A pele ou cútis é o órgão de revestimento externo do
corpo, o maior do corpo humano e o mais pesado,
responsável pela proteção do organismo.
A pele tem três camadas, a epiderme, a derme e o
hipoderme subcutâneo.
EPIDERME
A epiderme é uma camada com profundidade
diferente conforme a região do corpo. A queratina é
uma proteína resistente e impermeável responsável
pela proteção.
A epiderme não possui vasos sanguíneos, porque
se houvesse vasos na epiderme ela ficaria mais sujeita
a ser "penetrada" por microorganismos.
Os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão a
partir de vasos sanguíneos da derme.
DERME
A derme é um tecido conjuntivo que sustenta a
epiderme. É constituído por elementos fibrilares, como o
colágeno e a elastina.
HIPODERME
Tecnicamente já não faz parte da pele. É constituído por
tecido adiposo que protege contra o frio.
Funções: reservatório energético; isolante térmico;
modela superfície corporal; absorção de choque e fixação
dos órgãos.
As feridas são conseqüência de uma agressão por um
agente ao tecido vivo.
A principal meta da intervenção perioperatória é a
prevenção de infecções na incisão cirúrgica.
A cicatrização de qualquer ferimento é uma resposta
complexa e altamente organizada do tecido com solução
de continuidade causada por uma agressão.
FASES DA CATRIZAÇÃO
 INFLAMATÓRIA
OU INICIAL
 PROLIFERATIVA
 MATURAÇÃO
OU DE FIBROPLASIA
OU DE REMODELAÇÃO
FASE INFLAMATÓRIA
sangramento
plaquetas, hemácias e fibrina
coágulo
histamina, serotonina e bradicinina
prostaglandina
macrófago
vasodilatação
exsudação
vascular,
estimula
a mitose celular e a
quimiotaxia de leucócitos
FASE PROLIFERATIVA
NEO-ANGIOGÊNESE
FIBROPLASIA
EPITELIZAÇÃO
Formação de novos vasos
Síntese de colágeno
Cobertura
FASE DE MATURAÇÃO
REMODELAÇÃO DO COLÁGENO
 DIMINUIÇÃO
DOS VASOS NEOFORMADOS
 CONTRAÇÃO
CICATRICIAL
FATORES QUE PREJUDICAM
LOCAIS
 INFECÇÃO CIRÚRGICA
 TÉCNICA CIRÚRGICA
 TECIDOS DESVITALIZADOS
 CORPOS ESTRANHOS
 ANTISSÉPTICOS LOCAIS
 ISQUEMIA
 RADIOTERAPIA
FATORES QUE PREJUDICAM
SISTÊMICOS
 IDADE
 HIPOXIA
 DEFICIÊNCIA DE ZINCO E FERRO
 INSUFICIÊNCIA SISTÊMICA
 DIABETES MELITO
 CHOQUE E SEPTICEMIA
DESNUTRIÇÃO
CICATRIZAÇÃO
Existem três formas pelas quais uma ferida pode
cicatrizar, que dependem da quantidade de tecido lesado
ou danificado e da presença ou não de infecção: primeira
intenção,
segunda
intenção
(fechamento primário retardado).
e
terceira
intenção
Primeira intenção
É o tipo de cicatrização que ocorre quando as bordas são
apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido,
ausência de infecção e mínimo edema. A formação de tecido de
granulação não é visível. Exemplo: ferimento suturado
cirurgicamente
Segunda intenção
Neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva
de tecido com a presença ou não de infecção. A
aproximação primária das bordas não é possível. As
feridas são deixadas abertas e se fecharão por meio de
contração e epitelização.
Terceira intenção
Designa a aproximação das margens da ferida (pele e
subcutâneo) após o tratamento aberto inicial. Isto ocorre
principalmente quando há presença de infecção na ferida, que
deve ser tratada primeiramente, para então ser suturada
posteriormente.
• Deiscência: separação de camadas da incisão cirúrgica.
• Evisceração: extrusão de órgãos internos, ou vísceras, pela
abertura da incisão.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
As feridas podem ser classificadas de várias maneiras:
pelo tipo do agente causal, de acordo com o grau de
contaminação, pelo tempo de traumatismo, pela
profundidade das lesões, sendo que as duas primeiras
são as mais utilizadas.
• Incisas ou cortantes - são provocadas por agentes
cortantes, como faca, bisturi, lâminas, etc.; suas
características são o predomínio do comprimento
sobre a profundidade, bordas regulares e nítidas,
geralmente retilíneas.
• Corto-contusa - são produzidas por objeto rombo e
caracterizadas por traumatismo das partes moles,
hemorragia e edema.
• Lacerantes: São ferimentos com margens irregulares e
com mais de um ângulo. O mecanismo da lesão é por
tração: rasgo ou arrancamento tecidual. Um exemplo
clássico é a mordedura de cão.
• Perfurantes: são caracterizadas por pequenas aberturas
na pele. Há um predomínio da profundidade sobre o
comprimento. Exemplos: bala ou ponta de faca.
Também as feridas podem ser classificadas de acordo
com o GRAU DE CONTAMINAÇÃO. Esta classificação tem
importância pois orienta o tratamento antibiótico e
também nos fornece o risco de desenvolvimento de
infecção.
• limpas - são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo
que não foram abertos sistemas como o digestório,
respiratório e genito-urinário. A probabilidade da infecção
da ferida é baixa, em torno de 1 a 5%.
• Limpa-contaminadas: são os ferimentos que apresentam
contaminação grosseira, em acidente doméstico por
exemplo ou em situações cirúrgicas em que houve contato
com os tratos respiratório, digestivo, urinário e genital,
porém em situações controladas. O risco de infecção é cerca
de 10%.
• Contaminadas: são consideradas contaminadas as feridas
acidentais, com mais de seis horas de trauma ou que tiveram
contato com terra e fezes, por exemplo. No ambiente cirúrgico
são consideradas contaminadas as em que a técnica asséptica
não foi devidamente respeitada. Os níveis de infecção podem
atingir 20 a 30% (cirurgia dos cólons).
• Infectadas: são aquelas que apresentam sinais nítidos de
infecção.
CURATIVO
É o procedimento de limpar a ferida, proteger de
traumatismo mecânico, prevenir contaminação,
absorver secreções, minimizar acúmulos de fluídos
por compressão.
Fatores que pesam na escolha do curativo
b Conforto do paciente
b Facilidade de aplicação e remoção
b Efetividade
b Custo
b Não exigência de trocas freqüentes
Critérios para seleção da cobertura
b Ferida: seca/crosta/exsudato/necrose
b Localização da ferida
b Tamanho da ferida
b Formato da ferida, superficial, profunda
TIPOS DE CURATIVOS
O curativo é feito de acordo com as características da lesão.
1. Aberto: curativo em feridas sem infecção, que após tratamento permanecem abertos
(sem proteção de gaze).
2. Oclusivo: curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é
fechado ou ocluído com gaze ou atadura.
3. Compressivo: é o que faz compressão para estancar hemorragia ou vedar bem uma
incisão.
4. Com irrigação: nos ferimentos com infecção dentro da cavidade ou fistula, com
indicação de irrigação com soluções salinas ou anti-séptico. A irrigação é feita com
seringa.
5.Com drenagem: nos ferimentos com grande quantidade de exsudato. Coloca-se dreno
de (Penrose, Kehr), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia.
DRENO DE PENROSE
• Dreno de borracha, tipo látex, utilizado em cirurgias que implicam em possível acúmulo
local pós-operatório, de líquidos infectados ou não.
• O orifício de passagem do dreno deve ser amplo, e o mesmo deve ser posicionado à
menor distância da loja a ser drenada, não utilizando o dreno através da incisão
cirúrgica e, sim, através de uma contra incisão.
• A fim de evitar depósitos de fibrina que possam vir a ocluir seu lúmen, o dreno de
penrose deve ser observado e mobilizado em intervalos de 12 horas, ou seja,
tracionado em cada curativo (exceto quando contra-indicado), cortado seu excesso e
recolocado o alfinete de segurança estéril, usando luva esterilizada. Seu orifício de
saída deve ser ocluído com gaze estéril, devendo este curativo ser substituído sempre
que necessário.
DRENO DE SUCÇÃO (PORTOVAC)
• É um sistema fechado de drenagem pós-operatória, de polietileno, com dureza
projetada para uma sucção contínua e suave.
• É constituído por uma bomba de aspiração com capacidade de 500 ml, com cordão de
fixação; uma extensão intermediária em PVC com pinça corta-fluxo e conector de duas
ou três vias, e um catéter de drenagem com agulha de aço cirúrgico ( 3,2mm, 4,8mm
ou 6,4mm ).
•
SONDA DE MALECOT
• Utilizada em procedimentos que proporcionam acesso direto ao
estômago para alimentação integral prolongada, suporte
medicamentoso e descompressão gástrica; podendo ser
temporária ou permanente.
•
Dreno torácico
Consiste num tubo que é inserido no tórax para
drenagem de gases ou secreções. A cavidade torácica,
em particular o espaço pleural, tem pressão negativa
em relação à pressão atmosférica.
Ao ser introduzido um dreno torácico, este
deve ser conectado a um sistema de
drenagem pleural de modo a garantir a
hermeticidade da cavidade torácica.
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AULA DE CURATIVO.