NÚCLEO DA TEORIA MARXISTA DO VALOR
O valor de troca de uma mercadoria é determinado pela
quantidade de trabalho socialmente necessário para a sua
produção, sendo que o trabalho qualificado um múltiplo de
trabalho simples.
Ernest Mandel, An introduction to Marxist economic theory
MERCADORIA
• Artigo produzido para troca no mercado, não para consumo
próprio
• Satisfaz necessidade humana, seja do estômago ou do espírito
• Toda mercadoria deve ter valor de uso e valor de troca
Valor de USO
Valor de TROCA
• Conteúdo material
• Conteúdo social
• Mercadorias diferenciam-se
qualitativamente
• Mercadorias diferenciam-se
quantitativamente
• Trabalho concreto
• Trabalho abstrato
• Valor independe da quantidade
de trabalho
• Valor depende da quantidade
de trabalho
PROCESSO DE VALORIZAÇÃO
• Trabalhador produz sob o controle do capitalista, a quem pertence
o produto
• Capitalista visa a:
• produzir valor de uso que tenha valor de troca
• produzir mais valor do que foi investido
• Valor da força de trabalho = custo de subsistência do trabalhador
A
–
Trabalho necessário
– – – – – –
Trabalho excedente
B
–
–
–
C
PROCESSO DE VALORIZAÇÃO II
A
–
Trabalho necessário
– – – – – –
Trabalho excedente
B
–
–
–
C
B–C
A–B
• Processo de criação de valor
• Processo de valorização do K
• Processo (geral) de produção
• Processo capitalista de
produção
• Mais-valia -> lucro
Trabalho necessário
A
– – –
– B’
–
Trabalho excedente
–
B
–
– –
C
EXPLORAÇÃO CAPITALISTA
A despeito das conotações pejorativas do termo, exploração
capitalista se refere à apropriação do sobre-trabalho de
uma classe por outra.
Trabalho excedente
Trabalho necessário
mais-valia ou lucro o
capital-variável ou salário
• Acumulação de capital pressupõe mais-valia;
• Mais-valia pressupõe produção capitalista;
• Produção capitalista pressupõe disponibilidade de capital e
de força de trabalho nas mãos dos capitalistas;
Esse é um processo “circular”, que, contudo, pressupõem
um ponto de partida. Qual é esse ponto?
ACUMULAÇÃO PRIMITIVA
• Processo histórico de separação dos produtores dos meios de
produção
• Thomas More: “ovelhas comeram homens”
• Rosa Luxemburgo: colonialismo, guerras, empréstimos
• David Harvey: O problema dessas abordagens é que colocam
esses processos ou na origem do capitalismo (Marx) ou no
exterior dele (Luxemburgo), como não mais relevantes
ACUMULAÇÃO POR ESPOLIAÇÃO
• “Todas as características de acumulação primitiva que Marx
mencionou permanecem fortemente presentes na geografia
histórica do capitalismo até os nosso dias” (D. Harvey)
• Expulsões de camponeses; privatização da água
• Privatizações de empresas
• Agronegócio substituindo agricultura familiar
• Escravidão não desapareceu
• Patentes de material genético
• O sistema de crédito e o capital financeiro colocaram os fundos de
investimento/derivativos e outras IFs na vanguarda da
acumulação por espoliação
CAPITAIS FICTÍCIO E PORTADOR DE JUROS
• Economia fictícia: contratos independentes do processo de
valorização do K que representam tão só expectativas de
transferência de capital-dinheiro
• Derivativo: contrato baseado em expectativas opostas acerca do
preço futuro de um objeto (US$ 90 mil/pessoa em 2009)
• Título da dívida pública: é capital, pois retornará ao emprestador
aumentado; é fictício, pois não passa de parte da arrecadação
tributária a advir da produção futura (Marx, Hilferding)
• Capital portador de juros: “aparenta dinheiro produzindo
dinheiro”; seu “retorno não aparece como consequência e
resultado de uma clara série de processos econômicos, mas como
consequência de um contrato legal” (Marx)
NEOLIBERALISMO
• Expansão financeira como reorganização estrutural dos
mecanismos de acumulação
• Troca de ideologias: renda dos que consomem vs. renda
dos que poupam
• Armas políticas e mudanças de padrões de partilha
• Neoliberalismo restabeleceu poder econômico do capital
contido pelas políticas keynesianas
EXPANSÃO FINANCEIRA E CRISE
• Redução de rigidez
–
–
–
–
Liquidez
Desregulação estatal
Instrumentos financeiros
Tecnologia e comunicações
• Mas o financeiro (preço) depara-se com o real (valor)
• Crise
– Modera a distância entre finança e realidade
– Redução de investimentos; deflação; recessão
– Poder da finança para impor taxas de juros (mais-valia)
• Caráter de classe das crise e das respostas a ela
EXPANSÃO FINANCEIRA DA ECONOMIA MUNDIAL
TAXAS DE JUROS REAIS DE CURTO PRAZO
9
6
3
0
-3
-6
-9
1960
1963
1966
1969
Alemanha
1972
EUA
1975
Japão
1978
1981
Reino Unido
1984
1987
1990
RENDA DO TRABALHO
95
85
75
65
55
45
35
1970
1973
1976
1979
1982
Coréia
1985
EUA
1988
1991
1994
Reino Unido
1997
2000
México
2003
2006
EXPANSÃO FINANCEIRA DA ECONOMIA BRASILEIRA
TAXAS DE JUROS REAIS DE CURTO PRAZO
30
25
20
15
10
5
0
-5
-10
1989
1991
1993
1995
Brasil
1997
1999
Coréia do Sul
2001
México
2003
Turquia
2005
2007
2009
EXPANSÃO FINANCEIRA DA ECONOMIA BRASILEIRA
DPMFi + ações – % s/ PIB
25
150
20
125
100
15
75
10
50
5
25
0
0
1990
1992
1994
1996
1998
2000
Formação bruta de capital fixo
2002
2004
2006
Capital fictício (à direita)
2008
PRODUTIVIDADE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA – BRASIL
190
170
150
130
110
90
70
Horas trabalhadas
Faturamento real
DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DA RENDA
48
46
44
42
40
38
36
34
Trabalho
Proprietários e autônomos/mistos
DÍVIDA E SUPERESTRUTURA LEGAL
• DRU e resultado primário
– < fungibilidade para uma classe, > para outra
– Regras vis-à-vis discricionariedade
• Controle inflacionário e regime de metas
– Representação social: o dragão da inflação
– Política monetária sustentada por restrições fiscais
• “Responsabilidade” fiscal e superávit primário
– Discurso: seletivo: não se ocupa com quem se gasta
– Caráter de classes do conceito de resultado primário, pois retira
o juro da disputa orçamentária
DESVINCULAÇÃO DE RECEITAS DA UNIÃO (DRU)
20
15
10
5
0
-5
1995
1997
1999
2001
DRU
Indicadores / Ano
2003
2005
2007
2009
Resultado primário
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
DRU
9,3
10,1
10,4
11,2
11,8
12,0
11,7
10,0
Resultado primário
4,3
-2,3
16,4
12,1
15,5
16,4
14,0
9,3
-5,1
-12,4
6,0
0,9
3,8
4,5
2,3
-0,7
Diferença entre resultado primário e DRU
Nota: % sobre tributos federais
EFEITO DA POLÍTICA MONETÁRIA NA POLÍTICA FISCAL
4
2
0
-2
-4
-6
-8
-10
1995
1997
1999
Resultado primário
Indicadores / Ano
Resultado primário
Juros nominais
Resultado nominal
Nota: % s/ PIB
2001
2003
Juros nominais
1995
0,5
-2,7
-2,2
1997
-0,3
-2,2
-2,4
2005
2007
2009
Resultado nominal
1999
2,1
-8,4
-6,2
2001
1,7
-5,1
-3,4
2003
2,3
-4,6
-2,3
2005
2,6
-5,8
-3,2
2007
2,2
-4,4
-2,2
2009
1,4
-4,7
-3,3
EXPANSÕES DA DPMFi E DOS TRIBUTOS FEDERAIS
12
10
8
6
4
2
0
-2
DPMFi
Tributos
TRIBUTAÇÕES BRUTAS E LÍQUIDAS DE JUROS DA DÍVIDA
20
15
10
5
0
-5
Total
Líquida
Renda e patrimônio
Renda e patrimônio, líquida
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Apresentação – Prof. Daniel Bin