Entendendo o Gerenciamento de
Conflitos em
Comunidades Violentas
Maureen Maloney Q.C.
Professora de Direito e Diretora, Instituto de Resolução de Conflitos
University de Victoria,
Canada
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“Paz não é a ausência de
conflito, mas a habilidade de
lidar com ele.”
Mahatma Gandhi
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Resumo da Apresentação
1. Introdução e Objetivos
2. As causas da violência
3. Processos para cessar a violência
4. Técnicas selecionadas para ajudar em:
facilitação
mediação
diálogos baseados em interesses e necessidades
diálogos narrativos
justiça restorative
círculos de paz
5. O papel das mulheres
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Causas da Violência
Há três fatores genéricos que causam
violência:
•
•
•
Uma “cultura de violência” dominante;
A crença de que violência é inevitável;
Três variáveis críticas: insegurança,
desigualdade, percepções.
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Violência Estrutural
Violência Estrutural : é a prática institucional,
polítical e de procedimentos que exclui, fere e
promove injustiça para as pessoas (enraizadas
na insegurança, desigualdade, desequilíbrio de
poder)
(Ben Hoffman, Eliminating Organised Violence: A Literature Review,
supra, at p.6 as are the elements of Structural Violence Below)
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Icebergue da Violência
Violência Direta
Violência Estrutural
Violência Cultural
Taken fromhttp://www.transcend.org/ Toolkit for Peacebuilding and Conflict Transformation in Nepal
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Insegurança
.1. As pessoas procuram maximizar a
segurança quando as condições abaixo
são predominates:
Instituições do Estado fracas
Ausência de capacitação institucional
Falha dos mecanismos de gerenciamento
de conflitos
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O que pode ser feito?
Processos e Técnicas
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Três maneiras de
resolver (?) conflitos
1. Baseada em poder;
2. Baseada em direitos;
3. Baseada em interesses e necessidades.
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Três Maneiras
A: Atitudes;
B: Comportamentos;
C: Contradições.
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Paz como Processo
“Paz não é meramente um objetivo distante
que buscamos atingir, mas a maneira através
da qual atingimos esse objetivo”
(Martin Luther King)
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Brand-Jacobsen nos diz que:
“conflitos existem em todos os níveis,
dentro e entre individuos, comunidades,
paises e culturas. Conflitos são naturais.
São parte da experiência cotidiana de
todas as pessoas, independentemente da
cultura, da classe, da origem, da
nacionalidade, da idade e do gênero. O que
é importante, não é se os conflitos são
bons ou maus, mas como nós lidamos
com eles.”
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Um processo de paz é uma série de
reuniões, eventos, e ações realizadas pelas
partes em conflito e/ou pelas pessoas na
área afetada por conflitos/lutas, para chegar
a uma solução inclusiva e verdadeira para
as causas básicas sociais, econômicas e
políticas que originaram o aparecimento e
intensificação da violência.
Taken fromhttp://www.transcend.org/ Toolkit for Peacebuilding and Conflict Transformation in Nepal
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Necessidade de um Consórcio que inclua:
Todos os níveis de governo
Comunidades
Sociedade Civil
Participação essencial das mulheres
Foco na juventude e no futuro
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Atacar o crime em todos os
níveis:
Impor a lei e medidas dirigidas à
criminalidade violenta do crime organizado
Regulamentação da posse de armas
Aumento da alocação de recursos e da
atenção à prevenção de crimes baseados
em evidência
edução da violência doméstica
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Quais são as melhores práticas
para as intervenções externas?
Criar “Fóruns Seguros” que são espaços
confiáveis, neutros para iniciar logo o diálogo e
manter o momentum;
2. Redefinir as posições das partes em termos
de necessidades e interesses;
3. Trabalhar com a realidade política e agir com
a assistência e apoio de líderes e pessoas
respeitadas;
4. Trabalhar regionalmente e não concentrar em
assuntos de uma só minoria.
1.
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5. Manter comunicação com formadores
de opinião como a mídia de massa (tanto
local quanto nacional);
6. Encorajar soluções autênticas, locais,
provindas de dentro dos processos.
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Tipos de técnicas e processos que já
tenham sido utilizados ao nível da
comunidade para apoiar a construção de
uma cultura de paz.
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Mapeamento do Conflito
1. Identificação da natureza do conflito;
2. Refletir criticamente sobre os pontos
relativamente fracos e fortes dos
métodos de intervenção para esse
específico conflito;
3. Usar PCIA durante todo o
desenvolvimento dos processos
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Mapeamento de todos os atores, grupos e organizações
Isso inclui todos os atores, de todos os níveis, envolvidos
no, afetados pelo, e contribuidores do conflito.
Mapear todos os assuntos, objetivos, interesses,
necessidades, medos.
Relacionar os assuntos, objetivos e interesses para cada
parte, incluindo como você os vê, e como eles vêm a si
mesmos;
Mapear os relacionamentos entre eles;
Incluir o relacionamento entre (i) os diferentes atores, (ii)
os assuntos, e (iii) os atores e os diferentes assuntos.
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O que pode ser feito?
A partir do mapeamento nos passos 1 – 3, explore e coloque tantas
idéias quanto possível sobre o que pode ser feito, por cada ator e a
cada nível, tão criativa e construtivamente quanto possível, para a
construção da paz e a transformação do conflito.
Como podemos fazê-lo?
Examine cada proposta concretamente, dewsenvolva uma estratégia
e o que é preciso para colocá-la em prática.
O que já foi feito antes?
Incluir o que já foi feito nessa área, no Brasil, e em outros países em
situações semelhantes, aprendendo através das experiências e
utilizando este método, voltando quantas vezes quanto for
necessário e melhorando os passos 4 e 5.
Aja / Implemente
Implemente as propostas desenvolvidas nos passos 4 e 5, após reexaminar os passos 6 e 7 para melhorar e fortalecer ainda mais
essas propostas e iniciativas.
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Tipos de Conflitos
Conflitos sobre dados/informações
Conflitos sobre necessidades/interesses
(por exemplo sobre recursos escassos,
etc)
Conflitos de relacionamentos
Conflitos estruturais
Conflitos de valores/identidade
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Necessidades Humanas Essenciais
Necessidade de segurança (bem estar
físico e psicológico)
Necessidade de sobrevivência (abrigo,
água limpa, comida)
Necessidade de reconhecimento
Necessidade de crescer e se desenvolver
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Necessidades Humanas Essenciais
Subsistência
Proteção
Afeição
Compreensão
Participação
Lazer
Criação
Identidade
Liberdade
Max-Neef (1991:17)
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Resolução/Gerenciamento de Conflitos
Metodologias e Técnicas:
Diálogos baseados em interesses e necessidades
(Fisher e Ury)
Mediação Narrativa (Gerald Munk)
Resolução de Conflitos Transformativa (Galtung, Bush e
Folger)
Métodos de reconciliação (Lederach)
Utilizar/adaptar métodos locais se eles não são a
causa do conflito ou não exacerbam o conflito
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Outras atividades
Visualização
Círculos de Paz
Historia Oral
Mapeamento Social
imagens Visuais (fotos/video)
Artes Criativas (teatro, desenho)
Trabalho com jovens
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Justiça Restaurativa
Um método que é novo e ao mesmo
tempo antigo, e vem das comunidades
indígenas da Nova Zelândia , do Canadá
e de outros países;
Está sendo usado como uma alternativa
para a justiça criminal na maioria dos
continenetes;
Está começando a ser utilizado nos
processos de paz.
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Princípios
Focalizando no dano causado à(s) vítima(s), não
no estado;
Tenta reintegrar, e não promover retribuição
contra os transgressores;
As famílias e as comunidades têm um papel
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Como funciona?
Os transgressores precisam assumir
responsabilidade pelas suas ações;
É facilitada por uma liderança respeitada;
O transgressor explica o que fez e o
porquê;
A nela mesma e na família como um todo;
Os membros da comunidade descrevem o
efeito sobre a comunidade.
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O que acontece
O transgressor concorda em fazer algo para a
vítima e/ou a comunidade (restituição, trabalho,
etc);
De maneira geral, se desculpa;
Concorda com um plano de responsabilização e
um plano conciliador
Um m,embro da comuidade ajuda o transgressor
a cumprir o plano.
Se o plano é cumprido, o transgressor é
bemvindo de volta à comunidade.
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Não há um método somente MAS as metodologias e abordagens
utilizadas para lidar com os conflitos em quaisquer contextos ou
situações devem::

ter sentido para as pessoas/participantes involvidos e afetados pelo
conflito, não simplemente importados de for a da comunidade/país ou
impostos de cima para baixo;

ser práticos, fornecendo ferramentas efetivas e recursos serpara
as pessoas se engajarem direta e ativamente no trabalho de lidar com o
conflito construtivamente;

ser participativos, envolvendo as pessoas comoparticipantes,
atores e tomadores de decisão, guias e implementadores no processo
presente de transformação de seus conflitos;

ter as raízes nas tradições, cultura e pessoas da comunidade
(inativos) e tratar das reais necessidades das pessoas como
identificadas por elas mesmas;
Taken fromhttp://www.transcend.org/ Toolkit for Peacebuilding and Conflict Transformation in Nepal
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
ser integrados, abrangentes e holisticos,
tratando efetivamente de todos os assuntos –
inclusive o ABCs de cada parte –;

ser sustentáveis, não dependentes de apoio
externo e de processos estimulados de fora por
pessoas de for a, sem interferências;

ser inspiradores, dando às pessoas confiança e
esperança na sua habilidade e na capacidade do
processo de superar e transcender o conflito,
transformando-o construtivamente, e criando
oportunidades e possibilidades for a do conflito.
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Importância de mulheres nos processos
de Paz
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SOLUÇÕES E ATIVIDADES DAS MULHERES EM
SOCIEDADES AFETADAS POR CONFLITOS
Sobrevivência e Necessidades básicas;
Construindo confiança e diálogos transcomunitários;
Construindo capacitação e conhecimento;
Construindo legitimidade através de redes sociais e
advocacia;
Desafiando o Status Quo;
Lutando contra a impunidade, lutando pelos direitos
humanos;
Promovendo a participaçào de mulheres nas
tomadas de decisão e lideranças;
Mobilizando recursos para apoiar o trabalho de paz.
WOMEN WAGING PEACE: INCLUSIVE SECURITY,SUSTAINABLE PEACE:
A Toolkit for Advocacy and Action
http://www.huntalternatives.org/download/43_section4.pdf
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A paz não e o destino, a paz e o caminho
“Paz e um processo diario, semanal, mensal,
gradualmente mudando as opinioes, lentamente
eliminando as barreiras, de forma silenciosa a
construção de novas estruturas”
(J.F. Kennedy)
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Muito Obrigada!
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Violência Estrutural