se e
tornar-se membro ativo da comunidade.
Festa da Colheita

É considerada a mais antiga festa conhecida.

Existe desde tempos pagãos, quando os
homens agradeciam aos deuses a chegada
das colheitas que garantiam alimento para o
ano vindouro.
Festa Indígena da colheita

O batismo do milho é um ritual muito sagrado
onde os caciques rezam para terem uma boa
colheita e para que a próxima plantação de
milho não tenha problemas.

A festa do milho durava três dias, e havia a
xixa que é uma bebida preparada com o
milho colhido da roça. Mas a maioria das
gerações de hoje não preserva mais a sua
cultura e rituais como esse estão ficando
muito raros.
Colheita das Tribos Guaranis

Entre os kaiowa, duas cerimônias têm destaque:



Avati Kyry – milho novo, verde.
Mitã Pepy ou Kunumi Pepy – realizada em várias
comunidades no Paraguai; no Brasil apenas uma
comunidade a mantém.
A primeira é celebrada em época de plantas novas
(fevereiro, março) e tem no Avati Moroti (milho
branco), planta sagrada que rege seu calendário
agrícola e religioso, a referência principal. Na
cerimônia bebem o kãguy, uma bebida fermentada
feita com o milho branco e preparada pelas
mulheres.

A cerimônia, dirigida por um líder religioso, tem
início ao cair do sol e finda na aurora do dia
seguinte. Este xamã deve conhecer o Mborahéi
Puku ou ‘canto comprido’, cujos versos, que não se
repetem, não podem ser interrompidos depois de
iniciada a cerimônia. A cada verso entoado pelo
Ñanderu a comunidade o repete, sempre
acompanhados pelos Mbaraka (usado pelos
homens) e os Takuapu (usado pelas mulheres).

Ao amanhecer, terminado o canto comprido, há o
batismo da colheita, que permaneceu depositada no
altar.
Os Povos Ameríndios do
Brasil

A cerimônia do ajucá ou jurema, praticamente
desapareceu do Brasil e é um dos rituais que combina
elementos cristãos, indígenas, espíritas e afro-brasileiros.

O nome jurema é originário de uma árvore (acácia
jurema), cujas raízes os pajés faziam uma bebida
alucinógena capaz de produzir sonhos adivinhatórios.

O antigo ritual realizado pelos indígenas, supunha que os
guerreiros poderiam viajar ao mundo dos espíritos
tomando a poção. Os índios sonhavam, mas eram
somente as mulheres que interpretavam tal sonhos e
podiam revelar o passado e o futuro.

Existe a crença de que os mortos se encarnam
em algumas árvores, especialmente na jurema.
Por isso, estas árvores são sagradas no
nordeste do Brasil. Em torno delas acende-se
velas e costuma-se rezar.

A jurema sintetiza uma potente substância
alucinógena, a dimetiltriptamina ou DMT,
responsáveis pelos efeitos.

“...Durante a preparação dos guerreiros tabajaras
para a guerra com os pitiguaras, Iracema lhes serve
o vinho da jurema e, enquanto os guerreiros
deliram, ela...”
José de Alencar
Rituais Afro-Brasileiros

A língua utilizada nos rituais das comunidades-terreiro é
um iorubá antigo. Dizem que “esta é a língua falada
pelos orixás”.

É nessa língua ancestral que são entoados os cantos
litúrgicos, importantes fontes na compreensão dos
rituais.

Nas comunidades, a orquestra ritual é composta por
instrumentos de percussão, três atabaques, agogô e gã
e campânulas de ferro percutidas por baquetas de
metal.

É inconcebível pedir aos orixás em silêncio. Os desejos
devem ser pronunciados em voz alta. “A fala deve
reproduzir o vai-vém, que é a essência do ritmo”.

Os enunciados orais entoados possuem
diversas formas de apresentação
correspondentes às finalidades a que se
destinam no contexto ritual:






Orikis – Evocações;
Orin – Cantos de louvação;
Adura – Preces;
Iba – Saudações;
Ofó – Encantamento das espécies vegetais.
Características dos Cânticos Rituais:



Marcação do ritmo;
Estilo responsorial;
Tonalidade bem definida;
Candomblé: Ogãs e Atabaques

Os tambores expressam
a consagração espiritual.
Ligam os iniciados às
divindades, o profano ao
SAGRADO.

Atabaques e Ogãs são
sempre encontrados nos
terreiros de candomblé.

Ogãs são os padrinhos do
culto africano ou brasileiro,
ou seja, homens que
tocam os atabaques
sagrados, cuja missão é a
de chamar as divindades
para que os seus adeptos
entrem em transe.

Os atabaques simbolizam respeito e passam por uma
série de estágios: purificação, preparação e
conservação, feitos por Ogãs.

Os sons produzidos possuem qualidades especiais, já
que representam o caminho, a voz que invoca os
orixás a saírem do seu universo para incorporarem
nos seus adeptos.
• Muitos acreditam que o
som produzido por eles
seja a própria voz das
divindades.

O Ogã passa por um ritual de iniciação que se
inicia aos 8 a 10 anos, perdurando por toda a vida.

No dia da festa, ele passa por um processo de
purificação antes de tocar seu instrumento sagrado:
toma um banho com ervas próprias, além de respeitar
algumas proibições
alimentares.
Também solicita a
proteção do seu
orixá protetor,
colocando no altar
as oferendas que
agradam ao seu
deus pessoal.
Exú

É o Mercúrio africano, o intermediário necessário
entre o homem e o sobrenatural, o intérprete que
conhece ao mesmo tempo a língua dos mortais e a
dos Orixás.

O Ipadé de Exú é executado antes de qualquer
cerimônia interna ou pública do Candomblé, para que
o Exú seja sempre o primeiro homenageado.

O Ipadé é celebrado por duas das filhas-de-santo
mais antigas da casa, a Dagã e a Sidagã. Ele
comporta cantiga aos mortos ou para os
antepassados do Candomblé.
Xirê – A dança dos orixás

Os Xirês são a parte pública dos rituais de candomblés.

Acontecem nos barracões ou salas, em momentos que
os leigos podem ter acesso.

É chamado de Brincadeira dos Orixás, momento em que
durante a execução dos toques e cantos específicos,
cada orixá, ao ser saudado, pode comparecer
incorporando-se em seus iniciados, desenvolvendo seus
atos rituais com gestos e comportamentos próprios.

Neste Xirê, o Abaçaí procurou criar o clima funfun, em
que se destaca a cor branca, de Oxalá, predominante
nas casas votadas a este orixá.
Apetrechos de Rituais AfroBrasileiros

Vela – Ilumina os caminhos. Dependendo
das cores, é oferecida aos Orixás, Égun e
Exú.

Pólvora – Afasta
malefícios ou limpa
caminhos. É usada no
início dos trabalhos de
candomblé.

Charutos – Os
caboclos costumam
usar quando estão
fazendo consultas.

Defumadores –
Incenso, ativador da
vida. Mistura de ervas e
resinas odoríferas para
purificar o ambiente ou
o adepto.

Cachimbo – Os pretosvelhos costumam usar
também nas consultas.

Pemba – Giz ritual de várias cores para
traçar sinais chamados pontos riscados
(umbanda).

Oferenda e Obrigações – Dependem do
objetivo e da época como, por exemplo,
reconhecimento do benefício alcançado e
cumprimento do
ritual a que se
propôs.
Ritos Mortuários

Começam com a agonia que coincide nas
sociedades urbanas com o acompanhamento do
corpo e continuam com o velório, as exéquias, as
condolências, o luto público e social e se prolongam
com o culto aos mortos, como a visita ao cemitério.

Têm o efeito de retardar a separação.

Dependem dos costumes das civilizações.
Ritos Fúnebres dos Celtas

Os celtas consagravam grandes cuidados aos seus mortos,
como as tumbas dos príncipes com magníficos tesouros.

A etapa anterior ao enterro era uma longa cerimônia que incluía
o sacrifício de homens ou de animais que deveriam acompanhar
o senhor em sua viagem à eternidade.

Uma vez concluídos os rituais dirigidos pelos druidas, o corpo
do príncipe era transportado ao sepulcro, onde era depositado
em meio às oferendas, além de suas armas e jóias.

Em épocas mais antigas, os chefes militares e os cavaleiros não
eram enterrados: seus corpos eram cremados e as cinzas
depositadas dentro de grandes urnas de bronze ou argila, junto
com a espada, o escudo e as jóias do senhor.
Atividades
1. Para compreender melhor o significado
desses ritos precisamos dominar o
significado de certas palavras. Por isso,
vamos pesquisar e elaborar um pequeno
glossário, para explicar as palavras:







Arrependimento
Mortificação
Perdão
Libertação
Iniciação
Expiação
Crenças
2. Que rito humano você acha mais importante
e por quê?
3. Pesquise quais rituais são realizados na sua
religião.
4. Em grupo partilhem o que descobriram e
selecionem um dos ritos pesquisados para encenar
(teatro)em sala de aula.
5. Encenados os ritos por todos os grupos,
identifiquem os aspectos culturais e religiosos no
rito selecionado pelo seu grupo.
PLANO DE TRABALHO DOCENTE

RITOS: VALOR CULTURAL E RELIGIOSO
Nome: Sirlei Groff Zanini
Disciplina: Ensino Religioso
Colégio: Eleodoro Ébano Pereira – Ensino fundamental e
Médio
Série: 6º série (fundamental)
Período: 1º Semestre 2010

Conteúdo Estruturante:


Universo Simbólico Religioso
Conteúdo Básico:

Ritos

Conteúdo Específico:



Ritos de passagem, mostruários e propiciatórios.
Ritos obsessivos, de interação e instituídos.
Ritos de iniciação, de adivinhação e de expiação ou
purificação, entre outros.

Horas/aula: 10 h/a

Justificativa
Justifica-se o desenvolvimento desse plano de trabalho
docente, por ser conteúdo básico desta disciplina e tendo em
vista o grau de interesse dos nossos alunos referente a um tema
encantador, por ser carregado de símbolos e significados um
tanto desconhecidos, e ao mesmo tempo instigante para os
estudantes.
Para o desenvolvimento desse Plano de Ação, serão
considerados os seguintes conteúdos:

Ritos

Tipologia dos Ritos

Encaminhamento Didático e Recursos Metodológicos
As atividades serão desenvolvidas com alunos da 6ª
série do Ensino Fundamental que freqüentam a disciplina
de Ensino Religioso. Os recursos empregados serão:
Laboratório de informática, textos de apoio, atividades resolvidas
em grupo e peça teatral. Serão oferecidas aulas expositivas,
leituras de textos, debates e vídeos relacionados ao tema.
Para o desenvolvimento desse Plano de Ação, estão
previstos 10 h/s (aula de trabalho com os alunos ).
Primeiramente, serão feitas aulas expositivas com
apresentação do conteúdo “Ritos”, em seguida faremos a
pesquisa na internet sobre o conteúdo, depois os exercícios
escritos para verificação do entendimento, por fim, a escrita e
produção de peças teatrais dos ritos escolhidos pelos
estudantes, levando-os ao conhecimento empírico e conceitual
das funções e aplicabilidade dos ritos religiosos e culturais.

Encaminhamento Didático e Recursos Metodológicos
Para conclusão serão apresentadas as peças
teatrais para os alunos das 5ª séries do colégio.
Com esse trabalho, espera-se que o aluno desenvolva
hábitos de respeito às diferenças religiosas e culturais e
construa uma consciência de valorização dos ritos e rituais
para a sociedade, em especial na sua comunidade.

Avaliação (Critérios e Instrumentos)
Pesquisa no Laboratório de informática;
Atividades em grupos e individuais (Apresentação dos
exercícios e pesquisa);
Análise do texto escrito para a peça teatral;
Teatro.
Bibliografia




DCE – Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a
Educação Básica. Curitiba, 2008
“O Rito na Vida e nas Religiões” de Eliomar Ribeiro
NAUROSKI, Everson Araújo, Redescobrindo o Universo
Religioso, ensino fundamental,Volume 7, Petrópolis: Vozes, 2001.
BIANCA, Valmir et al – O Sagrado no ensino religioso – Cadernos
pedagógicos para o ensino fundamental. - Curitiba: SEED – PR,
2006.

Vídeos:

Trecho de “O pequeno príncipe” – fala da visita
do príncipe à raposa – “É preciso ritos”.

Trecho de “Cavalo de Oxumaré” – filme que
mostra a iniciação no candomblé – sangue
derramado na cabeça raspada.

Besouro

Colocar o slide das orquídeas no final do
trabalho, está no meu e-mail.
Download

RITOS SAGRADOS - Ensino Religioso