Comunicação, Arte e Ludicidade na formação do Professor-Gestor.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA:
O tema Comunicação, Arte e Ludicidade perpassará pelos componentes
curriculares do período de forma a consolidar o enfoque do trabalho escolar
como um todo interrelacionado e integrado. A ênfase é dada à reflexão sobre a
importância da comunicação, da arte e da ludicidade na formação integral do
sujeito, inclusive e principalmente, do professor-gestor, sustentada pelos
enfoques filosóficos, sociológicos e históricos, a partir de uma construção
científica do trabalho, tendo como preocupação premente o desenvolvimento
das questões ligadas a arte, a educação e a recreação e jogos, de forma a
contribuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias ao
desempenho das atividades desse professor, tanto administrativamente como
pedagogicamente.
Segundo LUCKESI,2000,
...um fazer humano mais amplo, que se relaciona não apenas à presença de
brincadeiras e jogos mas também a um sentimento, atitude do sujeito
envolvido na ação, que se refere a um prazer de celebração em função do
envolvimento genuíno com a atividade, a sensação de plenitude que
acompanha as coisas significativas e verdadeiras.
JOGOS.
O ato de jogar é tão antigo quanto o
próprio homem, na verdade o jogo faz
parte da essência de ser dos
mamíferos. O jogo é necessário ao
nosso processo de desenvolvimento,
tem uma função vital para o indivíduo,
principalmente como forma de
assimilação da realidade, além de ser
culturalmente útil para a sociedade
como expressão de ideais
comunitários.
PASSERINO, 1998
A palavra jogo é originária do latim: iocus, iocare e significa
brinquedo, folguedo, divertimento, passatempo sujeito a
regras, ou até mesmo uma série de coisas que formam uma
coleção.
Lúdico vem do latim ludus, que significa: exercício, drama,
teatro, circo e também possui o significado de escola onde
exista muitos exercícios (militar, de gladiadores, primária, de
ler e escrever), significa também exercício escolar (magister
ludi)
O verbo ludere significa: exercer, treinar.
O contrário do jogo não é a seriedade, mas a
realidade.
Freud, S. (1856-1939)
Piaget retrata o jogo como uma harmonia de assimilações
e de acomodações que implicarão as evoluções do
pensamento verbal, intuitivo e abstracto.
Huizinga caracterizou o jogo como uma energia vital que
ultrapassa as necessidades imediatas e estimula o
crescimento.
Claparéde considera o jogo fundamental para o
desenvolvimento do ego do indivíduo.
Nielson diz que o aspecto relacional atinge o seu grau
máximo pelo jogo.
Vítor da Fonseca diz que a atmosfera lúdica é o diapasão
do êxito de uma terapia psicomotora e simultaneamente
uma componente extraordinariamente rica de toda a
relação humana
• Envolvimento emocional: capacidade de absorver o participante de
maneira intensa e total . Cria uma atmosfera de espontaneidade e
criatividade.
• Limitação de tempo : o jogo tem um estado inicial, um meio e um fim;
tem um caráter dinâmico e possibilidade de repetição.
• Limitação do espaço: o espaço reservado seja qual for a forma que
assuma é como um mundo temporário e fantástico.
• Existência de regras: cada jogo se processa de acordo com certas
regras que determinam o que vale ou não dentro do mundo imaginário
do jogo. Isto auxilia no processo de integração social.
• Estimulação da imaginação e auto-afirmação e autonomia.
Passerino, L. 1998
A LUDICIDADE FAZ PARTE DA
ESSÊNCIA DO SER HUMANO E O
JOGO É A SUA EXPRESSÃO, NO QUAL
O JOGADOR É O PROTAGONISTA.
O Lúdico é eminentemente educativo no sentido em
que constitui a força impulsora de nossa curiosidade
a respeito do mundo e da vida, o princípio de toda
descoberta e toda criação. “
“o lúdico proporciona a entrada em cena de todos os
elementos do ser humano, aumentando a motivação
pela vida, pelo futuro, pelo sucesso, pelo trabalho e pelas
mudanças.”
Yvette Datner
ENSINO e APRENDIZAGEM:
A criança através do jogo obtém prazer e
realiza um esforço espontâneo e voluntário
para atingir os objetivos.
O jogo é um impulso natural da criança
funcionando assim como um grande
motivador.
O jogo mobiliza esquemas mentais:
estimula o pensamento, a ordenação de
tempo e de espaço.
O jogo integra várias dimensões da
personalidade: afetiva, social, motora e
cognitiva.
O jogo favorece a aquisição de condutas
cognitivas
e
desenvolvimento
de
habilidades como:
coordenação, destreza, rapidez, força,
concentração.
O lúdico influencia enormemente o desenvolvimento
da criança. É através do jogo que ela aprende a agir,
sua curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e
autoconfiança, proporciona o desenvolvimento da
linguagem, do pensamento e da concentração.
Vygotsky, L. 1896-1934
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS:
. TRABALHAR A ANSIEDADE.
• REVER OS LIMITES
• REDUZIR A DESCRENÇA NA AUTOCAPACIDADE DE REALIZAÇÃO.
• DIMINUIR A DEPENDÊNCIA DESENVOLVENDO A AUTONOMIA.
• APRIMORAR A COORDENAÇÃO MOTORA.
• DESENVOLVER A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL.
• MELHORAR CONTROLE SEGMENTAR.
. AUMENTAR ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO.
• DESENVOLVER ANTECIPAÇÃO E ESTRATÉGIA.
• TRABALHAR A DISCRIMINAÇÃO AUDITIVA.
• AMPLIAR E DESENOLVER O RACIOCÍNIO LÓGICO
• DESENVOLVER A CRIATIVIDADE.
• POSSIBILITAR A PERCEPÇÃO DA FIGURA E DO FUNDO
• TRABALHAR O JOGO
ANSIEDADE.
Ao vivenciar através do jogo uma
pequena frustração de um desejo,
ao ter que esperar por sua vez
para poder concretizá-lo, o grau de
satisfação e prazer se eleva,
conferindo uma sensação de
capacidade de realização para a
pessoa.
ANSIEDADE
Os jogos competitivos e com regras levam a pessoa a
apreender conceitos básicos de vida, pois são obrigadas
a se enquadrar em determinadas regras para poder
realizar algo.
Aprende a respeitar para ser respeitado e, então, a
situação vivenciada no lúdico é transposta para outras
situações de vida.
(...) A criança ama a regra: na regra ela encontra o
instrumento mais seguro de sua afirmação; pela
regra, ela manifesta a permanência de seu ser, da
sua vontade, de sua autonomia .
Chateau, Jean. 1987
LIMITES.
Os jogos competitivos e com regras levam a pessoa a
apreender conceitos básicos de vida, pois são
obrigadas a se enquadrar em determinadas regras para
poder realizar algo.
Aprende a respeitar para ser respeitado e, então, a
situação vivenciada no lúdico é transposta para outras
situações de vida.
(...) A criança ama a regra: na regra ela encontra o
instrumento mais seguro de sua afirmação; pela
regra, ela manifesta a permanência de seu ser, da
sua vontade, de sua autonomia .
Chateau, Jean. 1987
AUTOCAPACIDADE DE REALIZAÇÃO.
Na atividade lúdica, a criança poderá ter
suas experiências de errar, acertar, construir,
criar, copiar, projetar...sem se preocupar
com o erro, pois ele, na verdade, significa
tentativa de acerto.
Isto aumentará sua auto-estima, revelando
que é capaz; que pode usar o que já vem
pronto, mas que também pode fazer e
construir muitas coisas por si próprio.
Não tema os erros. Eles não existem!
Davis, Miles (1926 - 1991)
AUTONOMIA.
O desenvolvimento da autonomia é um
aspecto fundamental para a maturidade
emocional e o equilíbrio entre o psíquico e o
mental.
Ter de fazer sua parte sozinha, ser
responsável por suas escolhas e atos no
jogo, levam a criança a desenvolver sua
autonomia.
A concepção de brincar como forma de
desenvolver a autonomia das crianças
requer um uso livre de brinquedos e
materiais, que permita a expressão dos
projetos criados pelas crianças.
Kishimoto, 1996
COORDENAÇÃO MOTORA.
Alguns jogos proporcionam a oportunidade
do desenvolvimento motor, habilidade
importante para a alfabetização.
Além disso, a coordenação motora
também pode ser desenvolvida ao se
construir jogos, artesanalmente, quando
se manipula ferramentas e materiais de
desenho, pintura, colagem, modelagem ou
dobradura.
COORDENAÇÃO MOTORA
Algumas atividades lúdicas
proporcionam oportunidades para
que a pessoa perceba, relacione e
organize seus espaços externos,
possibilitando, com isso, a
introjeção dessa organização.
ORGANIZAÇÃO ESPACIAL.
Algumas atividades lúdicas
proporcionam oportunidades para
que a pessoa perceba, relacione e
organize seus espaços externos,
possibilitando, com isso, a
introjeção dessa organização.
CONTROLE SEGMENTAR.
Através da atividade lúdica
podemos aprender a controlar
os segmentos de nosso corpo
para a realização prazerosa de
tarefas, antes exaustiva, por
usar nessas tarefas, mais
músculos que os necessários.
ATENÇÃO e CONCENTRAÇÃO
A sensibilização prévia através
de jogos pode motivar o aluno e
despertar seu interesse para
uma atividade e
conseqüentemente ativar sua
concentração.
ANTECIPAÇÃO e ESTRATÉGIA.
O raciocinar, o criar hipóteses,
aplicando-as e verificando
imediatamente os resultados,
através do jogo, fazem com que
o aluno, de forma lúdica, entre
em contato com a realidade e se
prepare para a solução de
problemas.
O brincar em qualquer tempo
não é trivial, é altamente sério e
de profunda significação.
Froebel, 1912
DISCRIMINAÇÃO AUDITIVA.
Alguns jogos facilitam esse
trabalho, apresentando sons
diferentes, fazendo com que
os alunos habituem seus
ouvidos a distingüi-los.
RACIOCÍNIO LÓGICO
Todos os jogos que exigem
antecipação, planejamento e
estratégia estimulam o
raciocínio
CRIATIVIDADE.
Os alunos precisam de liberdade para
desenvolver seu potencial criativo, sendo tarefa
do educador criar condições para que isso
aconteça, evitando censuras ou críticas
desnecessárias, possibilitando assim que eles
se arrisquem e se mostrem, sem receio.
Se desejamos formar seres criativos, críticos
e aptos para tomar decisões, um dos
requisitos é o enriquecimento do cotidiano
infantil com a inserção de contos, lendas,
brinquedos e brincadeiras.
Vygotski (1896-1934)
PERCEPÇÃO.
O jogo possibilita o treino de
lidar com figura e fundo, pois, às
vezes, a atenção do participante
está centrada no momento, nas
figuras, e em outros momentos a
atenção estará dirigida para um
outro foco.
TIPOS DE JOGOS.
Jogos sensoriais: nos quais entram em ação dos órgãos do
sentidos (cheirar, provar, escutar, tocar, etc).
Jogos psíquicos: que exercitam as capacidades mais elevadas
(jogar sério, conter o riso, brincar de estátua, etc).
Jogos motores: nos quais entram em ação os músculos e a
coordenação dos movimentos (engatinhar, saltar, jogo de bola,
etc.)
Jogos afetivos: que lidam com sentimentos e experiências
pessoais (através de imagens, escultura, musica, etc).
Jogos intelectuais: jogos de dominó, damas, rimas de palavras,
charadas, adivinhações, xadrez, etc).
Teixeira e Figueiredo, 1970
SABER JOGAR.
Deve-se dar a oportunidade de desenvolver no aluno o
“saber jogar”.
É preciso que o aluno aprenda a reagir de forma
adequada às emoções suscitadas pelo jogo, assim
como o educador deve sempre estar atento a este
aspecto, ao propor um determinado jogo.
O jogo para a criança é o exercício, é a
preparação para a vida adulta. A criança
aprende brincando, é o exercício que a faz
desenvolver suas potencialidades.
Lopes, 1998
Desenvolvimento afetivo
Sensibilidade
Emocional
Desenvolvimento motor
Qualidades físicas
Qualidades psicomotoras
Orientação
Adaptação
Desenvolvimento
expressivo
Dramatização
Desenvolvimento
cognitivo
Desenvolvimento
biológico
Estimula o crescimento
Sensorial.
Tónico
Desenvolvimento lúdico
Desinibição
Libertação
Desbloqueação
Universo mágico
Desenvolvimento
social
Capacidade
relacional
Coletividade
Comunicação
Interação
Valores socioculturais
Psicológico
Inteligência
Linguagem
Conhecimento
Compreensão
Reflexão
Imaginação
Criação
Improvisação
Representação
Brincar é um componente crucial do
desenvolvimento, pois, através do brincar a
criança é capaz de tornar manejáveis e
compreensíveis os aspectos esmagadores e
desorientadores do mundo. Na verdade, o brincar
é um parceiro insubstituível do desenvolvimento,
seu principal motor. Em seu brincar, a criança
pode experimentar comportamentos, ações e
percepções sem medo de represálias ou fracasso,
tornando-se assim mais bem preparada para
quando o seu comportamento 'contar'.
Howard Gardner (1945 - )
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lúdico - Universidade Castelo Branco