Boletim ABPI 86 (20 07) 20/07/2007 15:25 Page 1 Boletim da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Junho de 2007 - nº 86 Questões Legislativas Relacionadas ao Setor Audiovisual Brasileiro Patrícia Carvalho, diretora do departamento jurídico da Motion Picture Association MPA, para operações na América Latina, falou sobre as principais preocupações da associação cujos associados atuam no Brasil. Comentou os projetos de lei em tramitação no Congresso e que afetam as atividades das empresas ou fazem vista grossa à pirataria de filmes. Página 4 A palestrante Patrícia Carvalho, diretora do departamento jurídico da MPA. Patrícia Carvalho expôs com clareza os principais problemas com projetos de lei em tramitação que afetam as atividades das associadas da MPA ABPI permanece no Conselho Nacional de Combate à Pirataria O Ministro da Justiça, Tarso Genro, baixou portaria com nomeação dos novos membros do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP) para o ano biênio 2007-2008, publicado no DOU de 6/7/2007. Na qualidade de titular e suplente: o presidente Gus- XXVII SEMINÁRIO NACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL A CONTRIBUIÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA A ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO tavo S. Leonardos e o 1° vice-presidente Rodrigo S. Bonan de Aguiar, continuam representando a ABPI. Página 8 Conheça o programa na página 3. Inscrições com o desconto: 10 de agosto. Outras informações na página 2 e no site da ABPI: www.abpi.org.br 26 A 28 DE AGOSTO DE 2007 • WINDSOR BARRA HOTEL, RIO DE JANEIRO, RJ Nº 86 • Junho de 2007 Boletim da ABPI 1 Boletim ABPI 86 (20 07) 20/07/2007 15:25 Page 2 Editorial Notas Cidadania e Questões Legislativas do Setor Audiovisual Novos associados Sydney Limeira Sanches Membro do Conselho Diretor da ABPI e vice-coordenador da Comissão de Estudo de Direito Autoral da ABPI Distantes da realidade da sociedade, os parlamentares se debruçam em hodiernas tentativas de legislar sobre o que não entendem. Não pretendemos generalizar e, por certo, há congressistas zelosos de suas atribuições públicas, entretanto a verdade é que o cenário hoje existente nos obriga a adotar uma posição crítica e vigilante em relação à política nacional. Foi essa a percepção que tivemos da brilhante exposição da dra. Patrícia Carvalho, diretora jurídica da MPA - Motion Pictures Associations, que nos brindou com uma apresentação relacionada ao setor audiovisual brasileiro que, em síntese, percorreu o vasto universo da produção, distribuição, exibição, reprodução, políticas públicas e tributárias, televisão digital, Internet e o flagelo da pirataria. Ademais, fomos informados a respeito da guerra legislativa que a diligente MPA é obrigada a enfrentar. O almoço mensal da ABPI proporcionou a possibilidade de os participantes dividirem suas preocupações e constatar como os titulares de direitos autorais e a indústria criativa sofrem com a plêiade de iniciativas legislativas, em sua grande maioria distantes da realidade das particularidades do negócio do entretenimento e dos efetivos interesses dos segmentos atuantes no setor. O encontro nos proporcionou uma feliz coincidência. Estava presente o jornalista Jorge Maranhão, que nos relatou sobre as atividades do Instituto de Cultura e Cidadania, que identifica no trabalho da mídia a responsabilidade de valorizar princípios de cidadania, dentre os quais a propriedade intelectual, nos revelando ainda a dificuldade que a sociedade e o poder público têm no entendimento da cidadania como um feixe de direitos civis, onde a propriedade intelectual possui o seu espaço. Além disso, o encontro contou com o presidente da Comissão de Direitos Intelectuais do IAB - Instituto dos Advogados Brasileiros, dr. João Carlos de Camargo Eboli, festejado advogado autoralista, que, na condução dos trabalhos de sua comissão, também confirmou os absurdos legislativos enfrentados e a dificuldade permanente de resguardar os direitos dos titulares de direitos intelectuais. A falta de critério de nossos legisladores e o enredado processo político, pródigos em legislar em um país farto de normas, contribui para dificultar a percepção por parte da sociedade de suas verdadeiras prerrogativas civis. Por exemplo, hoje tramitam no Congresso cerca de cem projetos de lei visando à alteração da Lei de Direitos Autorais, a esmagadora maioria imprestável à melhoria da norma existente. Cidadania não se obtém com excesso regulatório desmedido, mas com normas sólidas e integradas à ordem social. Nesse contexto, a propriedade intelectual tem enfrentado severas dificuldades em demonstrar o seu destacado papel no desenvolvimento econômico e na garantia da preservação da identidade cultural do país. Por vezes, vistos pelo poder público como entrave à distribuição de cultura e ao conhecimento, ultrapassados para o mundo pós-moderno, ou até antidemocráticos, os direitos intelectuais têm sofrido para preservar suas conquistas e demonstrar o seu significado no curso do processo civilizatório da humanidade. Advogados e operadores do setor, sabedores da importância da propriedade intelectual, têm a obrigação de alertar nossas autoridades e instruí-las adequadamente sobre a natureza desse elevado ativo estratégico para o crescimento econômico, a fim de que sejam assegurados a nossa soberania cultural, industrial e o bem-estar de nossos criadores, sob pena de sucumbirmos ao discurso de uma falsa “liberdade” baseada na arbitrária supressão de direitos protegidos. 2 Boletim da ABPI O Comitê Executivo e o Conselho Diretor da ABPI aprovaram em 27 de junho de 2007 os pedidos de filiação de: Alice de Figueiredo Murta Vieira (Momsen, Leonardos & Cia.), Carminatti, Schulz - Propriedade Intelectual Ltda. (Antonella Carminatti), Diana Marques Vieira de Mello (Vieira de Mello Advogados), Fábio Graça Sant’Ana (Vieira de Mello Advogados), Fábio Renato Ferreira do Nascimento (Vieira de Mello Advogados), Luana Letícia Brasileiro (Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira), Luciana Shimabukuro (MC Araújo Consultoria em Propriedade Industrial Ltda.), Natalia Maria Paim de Assis (Vieira de Mello Advogados), Vivian de Melo Silveira (Momsen, Leonardos & Cia.) e Viviane Amaral Gurgel (Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.). Inscrições com desconto 10 de agosto é o último dia em que se poderá fazer inscrições, com desconto, no XXVII Seminário Nacional da Propriedade Intelectual, a se realizar nos dias 26 a 28 de agosto, no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro. Informações e inscrições na ABPI pelo telefone (21) 2532-5655 ou e-mail [email protected] ou na secretaria do Seminário: Regency Congressos & Eventos Ltda., pelo telefone (21) 2553-6628 ou e-mail [email protected]. O programa detalhado encontra-se no site da ABPI www.abpi.org.br. Cartas para a redação do Boletim da ABPI Envie suas mensagens para a redação do Boletim da ABPI pelo e-mail [email protected] Informações, críticas e sugestões serão avaliadas e respondidas, podendo ser publicadas ou não no Boletim após estudo de cada caso. Junho de 2007 • Nº 86 Boletim ABPI 86 (20 07) 20/07/2007 15:26 Page 3 XXVII SEMINÁRIO NACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL A CONTRIBUIÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA A ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO 26 A 28 DE AGOSTO DE 2007 • WINDSOR BARRA HOTEL, RIO DE JANEIRO, RJ 26 DE AGOSTO - DOMINGO Pré-evento A Efetividade dos Direitos de Propriedade Intelectual perante os Tribunais 10h00 Cerimônia de Abertura 11h00 Aspectos Relevantes dos Crimes contra a Propriedade Intelectual Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura (Diretor-Geral, EMERJ) 11h30 Indenização em Matéria de Propriedade Intelectual Desembargador Sylvio Capanema (1º Vice-presidente, TJ/RJ) Desembargador André Gustavo Corrêa de Andrade (TJ/RJ) 12h30 Almoço 14h00 A Tutela Processual da Propriedade Intelectual Desembargadora Federal Liliane Roriz (TRF/2ª Região) Juiz Luiz Roberto Ayoub (TJ/RJ)* Moderadora: Juíza Maria Isabel Paes Gonçalves (TJ/RJ) 15h00 A Competência em Matéria de Propriedade Intelectual Desembargador André Ricardo Cruz Fontes (Diretor-Geral, EMARF) Desembargador Antonio Carlos Esteves Torres (TJ/RJ) Moderador/Debatedor: Desembargador Luis Felipe Salomão (Diretor, ENM) 16h00 Intervalo para café 16h20 Pirataria e Lavagem de Dinheiro Ministro Gilson Dipp (STJ) Luiz Paulo Barreto (Secretário-Executivo, MJ; Presidente, CNCP) Juiz Rodrigo Collaço (Presidente, AMB) Moderador/Debatedor: Alcides Martins (Subprocurador-Geral da República, MPF) 18h15 Palestra de Encerramento Ministro Marco Aurélio Mello (STF) 19h00 Cerimônia de Encerramento do Pré-evento e Abertura do XXVII Seminário e Coquetel seguido de Jantar - Windsor Barra Hotel 27 DE AGOSTO - SEGUNDA-FEIRA 09h30 Palestra Inaugural - Política de Inovação e Propriedade Industrial Luiz Antonio Rodrigues Elias (Secretário-Executivo, MCT) 10h30 Intervalo para café e Inauguração da Exposição 10h50 Plenária I - O Devido Processo Legal e o Controle dos Atos do INPI Gustavo Binenbojm (Professor Adjunto de Direito Administrativo, UERJ; Doutor e Mestre em Direito Público pela UERJ) Professor José dos Santos Carvalho Filho (Procurador de Justiça/RJ (aposentado), Mestre em Direito, UFRJ) Ronaldo Cramer (Procurador-Geral, OAB/RJ; Advogado e Professor da PUC-RJ) Moderador: Paulo Parente Marques Mendes (Di Blasi, Parente, Vaz e Dias & Associados) 12h30 Almoço 14h15 Painel I - A Pirataria e a Fraude à Importação Rinaldo Zangirolami (Diretor de Assuntos Jurídicos e Corporativos, Microsoft Informática Ltda.) A Pirataria na Indústria de Entretenimento Paulo Antenor de Oliveira (Presidente, Sindireceita) Bento Alcoforado (Diretor-presidente, Abiótica) Representante da Abimaq* Regina Lundgren (Empresária e Diretora de Modas, Espaço Lundgren) Debatedor: Jorge Maranhão (Presidente, A Voz do Cidadão, Instituto de Cultura de Cidadania) Moderador: Alexandre Cruz (Secretário-Executivo, FNCP) 14h15 Painel II - Questões Atuais em Matéria de Direito de Patentes Carmen Tiburcio (Advogada e Consultora de Direito Internacional, Luis Roberto Barroso Associados) José Cristóvam Sauáia Kubrusly (Engenheiro Químico) John R. Thomas (Georgetown University, Washington, DC, EUA) Representante do Conselho de Engenharia, Arquitetura e Agronomia* Moderador: Ulf Forsman (Diretor Jurídico, Ericsson Telecomunicações)* 16h20 Intervalo para café 16h45 Painel III - O Direito Autoral diante do Interesse Coletivo Simone Lahorgue Nunes (Diretora Jurídica, Organizações Globo) Guilherme C. Carboni (Guilherme Carboni - Advocacia) Sydney Limeira Sanches (Sanches Advogados Associados) Debatedor: Paulo Rosa Junior (Presidente, ABPD) Moderador: Henrique Gandelman (Henrique Gandelman Advogados Associados) Realização 28 DE AGOSTO - TERÇA-FEIRA 09h00 Painel V - Questões Atuais em Matéria de Direito de Marcas Detlef Schennen (Presidente da 4ª Sala de Recursos, OAMI, Alicante, Espanha) A Irrelevância do Consumidor Relevante Representante do USPTO (Arlington, VA, EUA)* Fabiano de Bem da Rocha (Custódio de Almeida & Cia) As Ações de Nulidade de Marca e a Cumulação de Pedido Indenizatório - Questões sobre Cabimento e Competência Rodrigo S. Bonan de Aguiar (Daniel Advogados) A Interface da Propriedade Intelectual com o Direito do Consumidor Moderadora: Terezinha de Jesus Guimarães (Diretora de Marcas, INPI)* 09h00 Painel VI - Lei de Inovação - Perspectivas para a Relação Universidade/Empresa Luiz Ricardo Marinello (Gerente Jurídico de Apoio à Inovação, Natura) Luiz Otávio Pimentel (Diretor do Departamento de Propriedade Intelectual e do Núcleo de Inovação Tecnológica, UFSC) Maurício Mendonça (Gerente Executivo, Unidade de Competitividade Industrial, CNI) Moderador: José Carlos Vaz e Dias (Di Blasi, Parente, Vaz e Dias & Associados) 10h30 Intervalo para café 10h45 Painel VII - Atual Disciplina dos Contratos de Transferência de Tecnologia Juliana L. B. Viegas (Advogada) Denis Borges Barbosa (Denis Borges Barbosa Advogados) Thierry Sueur (Presidente do Comitê de Programa, AIPPI; Vice-presidente de Propriedade Intelectual, Air Liquide, Paris, França) Moderador: Milton Lucídio Leão Barcellos (Milton Leão Barcellos & Cia. Ltda.) 10h45 Painel VIII - Controle da Biodiversidade Brasileira: Legislação Atual e Perspectivas Antonio Paes de Carvalho (Diretor-presidente, Extracta Moléculas Naturais S/A) Viviane Gurgel (Gerente Jurídica de Biodiversidade e Meio Ambiente, Natura) Roberto Lorena B. Santos (Assistente da Secretaria Executiva, Mapa) Moderador: Gabriel Di Blasi (Di Blasi, Parente, Vaz e Dias & Associados) 12h30 Almoço 14h15 Painel IX - O Combate à Pirataria e à Contrafação Glória Braga (Superintendente-Executiva, Ecad) Marco Antonio de Gregorio (Gerente Jurídico, Souza Cruz S/A) Antonio Rodrigues da Silva Filho (Gerente Jurídico, Sindicom) Debatedor: Luiz Carlos Prestes Filho (Superintendente da Economia da Cultura, Subsecretaria de Comério e Serviços, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços/RJ) Moderador: Secretário Júlio Bueno (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços/RJ) 14h15 Painel X - Propriedade Intelectual, Acesso a Medicamentos e Desenvolvimento Sustentável Eric Noerhrenberg (Diretor, IFPMA, Genebra, Suíça) Donald L. Corneglio (Eli Lilly and Company, Indianápolis, MI, EUA) Josimar Henrique da Silva (Diretor Presidente, INFAN) Antonio Ferro Ricci (Ricci & Advogados Associados) Moderador: João Luis D’Orey Facco Vianna (Momsen, Leonardos & Cia.) 15h45 Intervalo para café 16h00 Plenária II - A Efetivação dos Direitos de Propriedade Industrial perante o INPI Clovis Silveira (Presidente, ASPI; C&S InterPatents) José Carlos Tinoco Soares (Tinoco, Soares & Filho Ltda.) Ricardo Sichel (Procurador Federal, Procurador-Geral da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico/RJ) Debatedora: Terezinha de Jesus Guimarães (Diretora de Marcas, INPI)* Debatedor: Carlos Pazos Rodrigues (Diretor de Patentes, INPI)* 19h30 Coquetel e Jantar de Encerramento no Palácio das Laranjeiras com a presença do Governador do Estado do Rio de Janeiro * A confirmar Atualizações no sítio eletrônico www.abpi.org.br Colaboração ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Apoio 16h45 Painel IV - Atualização e Programa Científico - AIPPI Ronald E. Myrick (Presidente, AIPPI; Finnegan, Henderson, Farabow, Garrett & Dunner, L.L.P., Cambridge, MA, EUA) Thierry Sueur (Presidente do Comitê de Programa, AIPPI; Vice-presidente de Propriedade Intelectual, Air Liquide, Paris, França) Guillermo Carey (Secretário-Geral, AIPPI; Carey Y Cia. Limitada, Santiago, Chile) Moderador: Luiz Leonardos (Ex-presidente Executivo e Membro de Honra da AIPPI; Ex-presidente e Presidente de Honra da ABPI; Momsen, Leonardos & Cia.) 20h00 Coquetel seguido de Jantar Apresentação da TV Globo: A Chegada da Televisão Digital no Brasil Liliana Nakonechnyj (Diretora de Telecomunicações) Tel.: 55 21 2532-5655 Fax: 55 21 2532-5866 E-mail: [email protected] Site: www.abpi.org.br Secretaria do Seminário: Regency Congressos & Eventos Ltda. Travessa Pinto da Rocha, 50, 22231-190, Rio de Janeiro, RJ Tel.: 55 21 2553-6628 / 2551-4012, Fax: 55 21 2551-4912 E-mail: [email protected] Ministério da Ciência e Tecnologia Ministério da Justiça Nº 86 • Junho de 2007 Boletim da ABPI 3 Boletim ABPI 86 (20 07) 20/07/2007 15:26 Page 4 Matéria de capa Questões Legislativas Relacionadas ao Setor Audiovisual Brasileiro Patrícia Carvalho, diretora do departamento jurídico da MPA - Motion Picture Association, para operações na América Latina, falou sobre as principais preocupações da associação cujos associados atuam no Brasil. Bacharel em direito pela PUC/SP, com especialização em direito internacional e europeu pela Universidade Católica de Louvain (Bélgica) e mestrado em propriedade intelectual pela Faculdade de Direito Franklin Pearce (EUA), Patrícia Carvalho fez um relato sobre as questões legislativas que vem acompanhando pela MPA, associação de estúdios cinematográficos americanos (Sony Pictures, Paramount, Warner Bros, Universal, 20th Century Fox e Disney) que produzem e distribuem conteúdo audiovisual para cinema, televisão aberta e por assinatura, para vídeos domésticos, DVD e Internet. No Brasil, além de distribuírem filmes e conteúdo audiovisual, co-produzem e distribuem filmes nacionais. Sua apresentação foi realizada no almoço mensal da ABPI, dia 27 de junho, no Rio de Janeiro. A MPA, uma trade association, tem atribuições como coletar dados sobre a indústria audiovisual, cuidar das relações governamentais, programas de antipirataria e educação. Ações vão da defesa dos interesses de seus associados, do combate à pirataria, até gestões no Congresso e junto ao Poder Executivo. mundo, e três dias depois do lançamento (no Brasil também foi lançado no mesmo dia) foi possível comprar e apreender DVDs piratas, com gravações desse cinema americano. A gravação traz marcas que permitem identificar de qual cópia foi gravada, de que cinema, em que sessão. “Na Internet se encontra de tudo, não só filmes, mas as capas dos DVDs, a dublagem já em português e todos os insumos necessários para a pirataria”, afirmou. Projetos de lei Patrícia Carvalho dor e distribuição na Internet. Patrícia Carvalho ressaltou que a nossa legislação penal não tipifica esse crime, por isso a MPA atua no Congresso pela conscientização dos congressistas, em relação ao delito. A título de exemplo, a palestrante citou o filme Shrek 3, lançado em 18 de maio, gravado no mesmo dia, num cinema dos EUA, e no mesmo dia acaba, disponível na Internet, para todo o A MPA acompanha vários projetos de lei no Congresso, segundo Patrícia Carvalho, toda a reforma da lei de direito do autor e outros projetos de lei, destacando-se três deles: PLS 35 - Está em fase final de aprovação no Senado e seu maior problema é a inclusão da dublagem no rol das obras protegidas pelos direitos de autor. A palestrante disse que “gostaria muito de ter o apoio de entidades como o IAB, a OAB e a ABPI, para combater esse projeto absurdo, já que ele reverte toda a lógi- Pirataria de filmes O primeiro assunto a que se referiu Patrícia Carvalho foi a gravação de filmes em cinemas, de cuja prática se originam 90% dos filmes piratas na Internet. EUA e Canadá são os recordistas desse ilícito e no Brasil a maioria das gravações é de filmes nacionais, não estrangeiros. O esquema operacional dessa prática parte da gravação, passa pela criação e venda de masters, vai para a reprodução, distribuição, venda ao consumi4 Mesa (da esquerda para a direita): Jorge Maranhão, presidente de A Voz do Cidadão; Patrícia Carvalho, diretora do departamento jurídico da MPA para a América Latina; Gustavo S. Leonardos, presidente da ABPI; João Carlos de Camargo Éboli, presidente da Comissão Permanente de Direito de Propriedade Intelectual do IAB; Juliana L. B. Viegas, membro do Conselho Editorial da ABPI; e Herlon Monteiro Fontes, diretor-tesoureiro da ABPI. Boletim da ABPI Junho de 2007 • Nº 86 Boletim ABPI 86 (20 07) 20/07/2007 15:26 Page 5 Matéria de capa ca do direito de autor, não só no Brasil como internacionalmente”. PLS 532 - Tem como objetivo principal isentar os exibidores do pagamento do ECAD, em relação à comunicação pública das músicas incluídas nos filmes. “Se ele parasse aí”, argumenta Patrícia, “já seria um grande problema, mas acontece que esse projeto tem um artigo muito dúbio, que pode ser interpretado com atribuição de responsabilidade aos produtores dos filmes não só nacionais como também estrangeiros, ao pagamento das exibições públicas das músicas.” Está no Senado em fase final de aprovação e ainda deve ser analisada pela Câmara dos Deputados. PL 5.046 - Autoriza universitários, genericamente, a reproduzirem obras para uso próprio. “Para nós, isso é muito grave”, explica Patrícia Carvalho, “porque a MPA em 2005 fez uma pesquisa mundial sobre pirataria e constatou-se que 29% da pirataria no Brasil é decorrente do download de filmes, sendo que 36% dos downloads ilegais são feitos por pessoas de 16 a 24 anos, faixa na qual se incluem os universitários. Não somos românticos para pensar que conseguiremos impedir que as pessoas deixem de fazer download e que não acessem as músicas e filmes ilegais. Uma coisa é você ter a lei que proíbe e a pessoa saber que está fazendo contra a lei. Outra coisa é a lei permitir qualquer tipo de uso de uma propriedade alheia. Por isso, nos opomos a esse projeto de lei.” Tributos A palestrante destacou o fato de que a lei de 2003 do ISS excluiu a distribuição de filmes da lista de serviços, o que, tecnicamente, deixa isenta do pagamento de impostos a distribuição de filmes para cinema. “Mas as empresas da MPA pagam o ISS com base em um outro item que não é específico de nossos serviços, para evitar qualquer tipo de questionamento”, disse, chamando a atenção para dois projetos. O primeiro reinclui a distribuição na lista dos serviços gravados pelo ISS: o PL 183/01. O outro (PLS 210/07) isenta do pagamento do IPI e do imposto de importação a importação de DVD-Rs, CD-Rs e mídia digital, gravados ou Nº 86 • Junho de 2007 não. Patrícia Carvalho mostrou números de importação de mídia virgem, dos portos brasileiros, dos quais Santos e Vitória são os que mais importam. “A importação de 2006 de mídia digital virgem no Brasil foi de quase 600 milhões de unidades, e o mercado legal de DVD no Brasil é de 25 milhões de unidades. Temos fortes indícios (isso não foi comprovado ainda) de que a grande parte da mídia importada é utilizada no insumo da pirataria. “Como se não bastasse, há um problema grave na fronteira com o Paraguai, que importa mais de 350 milhões de mídia virgem e o mercado paraguaio não é de mais de 15 milhões. Isso não inclui o contrabando, é só de importação legal. Dá para ver por que vem ao preço subfaturado de US$ 0.10”, diz a advogada da MPA, que tem trabalhado com a Polícia Federal e com a Aduana. Dublagem e legendagem Além do projeto de autor mencionado, há outros que obrigam os filmes estrangeiros a serem dublados no Brasil, e os dois exemplos da obrigatoriedade para DVD e TV por assinatura e os exibidos nos cinemas. “As justificativas são as mais criativas e esdrúxulas, que nem vale a pena mencionar”, comenta a palestrante, acrescentando que há projetos de lei obrigando a legendagem de filmes nacionais, tanto no cinema como dos DVDs, televisão aberta, TV paga, de tudo (PL 4.681/01 - Dublagem obrigatória de filmes em DVDs, e transmitidos por TV aberta e paga; PL 6.741/06 - Dublagem obrigatória de filmes exibidos em cinema; PLS 1.078/07, 256/07, 327/07, 6.192/05 - Legendagem obrigatória de filmes nacionais). Segundo a palestrante, a dublagem encarece a distribuição; há consumidores que preferem o original, sem dublagem, por isso a obrigatoriedade é inaceitável. Outros projetos relacionados ao setor de exibição foram destacados: PL 2.629/96 - Exibição obrigatória de curtas-metragens antes das sessões de filmes estrangeiros. Nos anos 80, antes das sessões de cinema, era passado um curta brasileiro. Dois por cento da bilheteria do filme estrangeiro iam para o produtor do curta, o que acabou gerando distorção no mercado. Primeiro, houve uma grande produção de curtas, que não dava para escoar. SeBoletim da ABPI gundo, havia exibidor produzindo curta para ficar com os 2% da bilheteria. Essa portaria do Concine não está mais em vigor. Desde 1996 o projeto de lei 2.629 está no Congresso. Apesar de este projeto não prever a participação na bilheteria, a exibição obrigatória de curtas-metragens tira o tempo de tela do filme. No final do dia, se é um curta de dez minutos, com seis sessões, será uma hora, metade de um filme. Isso diminui a participação das nossas empresas, que é na bilheteria do filme. A meia-entrada Existem cerca de cinqüenta projetos pendentes na Câmara e no Senado sobre este tema. “Meia-entrada para estudante, para professor, para idoso, para deficiente, tem de tudo. Em princípio, não somos contra a meia-entrada, mas contra o abuso e a forma como a meia-entrada é praticada. A gente sabe que tem um mercado grande de falsificação de carteiras de estudante, e o ingresso de cinema no Brasil é caro por causa da meiaentrada. A média do ingresso cai em 40% por causa da meia-entrada. Setor de vídeo doméstico No setor de vídeo doméstico há dois projetos diretamente relacionados à violência. Um obriga o uso de um selo para filmes que incitem a violência, e outro exige pagamento de impostos maiores. (PL 1.914/99 - Uso obrigatório de selo em DVDs de filmes que incitem a violência; PL 2.332/03 - Aumento da alíquota de IPI e Imposto de Importação de produtos, inclusive filmes, indutores de violência.) Meios de comunicação de massa Bastante polêmicos, estes temas estão sendo debatidos na Câmara dos Deputados (PLS 29/07, 70/07, 332/07 e PL 2.451/03) e no Senado (PLS 280/07) e visam regular o art. 222 da CF. “Se alguns desses projetos forem aprovados”, comentou a palestrante, “de uma certa forma, as nossas associadas que distribuem conteúdo, nacional e estrangeiros, para a televisão aberta, televisão a cabo, ou os canais de TV por assinatura, seriam obrigadas a ter um sócio brasileiro. A limitação de capital estrangeiro varia de 30% a 49%, dependendo do projeto de lei, e nem preciso dizer por que não concordamos. Não 5 Boletim ABPI 86 (20 07) 20/07/2007 15:26 Page 6 Matéria de capa basta ter sócio brasileiro, é necessário que a maioria do capital nacional seja no capital votante. Isso é muito grave.” Cotas aos produtos audiovisuais estrangeiros Sobre este tema temos tanto projetos em discussão no Congresso como cotas já implementadas. Os dois primeiros são projetos de lei e estão relacionados a cotas impostas à TV aberta e TV por assinatura. A cota de tela no Brasil sempre existiu, e foi ratificada pela MP 2.228/01, que cria a Ancine e estabelece uma série de regras para o setor audiovisual. Atualmente, a cota de tela para filme nacional é de 28 dias, por ano, para cinemas com uma tela só, e de 664 dias por ano para aqueles cinemas que tenham mais de vinte telas. Além da cota de tela, a MP 2.228/01 cria uma cota de vídeo, só que não é uma cota de venda, mas uma cota de distribuição. Quer dizer que todos os distribuidores de vídeo e de DVDs devem ter em catálogo uma porcentagem de filme brasileiro. Essa cota ainda não foi regulamentada. PL 7.075/02 - Quota de 30% da programação para a transmissão de produtos locais “A Internet é o futuro do setor audiovisual e carrega inúmeras oportunidades e também riscos”, afirmou a palestrante. “No Brasil, ainda não temos a pirataria na Internet tão difundida como no Primeiro Mundo, porque ainda não temos uma penetração de banda larga grande o suficiente, mas é uma questão de tempo. A MPA fez uma pesquisa em 2005 sobre pirataria e constatou-se que 38% das perdas mundiais das empresas da MPA decorrem do download ilegal de filmes e no Brasil esta prática chega a 30% das perdas. No nosso entender, a forma mais eficiente de coibir a pirataria na Internet seria delimitando claramente a responsabilidade dos provedores de Internet face aos atos ilegais praticados pelos seus usuários. Há formas e mecanismos de delimitar essa responsabilidade, o que é um dos pontos chaves para que a Internet seja um meio viável no futuro.” Patrícia Carvalho concluiu sua exposição citando a tentativa da Ancine de fixar a janela (no jargão da indústria, o espaço entre o lançamento de um filme nos diferentes setores do mercado audiovisual) entre o cinema e o vídeo, quando, na realidade, a janela é uma prática comercial, cuja decisão compete exclusivamente a cada empresa, com base na natureza do filme, na estratégia de marketing e outros componentes que não podem ser fixados por lei. que é um benefício, a pessoa responsável pela remessa paga 11% a mais sobre a base de cálculo da remessa. Então, o IR que pode ser de 15% ou 25% passa a 36%. O contribuinte da Condecine 11% não é o contribuinte do IR, é a empresa brasileira responsável pela remessa, e é por isso que a gente chama de chantagem fiscal. Imagine um distribuidor independente ao negociar com o seu produtor estrangeiro, tendo de pedir ‘pelo amor de Deus’, para o produtor investir os 70% em filmes nacionais, senão ele vai ter que pagar os 11% sobre o valor da remessa.” “A outra Condecine (R$ 3.000,00) é paga por título e por segmento (exibição, vídeo doméstico, TV aberta, TV paga, e outros mercados), e a MPA está fazendo um estudo no que se refere a renovação dos títulos de vídeo doméstico. A Condecine título é válida por cinco anos, após o que, tem que ser renovada. No caso do cinema, não é problema, porque o filme passa no cinema e, depois de três ou quatro meses, já morreu e não será relançado, com raríssimas exceções. No caso do vídeo doméstico, a vida do filme em catálogo é muito maior, por exemplo: relançamento de antigos clássicos. Acontece que a renovação de R$ 3.000,00, para alguns filmes, é cara. A demanda não cobre esse custo. Caso não haja uma redução do valor da renovação da Condecine título, alguns filmes deixarão de constar dos catálogos dos distribuidores. Já estamos conversando com a Ancine e estamos preparando um estudo do impacto que a renovação dessa contribuição teria nos filmes de catálogo, a fim de demonstrar que o consumidor deixará de ter acesso principalmente aos melhores filmes, aos clássicos, às obras de arte.” Sydney Sanches: Deu um informe da “impressionante capacidade do Legislativo em produzir coisas PL 4.047/01 - Veiculação obrigatória de programas educativos por trinta dias Cota de tela - Exibição obrigatória de filmes brasileiros por 28 dias/1 tela a 644 dias/20 telas (MP 2.228/01) Cota de vídeo - Distribuição obrigatória de filmes brasileiros em DVDs (MP 2.228/01) TV digital Outro assunto em pauta é a TV digital. A MPA advoga a proteção do conteúdo a ser distribuído pela TV digital. Hoje existem duas formas de proteção, uma que seria a codificação do sinal e a outra seria marcar o conteúdo, o sinal com uma espécie de marca-d’água. O que interessa à MPA é a proteção contra a retransmissão não autorizada para a Internet. Internet Debates Aberto os debates, Juliana B. Viegas perguntou se a MPA tem algum estudo ou projeto no sentido de simplificar e também reduzir as alíquotas da Condecine, contribuição paga pela distribuição de produtos audiovisuais que, “além de ser relativamente alta, é de uma complexidade que as vezes dificulta o entendimento até dos próprios tributaristas que se dedicam ao estudo dessa regulamentação”. Patrícia Carvalho: “Em 2001 foi criada a Ancine e duas contribuições (Condecines), com base de incidência diferentes: a Condecine de R$ 3.000,00 por título e por segmento de mercado e a Condecine de 11%. As duas são complicadas. A lei de audiovisual dá a opção ao contribuinte estrangeiro de investir 70% do IR em co-produção nacional. A MP 2.228/01 fez o que chamamos de chantagem fiscal: caso o contribuinte estrangeiro não use os 70%, 6 Boletim da ABPI Junho de 2007 • Nº 86 Boletim ABPI 86 (20 07) 20/07/2007 15:26 Page 7 Matéria de capa absurdas”. Ele teve conhecimento, há cerca de quinze dias, da quantidade de projetos de lei relativos à matéria do direito autoral em tramitação no Congresso Nacional. “Os que eu recebi nominados, com relatoria, chegam a 88. É impressionante essa capacidade de produção legislativa, quando o país sofre de tantas necessidades mais sérias e importantes do que se preocupar, primeiro, com o direito e a propriedade alheia.” Patrícia Carvalho: “Hoje temos por volta de oitenta projetos, isso porque mudou a legislatura e muitos projetos foram arquivados. Em dezembro, provavelmente eram o dobro ou triplo. O nosso Congresso tem uma fúria legislativa, adora se manifestar sobre os mais variados assuntos. Na minha agenda legislativa, eu tenho mais de 150 projetos, em diferentes áreas e prioridades.” Gustavo Leonardos: Destacou que a ABPI co-coordenou o grupo de trabalho de assuntos legislativos do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, onde foi feito um projeto amplo com a ajuda das associações, modificando o Código de Processo Penal, Lei de Propriedade Industrial, Lei do Direito Autoral, Lei do Software. “Me lembro que, no Código de Processo Penal, a proposta para tipificar a filmagem dentro do cinema sofreu forte oposição, tendo uma das advogadas que argumentava, ‘então quer dizer que, se eu filmar o teatrinho da minha filha no colégio, vou ser presa?’. Uma deturpação completa da tipificação proposta que caracterizava um intuito de comércio, muito claramente. Muito reduzido qualquer apoio do Conselho de Combate à Pirataria, do próprio governo ou Poder Executivo, a uma reforma legislativa. Indago se há essa possibilidade de fazermos essa atuação direta junto ao Congresso.” Patrícia Carvalho: “Eu me lembro que foi o Ministério da Cultura que se opôs veementemente à nossa proposta de criminalizar as gravações ilegais e um dos argumentos foi de que as pessoas seriam presas ao gravar a filha dançando no sábado à tarde, no dia das mães. Infelizmente, hoje em dia, o Ministério da Cultura tem uma posição muito forte contra a proteção dos direitos de propriedade intelectual. Uma vez que não conseguimos dentro do CNCP, que seria o fórum adequado para se discutir a pirataria, estamos trabalhando no Congresso diretamente com dois projetos de lei que poderiam receber emendas nesse sentido e também na Comissão de Educação do Senado.” priedade Intelectual, a ser realizado nos dias 26 a 28 de agosto, no Windsor Barra Hotel, do Rio de Janeiro, onde Jorge Maranhão vai moderar o painel sobre pirataria. “Acreditamos que o país não cresce se não houver uma profunda revolução de mentalidade, e uma ativação das lideranças sociais e empresariais pela mídia”, afirmou Maranhão. Referiu-se ao artigo do desembargador Luiz Felipe Salomão, que mostra a animosidade que existe na mídia contra o Poder Judiciário, o que não pode continuar, “porque todas as democracias, todas as sociedades civis sólidas tiveram na mídia um sistema extremamente eficiente de reprodução dos valores democráticos. O sistema jurídico no Brasil tem que ser praticamente recriado e apresentado à sociedade, pois a sociedade não percebe o Poder Judiciário como poder. E a gente está procurando trabalhar com a opinião da sociedade”. A Voz do Cidadão Antes da palestra principal, o presidente Gustavo S. Leonardos deu a palavra a Jorge Maranhão, jornalista e filósofo que dirige A Voz do Cidadão, do Instituto de Cultura de Cidadania (tem uma apresentação no site da ABPI www.abpi.org.br), entidade que defende o direito de propriedade, enquanto exercício de cidadania, e com a qual a ABPI está fazendo uma associação nestes meses até o XXVII Seminário Nacional da Pro- Comissão de Direitos Intelectuais do IAB João Carlos Éboli, presidente da Comissão de Direitos Intelectuais do Instituto dos Advogados, da qual fazem parte tanto o presidente Gustavo S. Leonardos quanto o membro do Conselho Diretor e vice-coordenador da Comissão de Estudos de Direito Autoral, Sydney Limeira Sanches, disse haver um vínculo formal entre o Instituto dos Advogados e o Congresso Nacional, pelo qual o IAB subsidia com Nº 86 • Junho de 2007 seus pareceres os projetos de lei que tramitam no Congresso. Para dar uma idéia da importância do trabalho dessa comissão do IAB, Éboli falou sobre o projeto de lei de um deputado, do qual tomou conhecimento que, para evitar a reprografia não autorizada nas instituições de ensino, propõe a proibição da existência de qualquer máquina Xerox nas instituições. “E isso acontece todos os dias, por ingenuidade, Boletim da ABPI por ignorância, e muitas vezes por má-fé. Quando há essas barbaridades, a nossa comissão se pronuncia”, mas apóia os projetos saudáveis.” Destacou a importância da união de esforços em prol do aprimoramento dos direitos autorais e dos direitos que protegem a propriedade industrial. Ele manifestou os agradecimentos pelo convite da ABPI, em nome da dra. Maria Delia Campello, presidente do IAB. 7 Boletim ABPI 86 (20 07) 20/07/2007 15:26 Page 8 Notas ABPI permanece no Conselho Nacional de Combate à Pirataria O Ministro da Justiça, Tarso Genro, baixou portaria com nomeação dos novos membros do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP) para o ano biênio 2007-2008, publicado no DOU de 6/7/2007. Criado em 2004, o CNCP tem como função principal a implementação de ações de enfrentamento à sonegação fiscal decorrente da pirataria e de combate aos crimes contra a propriedade intelectual,determinadas no Plano Nacional de Combate à Pirataria. O conselho, presidido pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, é formado por representantes de diversos setores do governo federal e da sociedade civil. A lista dos órgãos integrantes do CNCP e seus respectivos titulares e suplentes são: Ministério da Justiça: Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, que o presidirá, e André Luiz Alves Barcellos; Ministério da Fazenda: Antonio Francisco Carlos de Matos Félix e José Algebaile; Ministério das Relações Exteriores: Hadil da Rocha Vianna e Otávio Brandelli; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: Márcio Heidi Suguieda e Sancia Regina Magalhães Ferrari; Ministério da Cultura: Marcos Alves de Souza e Maria Cláudia Canto Cabral; Ministério da Ciência e Tecnologia: Augusto César Gadelha Vieira e Marylin Peixoto da Silva Nogueira; Ministério do Trabalho e Emprego: Ricardo Augusto Panquestor Nogueira e Teresinha Beltrata Toledo NicKerson; Departamento de Polícia Federal: Joaquim Cláudio Figueiredo Mesquita e Leandro Daiello Coimbra; Departamento de Polícia Rodoviária Federal: Hélio Cardoso Derenne e José Altair Gomes Benites; Secretaria da Receita Federal do Brasil: Francisco Labriola Neto e Jorge Luiz Alves Caetano; Secretaria Nacional de Segurança Pública: Cícero Barrozo Fernandes e Luciano Rodrigues da Silva; Senado Federal: Carlos Jacques Vieira e Rogério de Melo Gonçalves; Câmara dos Deputados: Silvio Sousa da Silva; Associação Brasileira de Produtores de Discos - ABPD: Paulo Rosa Junior e José Eduardo Garcia Rajo; Associação das Empresas de Software ABES: Emílio Munaro e Manoel Antonio dos Santos; Associação Brasileira da Propriedade Intelectual ABPI: Gustavo Starling Leonardos e Rodrigo Sérgio Bonan de Aguiar; Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial - ETCO: André Franco Montoro Filho e Patrícia Martignoni Blanco Belmonte; Confederação Nacional da Indústria - CNI: Francisco Renan Oronoz Proença e Ricardo Figueiredo Caldas; Confederação Nacional do Comércio - CNC: Natan Schiper e Dagmar Maria Sant’Anna Martins; e Motion Picture Association - MPA: Márcio Cunha Guimarães Gonçalves e Antonio Borges. Propostas para a Assembléia Geral da OMPI Os resultados da preparatória de junho de 2007 para a assembléia geral de setembro O diretor geral da OMPI, Kamil Idris, deu as boas-vindas e congratulou-se com os negociadores dos 93 Estados-membros e quarenta observadores participantes da quarta sessão do PCDA - Provisional Committee on Proposals Related to a WIPO Development Agenda, encontro preparatório (ocorrido nos dias 11 a 15 de junho) para a assembléia geral da organização em setembro de 2007. Esse encontro realizou-se num contexto de fórum em busca de propostas de melhoria da dimensão do desenvolvimento no trabalho da OMPI, como recomendação à assembléia geral, incluindo a criação de um novo Comitê para o Desenvolvimento e Propriedade Intelectual. Esse comitê será integrado pelos Estados-membros e aberto à participação de organizações intergovernamentais e não-governamentais. Chegou-se a um conjunto de princípios gerais e objetivo reunidos em cinco grupos de atividades com os seguintes temas: Cluster A: Technical Assistance and Capacity Building; Cluster B: Norm-setting, Flexibilities, Public Policy and Public Domain; Cluster C: Technology Transfer, Information and Communication Technology Boletim da ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - Av. Rio Branco, 277 - 5º andar Conj. 506 - Centro - Cep 20040-904 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: 21 2532-5655 Fax: 21 2532-5866 - Web Site: http://www.abpi.org.br - E-mail: [email protected] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Informativo mensal dirigido aos associados da ABPI. Visite a versão on-line deste Boletim no sítio da Associação. © ABPI 2007 - Todos os direitos reservados. 8 (ICT) and Access to Knowledge; Cluster D: Assessments, Evaluation and Impact Studies; and Cluster E: Institutional Matters Including Mandate and Governance. Esse conjunto de 21 propostas será apresentado à assembléia geral de setembro, juntamente com outras 24 propostas aprovadas no encontro do PCDA de fevereiro deste ano. Detalhes das propostas poderão ser acessados no sítio da OMPI (www.wipo.org). O relatório da quarta sessão da PCDA estará disponível aos Estados-membros no dia 16 de julho e receberá comentários até 31 de julho. Comitê Executivo: Gustavo Starling Leonardos - Presidente; Rodrigo Sérgio Bonan de Aguiar - 1º Vice-Presidente; José Carlos Tinoco Soares - 2° Vice-Presidente; João Carlos Müller Chaves - 3° Vice-Presidente; Cláudio Roberto Barbosa - Diretor Relator; José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto - Diretor Editor; Paulo Parente Marques Mendes Diretor Secretário; Herlon Monteiro Fontes - Diretor Tesoureiro. Conselho Editorial: Elisabeth Edith G. Kasznar Fekete; Gabriel Leonardos; Juliana L. B. Viegas; Luiz Edgard Montaury Pimenta; Manoel J. Pereira dos Santos e Sonia Maria D’Elboux Boletim da ABPI: Editor - José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto; Jornalista Responsável - João Yuasa (MTb: 8.492); Produção Gráfica - PW Gráficos e Editores Associados Ltda; Fotos - Wladimir Wong; Revisão - Mauro Feliciano; Impressão e Acabamento - Neoband Soluções Gráficas. Boletim da ABPI Junho de 2007 • Nº 86