I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS INTERNACIONAIS NA PREVENÇÃO E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS James Tiburcio Universidade de Brasília Instituto de Relações Internacionais [email protected] Orientadora: Professora Doutora Cristina Yumie Aoki Inoue Universidade de Brasília Instituto de Relações Internacional [email protected] As Organizações Não Governamentais Internacionais (ONGIs) não apenas alimentam, abrigam e vestem os mais necessitados. Após o fim da Guerra Fria, a intensificação de conflitos em diversos níveis levou atores não-governamentais a uma área anteriormente exclusiva a estados e organizações governamentais. A demanda gerada pela multiplicidade e variedade de atores envolvidos nos vários estágios de origem e conflagração dos conflitos contemporâneos, gerou a necessidade de mecanismos e atores ágeis e flexíveis compromissados com a prevenção e resolução de conflitos. Esta situação inédita na história recente das Relações Internacionais abre espaço para novas interpretações, teorias e revisões bibliográficas desafiando os marcos teóricos consagrados da literatura. Existe uma grande variedade de atores não governamentais de diferentes orientações ideológicas, religiosas, doutrinárias, tipos de fundos, graus de independência e procedência de seus membros engajados na prevenção, resolução, reconciliação e mediação de conflitos. Estes atores variam quanto ao escopo de ação espacial e envolvimento internacional, regional, nacional ou local e, dentro de cada conjunto é possível constatar magnitudes e heterogeneidades crescentes quanto às ações tomadas visando à resolução de conflitos. Ao mesmo tempo, verificam-se denominadores comuns: o desenvolvimento sustentável, a autodeterminação e o fortalecimento da sociedade civil. Neste contexto, ao investigar possíveis padrões causais e explicativos, o presente trabalho analisa os conceitos e as teorias do papel das Organizações Não Governamentais 1 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ Internacionais na prevenção, resolução, reconciliação e mediação de conflitos dentro do sistema anárquico internacional. Introdução Desde meados do século XX testemunha-se um desenvolvimento bélico jamais visto na história da humanidade, período em que o aniquilamento completo da vida no planeta passoa a significar um aperto de botão. Nunca foi tão simples matar e ser morto. A beligerância, a hostilidade, a confrontação, o desacordo, a incompatibilidade, a contenda e a divergência aparentam dominar a existência humana em todos os níveis. Do estado nacional, entidade soberana e suprema nas Relações Internacionais, até a mais humilde associação de bairro, todos se engajam em conflitos para alcançar seus objetivos. Em paralelo, novas tecnologias nos possibilitam salvar o que parecia irremediavelmente moribundo e a nos comunicarmos através de qualquer barreira. Tais fatos, de acordo com Miall et alli (2005), leva um número crescente de acadêmicos e políticos das mais variadas disciplinas, a partir dos anos 1950, a estudar o conflito enquanto fenômeno, seja este entre estados ou indivíduos. A disciplina enfrenta ceticismo e barreiras provenientes tanto da ordem estabelecida por diplomatas e políticos quanto dos meios acadêmicos dominados pela escola Neo-realista. O anseio normativo e analítico impulsiona tanto conservadores quanto liberais a criticarem e até condenarem como irrelevante quaisquer esforços neste sentido (Cheldelin et alli, 2003). Revisar a literatura de resolução de conflito por completo não é o objetivo deste artigo conciso. A título de consistência teórica e concisão, este trabalho abrange essencialmente, a teoria de resolução de conflitos baseada na abordagem ‘Needs-based’, ‘cooperation-based’ ou ‘interest-based’ sem todavia ignorar outras escolas (Mills, 2002, p. 1). A literatura de Relações Internacionais dispõe de alguns esforços de síntese recentes, entre os quais, Cheldelin, Druckman e Fast (2003), como também Miall, Ramsbotham e Woodhouse (2005), cujas pesquisas ocupam o foco deste trabalho. Enquanto Miall et alli (2005) apresentam uma perspectiva interdisciplinar voltada para conflitos armados entre grupos e conflitos internacionais, Cheldelin et alli (2003) procuram alcançar convergência entre todos os esforços acadêmicos anteriores e produzir uma teoria genérica. 2 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ O conceito de teoria baseia-se em Stern e Druckman (2000) para os quais uma teoria representa um modelo conceitual, definido por um conjunto de participantes ou atores e condições1 e que necessariamente postula associações e relações causais entre eles (Cheldelin, et alli. 2003). A natureza desta teoria de resolução de conflitos é realçada ao se analisar as raízes interdisciplinares da mesma. A Sociologia, a Antropologia, a Ciência Política, o Direito, a Psicologia Social, a Psicologia, e as Relações Internacionais são as fontes dos fundamentos epistemológicos e dos limites da abordagem prática e acadêmica da disciplina de resolução de conflitos. A tipologia de Cheldelin et alli (2003) e de outros trabalhos desenvolvidos pelo Institute of Conflict Analysis and Resolution (ICAR) da Universidade George Mason, e Miall, Ramsbotham, Woodhouse (2005) especialmente no que diz respeito à terminologia e conceitos gerais, serão o norte deste levantamento bibliográfico. A principal vantagem desta linha de pesquisa reside no fato de que os autores reconhecem a necessidade de abordagens teóricas e práticas múltiplas na análise e resolução de conflitos (Kelman, 2003). Naturalmente, os autores analisados têm viés próprio no que tange as ideologias e contexto sócio-político, inerentes à prática ciêntifico-acadêmica, fato que não invalida a análise. Vale ressaltar que tal como no campo das Relações Internacionais propriamente ditas, não há uma agenda de pesquisa una e legítima (Reimann, 2004). As Organizações Não Governamentais Internacionais (ONGIs) são o principal alvo e fonte empírica dos pesquisadores, pois são elas as operadoras mais ativas deste sistema alternativo aos canais diplomáticos tradicionais. Assim sendo, o papel destas ocupa posição central e sua análise encapsula o próprio modo de operar do sistema. Além das ONGIs, um número expressivo de institutos, centros e departamentos acadêmicos apoiam a prática e o pensamento disciplinar2. Berger (2003) enumera o surgimento de novos estados independentes, o declínio da capacidade dos governos, pressão maior sobre os estados para reagir à concorrência financeira, conflitos intra-estados, novas emergências internacionais complexas e o avanço da tecnologia da informação como fatores que contribuíram para a entrada das ONGIs neste 1 Tais como intervenções estratégicas, condições de resultado, e outros fatores além da intervenção que influi os resultados. Druckman (2000), citado em Cheldelin et alli. (2003), p. 2. Tradução do Autor. 2 Exemplos: ICAR, PRIO, ACCORD, ECCP, Beyon Intractability, SFCG e outras centenas de organizações que promovem a resolução pacífica de conflitos. 3 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ nicho anteriormente dominado pelos estados, organizações governamentais e com alguma participação das corporações transnacionais. Concomitantemente, a exposição maior gerou novos desafios tais como a manutenção da integridade e independência, ameaçadas por outros atores não-estatais e também pelos próprios atores estatais (Howell e Pearce, 2000). A primeira parte deste trabalho se ocupa do complexo teórico da disciplina: tipologia, fontes, dinâmica e características de conflito e teorias de resolução. A segunda parte estabelece como se dá a operacionalização do corpo teórico a partir do papel das Organizações Não-Governamentais Internacionais atuantes na área. Conflitos Praticamente todas as disciplinas sociais possuem uma forma idiossincrática de compreender o conflito enquanto fenômeno. Os pesquisadores de Relações Internacionais e de Ciência Política se aplicam a compreensão dos conflitos intra-nacionais e internacionais; os economistas concentram-se em modelos baseados na teoria dos jogos e tomada de decisão; a psicologia analísa os conflitos interpessoais; enquanto os sociólogos debatem conflitos de classe e examinam as questões de status como ponto central (Axt et alli, 2006, p. 4). Um conflito armado, de acordo com o Uppsala Conflict Data Project (Projeto de Informações sobre Conflitos da Universidade de Uppsala, Suécia), é uma situação de incompatibilidade que envolva um governo, ou território, ou ambos. O conflito armado acarreta a utilização de força bélica entre pelo menos dois beligerantes, resultando em pelo menos vinte e cinco mortes relacionadas diretamente aos confrontos, sendo que, pelo menos um dos atores deve ser um estado nacional3 (Gleditsch, et al. 2001). Esta classificação primária é subdividida em três, de acordo com o número de mortos: − Conflitos armados menores: pelo menos 25 mortes por ano diretamente relacionadas ao confronto e menos de mil mortes diretamente relacionadas ao conflito. − Conflitos armados intermediários: ao menos 25 mortes anuais diretamente relacionadas ao conflito e pelo menos mil mortes, porém menos de mil mortes em qualquer ano durante o conflito. − Guerra: pelo menos mil mortes por ano diretamente ligadas ao conflito (Gleditsch, et al. 2001). 3 Esta condição é mais tarde relaxada para contemplar conflitos armados envolvendo apenas atores não-estatais. 4 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ O Projeto Correlates of War (COW) utiliza a seguinte classificação baseada nos atores envolvidos: − Conflitos inter estados: entre dois ou mais estados. − Extras estados: entre atores estados e não estados dentro do território do estado envolvido. − Conflitos internos internacionais: entre o governo de um estado e grupos armados internos com a intervenção de outros estados. − Confrontos entre um estado e grupos de oposição internos sem a intervenção de outros estados são classificados como conflitos armados internos. (Small; Singer, 1982). Estudos empíricos confirmam que conflitos internos têm sido mais freqüentes e dominam o sistema internacional desde a Segunda Guerra Mundial, com um crescimento vertiginoso a partir da década de 1960, muitos deles, resultados dos processos de descolonização. Talvez o termo “processo” não se encaixe no fenômeno político e sócioeconômico ocorrido na África, onde o caos pós-colonial, e até certo ponto, a herança do colonialismo, levou a multiplicação do número e intensidade dos conflitos internos (Soysa; Gleditsch, 2002). No levantamento anual de conflitos de Harbom et al (2006) em 2006, 32 conflitos armados em todo o mundo foram classificados como ativos, número que permanece constante nos últimos 3 anos. Grande parte destes conflitos tem uma longa história, o que os torna menos propensos a convergir para um ponto de resolução. No entanto, nos últimos dois anos não se iniciaram novos conflitos e não ocorreram conflitos entre estados (mesmo que cinco conflitos internos tenham si internacionalizado). Quatro conflitos ativos em 2005 tornaram-se inativos em 2006, enquanto outros quatro foram reiniciados. (Harbom et al, 2006). As origens da teoria contemporânea de resolução de conflitos A disciplina de resolução de conflitos se encontra na contramão do mainstream do campo de Relações Internacionais, isto é, a teoria Neo-realista, baseada em teorias de conflito e poder. De acordo com Miall et alli (2005) a maturidade da disciplina chegou somente após o fim da Guerra Fria e está subdividida em estudos de crises internacionais, guerras internas, conflitos sociais, e diferentes abordagens de negociação, mediação e jogos experimentais. 5 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ Diversos autores contribuíram de forma decisiva para que a pesquisa das dinâmicas de conflito e resolução adquirisse massa crítica autônoma. Vertentes pioneiras se desenvolveram em diferentes contextos disciplinares entre os quais Rapoport (1960), Boulding (1957; 1962), e Morton Deutsch (1973) 4. Deutsch (1973) concentra-se no papel das percepções e na própria existência do conflito (Mills, 2002), almejando determinar quais condições determinam a resolução de um conflito com conseqüências construtivas ou destrutivas. Deutsch (1973) afirma que o conflito é potencialmente de valor pessoal e social. Paralelamente, Galtung (1969) avançou ao identificar passos para a paz e noções mais abrangentes de violência, levando em consideração as necessidades humanas de segurança e identidade. A paz poderia ser positiva ou negativa. A paz negativa é caracterizada pela simples interrupção das hostilidades enquanto a paz positiva acarreta a ausência de violência estrutural. Esta paz positiva distingue-se pela nulidade de todas as formas de violência que leva a extração de fatores que ocasionam a violência direta (Galtung, 1969). Para Miall et alli (2005), no Hall da fama do estudo acadêmico em resolução de conflitos constam Mary Parker Follett entre os precursores; Kenneth Boulding, Johan Galtung e John Burton entre os fundadores; e Herbert Kelman, Roger Fisher, William Ury, William Zartman, Adam Curle e Elise Boulding entre aqueles que atualmente dão continuidade na 4 Autores anteriores como Simmel (1908), Follett (1942), Lewin (1940), Coser (1957) e Schelling (1960) [Este último ligado a conflict management] lançaram os fundamentos sobre os quais a disciplina se alicerçou. 6 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ fronteira do conhecimento (Miall, 2005, op cit., pp. 32 – O Crescimento dos Centros de Estudo da Disciplina de Resolução de Conflitos: 1975 - 1995 Univers ity of Uls ter, Centre for the Study of Conflict (Northern Ireland) 1979 Carter Center: International Negotiation Network 1982 Nairobi Peace Group (from1990, Nairobi Peace Initiative) 1984 United States Ins titute of Peace, W as hington 1984 International Alert, United Kingdom 1985 Conflict Res olution Network, A us tralia 1986 Harvard Law School, Program on Negotiation 1986 Jean B. Kroc Ins titute for International Peace Studies , Univers ity of Notre Dame, EUA 1986 Ins titute for Conflict Res olution and Analys is , George M as on Univers ity, USA 1988 A us trian Study Centre for Peace and Conflict Res olution/European Peace Univers ity 1988 Centre for Conflict Res olution, Univers ity of Bradford 1990 Firs t European Conference on Peacemaking and Conflict Res olution, Is tanbul 1991 Ins titute for Multi-Track Diplomacy, W as hington 1992 Ins tituto Peruano de Res olucion de Conflictos , Negociacion, y Mediacion Peru 1992 Berghof Res earch Centre for Cons tructive Conflict Management, Berlin 1993 Organis ation of A frican Unity, Mechanis m for Conflict Prevention, Univers ity of Uls ter/United Nations Univers ity: Initiative on Conflict and Ethnicity (INCORE) 1993 1993 Conference for Security and Cooperation in Europe becomes the Organis ation for Security 1994 and Cooperation in Europe, (OSCE), - High Commis s ioner on National Minorities Carnegie Commis s ion on Preventing Deadly Conflict, New York 1994 UNESCO’s Culture of Peace Programme 1994 Kazakhs tan Centre for Conflict Management 1995 European Centre for Conflict Prevention 1996 Quadro 1. Centros de Estudo de Resolução de conflitos – Crescimento. Seleção. Fonte: Miall, Ramsbotham e Woodhouse (2005). Elaboração do autor. 7 54). I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ A partir de John W. Burton (1965; 1990), as questões e o campo teórico de resolução de conflitos passou a estudar os conflitos armados internacionais e ingressou na literatura de Relações Internacionais ao sintetizar as principais hipóteses na “teoria das necessidades humanas” (human needs theory). Para que haja resolução de conflitos, diz Burton (1990), as necessidades humanas fundamentais precisam ser atendidas5. Estas necessidades vão além de alimentação, água potável e moradia, pois incluem necessidades não tangíveis. Burton (1990), sobre os ombros de Maslow (1943) e Sites (1973), enunciou nove necessidades fundamentais: a) controle; b) segurança; c) justiça; d) estímulo; e) reação; f) significado; g) racionalidade; h) estima/reconhecimento; e i) defesa de atuação (a necessidade de defender a atuação/papel próprio) (Mills, 2002). Estas ‘necessidades ontológicas’, especialmente as necessidades de reconhecimento, identidade e segurança, seriam inerentes a natureza humana e portanto , universais, sendo desejadas e ambicionadas a despeito dos custos (Mills, 2002). De acordo com esta teoria os conflitos se iniciam quando as mudanças sociais repentinas eliminam os provedores tradicionais destas necessidades, abrindo uma lacuna de novos provedores (Cheldelin, 2003). Neste ponto, grupos buscam emancipação política e social devido a necessidade de serem reconhecidos e possuírem um papel defensável. Estaria aí, a origem dos conflitos contemporâneos. 5 "[H]uman needs are a powerful source of explanation of human behavior and social interaction. All individuals have needs that they strive to satisfy, either by using the system[,] 'acting on the fringes[,]' or acting as a reformist or revolutionary. Given this condition, social systems must be responsive to individual needs, or be subject to instability and forced change (possibly through violence or conflict)." -- Coate and Rosati, "Preface," in The Power of Human Needs in World Society, ed. Roger A.Coate and Jerel A. Rosati, ix. Boulder, CO: Lynne Rienner Publishers, 1988. Citado em Marker, Sandra. What Human Needs Are. 2003. Disponível em http://www.beyondintractability.org/essay/human_needs/. Acessado em 18/10/2007. 8 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ Burton (1990) diferencia as necessidades ontológicas dos interesses e valores. As necessidades ontológicas não são negociáveis, já os valores possuem algum espaço para negociação. Já os interesses, são passíveis de barganha (Burton, 1990, op. cit., p. 337). Influenciado pela teoria Geral de Sistemas6, Burton propõe o 'conflict provention', que seria “a proactive capability within societies to predict and avoid destructive conflict by the spread of the problem-solving method and philosophy throughout all relevant institutions, discourses and practices,” (Miall et alli, 2005, op. cit., p. 46). O fato de Burton definir as necessidades como universais, afirma Mills (2002), chamou a atenção dos relativistas que criticaram duramente uma teoria baseada em uma suposição aparentemente dogmática e universalista. Já nos anos 1980, Roger Fisher e William Ury do Programa de Negociação de Harvard começaram a trabalhar com abordagens “win-win, problem-solving and mutual gain vocabulary of conflict resolution,” (Miall et alli, 2005, op. cit., p. 50), popularizada pelo livro “Getting to Yes” (1981), que inaugurou o termo “principled-negotiation”. Os principais pontos da teoria são: 1. Separar as pessoas do problema. Os autores afirmam que antes de tudo somos pessoas e que existem questões substantivas e de relacionamento em todas as situações de negociação e mediação. 2. Concentrar-se nos interesses e não nas posições. Presente em todas as negociações, os interesses podem ser conflitantes, compatilhados, compatíveis e múltiplos. As negociações podem avançar quando pontos de acordo e áreas comuns são indentificadas. 3. Inventar opções voltadas para o ganho mútuo. A geração de muitas soluções possíveis auxiliam as partes a encontrar ganhos mútuos. 4. Desenvolver uma melhor alternativa para um acordo negociado (best alternative to a negotiated agreement – BATNA), nos casos em que uma das partes obtenha ou possua alguma vantagem nas negociações. 5. Insistir na negociação sobre princípios em caso de beligerantes recalcitrantes.7 6 A teoria geral de sistemas (também conhecida pela sigla, T.G.S) do biólogo austríaco Ludwig von Bertalanffy publicada em vários artigos de 1950 e 1968. Teoria Geral dos Sistemas; BERTALANFFY, Ludwig Von.; Ed. Vozes;1975. 7 Disponível em http://www.internetmediator.com/medres/pg1028.cfm. Oregon Mediation Center, Inc. Acessado em 20/10/2007. 9 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ Portanto, o objetivo da abordagem baseada em princípios é resolver conflitos através da submissão de julgamentos (preconceitos, sensos comuns) a um princípio moral. O estímulo à empatia permite o discernimento de interesses subjacentes que, quando revistos com criatividade, podem levar a soluções amistosas (Mills, 2002). De acordo com Miall et alli (2005), o Programa de Negociação de Harvard agregou dezenas de centros acadêmicos em uma associação, fomentando a pesquisa sistemática e analítica. Pesquisadores de diferentes áreas, como a política, a psicologia, a antropologia, a sociologia e as relações internacionais, produziram estudos de caso e estudos comparados sobre uma larga gama de abordagens e estilos bem e mal sucedidas 8. A escola conhecida como ‘escola de transformação de conflitos’ é baseada em John Paul Lederach, Robert Baruch-Bush, Joseph Folger, R. Vayrynen e Peter Wallensteen9. “Conflict transformation is a term which for some analysts is a significant step beyond conflict resolution, but which in our view is a development of it. It has particular salience in asymmetric conflicts, where the aim is to transform unjust social relationships. It is also used in the understanding of peace processes, where transformation denotes a sequence of necessary transitional steps. It implies a deep transformation in the parties and their relationships and in the situation that created the conflict,” (Miall et alli, 2005, op. cit., p. 25). As propostas de Peter Wallensteen (2002), constituem a síntese desta escola. O autor se utiliza da racionalidade de Zartman (1989) combinada às necessidades dos beligerantes de Coser (1956) e modeladas pelo esquema de Galtung (1969; 1996, 72), de triângulo de conflito10. A resolução de conflitos, de acordo com Wallensteen (2002), se dá em uma situação em que as partes beligerantes entram em acordo, e este resolve a incompatibilidade central, leva a aceitação da existência do outro e resulta no término de toda ação violenta mútua (Wallensteen, 2002, op. Cit., p. 8). 8 Por exemplo: Druckman (ed.) (1977), Zartman (ed.) (1978), Raiffa (1982), Hall (1993), e Zartman e Rubin (1996). (Ibid, 2005, p. 50). 9 Peter Wallensteen, Understanding Conflict Resolution, 2002; R. Vayrynen, “From Conflict Resolution to Conflict Transformation: A Critical Review,” in Ho-Won Jeong, The New Agenda for Peace Research, Aldershot England, Ashgate Publishing, 2000; LEDERACH, John Paul; JENNER, Janice Moomaw. A Handbook of International Peacebuilding: Into the Eye of the Storm. California: Jossey-Bass Publishers, 2002. 10 “Thirty years ago Johan Galtung (1969; 1996, 72) proposed an influential model of conflict, that encompasses both symmetric and asymmetric conflicts. He suggested that conflict could be viewed as a triangle, with contradiction (C), attitude (A) and behaviour (B) at its vertices,” (Miall et alli, 2005, op. cit., p. 59). 10 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ Canais de resolução Louis Diamond e John Macdonald (1996) identificam nove categorias de atores ou canais na resolução de conflitos: − A diplomacia oficial; − A educação; − O treinamento e pesquisa; − Os negócios e comércio; − A assistência financeira; − A mídia e a comunicação; − A religião; − As organizações não governamentais e grupos de apoio; − As iniciativas individuais. Além destes, vários autores adicionam a esta lista as Nações Unidas e as entidades religiosas (Joseph, 2003). Os dois caminhos 1. Track one A diplomacia oficial corresponde a “track one diplomacy” que comporta os atos governamentais oficiais englobando o processo de comunicação entre governos que são tratados teoricamente em nível similar (Said et al. 1995). Nan (2003) explica que “track-one diplomacy” é conduzida entre representantes oficiais de estados ou representantes de organismos cujos membros são estados e envolvem negociações com outros estados e organismos estatais. E embora a diplomacia oficial tenha obtido alguns resultados positivos após o termino da Guerra Fria, os fracassos se acumulam. A diplomacia oficial, “Track one”, convencionalmente se baseia nos interesses nacionais acima de todos os outros, que nem sempre se prestam à rápida resolução de determinado conflito, sob a visão do princípio de “win-lose” e, mormente encorajam a competitividade e barganhas. (Zartman, 1996; Nan, 2003). 2. Track two 11 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ A resolução bem sucedida de conflitos se move pelos dois caminhos que não são concorrentes e sim, paralelos e muitas vezes complementares (Joseph, 2003). Davies (2003) chama a Track two de “diplomacia dos cidadãos” (Ibid, 2003, p.1). A track two se desenvolve a partir da própria realidade das relações internacionais contemporâneas e assim é definida: “Second track or citizens diplomacy may be broadly defined as the bringing together of professionals, opinion leaders or others currently or potentially influential individuals in communities in conflict, without official representative status, to work together to understand better the dynamics underlying the conflict and how its transformation from violence (or potential violence) to a collaborative process of peace building and sustainable development might be promoted.” (Op. Cit., p. 2). De acordo com Davies (2003), a segunda via abre canais alternativos para o diálogo entre beligerantes e possibilita maior compreensão através das linhas culturais especialmente quando as vias oficiais permanecem fechadas. Além disso, coopera com a primeira via ao injetar novas idéias, humaniza o inimigo, reduz mal entendidos nas áreas de conflito, fortalece a sociedade civil, promove reconciliação e organiza a opinião pública para a canalização de vontade política. Este ambiente social pode levar à paz duradoura e ao desenvolvimento sustentável (Diamond, 1996). A segunda via toma forma através de uma grande variedade de atores não governamentais de diferentes orientações ideológicas, religiosas, doutrinárias, tipos de fundos, graus de independência e procedência de seus membros engajados na prevenção, resolução, reconciliação e mediação de conflitos. Estes atores variam quanto ao escopo de ação espacial e envolvimento internacional, regional, nacional ou local e, dentro de cada conjunto é possível constatar magnitudes e heterogeneidades crescentes quanto às ações tomadas visando à resolução de conflitos. Ao mesmo tempo, verificam-se denominadores comuns: o desenvolvimento sustentável, a autodeterminação e o fortalecimento da sociedade civil. O papel das ONGIs 12 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ Organizações não governamentais têm atuado nos seguintes pápeis: Third Siders, Bridge Builders, Facilitators, Mediators, Arbitrators, Educators, Witnesses, Peacekeeper, Healers, Equalizers, Referees, Providers. (Burgess, 2007). No entanto, toda atividade relacionada a um conflito, seja ela bélica ou voltada a resolução, influencia de algum modo o andamento do conflito. Esta preocupação permeia a existência da segunda via, pois a neutralidade pura não existe (Stoddard, 2003). Doadores e operadores estão incutidos de ideologia, motivações políticas e religiosas que são inerentes a todas as atividades humanas sociais. Em geral, as ONGIs representam uma nova sociedade civil livre de preconceitos, baseada em ideais liberais e valores universais, impactando positivamente as relações internacionais. Embora esta visão não seja totalmente falsa, estas ONGIs encaram pressões governamentais, problemas organizacionais, concorrência e outras incertezas inerentes ao setor (Cooley et al, 2002). Baseado na New Economics of Organization (NEO), Cooley et al (2002) contestam a visão idealista de que ONGIs “herald an emerging global civil society comprising local civic groups, international organizations (IOs), and international nongovernmental organizations (INGOs).”(Ibid. p. 1). Wallensteen (2002) afirma que na visão da conflict resolution mechanisms as ONGIs são ferramentas eficientes na mudança da dinâmica de conflitos que trabalham através de divisões. As ONGIs formariam um canal alternativo para comunidades localizadas que desejem mas ainda não efetivamente cessaram hostilidades. No entanto, quando alguma potência ou país mais influente é uma das partes involvidas, a probabilidade de sucesso por conta da participação de uma organização internacional, seja ela interestatal ou nãogovernamental, reduzem-se à níveis ínfimos. Miall et alli (2005) acreditam que conflitos internos e sub nacionais dificultam a ação das ONGIs. ONGIs envolvidas em auxílio a refugiados, assistência humanitária, desenvolvimento e direitos humanos frequentemente são feitas reféns de circunstâncias do conflito. Questões de atrocidades extremas podem levá-las a se posicionar a favor de uma das partes e torná-las aliados de uma das partes11. 11 “It is possible to point to a number of cases where mediators from NGOs have contributed to transformation at key moments, usually in conjunction with governments and international organizations—the Community Sant’Egidio in Mozambique (Hume 1994; Msabaha 1995, p.221), Jimmy Carter in Ethiopia/Eritrea (Ottoway 1995, p.117), the Moravians and the Mennonites in Central America (Wehr and Lederach 1996, p.65, 69), the Norwegian organization FAFO in the Oslo talks between Israel and the PLO (Corbin 1994), and the Conflict Analysis Centre in Moldova. NGOs have sometimes been able to adapt their methods to the local culture, and can work usefully with one or several parties rather than with all. John-Paul Lederach, for example, found in his work in Central America that the parties look for confianza (trust) rather than neutrality in third-parties, and that an ‘insider-partial’ would be more acceptable than impartial outsiders 13 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ De acordo com Cheldelin et alli, 2003, cada vez mais a diplomacia informal tem sido utilizada pelas ONGIs. Elas atuam como mediadores externos, e se definem como peacemakers (Cheldelin et alli, 2003, p. 212), sendo bem aceitas nesta área específica. A ajuda de organizações internacionais também é bem-vinda quando as organizações locais não possuem a capacidade técnica e recursos materiais. (Op. Cit. P. 295). ONGIs têm atuado em casos de reabilitação social e desenvolvimento econômico em failed states, onde inexistem serviços básicos, normalmente prestados pelo estado. Ao mesmo tempo, esta prestação de serviço pode causar dependência crônica. Eleições e processos de coordenação de participação popular configura uma área em que ONGIs são, comprovadamente, experientes e eficazes. Cheldelin et alli (2003) mencionam os processos eleitorais na Nicaraguá, Angola e Cambodia como exemplos de sucesso da atuação das ONGIs. O chamado Preventive Peacebuilding (Miall et alli, 2005, p. 122) faz parte do arsenal de paz com resultados difíceis de serem avaliados. International organizations, governments and non-governmental organizations can all play a role at this stage. Although they usually have limited resources, non-governmental organizations may be able to enter conflicts that are barred to international organizations and governments on grounds of sovereignty. A growing number of NGOs (such as the African Centre for the Constructive Resolution of Disputes (ACCORD), the Berghof Research Centre for Constructive Conflict Management, the Carter Center, the Community of Sant’ Egidio, the Conflict Analysis Centre at Kent, the Harvard Centre of Negotiation, the Institute for Multi-track Diplomacy, International Alert, and Search for Common Ground) have gained experience of working in conflict (Serbe, Macrae and Wohlgemuth 1997; van Tongeren 1996). They use a variety of approaches including facilitation (Fisher and Ury 1981), problem-solving workshops (Burton 1987; Kelman 1992; Mitchell and M.Banks 1996; Reuck 1984), and sustained mediation. (Miall et alli, 2005, p. 122) É necessário o desenvolvimento de uma ferramenta que permita determinar resultados, especialmente quando não houver uma relação óbvia entre as atividades e os eventos de curto prazo. Quanto a abordagem de caminhos múltiplos (multi-track approaches), Miall et alli, (2005), comentam que, Many representatives of governments and international organizations also accept the principle of multi-track approaches, though others remain reluctant to allow NGOs any role in matters that are perceived to touch on state security. The multi-track approach raises difficulties for NGOs, especially (Lederach 1995; Wehr and Lederach 1996)”. Citado em et alli, 2005, pp. 166, 167. 14 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ over autonomy, independence and impartiality. Critics have attacked both governments and NGOs for failure to sustain initiatives, a tendency to be led by media attention and volatile funding priorities, and a continuing low priority on pre-violence as opposed to post-violence interventions. (Miall et alli, 2005, p. 151). Atualmente, de acordo com Miall et alli (2005), ONGIs treinam pessoas das regiões em conflito em técnicas e métodos de resolução, com cuidado especial em relação as tradições, normas e instituições locais. Esta tendência almeja potencializar os resultados através da maior aceitação das lideranças e populações, devido a percepção de ingerência em assuntos internos quando da participação direta de organismos e indivíduos externos. No entanto, de acordo com Carl (2002), apóio internacional que objetivam circunstâncias locais podem levar ao fornecimento de todos os tipos de apoio advindos da preferência e disponibilidade de doador e não necessariamente, aquela que realmente é necessária. A INGO pode criar a sua própria demanda devido a determinadas exigências institucionais internas. Conclusão Este artigo procurou revisar a bibliografia de resolução de conflitos, teoria, possibilidades e realidades da atuação das organizações não governamentais internacionais. O conflito é parte integral da experiência humana, e portanto, o estudo deste se torna essencial para a própria sobrevivência, desde o nível do indivíduo até o das relações internacionais. ONGIs têm assumido um papel cada vez mais proeminente na resolução de conflitos e paulatinamente ocupam espaços de destaque. Todavia, sua importância continua atrelada à agenda dos principais doadores e frequentemente são tomadas como reféns por atores nacionais e transnacionais. Elise Boulding afirma que “It seems inevitable that INGO's will continue to grow, develop and change in ways that will make them more adequate 15 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ representatives of the world's people...become more responsive to world's needs” (Boulding, 1990, p.54). Neste contexto, a necessidade de fortalecer as organizações engajadas na promoção da paz se reveste de prioridade absoluta. Bibliografia Arrow, Kenneth Joseph. Barriers to Conflict Resolution. W.W. Norton 1995. Bercovitch, Jacob (1996) Resolving International Conflicts: The Theory and Practice of Mediation (Boulder: Lynne Rienne) Boulding, Elise, 1990, Building a Global Civic Culture Education for an Interdependent World, Syracuse University Press, New York. Boulding, Kenneth “Twelve Friendly Quarrels with Johan Galtung”, Journal of Peace Research 44(1), 1977. Burton, John W. "Conflict Resolution as a Political Philosophy" In Conflict Resolution Theory and Practice: Integration and Application. Ed. Dennis J. D. Sandole and Hugo van der Merwe. Manchester and New York: Manchester University Press, 1993. Pp. 55-64. ____________ Conflict: Resolution and Provention. John Burton.New York: St. Martin's Press, 1990. _____________ (ed.) Conflict: Human Needs Theory, London: Macmillan Press, 1990. _____________ International Relations: A General Theory. University Press. 1965. Burton, John W. and Dennis J.D. Sandole. 1986. "Generic Theory: The Basis of Conflict Resolution." Negotiation Journal, Vol. 2, No. 4, October, pp. 333-344. Andy Carl. Supporting local capacities for handling violent conflict: a role for international NGOs? Conciliation Resources. Disponível em http://www.c-r.org/resources/occasionalpapers/supporting-local-capacities.php. Acessado em 22/10/2007. Carroll, T. F. (1992). Intermediary NGOs: The Supporting Link in Grassroots Development. West Hartford, Connecticut: Kumarian Press. Cashman, Greg, (1993) What Causes War? An Introduction to Theories of International Conflict San Francisco. Jossey-Bass Publishers. Cheldelin, Sandra (ed.); Daniel Druckman; Larissa A. Fast. Conflict: From Analysis to Intervention. Continuum International Publishing Group. 2003. 16 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ Cheldelin, Sandra I. and Ann L. Lucas, (2004) “A Framework for Conflict Analysis” chapter 2 in Conflict Resolution. San Francisco: Jossey Bass. Cottey, Andrew (1994) The Pursuit of Peace. A framework for International Action (Bristol, UK:Saferworld) Crow, M. E., & Nwankwo, C. (1996). Before "Things Fall Apart" in Nigeria: The Role of Non-Govermental Human Rights Oragnizations in Conflict Prevention. In R. I. Rotberg (Ed.), Vigilance and Vengeance: NGOs Preventing Ethnic Conflict in Divided Societies. Cambridge: The World Peace Foundation. Deutsch, Morton. The Resolution of Conflict. New Haven CT, Yale University Press 1973. Deutsch, Morton. Conflict Resolution: Theory and Practice Political Psychology, Vol. 4, No. 3 (Sep., 1983), pp. 431-453. Deutsch, Morton, Peter T. Coleman and Eric C. Marcus, eds. The Handbook of Conflict Resolution: Theory and Practice. San Francisco: Jossey-Bass Publishers, 2006. Dahlen, Olle, "Peacemaking by NGOs," in Dahlen, Olle, (Ed.) (1988) Peaceful Resolution of Conflicts: non-governmental organizations in the international system. (Uppsala:Life and Peace Institute) DeMars, William. "Partners in Conflict: A Structural Theory of NGOs" Paper presented at the annual meeting of the International Studies Association, Town & Country Resort and Convention Center, San Diego, California, USA, 2006-03-22 Diamond, Louise and John McDonald, Multi-Track Diplomacy: A Systems Approach to Peace Femenia, Nora (1996) National Identity in Times of Crises: the Scripts of the FalklandsMalvinas War (New York: Nova Science Publishers) Fisher, Roger; William Ury, Getting to Yes: Negotiating an Agreement without Giving In, Second Edition, London, Sydney, Auckland, Bergvlei SA, Business Books Limited (1981) 1991. Galtung, Johan. 1969. "Violence, Peace and Peace Research." Journal of Peace Research, Vol. 6, No. 3, pp. 167-191. Gurr, Minorities at Risk: A Global View of Ethnopoliticnl Conflict International Negotiation A Journal of Theory and Practice. http://interneg.org/in/ Kaldor, Mary. A decade of humanitarian intervention: the role of global civil society. In: Anheier, Helmut; Glasius, Marlies; Kaldor, Mary (orgs). Global Civil Society. Oxford: Oxford University Press. 2001. Disponível em: http://www.lse.ac.uk/Depts/global/yearbook01chapters.htm 17 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ Kleiboer, Marieke, (1998) Success and Failure of International Mediation. The multiple realities of Third Party Intervention (Boulder: Lynne Rienne) Mc Donald, John (1986) Case Studies in International Conflict Management (Washington DC: US Government Printing Office) pps 311-315. Montville, Joseph (1991) "Transnationalism and the Role of Track-Two Diplomacy," in Approaches to Peace. An Intellectual Map (Washington, DC: USIP), pps 255-269. Morgenthau, Hans. The Politics Among Nations, Sixth Edition, New York: Knopf, (1948), 1966. North, Robert C. 1990. War, Peace, Survival: Global Politics and Conceptual Synthesis. Boulder Westview Press. Pereira, Mariana Gomes. Teorias de Conflito e Paz. 2006. Disponível em http://works.bepress.com/cgi/viewcontent.cgi?article=1000&context=mariana_pereira. Acessado em 18/10/2007. Ramsbotham, Oliver; Tom Woodhouse; Hugh Miall. Contemporary Conflict Resolution: The Prevention, Management and transformation of deadly conflicts. 2005, Polity. Rapoport, Anatol. The Origins of Violence: Approaches to the Study of Conflict. New York: Paragon House, 1989. Raustiala, Kal (1997) States, NGOs, and International Environmental Institutions," in International Studies Quarterly (1997) 41, 719-740. Reimann, Cordula. “Assessing the State-of-the-Art in Conflict Transformation”. In: Austin, Alex, Martina Fischer and Norbert Ropers (eds.) 2004. Transforming Ethnopolitical Conflict. The Berghof Handbook. Wiesbaden: VS Verlag, pp. 41-66. Richmond, Oliver P. Introduction: NGOs, Peace and Human Security, International Peacekeeping, Vol.10, No.1, Spring 2003. Sandole, Dennis J. D. Capturing the complexity of Conflict: Dealing with violent Ethnic Conflicts of the Post Cold War Era. 1999. Sandole, Dennis J. D. (Author), Hugo Van Der Merwe (Editor) Conflict Resolution Theory and Practice: Integration and Application. Manchester Univ Press. 1993. Sandole, Dennis J. D. (2003) “Typology” chapter 3 in Cheldelin, Sandra, Daniel Druckman and Larissa Fast (eds.), London and New York: Continuum, p 39‐54 18 I SIMPÓSIO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS do PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS SAN TIAGO DANTAS (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007 ________________________________________________ Schellenberg, James, 1996, Conflict Resolution: Theory, Research and Practice, State University of New York Press, Albany Smith, Anne-Marie (1998), Advances in Understanding International Peacemaking, (Washington, DC: USIP) pps. 1-55 Smock, David (Ed) (1998) Private Peacemaking. USIP-Assisted Peacemaking Projects of Nonprofit Organizations (Washington, DC:USIP) pps.1-48 Snow, Donald M. Uncivil Wars: International Security and the New Internal Conflicts (Boulder, Colo.: Lynne Rienner, 1996). Tongeren, Paul Van, 2000, Exploring the Local Capacity for Peace - The Role of NGOs, Dossier, IUPIPInternational Course, Italy. Viotti & Kauppi (1993) International Relations Theory. Realism, Pluralism, Globalism (New York: Macmillan) 2nd Edition. Wainaina, Ndung'u, Role of NGOs in Conflict Prevention Crucial. Disponível em: www.globalpolicy.org/ngos/aid/2006/0502conflict.htm Westas, Bo (1988) Peaceful Conflict Resolution, in Dahlen, Olle (Ed.) (1988) Peaceful Resolution of Conflicts: non-governmental organizations in the international system. (Uppsala:Life and Peace Institute). Wallensteen, Peter. Understanding Conflict Resolution: War, Peace and the Global System. Sage Publications Inc. 2002. 19