Colégio La Salle São João Professora Kelen Costa – Educação Infantil __________________________________________________________ Educação Infantil- Brincar também é Educar A importância do lúdico na formação docente e nas práticas de sala de aula. A educação lúdica esteve presente em todas as épocas, muitos contextos de inúmeros pesquisadores, formando hoje, uma vasta rede de conhecimentos não só no campo da educação, psicológica, fisiológica, como em todas as áreas de conhecimento. Por muito tempo as instituições de Educação Infantil se preocupavam apenas em cuidar de crianças pequenas, hoje observamos que vai muito, além disso, é preciso educar. A necessidade da ludicidade no desenvolvimento da criança é um assunto que tem conquistado espaço nas instituições de educação infantil, por ser o brinquedo e as brincadeiras a essência da infância e seu uso permiti um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento. Segundo Campagne (1989), o brinquedo infantil possui diversas funções: é o suporte do jogo, mediador que permite á criança testar situações da vida real ao seu nível, sem riscos e sob seu controle. Objeto que desperta a curiosidade, exercita a inteligência, permite a invenção e a imaginação e possibilita que a criança descubra pouco a pouco suas próprias capacidades de apreensão: o brinquedo propõe á criança um mundo do tamanho de sua compreensão. O lúdico tem um desenvolvimento enorme e uma visão do mundo mais que real. Se for bem aplicada e bem compreendida poderá contribuir para a melhoria do ensino. Trabalhar com crianças usando somente métodos tradicionais como lápis, polígrafos e folhas, para as crianças de hoje, isso não basta. Contudo se torna importante, pois a criança precisa ter várias ferramentas de aprendizagem para assimilar e desenvolver cognitivamente os conteúdos. Mas o professor também pode usar sua criatividade para educar com atividades lúdicas. Mesmo sabendo que alguns casos alguns profissionais acreditam que brincar é perde de tempo e gasto de energia para realizar as atividades de sala de aula. O professor de Educação infantil deve reconhecer o ato de brincar como um recurso pedagógico em sala de aula. Quanto mais significativas são as atividades oferecidas pela professora, mais a criança demonstra interesse em participar e se inserir no ambiente escolar. Ao brincar, a criança constrói valores e atitudes em relação a si mesmas e ao próximo, vivenciando concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência. Portanto, cabe ao professor respeitar este seu direito fundamental para que ela se transforme em um indivíduo criativo, livre e consciente da necessidade de valorizar o ambiente que a rodeia. O ato de brincar está presente em todas as dimensões da existência do ser humano, e muito especialmente, na vida das crianças. Para a criança, brincar é viver. Brincando a criança aprende. A brincadeira facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. Devemos pensar que esperança de uma criança ao caminhar para escola é encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder, alguém consciente, que se preocupe com ela e que a faça pensar, tomar consciência de si e do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir uma nova história para uma sociedade melhor. Segundo Antunes (2004) “As atividades lúdicas tem um papel fundamental na estruturação do psiquismo e no ato de brincar que a criança a criança utiliza elementos da fantasia e a realidade e começa a distinguir o real do imaginário. É através da ludicidade que ela desenvolve não só a imaginação, mas também fundamenta afetos elabora conflitos e ansiedades, explora habilidades e a medida que assume vários papéis fecunda competências cognitiva e interativas”. Na atividade lúdica o que importa não é apenas o produto da atividade, o que dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido. Possibilita a quem a vivência, momentos de encontro consigo e com o outro, momentos de fantasia e de realidade, de resignificação e percepção, momentos de autoconhecimento e conhecimento do outro, de cuidar de si e olhar para o outro, momento de vida. Uma aula com características lúdicas não precisa ter jogos ou brinquedos. O que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma "atitude" lúdica do educador e do educando. Assumir essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança cognitiva, mas, principalmente, uma mudança afetiva. a ludicidade exige uma predisposição interna, o que não se adquire apenas com a aquisição de conceitos, de conhecimentos, embora estes sejam muito importantes. O grande trunfo das atividades lúdicas é o fato de elas estarem centradas na emoção e no prazer, mesmo quando o jogo possa trazer algum sofrimento ou frustração para a criança, é quando ela consegue exprimir as emoções consideradas negativas, dando lugar para que outras emoções mais positivas se instalem. Por este motivo o professor por sua vez, precisa inserir o ato de brincar em sua prática pedagógica, vivenciando o universo infantil não apenas na teoria, mas na prática, transformando a sala de aula em um ambiente de alegria e de prazer. Quanto mais o educador vivenciar sua ludicidade, maior será a chance de este profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa. Mas devemos ficar atentos para não conceber o lúdico como atividade apenas de prazer e diversão, negando seu caráter educativo é uma concepção ingênua e sem fundamento. A educação lúdica é uma ação inerente na criança e no adulto aparece sempre, como uma forma transacional em direção a algum conhecimento. O adulto que volta a brincar não se torna criança novamente, apenas ele convive, revive e resgata com prazer a alegria do brincar, por isso é importante o resgate desta ludicidade, a fim de que se possa transpor esta experiência para o campo da educação. O desenvolvimento das atividades lúdicas educativas é de fundamental importância: garantir a formação do professor e condições de atuação. Somente assim será possível o resgate do espaço da criança no dia a dia na escola. Por estas razões que acredito que, no contexto da formação dos profissionais de educação infantil, deveriam estar presentes disciplinas de caráter lúdico, pois a prática docente é reflexo da formação do indivíduo. Quanto mais vivencias lúdica forem proporcionadas nos currículos acadêmicos, mais preparo o educador estará para trabalhar com as crianças. É necessário que os educadores da educação infantil realizem um trabalho extenso para informar à sociedade que o “brincar” não é uma perda de tempo, mas um processo pelo qual a criança deve passar. Espera-se que os espaços escolares se transformem em lugares prazerosos, cheios de desafios, emoções e descobertas, sobre os quais as crianças possam dizer: “Como é bom estar aqui, amanhã quero voltar!”. Referências bibliográficas KAMI ,Constance,Devries, Rheta. Jogos em grupos na educação infantil: implicação da teoria de Piaget. São Paulo, 1991. RIZZI, Leonor, Haydt, Regina Célia. Atividades lúdicas na educação da criança. 2ª Ed. São Paulo: Atica, 1987. ALMEIDA, Paulo Nunes de. “Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos”. 5ª ed.São Paulo:Loyola, 1994. SANTOS, Santa Marli Pires. Brinquedo e Infância: Um guia para pais e educadores em creche. Petrópolis, 2004. 6º edição.