Qualidade na aprendizagem com promoção profissional Elementos que propiciam a qualidade social da educação Dr. Lúcio Lord Sociólogo UNEMAT - Sinop [email protected] Elementos para a qualidade: São elementos que propiciam (ou condicionam) a qualidade da educação: - o contexto sócio-econômico, político e cultural do país - a realidade vivida pelo público da educação - os atores envolvidos no processo Destes temos a relação insumos-processos-resultados que a OCDE e Unesco utilizam Os atores envolvidos no processo Por ser um processo social é que a educação chama a atenção de diversos atores. Seu papel na manutenção/reprodução da sociedade define a sua relevância para os atores. Quanto mais atribuições são dadas à educação escolar, mais intensas são as disputas dos atores para imporem seus projetos de sociedade através dela. Assim, atuar na educação é atuar (consciente ou não) em um “campo de disputas” de projetos. Projetos Os projetos são sempre políticos: - eu sou político em sala de aula - minha mãe foi política na minha criação - nossos discursos e práticas sindicais são política Já que nossa atuação é política, mesmo quando não pensamos ser, como conduziremos melhor nossos projetos políticos? A condução do projeto político Vimos que diversos são os elementos que propiciam a qualidade da educação. • Mas nós também temos um projeto para uma educação de qualidade. Assim, assumimos uma posição no campo de disputas no espaço escolar. • Mas nosso projeto é só mais um projeto? Não temos nada de diferentes dos demais atores? Nosso projeto é melhor, ou pior, ou igual aos demais? O melhor projeto! Não temos como medir qual o melhor projeto, pois como é nosso projeto, é de se esperar nossa imparcialidade. Contudo, somos capazes de trazer outros projetos para o nosso? Como atores políticos, somos capazes de trazer para atuar conosco outros atores? E o nosso projeto, pode deixar de ser só nosso e ser, de fato, “nosso” no sentido coletivo da educação? O melhor projeto é o que engloba O melhor projeto é aquele capaz de englobar outros atores, outros projetos, outras demandas que não somente as nossas. Tornar-se hegemônico é o nosso desafio! Mas para isto é necessária a articulação... o comprometimento... a nossa formação política. Um projeto hegemônico sim! Gramsci esteve preocupado com a hegemonia de um Estado visto em oposição ao operariado. Mas nós somos parte do Estado. Somos servidores públicos, temos estabilidade, temos armas a mais do que tinham os operários de Gramsci. Nós temos colegas (ou ex-colegas) que estão hoje no Governo do Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, nas prefeituras... Nós temos colegas que ocupam cargos eletivos, são deputados, vereadores... Nosso projeto! Nós, que já compomos a máquina estatal, que somos parte do aparelho do Estado, conseguimos também nos inserir na Administração do Estado. Somos os executores do projeto do Estado, mas somos também gestores e pensadores deste mesmo Estado. Então, ou hoje somos instrumentos de execução do projeto de educação de qualidade, tal como elaborado pelo Estado; ...ou não fomos capazes de garantir o controle sobre os espaços que “conquistamos”. Para refletir: O Sindicato existe há quase 50 anos. Neste tempo, quais foram suas conquistas? Quais os resultados da sua atuação? Para refletir: Quantas pessoas passaram pela luta deste Sindicato e ingressaram na máquina administrativa estatal? Por que não formos capazes de garantir estes espaços? Nossos colegas abandonaram nossa causa, ou nossa causa não conseguiu ocupar os espaços em que nossos colegas se inseriram? Quando ingressaram naqueles espaços, nosso colegas eram “nossos”, então foi por nossa luta que os espaços foram conquistados. Mas o que ocorreu depois? Da qualidade da educação: Ponto 1: O Sindicato pode ser ator político de relevância ímpar na elaboração de um projeto de qualidade da educação. Ponto 2: O que falta ao Sindicato para que se constitua elemento determinante para a qualidade da educação? “O que a educação sistemática está chamada a fazer numa sociedade repressiva, enquanto dela emergindo e sobre ela voltando-se, como instrumento de controle social, é preservar tal sociedade. Concebê-la, portanto, como alavanca da libertação é inverter as pedras do jogo e atribuir-lhe, como dissemos antes, uma autonomia que ela não tem, no processo de transformação social, sem o qual não há libertação como busca permanente.” FREIRE Paulo (1978). A alfabetização de adultos é ela um quefazer neutro? Revista Educação e Sociedade. Campinas, Ano I, n. 1, p.64-70.