UNIVERSIDADE INTERAMERICANA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
MARIA GEORGINA SANTOS DE SOUZA
A APLICABILIDADE DO LÚDICO NO ENSINO FUNDAMENTAL
SALVADOR – BAHIA
MAIO, 2015
CAPÍTULO 2: A APLICABILIDADE DO LÚDICO NO ENSINO FUNDAMENTAL
A escola apresenta-se como um espaço criado, especificamente, para a
realização da aprendizagem de modo sistemático, onde conta com profissionais
capacitados - professor, equipe pedagógica, direção etc. – para fornecerem os
instrumentos necessários aos alunos para a realização desse processo,
auxiliando-os e; muitas vezes, estimulando-os para que possam superar
dificuldades e desenvolver habilidades que asseguram a concretização da
aprendizagem.
Neste ínterim, além da aprendizagem propriamente dita, a escola precisa
auxiliar seus alunos a se desenvolverem nas esferas da socialização e no
desenvolvimento de sua motricidade. É neste contexto, onde inúmeros objetivos
são lançados, que o lúdico entra como ferramenta altamente eficaz, capaz de
promover esse intento, especialmente por ser algo inerente do ser humano.
Desta forma, entende-se que a ludicidade, hoje, direcionada tanto para
crianças, jovens ou adultos em diferentes instituições como: escolas, empresas,
universidades, hospitais, etc, tem que ser tratada com cientificidade para poder
ser um fator transformador (SANTOS, 2001).
Por este motivo, o ambiente escolar deve estar preparado para lidar com a
proposta de uma escola lúdica, que já é uma realidade. Almeida (1998) afirma
que as finalidades educacionais da escola lúdica não se diferenciam das escolas
mais modernas que também priorizam a formação de alunos críticos, criativos,
conscientes e transformadores, ou a formação acadêmica quanto ao domínio do
conhecimento acumulado no decorrer do processo histórico; essas escolas
diferenciam-se quanto à formação do papel do aluno: alunos capazes de buscar
por si mesmos os conhecimentos e construí-los de maneira prazerosa; aptos a
vivenciar atitudes que beneficiem a coletividade, crianças solidárias e que
passem a viver de forma democrática.
A escola lúdica de ensino fundamental busca objetivos essenciais da
educação que são previstos por lei, entre estes, o domínio do conhecimento
acadêmico, instigando no aluno o gosto pelos estudos, à consciência da busca
do conhecimento e de seu processo de construção; além de interiorizar e
exteriorizar posturas, no que diz respeito ao hábito de estudar, responsabilidade,
compromisso, vivências de regras básicas e a consciência do processo histórico,
sem quebrar sua condição de felicidade, enquanto ser individual e coletivo
(ALMEIDA, 1998).
É fato a importância dessas características para o desenvolvimento sadio
do indivíduo, assim como a necessidade da escola apresentar-se apta para a
implementação do lúdico nas atividades escolares; porém, por diversos fatores
algumas instituições acabam encontrando dificuldades para atingirem esses
objetivos e também se incluírem neste modelo de “escola lúdica”. Contudo, o
lúdico à criança deve ser uma prioridade da escola, como é evidenciado por
Marcelino (1996, p. 38)
É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços
para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com
intensidade capaz de formar a base sólida para a criatividade e
a participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer
de viver, e viver, como diz a canção [...] como se fora brincadeira
de roda [...]
Mas é importante destacar, que a falta de espaço físico ou qualquer
limitação de recurso não pode ser colocado como impedimento para a prática do
lúdico, pois o mesmo não se restringe a tais elementos, não podendo, portanto,
ser descartado, colocado em último plano por apresentar-se de difícil execução.
De acordo com Almeida (2009) “o que traz ludicidade para a sala de aula é muito
mais uma "atitude" lúdica do educador e dos educandos.”
Pessoa (2012) resume o que o lúdico representa e traz de benefícios para
o desenvolvimento da criança, deixando claro, portanto, que qualquer limitação
ou resistência por parte da escola e de professores devem ser superadas, pois
os benefícios são infinitamente superiores, desencorajando qualquer ato de
limitação por parte daqueles que devem promover um melhor processo de
aprendizagem:
Dessa forma, durante suas brincadeiras, um indivíduo acumula
experiências em contato com pessoas e coisas, armazenando-as em
sua memória, estimula a sua criatividade e percepção, e maturidade
que o ajuda na solução de conflitos e problemas, melhora seu
vocabulário, aprende a controlar suas emoções, adaptando seus
comportamentos, de acordo com seu grupo social (PESSOA, 2012, p.
13)
Todos estes elementos que beneficiam o desenvolvimento do discente são
imprescindíveis para a concretização de uma escola lúdica, que como é frisado
por Almeida (1998), “possui um currículo previsto por lei, desenvolvido e
complementado pela escola, com conteúdo interdisciplinares que prioriza o
trabalho coletivo em busca da concretização dos conteúdos.”
A Lei de Diretrizes e Bases - LDB solidifica e expande o dever do poder
público para com a educação de forma geral, e em particular para com o Ensino
fundamental, garantindo a todos a formação comum imperiosa para o exercício
da cidadania e lhes dá meios para avançar no trabalho e em estudos posteriores.
Atribuindo, assim, ao ensino fundamental um caráter de terminalidade e de
continuidade. (BRASIL, 1996).
Conforme a LDB, seção III artigos 32º, 33º, 34º, o ensino fundamental tem
duração de oito anos, é obrigatório e gratuito na escola e o objetivo é a formação
básica do cidadão, em que o discente deve desenvolver o pleno domínio da
leitura, escrita e cálculos, compreender o ambiente natural, social e político,
adquirir conhecimentos, habilidades e formar valores (BRASIL, 1996 apud
FIGUEREDO, 2011).
Neste sentido, a ludicidade é sugerida em muitas propostas pedagógicas
estabelecidas pela LDB, sendo assim, o lúdico entra como instrumento de
práticas pedagógicas, em várias áreas, até mesmo na matemática, haja vista
que o mesmo desempenha uma função vital na aprendizagem, pois por meio
desta prática o indivíduo busca o seu autoconhecimento, tem experiências
pessoais, valores, ajuizamentos, busca soluções diante dos problemas que
surgem a sua frente e tem a percepção de si próprio como parte integrante no
processo de construção de sua aprendizagem, que culmina numa nova dinâmica
de ação, permitindo uma construção significativa.
Deste modo, Pinto e Tavares (2010) sugerem que o lúdico pode se
caracterizar como, sentimentos, questionamentos, prática social, mediação
professor/aluno, habilidades, autonomia, responsabilidades, senso crítico e
aperfeiçoamento de estruturas mentais, como atenção, percepção e raciocínio.
Para isso, é fundamental que a escola abrace as propostas e torne-se
uma escola lúdica. É fato que é papel da educação formar indivíduos críticos e
criativos, que criem, inventem, descubram e que estejam aptos a construção de
conhecimento. É essencial formar os indivíduos para a vida, e não pessoas
apáticas que recebem tudo que lhe é imposto. Daí a importância de fazer com
que a educação instigue nos discentes o anseio por aprender, por descobrir, e
que a partir daí tomem atitudes de iniciativa e não somente de expectativa.
O discente ao chegar na escola já traz consigo uma bagagem
considerável de conhecimento, entretanto, na maioria das vezes a escola não
aproveita o conhecimento prévio desses alunos, fazendo com que haja um
distanciamento entre a realidade vivida na escola e os seus saberes, culminando
no comprometimento da espontaneidade desse aluno em sala de aula
prejudicando assim o fluir natural de sua imaginação e emoção.
Por esse motivo, o ambiente escolar deve estar preparado para lidar com
a proposta de uma escola lúdica, que já é uma realidade. Almeida (1998) afirma
que os fins educacionais desta escola não se diferenciam de escolas mais
modernas que também priorizam a formação de alunos críticos, criativos,
conscientes e transformadores, ou a formação acadêmica quanto ao domínio do
conhecimento acumulado ao longo do processo histórico; essas escolas
distinguem-se quanto à formação do papel do aluno: alunos capazes de buscar
por si mesmo os conhecimentos e a construí-los de maneira prazerosa; capazes
de vivenciar atitudes que beneficiem a coletividade, crianças solidárias e que
passem a viver de forma democrática.
A escola lúdica de ensino fundamental busca objetivos fundamentais da
educação que são previstos por lei, entre estes, o domínio do conhecimento
acadêmico, estimulando no discente o gosto pelos estudos, à consciência da
busca do conhecimento e de seu processo de construção; além de interiorizar e
exteriorizar posturas, no que concerne a rotina de estudos, responsabilidade,
compromisso, experiências de regras básicas e a consciência do processo
histórico, sem eliminar a sua condição de felicidade, enquanto ser individual e
coletivo (ALMEIDA, 1998).
O autor salienta ainda que a escola lúdica possui um currículo previsto por
lei e complementado pela escola, sendo definido pela equipe escolar. Os
conteúdos são elaborados de forma transdisciplinar, são propostos de maneira
que haja uma sequência em sua programação, priorizando sempre o trabalho
coletivo em busca da concretização dos conteúdos. Destacando que a proposta
do trabalho transdisciplinar integra os conteúdos caracterizados em vários
níveis, tais como, comunicação e expressão, raciocínio, curiosidade, ética e
práticas esportivas (ALMEIDA, 1988).
Em suma, a aplicabilidade do lúdico é de grande importância como
instrumento facilitador da aprendizagem. Por isso, urge a necessidade de utilizar
ferramentas lúdicas que instiguem o aprendizado das disciplinas, inclusive na
matemática, bem como a compreensão positiva dos benefícios que podem gerar
a implantação correta desse instrumento.
A inclusão do lúdico na escola é relevante, pois poderá promover a busca
para a redução de altos índices no desempenho ruim de alunos diante de provas
ou atividades nacionalmente reconhecidas. Ou seja, a aplicação do mesmo pode
auxiliar os alunos, estimulando-os a superar dificuldades e desenvolver
habilidades que garantem a efetivação da aprendizagem.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, P. N. de. Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 9ª ed.
São Paulo: Edições Loyola, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. Lei n.
9394,20 de dezembro de 1996. Brasília: MEC/SEF, 1996.
FIGUEREDO, Milene da Silva. A importância do lúdico no ensino da
matemática / Milene da Silva Figueiredo. - João Pessoa, 2011. 63 p.
MARCELINO, N. C. Estudos do lazer: uma introdução. Campinas, São
Paulo: Autores Associados, 1996.
PINTO, Cibele Lemes; TAVARES, Maria Helenice. O lúdico na aprendizagem:
apreender e aprender. Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 226-235,
2010.
SANTOS, S. m. P. dos. Brinquedos e infância um guia para pais e
educadores em creche. 3ª ed. Petropólis: Vozes, 2001.
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