Boletim da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual Janeiro/Fevereiro de 2012 - nº 129 ABPI no Conselho Nacional de Combate à Pirataria Desde fevereiro deste ano, a ABPI passou a integrar o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNPC), do Ministério da Justiça, para o biênio 20012/2014. Ao lado de representantes de vários ministérios e entidades privadas, a ABPI está representada no órgão pelo seu presidente Luiz Henrique do Amaral e pelo associado José Henrique Werner. O tema da pirataria tem sido abordado nos vários congressos realizados pela ABPI e será contemplado no XXXII Congresso, em agosto deste ano. Página 3. Cerimônia de posse dos novos integrantes do Conselho Nacional de Combate à Pirataria Câmara de Solução Alinhamento de Comitê Empresarial de Disputas Relativas pautas e temas e CNI ajustam a Nomes de Domínio atuais nas Comissões agenda de PI inicia os trabalhos As Comissões de Estudo da ABPI, Em sua última reunião, em janeiEstará funcionando, a partir de março, a Câmara de Solução de Disputas Relativas a Nomes de Domínio (CASD-ND) da ABPI, que será presidida pelo advogado Carlos Henrique Fróes. As sentenças, que obrigarão as partes ao seu cumprimento como as decisões judiciais, serão proferidas por associados da entidade. Página 2. nomeadas para o biênio 2012/2013, terão temas e agendas predefinidas ao longo deste ano. Os trabalhos terão duas linhas mestras: os temas abordarão questões atuais de interesse da indústria de conteúdo e as comissões deverão buscar alinhamento de agendas. Página 2. Nº 129 • Janeiro/Fevereiro de 2012 Boletim da ABPI ro, o Comitê Empresarial da ABPI comprometeu-se a encontrar pontos de convergência com o documento “Uma agenda para a Inovação”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A ideia é agregar à agenda do Comitê itens da pauta da CNI que já estão em avançado estágio de negociação com o governo. Página 4 1 Câmara de Solução de Disputas Relativas a Nomes de Domínio terá peso de decisão judicial As disputas por nomes de domínio na internet, que no Brasil vinham sendo travadas na Justiça comum, serão solucionadas agora em fórum especializado de alto nível. A ABPI está implementando, a partir de março, a Câmara de Solução de Disputas Relativas a Nomes de Domínio (CASD-ND), vinculada ao Centro de Solução de Disputas, Mediação e Arbitragem em Propriedade Intelectual (CSD-PI). As sentenças da CASD-ND -, que terá a presidência do advogado Carlos Henrique Fróes serão proferidas pelos especialistas em Propriedade Intelectual do País e terão força de decisão judicial. A CASD-ND deverá arbitrar boa parte das disputas ponto.com.br que deságuam diariamente na Justiça não especializada. Os contenciosos mais comuns referem-se à usurpação de marcas e nomes de pessoas, geralmente com interesse comercial. No Brasil, domínios de marcas conhecidas como Globo, Embratel, Ayrton Senna, Romário e, mais recentemente, Rider foram registrados por terceiros e posteriormente recuperados na Justiça pelos verdadeiros detentores dos direitos. Segundo Fróes, no Brasil, o registro de nomes de domínio na internet era feito originalmente pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que não levava em conta os direitos legítimos de Propriedade Intelectual. Desde 1995, no entanto, estes registros estão a cargo do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC BR), entidade privada que também é responsável pelo credenciamento das entidades arbitrais. O NIC BR tem critérios mais rígidos para registrar nomes de domínio, mas também não trata de contenciosos. No plano internacional as grandes disputas de nomes de domínio na internet são mediadas pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), com sede em Genebra. No seu primeiro julgamento do gênero, em dezembro de 1999, a OMPI deu ganho de causa a World Wrestling Federation (WWF) contra um morador da Califórnia que registrou na Austrália o domínio worldrestligfederation.com e, três dias depois, tentou vendê-lo à entidade pela módica quantia de US$ 1.000. Outros casos famosos arbitrados pela OMPI envolveram nomes de personalidades famosas, como a atriz Júlia Roberts e marcas consagradas do mundo empresarial. Em 2005, num caso de grande repercussão, o National Arbitration Forum (NAF), dos EUA, arbitrou a favor do Google o direito de uso dos domínios gookle.com; ghoogle.com; gfoogle.com – que haviam sidos registrados pelo russo Sergey Gridasov e utilizados para disseminar vírus na internet. Comissões terão agendas complementares A primeira reunião conjunta das Comissões de Estudo da ABPI, no início de fevereiro, definiu uma nova forma de atuação para o próximo biênio. Os trabalhos, segundo o diretorrelator Cláudio Lins de Vasconcelos, serão direcionados para dois macro objetivos: o primeiro, relativo a conteúdo, priorizará temas de relevância imediata, que façam parte da agenda atual do legislativo e executivo, sempre tendo como foco o interesse das indústrias intensivas em conteúdo, dos titulares de direitos de propriedade intelectual; e o segundo, referente à metodologia, buscará o alinhamento de agendas, incentivando a interação, a complementaridade e a troca de idéias entre as comissões. “O trabalho das Comissões, de vital importância, é dar sustentação técnica para balizar a atuação político-institucional da ABPI”, diz Lins de Vasconcelos. A primeira reunião conjunta, ocorrida em 29 de fevereiro, das comissões de Marcas e de Software e Informática, inaugurou a nova metodologia de agendas integradas, ao levar para discussão o tema “Generic Top Level Domains (GTLDs) – regis2 tro de marcas como domínios de primeiro nível (marca)”. A principal vantagem desse sistema, segundo o diretor-relator, é tornar os trabalhos mais objetivos, evitando o desperdício de tempo e energia dos membros das comissões. “Cada vez mais, quando falamos de propriedade intelectual, deixamos de ter fronteiras estanques entre as áreas e isso se refletirá no trabalho das comissões”, diz Lins de Vasconcelos. As comissões também atuarão com agenda pré-determinada de datas e temas em 2012. As datas estão sendo definidas pelos coordenadores e cocoordenadores, de forma a não coincidirem com outros eventos do setor, como as reuniões da INTA e o Congresso anual da ABPI. A Comissão de Cultivares, por exemplo, já propôs como ação pontual para 2012, o “envio de ofício da ABPI à Casa Civil, solicitando continuidade na tramitação do anteprojeto de Lei de Proteção de Cultivares, explicando a importância da Lei nº 9.456/1997”. Os novos co-coordenadores da Comissões de Estudo da ABPI, para o biênio 2012-2013, são: Biotecnologia: Leonor Magalhães Peres Galvão de Botton e Paula Santos Silva; Cultivares: Ana Cristina Almeida Müller e Maria Cecília de Araújo Oswald; Desenho Industrial: Saulo Murari Calazans e Hermínia Leitão Mendes; Direito da Concorrência: Paulo Parente Marques Mendes e José Carlos da Matta Berardo; Direito Internacional da Propriedade Intelectual: Attilio José Ventura Gorini e Benny Spiewak; Direitos Autorais e Direitos da Personalidade: Fábio Barboza Pereira e Rodrigo Kopke Salinas; Direitos de Propriedade Intelectual em matéria de Esporte: Peter Eduardo Siemsen e Alberto Jerônimo Guerra Neto; Indicações Geográficas: Ana Lúcia de Sousa Borda e Roner Guerra Fabris; Marcas: Álvaro Loureiro Oliveira e Laetitia Maria Alice Pablo d’Hanens; Patentes: Maria Carmen de Souza Brito e Roberto José Ribeiro; Repressão às Infrações: Rafael Lacaz Amaral e Marcello do Nascimento; Software, Informática e Internet: Cybelle Carneiro Fernandes e Maria Cristina M. Cortez; Transferência de Tecnologia e Franquias: Cândida Ribeiro Caffé e Karina Aidar Müller. Boletim da ABPI Janeiro/Fevereiro de 2012 • Nº 129 Matéria de capa ABPI retorna ao Conselho Nacional de Combate à Pirataria A ABPI passou a integrar, desde fevereiro deste ano, a nova composição do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNPC) para o biênio 2012-2014. A entidade, que conta com uma Comissão de Estudo sobre o tema e dedica um painel específico ao assunto em seu congresso anual, em fins de agosto, dará suporte intelectual ao órgão para a formulação de políticas de enfrentamento da pirataria no País. Luiz Henrique O. do Amaral Desde que o CNPC foi criado, em 2004, o combate a pirataria no Brasil tem registrado avanços expressivos. No setor de software (não incluído o de serviços), por exemplo, o índice de pirataria vem caindo há cinco anos seguidos. O recuo na última década é ainda maior: em 1989 representava 90% do mercado e no ano passado ficou em 54%, gerando um prejuízo estimado em US$ 2.619 bilhões. O mercado brasileiro de software movimentou em 2010 US$ 5,5 bilhões e registrou um crescimento de 21,9% em relação a 2009. O CNPC, ligado ao Ministério da Justiça, é integrado por membros dos ministérios da Fazenda, Ciência e Tecnologia, Cultura, Relações Exteriores, Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Trabalho, além de representantes da Câmara, Senado, setor privado e outras entidades da sociedade civil. A ABPI está representada no CNPC pelo seu presidente, Luiz Henrique do Amaral, e pelo associado José Henrique Werner. Em sua primeira reunião, em 7 de fevereiro, o Conselho considerou que será preciso aumentar o investimento em pesquisas para fundamentar as políticas públicas de combate à pirataria. Em 2012, os trabalhos serão concentrados no aperfeiçoamento das metodologias de diagnóstico dos impactos econômicos da pirataria. No próximo encontro, no dia 13 de março, o CNPC discutirá as ações voltadas para as cidades que sediarão a Copa do Mundo de 2014 e para a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016. José Henrique Werner XXXII CONGRESSO INTERNACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL XXXII INTERNATIONAL CONGRESS ON INTELLECTUAL PROPERTY XXXII CONGRESO INTERNACIONAL DE LA PROPRIEDAD INTELECTUAL Sheraton São Paulo WTC Hotel 26 a 28 de agosto de 2012 August 26 - 28, 2012 | São Paulo | Brasil Associação Brasileira da Propriedade Intelectual REALIZAÇÃO | ORGANIZED BY: Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - ABPI | [email protected] | www.abpi.org.br Nº 129 • Janeiro/Fevereiro de 2012 Boletim da ABPI 3 Comitê Empresarial busca convergência com a CNI na Propriedade Intelectual Sob a coordenação de Eduardo Paranhos, da Microsoft, Renata Shaw, da Coca Cola, e Diana Jungmann, da CNI, foi realizada no dia 18 de janeiro, no escritório da CNI, em São Paulo, nova reunião do Comitê Empresarial da ABPI. Com a presença de 18 participantes (ver lista de empresas abaixo), a reunião iniciou com a apresentação da nova gerente-executiva da ABPI Erika Diniz, e seguiu com a exposição da representante da CNI, Diana Jungmann, do documento “Uma Agenda para a Inovação”, lançado e entregue a autoridades de governo em 17 de junho de 2010, com oito proposições. Na reunião do Comitê Empresarial foram destacados os seguintes pontos: - a Propriedade Intelectual é o tema número 1 da agenda; - a agenda é propositiva e contempla sugestões detalhadas e objetivas de aperfeiçoamento da legislação e do marco regulatório de PI; e - algumas negociações entre a CNI e o governo, como as do campo da biotecnologia, estão bem avançadas. Com base na apresentação da agenda da CNI, o Comitê Empresarial adotou os seguintes posicionamentos: • Os participantes se propuseram a analisar o documento da CNI e destacar os principais pontos de convergência com o Comitê Empresarial, a despeito deste já abordar amplo espectro da Propriedade Intelectual; • A ideia é elaborar, a partir das sugestões, uma agenda própria do Comitê Empresarial que contemple “temas universalizantes” de PI, de forma a acomodar os interesses da maioria das empresas e, ao mesmo tempo, aproveitar itens da pauta da CNI já em avançado estágio de negociação com o governo; • A agenda do Comitê Empresarial também incorporará temas de PI não necessariamente contemplados no documento da CNI, como por exemplo, os ligados a Direito Esportivo, que ganham maior importância com a proximidade da realização, no Brasil, de grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas; • A este respeito sugeriu-se inicialmente como “temas universalizantes”, que afetam, em menor ou maior grau, a todas as empresas, o combate à pirataria e a melhoria do INPI; • Com base nestas contribuições e, aproveitando o estágio avançado das propostas da CNI, será formulada uma agenda comum de Propriedade Intelectual a ser consolidada na próxima reunião do Comitê, marcada para 6 de março de 2012; • Nesse ínterim, os participantes aprofundariam os temas em discussões por e-mail, com a centralização e o secretariado da ABPI, podendo, inclusive, serem formados subgrupos de debates para temas comuns; • As discussões podem eventualmente ser subsidiadas pelas Comissões de Estudo da ABPI, especialmente em temas nos quais o debate está mais avançado; Outras propostas • O Comitê Empresarial decidiu reforçar suas reuniões com a presença de personalidades externas, sejam do mundo empresarial, do Judiciário ou do governo, entre outros. Para tanto, os participantes foram instados a sugerir os nomes e, sempre que possível, intermediar o agendamento. Empresas e entidades participantes do encontro: Agrobio, Almap BBDO, Ambev, CNI, Coca Cola, EMS, Embraer, Interfarma, Itaú, Johnson & Johnson, Microsoft, Nestlé, Raízen Energia, Syngenta e Volkswagen. Comissão de Transferência de Tecnologia analisa Lei de Inovação O Projeto de Lei n° 619, do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), e o Projeto n° 2.177, do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que tratam de mudanças na Lei de Inovação, foram vistos com reservas pelos membros da Comissão de Transferência de Tecnologia e Franquias da ABPI. “Há a preocupação entre as empresas, meios de pesquisa e universidades de que os projetos sejam aprovados sem a devida avaliação e necessários ajustes”, explica uma 4 das co-coordenadoras da Comissão, Karin Klempp Franco. “São projetos idênticos, redundantes e precisam de mais tempo de análise”, acrescenta a outra co-coordenadora, Tatiana Campello Lopes. De fato, tanto o Projeto de Lei n° 619, do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, no Senado, quanto o Projeto n° 2.177, do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que tra- mita na Câmara, tratam rigorosamente do mesmo tema, qual seja a instituição do Código de Ciência, Tecnologia e Inovação. Segundo as co-coordenadoras, além do paralelismo das propostas, os projetos contêm dispositivos já contemplados em outras legislações, como na de Lei de Licitações ou na de Responsabilidade Fiscal, e recriam conceitos desnecessários de direito privado, como, por exemplo, no caso dos Contratos. Boletim da ABPI Janeiro/Fevereiro de 2012 • Nº 129 Notas ABPI contrata executiva Integrou-se à ABPI, em janeiro deste ano, a carioca Erika Diniz Silla Carvalho, 41 anos, para ocupar o cargo de gerente-executiva da entidade. Graduada em Administração de Empresas pelas faculdades Cândido Mendes, Erika trabalhou em empresas privadas e instituições financeiras, com experiência acentuada em Finanças. Sua missão será reorganizar as áreas financeira e administrativa da entidade, sempre alinhada com as metas estratégicas de crescimento e profissionalização da ABPI. 2° Congresso de Direito Comercial da AASP A Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) promove, nos dias 23 e 24 de março de 2012, o 2° Congresso Brasileiro de Direito Comercial. Dirigido a advogados, professores e estudantes de Direito e demais especialistas deste ramo jurídico, o evento terá como tema “A Revitalização do Direito Comercial” e debaterá princípios, alcance e limites do Direito Comercial, bem como a necessidade de revisão e atualização e sistematização das leis comerciais. Mais informações no site: www.congressodireitocomercial.org.br Brasil mostra seu modelo de PI no exterior Os avanços recentes dos direitos de Propriedade Intelectual – que já conta com tribunais especializados na Justiça Federal e nas cortes estaduais – está atraindo o interesse dos fóruns internacionais que tratam da matéria. O presidente da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI), Luiz Henrique do Amaral, foi convidado pelos prestigiosos United States Patent and Trademark Office (USPTO), órgão do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, e pelo International Intellectual Property Institute (IIPI) para explicar os avanços alcançados no Brasil nessa área, no Seminário sobre Tribunais Especializados em Direitos da Propriedade Intelectual, que ocorreu de 17 a 19 de janeiro, em Alexandria, no estado de Virgínia, nos Estados Unidos. Único palestrante brasileiro no seminário, um dos mais importantes eventos do gênero no mundo, Amaral discorreu sobre o tema “Desafios e Benefícios da Propriedade Intelectual em Tribunais Especializados”, ao lado de especialistas internacionais Curso de Propriedade Imaterial na ESA A Associação Brasileira dos Agentes de Propriedade Industrial – ABAPI promoverá, de 23 a 25 de março de 2012, no hotel Costa Norte Ponta das Canas, em Florianópolis, SC, o VII Encontro da Abapisul. O evento terá quatro painéis: Eventos Esportivos e Propriedade Intelectual (Alberto Jerônimo Guerra Neto e Peter Eduardo Siemsen), Mudanças Estruturais do INPI (Jorge Ávila e Gabriel Francisco Leonardos), Soluções de Disputas Relativas a Nomes de Domínio na Internet (Rodrigo Azevedo e Maria Cristina Machado Cortez) e A Proteção de Marcas nos Países da América do Sul (Carlos Terra e Gonzalo Fernandez Secco e Ana de Lacerda). Informações com Cecília Leite, no tel.: 21 2224-5378 ou e-mail ([email protected]). Estão abertas as inscrições para o curso de pós-graduação em Propriedade Imaterial da Escola Superior de Advocacia (ESA), da OAB/ SP. Com as coordenações Acadêmica de Elisabeth F. Fekete e Executiva de Sônia Maria D’ Elboux, especialistas em Propriedade Intelectual, o curso terá dois anos de duração, com início previsto para 6 de março de 2012 e término em dezembro de 2013, mais seis meses para elaboração da monografia. As aulas serão ministradas na ESA Central (Largo da Pólvora, 141, sobreloja, Liberdade - tel.: 3346-6800) às terças e quintas-feiras, das 9h às 12h. O programa do curso será composto de quatro módulos: Direitos Autorais; Direitos da Personalidade; Propriedade Industrial; e Didática do ensino superior e metodologia do trabalho científico. Nº 129 • Janeiro/Fevereiro de 2012 Boletim da ABPI VII Encontro da Abapisul Mesa-redonda da INTA Os escritórios Dannemann Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira e Montaury Pimenta Machado & Vieira de Mello promoveram, no início de fevereiro, mesa-redonda da INTA com o tema “O que os advogados internos das empresas esperam dos advogados externos e vice-versa”. O encontro, seguido de coquetel, foi preparatório para a reunião anual da INTA 2012, de 5 a 9 de maio próximos, em Washington D.C. A mesa-redonda teve como palestrantes os advogados Gustavo Piva de Andrade, sócio do escritório Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira, e Mariana Campanate, gerente Jurídica da Heineken Brasil. O evento, que teve como apresentador Peter Dirk Siemsen, do escritório Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira, discutiu, entre outros temas, orçamento para processamento de marcas, consultoria e contencioso e a negociação de acordos de honorários alternativos. Também foram abordadas as melhores práticas em gestão de projetos e a comunicação entre advogados internos e externos. A reunião anual da INTA é o principal evento da comunidade de marcas e uma ótima oportunidade para formar uma rede de contatos, educação jurídica continuada e reuniões de comitês e clientes. É frequentada por mais de 9.000 profissionais de Propriedade Intelectual de 140 países. Seminário da ASIPI na Guatemala A Associação Interamericana da Propriedade Industrial (ASIPI) está promovendo o seminário “Propriedade Intelectual e Concorrência Desleal: problemas contemporâneos que afetam o setor”, que será realizado nos dias 17, 18 e 19 de março de 2012, em Antigua, na Guatemala. Cartas para a redação do Boletim da ABPI Envie suas mensagens para a redação do Boletim da ABPI pelo e-mail redacao@abpi.org.br. Informações, críticas e sugestões serão avaliadas e respondidas, podendo ser publicadas ou não no Boletim após estudo de cada caso. 5 Artigo SOPA e PIPA: Tentativas de adequar o mundo virtual ao real! Por João Márcio Rego* Recentemente, a comunidade virtual surpreendeu-se com o fechamento de um dos maiores sites de compartilhamento de arquivos da internet, o Megaupload, e a prisão do seu proprietário, Kim Schmitz, sob a acusação de que a Empresa encabeçava uma rede mundial de pirataria virtual, causando danos de mais de 500 milhões de dólares às companhias detentoras de direitos autorais. Isto ocorreu diante da discussão nos Estados Unidos acerca dos projetos de lei que visam uma maior proteção da propriedade intelectual principalmente na internet (Word Wide Web), são eles vulgarmente chamados de SOPA e PIPA. O SOPA significa Stop Online Piracy Act e consiste no projeto de lei discutido na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que, visando a defesa da propriedade intelectual, concede ao detentor do direito autoral e ao Departamento de Justiça americano o poder de impedir que Empresas Americanas negociem com os sites que desrespeitam a sua propriedade intelectual, além de que os mecanismos de busca impeçam de mostrar resultados acerca de pesquisas por estes sites, além de impedir que o seu domínio seja mostrado ao usuário como inexistente. Já o PIPA, que significa Protect IP Act, nada mais é do que o projeto de lei debatido no Senado americano que busca restringir o acesso a sites com conteúdo desrespeito ao direito de propriedade intelectual. Boletim da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual Informativo mensal dirigido aos associados da ABPI. Visite a versão on-line deste Boletim no sítio da Associação. © ABPI 2012 - Todos os direitos reservados. 6 Muito se falou que tais projetos seriam um desrespeito à liberdade de expressão na internet, posto que tratar-se-iam, na verdade, de meios de censura à rede mundial de computadores. Contudo, tratar este tema desta forma parece um verdadeiro desrespeito ao intelecto humano. Ora, embora a internet seja parte de um mundo virtual, ela não pode ser tratada com regras paralelas como se fosse diferente do mundo real! Se a legislação de um país determina o respeito à propriedade intelectual de alguma forma, ela deve ser aplicada em todas as relações que envolvam o direito desta propriedade, inclusive na internet! É preciso deixar claro que a internet faz parte do Mundo Real, e que neste mundo real existem regras, direitos e deveres a serem observados! Ou será que o usuário pode, por meio desta rede, cometer crimes como furtos, injúrias e calúnias sem sofrer nenhuma repressão? E por que será que os crimes contra a propriedade intelectual pode ser cometidos na web? Da forma que os projetos de lei foram tratados pela maioria dos usuários da rede, impulsionados pelas Empresas Virtuais (Ex: Google, Facebook, Wikipédia, Twitter, Mozilla, entre outros), ficou a impressão de que a web é um campo livre para o desrespeito de leis e direitos autorais, o que não é. A pressão imposta por estes sites foi tamanha que o próprio Congresso Norte-Americano resolveu suspender a votação de tais projetos até que houvesse uma maior discussão e amadurecimento sobre o tema. Desrespeitando direitos autorais e de propriedades intelectuais, empresas virtuais tornaram-se gigantescas e obtiveram lucros do mesmo porte, enquanto produtoras fonográficas sofrem grave crise por ter seus proveitos desviados em razão do uso e reprodução indevida de suas obras. O Megaupload, por exemplo, cobrava uma taxa mensal para usuários premium terem acesso ilimitado ao conteúdo (lembre-se que a grande maioria deste conteúdo era protegido pelo direito autoral) depositado em seus domínios, sem sequer repassar nenhuma quantia ao detentor do direito de propriedade. Enquanto isso, a tradicional rede de lojas de discos e filmes Britânica HMV anunciou o fechamento de 60 filiais em um ano devido à forte crise da indústria fonográfica. O certo é que este movimento contrário ao direito da propriedade intelectual na web deixa até mesmo o autor deste artigo na dúvida se, ao publicá-lo na internet, perderá o direito autoral sobre a sua obra. É triste, mas o futuro dos autores é sombrio, já que nem as grandes produtoras estão conseguindo resistir ao poder das Empresas Virtuais. * Advogado. Membro do Núcleo em Propriedade Intelectual do MBAF Consultores e Advogados, escritório membro da REDE LEXNET. ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - Rua da Alfândega, 108 6º andar - Centro - Cep 20070-004 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: 21 2507-6407 Fax: 21 2507-6411 - Web Site: http://www.abpi.org.br - E-mail: [email protected] Comitê Executivo: Luiz Henrique O. do Amaral - Presidente; Elisabeth E. G. Kasznar Fekete - 1ª Vice-presidente; Eduardo Paranhos Montenegro - 2° Vice-presidente; Luiz Edgard Montaury Pimenta - Diretor Tesoureiro; Cláudio Lins de Vasconcelos - Diretor Relator; Luis Fernando R. Matos Jr. - Diretor Secretário; José Roberto d’Affonseca Gusmão Diretor Procurador; André Zonaro Giacchetta - Diretor Editor. Conselho Editorial: Antonio de Figueiredo Murta Filho; Elisabeth E.G. Kasznar Fekete; Fabiano de Bem da Rocha; José Antonio B. L. Faria Correa; José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto; José Roberto d'Affonseca Gusmão; Lélio Denícoli Schmidt; Lilian de Melo Silveira; Manoel J. Pereira dos Santos Boletim da ABPI: Diretor Editor - André Zonaro Giacchetta; Jornalista Responsável - Rubeny Goulart; Produção Gráfica - PW Gráficos e Editores Associados Ltda. Boletim da ABPI Janeiro/Fevereiro de 2012 • Nº 129